Fugindo De Casa

Vida em jogo. (Capítulo Final).


Nos Capítulos Anteriores:

– Oi, Brian, como foi?

– Foi ótimo, ela agora está naquele lugar que combinamos!

– Perfeito! - Falou Jennifer - Agora podemos ficar juntos!

– Isso mesmo amor! – Respondeu Brian

[...]

Estava mexendo no meu Itouch quando chegamos em Nova York. (...) O homem sacou uma arma e a apontou pra mim. Era o mesmo homem que havia me deixado na floresta com os lobos. Estava começando a achar que o meu Itouch atraia um pouco de azar.

[...]

– O quê você está fazendo? Você não devia estar aqui! Vai embora, agora! – Disse a Sra. Johnson.

O homem hesitou.

[...]

Era um garçom, ele colocou uma garrafa d'água encima da mesa, mas antes de ir embora, eu virei o rosto e vi. Era o homem. O mesmo homem da floreta. O mesmo homem do carro.

[...]

– Exatamente, aquele garoto estúpido está me dando nos nervos! - Jennifer disse botando a mão nos ombros dele. - Sabe de quanto estamos falando Brian? Sabe? Quatro milhões! É só matar ela Brian... E todo o dinheiro será nosso! – Continuou falando, tentando fazer com que o homem a sua frente entendesse da importância da morte da garota.

[...]

– Eu não posso fazer nada! Brian é meu verdadeiro amor! – Enquanto ela falava seus olhos ficaram molhados por lagrimas.

[...]

– Andrew, e o seu? – Respondi a ela, que imediatamente abriu um sorriso fofo.

– Caroline.

[...]

– Não. – Disse ela ao trazer uma bebida verde, a qual sem saber o que era, tomei tudo de uma vez. As luzes da festa começaram a girar, ai eu me toquei, não eram as luzes que estavam girando, tudo estava. – Bons sonhos Andrew! – Ouvi Caroline dizer, e apaguei, a escuridão tomou conta de mim, então cai na inconsciência.

[...]

– Brian? – Ela murmurou baixo.

Droga ela tinha ouvido de mais, isso vai acabar mal, ah é claro que vai.

[...]

– Senti sua falta, mãe. – Sussurrou Caroline enquanto a abraçava.

–Também senti sua falta querida. – Falou Jennifer enquanto retribuía o abraço. – Senti falta da minha filha predileta.

[...]

– Quer ver seu amigo Andrew de novo? Então venha comigo. – Falou Brian tentando parecer malvado, mas não impressionou ninguém, muito menos a mim.

[...]

– Caroline? – Perguntei e ela sorriu acenando com a cabeça em sinal de concordância, então seu dedo indicador foi para seus lábios em um sinal para ficar quieta e apenas obedeci.

– O que fez com a garota, Jennifer? – Perguntou Brian, mas sua voz estava abafada. Minha mãe riu.

– O que você não teve coragem de fazer, matei a Lola! – Respondeu minha mãe, mas bom, eu estava viva.

[...]

– Não se preocupa. – Sussurrou Caroline em meu ouvido. – Não vou deixar que ela machuque você, eu tenho um plano.

Agora:

Pov. Jennifer

Então ele a levou. – Disse chorando prantos, me jogando no chão, sempre fui ótima em teatro, não era de menos, fui atriz por três anos, na época eu era jovem, mais não era boba, namorava o cara mais rico da cidade, que hoje é o meu ex-marido Alex.

Foi também na mesma época em que eu conheci Brian, exatamente no teatro. Enquanto eu era a personagem principal, o estúpido do Brian era a árvore, eram tempos bons aqueles, mas o Brian serviria como uma luva, era simplesmente o plano perfeito e sem falhas! Claro, tive alguns contra tempos, mas nada que não pudesse resolver... O Brian era louco por mim desde o ginásio.

