O filme acabou quando estava escurecendo. Novamente, assim que o grupo se sentou nos seus costumeiros lugares, Hermione automaticamente encostou em Draco, como se fizesse isso todos os dias.

Embora Draco não tivesse dito algo, era perceptível, que ele estava surpreso ao descobrir que seu pai havia ajudado você-sabe-quem a possuir Gina. Na verdade alguns poucos comentários foram feitos durante o filme; o primeiro sendo sobre a pequena Gina protegendo Harry de Draco, na floreios e borrões, já que o loiro a chamara de namoda do Potter, na verdade, suas exatas palavras haviam sido "Olha só Potter, você achou uma namorada"

—Você estava certo —riu Hermione —ele tinha achado uma namorada.

Malfoy abriu um sorriso arrogante, deitando o corpo par trás de maneira relaxada, com a cabeça apoiada nos braços.

—É claro que eu estava certo! Eu sou o maior gênio que o mundo já viu!

Os quatro grifinórios reviraram os olhos para o sonserino.

—Baixa a bola ai Draco — resmungou Hermione — seu ego na vai caber na sala.

—Se cabe o seu ego aqui é por que cabe o meu.

A morena arregalou os olhos, junto com as sobrancelhas.

—Você está insinuando que meu ego é grande?

O loiro passou as mãos pelo cabelo.

—Eu não estou insinuando nada, Srta. Sabe-tudo.

Hermione abriu a boca indignada.

—Fuinha loira.

—Queridinha dos professore

—Narcisista

—C.D.F.

—silencio vocês dois! — exclamou Bianca atirando pipoca nos dois —eu adoro essa cena!

—Você adora todas as cenas. — reclamou Draco

—Exatamente. — respondeu Bianca com os olhos focados na tela.

Draco e Hermione trocaram olhares e riram silenciosamente antes de voltar a assistir o filme, novamente com a cabeça de Hermione apoiada no ombro de Draco.

Sem contar pequenos comentários e piadas durante o filme, as maiores discussões, depois dessa, foram durante as cenas da aragog (onde Rony parecia rever um trama que ele a pouco superara, com Harry tentando o ajudar, enquanto os demais membros riam descaradamente de Rony e sua voz aguda murmurando "podemos nos desesperar agora?") e durante a cena final do filme, após a batalha final, quando Harry liberta Dobby e Lucius Malfoy quase lança um avada kedrava em Harry (ou, como eles falam na dublagem: Avadáááááááá). Nessa cena, Draco pareceu mais pálido do que o costume (o que torna a pele dele quase acinzentada), e, numa voz que tentava desesperadamente parecer normal, ele pergunta

—Meu pai tentou mesmo… te matar naquele dia? A sangue frio, num corredor de Hogwarts?

Harry negou com a cabeça.

—O filme exagerou um pouco, ele deve ter me ameaçado de me perseguir por toda a eternidade ou algo assim. Nada fora do comum. Seu pai também não é retardado de tentar matar alguém assim.

O loiro murmurou algo que eles não puderam ouvir, e Bianca sugeriu que eles pedissem pizza e comessem no quarto dela (já que, de acordo com Bianca, seu pai viria mais cedo hoje para casa, e eles não queriam cruzar com ele pela sala de televisão).

Eles comeram sem reclamar (ninguém reclama de pizza), e até a noite, eles ficaram lendo os livros (sendo que o sétimo estava muito bem guardado por Bianca). O pai de Bianca não avisou quando chegou, e, no meio do jantar, os convidados se assustaram pelo barulho da televisão no andar e baixo.

—Ele é meio distante de você não é? — perguntou Gina enquanto eles comiam

Bianca demorou para responder.

—Ele sempre foi sabe? Mas piorou depois de… Ah, nada. Deixa pra lá.

Gina deu de ombros.

—O dia que você quiser me contar, sou toda ouvidos. Você sabe tudo sobre nós, mas nós não sabemos praticamente nada sobre você.

Bianca sorriu forçadamente para a ruiva, claramente querendo mudar de assunto.

Ainda era cedo quando eles foram dormir. Todos nas suas respectivas camas, em sono profundo perto das 23 horas.

Meia noite e dez Bianca acordou de um salto. Olhando confusa pros lados, piscando tentando se acostumar com a escuridão, notou que apenas uma cama estava vazia. A cama de Ronald. Silenciosamente, a menina se levantou e desceu as escadas, a procura do ruivo.

Encontro-o sentado no quintal, olhando para o céu estrelado. Era noite de lua nova, e o cabelo dele era a única coisa que se destacava na noite escura. Sem dizer uma palavra, ela se sentou ao lado dele.

—Hey — ele murmurou

—Hey. Você não devia estar aqui sabia? Meu pai pode acordar.

Rony sorriu fracamente.

—Ele está roncando no sofá a um bom tempo… Sem contar que eu precisava de ar.

—Muita informação para processar?

O ruivo riu pelo nariz.

—Muita informação é apelido, você jogou história que literalmente poderiam preencher sete livros.

—E três livros bônus — riu Bianca —e oito filmes.

Rony acompanhou a risada, e, por um momento, os dois ficaram em silencio.

