Férias Bem Loucas
O Navio Vai Afundar... Ou O Carro
P.O.V. Isabella Swan
Não sei o porquê, mas tenho a impressão de que essa Kombi vai desmontar a qualquer momento.
— Vamos ligar o rádio. - Rosalie sugere levando a mão ao aparelho.
— Não sei pra que, essa Kombi está cantando Metralhadora sozinha. Tá escutando não? Oh, trá, trá, trá, trá, trá... - Percy respondeu levando um olhar mortal de Rosalie, e tapinhas em concordância meus, podia muito bem escutá-la cantando o refrão em seus rugidos.
“Infiel, eu quero ver você morar no motel, estou te expulsando do meu coração..."
— Ôô, sofência. - Jasper balançou os braços para um lado e outro, me fazendo rolar os olhos.
— Muda essa música. - Alice falou se esticando e trocando a estação, fazendo Jasper reclamar indignado.
"10% de redbull, 10% de água de coco. 80% de Whisky..."
— TÔ CEM POR CENTO MUITO LOUCO, LOUCO, LOUCO, LOUCO. - Os gêmeos Cullen terminaram a música dando pulos animados. Me estico trocando a estação de novo ouvindo protestos.
"Malandramente, a novinha inocente, se meteu com a gente, só pra poder curtir..."
— Cansei dessa música, toca toda hora. - Annabeth reclama e troco de novo.
"Eu queria agora ter um disco voador, pra ir morar de vez em Marte..."
— Que marmota é essa? - Perguntou Emmett pulando mais essa estação.
— O problema é que ninguém aqui tem o mesmo gosto musical. - Alice fala exasperada.
— Cada um pega seu fone, e canta de mansinho. - Edward fala já com o seu, piscando para nós.
— MORREEEEU,
A MULHER CARINHOSA E FIEL QUE TE AMAVA,
PEGA O ELEVADOR, A SUA MALA E VAZA...
— CALA A PORRA DA BOCA, JASPENILDO. - Edward grita jogando sua havaiana nele. Sabia que ele fazia uma coisa útil.
— Não se pode nem cantar. - Resmunga passando a mão no braço que a sandália acertou.
— Cacarejar no caso. - Annabeth tirou sarro.
— Tá, cantora de primeira. – Resmungou recolocando os fones que caíram e cantarolou baixinho.
Peguei meu celular, colocando na minha lista que separei e escuto, enquanto os outros ficam fazendo o mesmo, ou ficam simplesmente conversando. Emmett e Rosalie conversavam baixinho e trocavam alguns olhares daqueles. Prefiro não saber o assunto. Durante o trajeto passamos por Guarulhos e São José dos Campos, sem parar em nenhum deles.
— Pessoal, vamos fazer uma pequena parada em Taubaté, para ir ao banheiro e abastecer. – Emmett anuncia de repente.
— Está certo, para em um posto que tenha uma daquelas lojinhas de conveniência, quero uma barra de chocolate urgente. – Annie resmunga, olhando agressivamente para o Percy que ri nervoso e fico curiosa, mas por enquanto, vou ficar na minha. Logo chegamos à Taubaté e Emmett estaciona perto de uma bomba de gasolina, saindo correndo em direção ao banheiro, eu acho. Annabeth desce e decido seguir ela, assim como Alice e Rosalie, que também devem estar desconfiadas.
— Por que estão me seguindo? – Ela pergunta ainda de costa para nós três.
— Nada, queremos chocolate também. – Desconverso.
— Eu sei que não é. – Responde entrando na lojinha, onde tem um rapaz loiro que fica nos encarando. Eu hein.
— Okay, nós vimos você e Percy trocando olhares estranhos. – Alice diz maliciosa e Annabeth rola os olhos.
— Ele é tão, tão irritante que eu fico muito irritada, só isso. – Fala impaciente escolhendo algumas barras de chocolate indo para o refrigerador, pegando uma cesta no caminho, e umas garrafinhas de suco. – Ele é tão metido a pegador, tem um ego enorme, e tão... Bonito, aqueles olhos. – Fala encarando a embalagem de chocolate.
— Você gosta dele. – Corto a conversa fiada dela.
— Nem se ele fosse o último homem da terra, ou melhor, da galáxia. – Fala irritada indo para o caixa, onde o loirinho dá um sorrisinho e ela fecha a cara, pagando suas coisas. Logo os mongoloides, digo, os meninos entram também, indo pegar água.
— Então, gatinha, está livre na sexta à noite? – O carinha do caixa pisca para Annie que abre a boca incrédula.
— Nem em um milhão de anos, ela estará muito ocupada todas as noites, se é que me entende. – Percy sai da loja arrastando Annabeth que ainda estava em choque. Até eu estou em choque. O rapaz do caixa ainda estava tentando registrar tudo.
