POV Sirius

Vocês não sabem como é acordar com os berros da tia Dórea.

- Sirius, acorda – ela batia insistente na porta.

- O que aconteceu? – perguntei me levantando e colocando uma calça de moletom. Pra pelo menos ficar apresentável. Não.

- James – ela falou assim que abri a porta – Ele saiu sem avisar, e agora ligou dizendo que estava na casa de Lilian, porque seus pais foram mortos.

- Os pais de Lily? – perguntei confuso, ela apenas concordou – Eu vou pra lá, o.k.

- Assim que chegar me de notícias, por favor, Sirius – ela pediu.

- Pode deixar mãe! – falei, ela sorriu.

Fechei a porta e me troquei rapidamente. E sem permissão mesmo aparatei até o jardim de Lily.

Caminhei em passos rápidos até a porta, e adentrei sem bater mesmo. James ao ouvir a porta abrir, levou um susto daqueles.

- O que aconteceu? – perguntei assim que fechei a porta.

- Shhh – ele apontou com a cabeça para o sofá, onde uma Lene dormia tranquilamente.

Me aproximei da mesa aonde ele estava. Sua cara não estava nada boa, olheiras profundas, pálido, e cansado.

- O que deu?

- Os pais de Lily, foram mortos por Você-Sabe-Quem – ele “explicou”.

- Disso eu soube mais Lily, como ela está? – perguntei.

- Ah, de vez em quando se escuta alguns berros, mais ela está apenas sonhando – falou como se isso fosse normal.

Ficamos algum tempo em silêncio.

Até que Lils aparece na cozinha suando frio e tremendo muito.

- Ah, olá Sirius – sorriu fraco.

- Olá Lils!

- Lene já foi? – perguntou se sentando ao lado de James.

- Você não a viu, dormindo no sofá? – perguntou Prongs.

- Não!

- Vou ver se ela já acordou – falei deixando os dois sozinhos.

Fui até a sala, e Lene não estava mais deitada no sofá.

- Marlene? – chamei-a.

- Meu nome! – falou sorrindo atrás de mim.

Sorri de volta.

- Sirius, eu estava mesmo querendo falar com você! – o sorriso sumiu do rosto dela.

- Pode falar – pedi, me sentando no sofá. Ela logo se acomodou do meu lado.

- Sabe, eu parei pra pensar, e toda vez que brigamos fui eu a errada, e sempre foi você quem veio me pedir desculpas...

- Porque eu gosto de você, Marlene – a cortei.

- Mais, eu era a errada! Eu quero que saiba que vou tentar não errar mais com você, eu sei que a gente tá junto de novo, mais eu vou atrás do que eu perdi, eu quero que saiba que eu sei que eu era a errada – falou chorosa.

- Tudo bem Lene! – falei sorrindo pra ela, lhe passando confiança, ela retribuiu.

- Mais... E a Lils?

- Tá na cozinha, com o James – avisei.

Ela se levantou e me puxou para ir com ela até a cozinha.

- Então, qual vai ser a do ano novo? – perguntou Lily.

Todos nós olhamos assustados pra ela.

- Não posso parar minha vida! – nos “alertou”.

POV Lily

Eu sei que deveria estar jogada na cama, chorando aos prantos ainda. Mais eu não podia de jeito nenhum parar a minha vida agora, eu tinha que continuar.

- Vamos ver isso ainda, mais você vai querer fazer um velório a modo trouxa? – perguntou-me James. Eu apenas concordei.

...

E lá estava eu, vestida numa confortante calça preta, uma blusinha preta, e os tão desconfortáveis saltos.

Passei um grande corretivo nos olhos, minha face estava pálida. Não adiantava passar muita coisa, iria chorar mais. Só retoquei mesmo as enormes olheiras que aprofundaram em baixo dos meus olhos.

- Lils, vamos? – Lene apareceu na porta.

- Claro – falei ainda insegura.

