Fugitiva

Não cultivar ira


Os dois foram pra casa do senhor.

– Bela casa.

– Obrigado.- Sente-se.

Lapis sentou no chão de madeira, o senhor também.

O senhor fechou os olhos e respirou fundo ao ponto de encher suas narinas de ar.

– Vou te fazer uma pergunta.

– Manda.

– Qual a sua relação com aquela garota laranja?

– Não sei, não conheço.

– Não a de fogo, a que tem uma pedra no nariz.

– Ódio! Muito ódio!

– Então, para ser mais forte, você não deverá ter ira nenhuma.

– É impossível você me fazer gostar dela!

– Eu não disse isso. Você pode continuar desgostando dela, mas sua ira irá sumir. Porque a ira te faz cega. Faz todos ficarem cegos.- E eu sei que você não a odeia.

– Como assim?

– Sua "amiga" se quebrou o gelo e se fundiram. Mas você poderia ter acionado suas asas e ter visto o rio, mas você escolheu se fundir.

– E-Eu não tinha pensado nisso.

– Viu? Se você a odiasse, iria pensar de tudo só para sair da situação. Mas você não queria ver-la lá, sozinha.

– Eu não pensei nisso não.

– Isso foi inconciente.- O que você sentiu quando se fundiram?

– Eu sei lá! Não pensei nisso!

– Sentiu nojo de possuírem o mesmo corpo?

– Não, até fiquei feliz de que o plano deu certo.

O senhor sorriu e se levantou.

– Hora do treinamento.

Os dois foram treinar em frente a casa.

– Seus poderes ainda estão fracos. Então terá que ter um corpo forte!

– Sim senhor!

Então Lapis chutou os braços dele e depois treinou os braços.

Depois treinou sua agilidade.

Depois ficou pulando de árvore em árvore.

– Agora fique no topo dessa árvore.

Então Lapis Lazuli escalou a maior árvore.

– E AGORA?- gritou Lapis lá de cima.

– PULE.

– QUÊ?!

– VOCÊ CONTROLA SEUS PODERES! E NÃO SEUS OS PODERES CONTROLAM VOCÊ!

Lazuli respirou fundo e pulou.

Lapis começou a rir a toa e ficou brincando no ar, até que as asas começam a falhar.

– Se-senhor?

– Se concentre, Lapis! E faz zig zag nessas cadeiras que coloquei!

– Sim!

E foi o que ela fez.

– Lapis Lazuli, me carregue!

E foi o que ela fez.

– Aqui em cima é lindo!

– Obrigada, senhor!

– De nada! Agora vamos descer, por favor.

– Ok!

De noite

– Tem certeza que não quer passar a noite aqui, Lapis?

– Tenho. - Você me cativou bastante, senhor! Mas não sei quanto tempo vou morar neste planeta. Melhor eu ir antes que doa. Mas pode me visitar no Reino Doce.

– Irei!

Então Lapis caminhou na floresta e subiu numa árvore, e sentou num galho para meditar.

– Não cultivar mágoa... não cultivar tristeza... não cultivar ira... Não cultivar dor...