— Uau, isso é que eu chamo de uma boa cena de ciúme. – Rosalie balbucia de olhos arregalados.
— O que aconteceu aqui? – Jasper estava chocado também, não era pra menos.
— Isso é um Cullen em ação, espectadores. – Edward falou orgulhoso, eu já disse que ele é meio estranho às vezes?
— Espera aí, ele saiu com a minha irmã. – Jasper arregalou os olhos empurrando as garrafas de água que segurava para Emmett e correu para fora com Rosalie correndo atrás dele o chamando.
— Vamos pagar logo isso que quero ver o circo pegar fogo. – Emmett correu para o loiro chocado, pagando rapidamente e pegando as sacolas que Annabeth deixou ao ser arrastada pelo Senhor Fornecedor de Coelhagem Todas as Noites. Quero dizer, ele deixou bem explícito isso.
— Vamos baixinha. – Emmett chama Alice que estava olhando a prateleira de salgadinhos.
— Baixinha o teu focinho. – Esbravejou irritada.
— Pigmeu, pigmeu. Você sabe que é baixinha, assim como eu sei, pigmeu.
— Emmett, vê se eu estou na esquina. – Ela sai irritada e todos saímos também.
Acho que o show acabou. Não, espera.
— Justo eu cara? Por que eu? – Jasper perguntou para Percy (Que estava com uma aparência bagunçada.) que o olhava incrédulo. Annabeth estava meio bagunçada também, ao seu lado e meio corada. Safadenhos.
— Cara, você está bem? – Emmett perguntou dando palmadas na costa dele.
— Não, a minha irmã é tão jovem... – Ele se encostou em Emmett fazendo toda aquela coisa dramática e segurei o riso.
— Cara, semestre passado você foi encontrado dentro do armário de limpeza com a Maria Fernandes. – Edward acusou sarcástico.
— Isso não vem ao caso, Cullen. É de minha irmã que falamos. – Ele levantou o olhar pra ele tentando parecer ser assustador, mas parecia que ao invés disso estivesse confuso.
Melhor dia. – Começo a rir internamente.
— Vamos acabar com essa palhaçada, se a gente quiser chegar no Rio ao menos duas da tarde. Circulando, circulando. – Emmett empurrou Jasper do seu ombro entrando na Kombi a ligando, fazendo com que a gente entrasse também e tomamos nossa posição anterior.
— Essa conversa continua, Cullen. – Jasper olha irritado para Percy que apenas o olha divertido.
— Jasper, cala a boca. – Annie resmunga irritada colocando seus fones, mas seus olhos brilhavam e de vez em quando ela e Percy trocavam olhares. Mais um casal, não sei se vou aguentar.
Assim seguimos o trajeto, algumas conversas ocasionais, comendo nossos lanches. Annie dividiu as barras que ela comprou e assim fomos. Até que começamos a escutar uma coisa estranha.
— Isso aqui vai explodir, por favor, não, Deus, por favor, eu sou jovem. Tenho tanto a fazer. Faculdade, trabalho, filhos pra fazer. NÃO. – Jasper estava ajoelhado em cima do banco desesperado.
— Porra, Jasper, você tá na TPM, cara? – Emmett perguntou irritado e nervoso.
— Eu não estou na TPM. – Jasper revidou indignado.
— Pois parece, toda hora dando piti. Eu hein, homem. – Reclamo querendo arrancar a cabeça loira dele.
— Vou tentar me con... Porra, esse barulho de novo, eu não quero morrer. – Choramingou enquanto a Kombi diminuia a velocidade.
— Olha a explosão, quando a Kombi é velha e explode no chão. – Edward tira sarro rindo dos olhos arregalados de Jasper.
— Sim, Emm, o que é isso?
— Bem, talvez. Só talvez mesmo. Eu tenha esquecido de colocar gasolina e a reserva esteja acabando. Mas estamos falando de hipóteses. – Riu nervoso.
— COMO VOCÊ ESQUECE DE ABASTECER, CARA? – Percy pergunta perplexo olhando o mapa.
— Eu fui ao banheiro, cara, quando a gente chegou na lojinha vocês ficaram de viadagem e eu acabei esquecendo de abastecer. Mas tudo bem, vamos ver até onde a gente vai e quando acabar a gasolina toda, vamos andando atrás de um posto. Pronto. – A Kombi deu o que pareceu um rugido final e parou.
— Emmett, você já viu o tamanho de distância que tem de Pindamonhangaba para Guaratinguetá? – Percy pergunta irônico.
— Não, cadê? – Emmett se vira olhando o mapa e arregalou os olhos. – Puta que pariu.