- Olha Lils, eu sei que é difícil muito difícil! Mais você sabe que não pode parar tudo, você sabe que chorar não vai trazê-los de volta, eu sei que isso machuca, mas é a mais pura verdade Lils. E você sempre me terá ao seu lado, o.k. Eu sei que nunca tivemos muitos momentos assim. Mais você é minha melhor amiga, e não gosto de vê-la desse jeito, eu sempre vou estar aqui para te ajudar viu! – ela sorriu vindo me abraçar.

Abracei-a fortemente, não querendo nunca mais sair dali.

- Obrigada, por tudo!

- Eu sempre vou estar aqui – enxugou uma lágrima solitária que rolava em meu rosto.

- Eu não tenho certeza se quero descer – falei meio receosa.

- Lils? – Dorcas apareceu no batente da porta e correu me abraçar. – Eu sinto muito.

Era bom saber que pelo menos minhas amigas estavam comigo, e não achavam que a culpa era minha. As pessoas que sempre estiveram comigo, ainda estavam ali.

- Obrigada por vir – agradeci

- Eu teria vindo antes, mais não consegui, sinto muito mesmo – sorriu-me fraco.

- Tudo bem.

- Meninas – James nos chamou – Tem muita gente aqui, e algumas pessoas estão querendo te ver Lils!

- Eu tenho mesmo que ir? – perguntei.

- Eu acho melhor, é a sua família Lily – James veio até mim, pegando na minha mão.

Concordei com a cabeça. E antes de passar pela porta, James me parou, olhando-me nos olhos. Meus olhos se encheram de lágrimas, apenas o olhando muitos pensamentos vieram à tona. Sem mais delongas ele me selou nossos lábios, depositando um beijo leve.

- Não importa o que aconteça, eu vou estar aqui – ele me passou confiança. – Eu amo você!

Foi apenas isso para as lágrimas saírem livremente.

- Eu falei alguma coisa que não devia? – perguntou preocupado. Neguei com um sorriso fraco no rosto.

- Você falou tudo o que eu queria ouvir – minha voz saiu um pouco fraca. – Eu amo você, James. Muito.

E mais uma vez nossos lábios se coloram num beijo suave.

Descemos, e cada degrau que pisava apertava mais as mãos de James.

- Lilian querida. – minha tia veio até mim, chorando rios de lágrimas.

Olhei suplicante para James assim que minha tia me abraçou. Eu não queria meus familiares chorando abraçados a mim, me passando mais sofrimento ainda.

- Tia, é, pode me soltar? – pedi, e ela me soltou chorando muito e correu para abraçar a filha. Letícia.

Caminhei em silêncio com James até a cozinha onde Sirius e Remo se encontravam.

- Meus pêsames, ruiva – Remo veio me abraçar.

- Obrigada Remo – agradeci.

...

É já tinha se passado uma semana mais ou menos, e não tinha um dia que não sentia falta de meus pais. Lene e Dorcas passaram a semana comigo. E hoje e nada mais e nada menos de que dia 31 de dezembro, último dia do ano.

Sério mesmo Lilian?

Ano novo minha gente.

Eu não sei da onde veio tanta empolgação. Uma hora eu tinha que superar certo? Superei.

- Bom dia flores do dia – sorri para Lene e Dorcas que tomavam seu café tranquilamente na cozinha.

- Adoeceu foi? – perguntou-me Lene.

- Achei que me animar fosse melhor – comecei a comer.

- É ótimo, porque hoje temos uma noite maravilhosa pela frente – comemorou Dorcas.

- E o que vamos fazer? Não estou sabendo de nada – comentei.

- Casa de campo dos Potter – animou-se Lene.

- Sério? – perguntei incrédula. Eu lá sabia que eles tinham uma casa de campo.

- Aham – sorriu Dorcas.

Concordei é claro.

Pra que melhor um ano novo, com os marotos?

Teríamos que voltar à Hogwarts amanhã mesmo, vou é aproveitar.