—Eu não sou tão retardado assim sabia? — disse o Weasley do nada, quebrando o silencio.

Bianca pareceu confusa.

—Eu percebi que tem alguma coisa rolando entre a Mione e o Malfoy. Seu dramione se tornou real não é?

Bianca não sabia o que responder.

—Rony, eu…

—Você não vai tentar me consolar vai? Quero dizer, eu não posso negar que eu tenho uma queda pela Hermione, e faz algum tempo, mas eu já aceitei que eu nunca vou conseguir ela. Quero dizer, olha para mim. Eu não tenho nada de especial, como você tão docemente adora retratar. Eu não sou o personagem favorito da maioria das pessoas, eu não sou poderoso, inteligente… Eu sou aquele que faz piada, que atrapalha o grupo… Eu sei disso. Eu sempre soube.

—Ronald Weasley não seja ridículo! — exclamou Bianca.

—Ridiculo, outro adjetivo para me descrever, obrigada! — murmurou Rony olhando para o céu

Bianca apoiou uma mão no ombro dele.

—Quer saber um segredo? — ela começou, e continuou antes de dar tempo dele responder — Eu também não sou nada disso. Importante, eu quero dizer. Você pelomenos é importante. Minha mãe… Ela morreu a três anos. Acidente de carro. Ela tinha ido me buscar da escola e eu tinha derrubado algo atrás do banco, ela se virou para pegar com o carro em movimento, um caminhão bateu na gente, ela morreu, eu não. Por que eu não sirvo nem para morrer mesmo. Meu pai… Ele nunca foi muito carinhoso. Depois da morte da minha mãe, ele me trata como um efeito colateral da morte dela. Eu não sou a mais inteligente ou a melhor em nada, e meu pai… ele adora dizer isso. Nessa época foi quando eu comecei a me afogar em leituras.

"Livros são como portas, sabia? Assim que você abre eles, você entra em outra dimensão, tão longe da sua casa, das suas dores, tristezas, erros. Neles você vive onde você não pode viver aqui. Você descobre qualidades suas que você não tem na vida real. Harry Potter foi o melhor livro para fazer isso. Minha mãe lia para mim antes de ter morrido, e eu segui a leitura. Eu entrei de tal maneira em Hogwarts, mesmo antes da minha mãe ter falecido, aquele castelo já tinha se tornado meu lar. Depois da morte dela, ele se tornou meu maior refugio. Todos os momentos ruins que eu tinha, eu fugia para Hogwarts. Por isso que para mim, vocês são meus melhores amigos. Vocês afastaram a dor quando ninguém mais conseguia. Talvez você seja um personagem que eu goste tão pouco por que eu me vejo muito em você, e você não é o herói, ou o sarcástico, ou o inteligente, você é só Rony."

—Isso era para fazer eu me sentir melhor? — perguntou Rony abismado — você está me fazendo entrar em depressão!

Bianca começou a rir.

—Eu acabei de abrir a história da minha vida para você seu legume sem sentimentos!

—Eu pensei que essa era a minha festa de auto-piedade.

Bianca encostou seus ombros no dele.

—Nem vem cara de cenoura, eu não vou deixar você se lamuriar sozinho. E, se faz você se sentir melhor, eu exagerei ok? Você tem sim muitas fãs, exatamente por você ser só o Rony, e ser um dos personagens mais importantes para a saga. Harry não estaria em lugar nenhum. Seria um Don Quixote sem Sancho - pança.

Rony franziu as sobrancelhas.

—Você acabou de me comparar com um cara chamado pança? Isso foi uma maneira sutil de me chamar de gordo?

Bianca riu novamente.

— Don Quixote de La – Mancha é uma das obras literárias mais famosas do mundo, e Sancho – Pança é o fiel "escudeiro" de Don Quixote, o seguindo a onde quer que ele vá.

—Como um cachorro?

Bianca bufou.

—Eu estou tentando fazer um momento poético aqui Rony, você não está ajudando!

O ruivo se virou para a menina, aproximando os rostos, e sorrindo.

—Momentos não são meu forte.

Bianca agradeceu que estivesse tão escuro, por que ela podia sentir seu rosto esquentando pela proximidade.

—Não mesmo Weasley. Eu te contei tipo, a desgraça da minha vida, o que você vai fazer?

Rony não respondeu. Ao invés disso, ficou parado, olhando fixamente para a menina. Lentamente, ela sentiu seus rostos se aproximando, e, de repente, seus lábios estavam colados no ruivo a sua frente. Ela conseguia ser mais inexperiente que ele, um beijo lento e meio confuso.

Quando eles se separaram, ambos estavam vermelhos como pimentões.

—Eu… — murmurou Bianca — eu acho que eu vou… Boa noite.

—É… eu também vou indo — repetiu Rony —

A garota levantou e saiu andando a frente dele, e, depois de um tempo, ela pensou que pelo menos poderia dizer que seu primeiro beijo havia sido com Ronald Weasley. Quero dizer quantas garotas podem falar isso?

Quando Bianca entrou no próprio quarto, seguida de Ronald, encontrou tudo o que não esperava.

A luz estava acesa, todos estavam de pé. Todos os cinco.

Havia uma pessoa a mais.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.