— Teremos bastante dinheiro no pote de palavrão, hein? – Rosalie pergunta, com uma cara de quem iria surtar a qualquer momento.
— Que tal a gente ir pro meio da pista e rodar a bolsinha? – Edward perguntou divertido e Jasper agarrou a regata dele.
— Homem, estamos no meio do nada, perdidos, com frio e com fome. Vamos morrer. – O sacudiu violentamente, Edward deu um tapa na mão dele que soltou.
— Primeiro lugar. Alguém pode passar a qualquer momento. Segundo lugar, temos um mapa, tá um calor do inferno aqui e acabamos de lanchar. Então aquieta a periquita, macho.
— Como eu vim parar aqui, podia estar no meu quarto cantando Marília Mendonça, Mc Kevinho, mas estou aqui. – Bufa irritado abrindo a porta da Kombi e foi andando pela pista. – Quem sabe se eu não entrar no mato como ele no clipe de O Grave Bater, eu não acabo em uma piscina cheia de mulher também? – Foi resmungando.
— Ô, JASPER, TEM COBRA POR AÍ, FICA SENTADO AQUI QUE É MELHOR. – Emmett gritou da porta e rápido Jasper voltou e trancou a porta.
— Que perigo eu passei. – Falou chocado e nós rimos dele. Isso é o que eu chamo de uma boa viagem.
(...)
— Vai ralando na boquinha da garrafa, É na boca da garrafa
Vai descendo na boquinha da garrafa
É na boca da garrafa. – Cantamos batendo palmas, sentados em cima dos carpetes que colocamos na pista para pegarmos um ar, então decidimos cada um puxar uma música conhecida e o resto fazer coro, estávamos nisso em mais ou menos 30 minutos, no instante Rosalie tinha escolhido.
— Meu coração é seu, tome, e ele é todo seu, tome. Vamos lá no cartório passar ele pro seu nome. – Alice puxou e nós seguimos.
— Esse é o malha funk, os muleques são dengoso, vem pra cá tchutchuca linda. – Emmett começou a cantar e o olhei arqueando a sobrancelha rindo, enquanto o resto acompanhava ele.
— Agora eu. – Me pronuncio quicando. – Aiii, não tô valendo nada, vish, a minha carne é fraca, nossa assim você acaba me matando, você não faz ideia do que eu to imaginando.
— Eu e você, você e eu, nós dois. – Edward fala gesticulando com as sobrancelhas e todos rimos.
— Hey, olha um carro vindo ali. – Annabeth pula em pé, acenando para o carro preto que se aproxima e também levantamos, gesticulando fazendo o carro parar logo atrás da gente.
— Vocês aqui? – A pequena figura morena nos olhou confusa ao saltar do banco do passageiro.
— Aleeeeeeee, nunca pensei que ia ficar tão feliz em te ver. – Percy corre para abraçá-la e rolei os olhos pra ele.
— O que estão fazendo aqui, o motor da Kombi morreu? – Logo apareceu o que achei ser o pai dela.
— Então, é que alguém esqueceu de abastecer a Kombi, e acabou a gasolina. Estamos aqui há um tempinho esperando alguém passar. – Falo meio envergonhada sorrindo.
— Vocês tem sorte que vamos visitar minhas tias em Guaratinguetá. – Alessa riu, enquanto Jasper a abraçou também.
— E também tem por eu sempre trazer gasolina extra, deve dar de chegar em Guaratinguetá, meninos. – Senhor Valdez vai ao carro pegando uma garrafa de gasolina, entregando ao Emmett, que logo correu para colocar no tanque.
— Não sabemos como agradecer, quer que a gente pague a gasolina? – Edward se pronunciou animado.
— Apenas cheguem seguros e abasteçam. – Senhor Valdez saiu rindo para o carro e Ale nos abraçou se despedindo e eles saíram para o destino deles, logo depois de todos agradecermos.
— Belezuras, vamos embora. – Emm bateu na lateral da Kombi nos chamando.
— Agora vai. – Jasper vibrou em seu lugar.
— Se a Kombi não desmontar, olê, olê, olá. Nós chegaremos lá. – Percy cantou zombando.
— Kelly não me abandonaria. – Emmett fala acariciando o volante.
— Quem raios é Kelly, Emmett Brandon? – Rosalie perguntou, aparentemente irritada.
— A Kombi, oras. – Falou como se fosse óbvio e todos começamos a rolar de rir enquanto ele fazia cara feia. Como eu disse umas trezentas vezes, melhor viagem da vida.
Vamos seguindo o trajeto parando para abastecer em Guaratinguetá, Japeri – onde dissemos para Jasper ficar, porque combina com o nome dele – e logo avistamos a placa indicando que chegamos ao Rio de Janeiro.
Oh sim, baby, chegamos ao Rio.
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