– Ele... Ele levou minha filha, meu bebê, eu quero... Q... Quero minha... F-filha de volta. – Gritei com todas as forças dentro da delegacia, minha voz falhava, e quem via de fora era impossível de dizer que por dentro eu estava rindo, na maior felicidade, as pessoas paravam e me ofereciam copos de água com açúcar e diziam que tudo ficaria bem, eu encontraria a minha filha. Mas é claro que ficaria tudo bem, e estava preste a melhorar...

Um mês depois:

Pov. Lola

Isso estava irritante, um mês nesse lugar asqueroso, claro que eu não ficava apenas no porão! Quando Jennifer saia, Caroline me tirava daquele lugar horrível, e eu podia andar livremente pela casa, mas o que eu queria mesmo era fugir, mas Jeniffer sempre trancava

tudo e levava a chave, a única chave. Eu sempre perguntava a Caroline qual era o plano dela, mas ela apenas dizia que não era a hora certa, eu me pergunto, qual é a hora certa?

Esperar minha mãe me matar? Um mês... Um mês inteiro aqui, poderia eu ficar louca?

– Olá crianças, hoje o dia está tão belo. – Gritou Jennifer quando entrou em casa, e eu corri para o porão, escuro e sem iluminação. O dia não estava belo, estava chovendo, caindo uma tempestade lá fora.

– Finalmente, pararam as buscas! – Falou minha mãe entrando no porão. – Você foi considerada como morta. O seu velório simbólico vai ser amanhã – Ela riu e isso me fez ir para trás - Mais cinco dias para a burocracia do seguro de vida e pronto! O dinheiro será todo meu!

Você não pode fazer isso, é seqüestro. – Gritei para Jennifer, que mesmo com minhas palavras não tirou o sorriso da cara.

– Eu só não posso como já fiz. Quem irá me impedir agora? O garoto irritante... Como é o nome dele mesmo? Andrew! Hum a policia? O seu pai, ele nem é seu pai de verdade... Não, eu acho que ninguém pode me impedir... – Ela gritava as palavras, para quem bem quisesse ouvir. - Eu sei muito bem o que estou fazendo querida. – Agora ela estava calma, e passava as pontas dos seus dedos em minha bochecha. – Tudo vai dar certo no final. – Ela sussurrou as ultimas palavras em meu ouvido, me trazendo um arrepio na espinha, tudo ia dar certo no final, mas para quem?

– Meu pai, como... - Perguntei não entendendo nada.

– Seu pai é Brian. Claro que a filha mais nova, Caroline é do Alex, só que você não, mas veja por esse lado, eu apenas tive uma noite junta com o seu pai de mentira, mas não deu pra ficar grávida. Brian era uma ótima opção, e no final...

– Deu o golpe da barriga... – Terminei por ela, que sorriu e saiu do porão, e eu chorava e chorava, enquanto mãos quentes me abraçavam, e acariciavam meus cabelos, eu olhei para ela, Caroline sempre estava comigo na hora certa, apesar de ser mais nova, sempre estava cuidado de mim, ela provavelmente sofreu mais que eu, sempre fui a queridinha do meu pai, e ela da minha mãe. Caroline era apenas um ano mais nova que eu!

– Tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem. – Sussurrou Caroline enquanto me aconchegava em seus braços. – Você só precisa fazer o que eu mandar... Ouça bem, vou falar apenas uma vez. – Ela me distanciou de seus braços me fazendo encará-la, e eu apenas assenti com a cabeça, eu sabia que agora era a hora do plano, eu iria ouvi-la com atenção, porque não podia haver falhas, minha mãe me ensinou isso, foi à única coisa decente que ela me ensinou.

Cinco dias depois

Pov. Brian

Finalmente o dia, eu esperei esse momento por muito tempo, para ser exato, treze anos. Desde o momento em que Alex, o ex-marido da Jennifer, colocou o seguro de vida da garota de quatro milhões, esse dia também seria no mínimo interessante para ver a cara de Jennifer quando souber que o imprestável roubou todo o dinheiro dela, e fugiu com Melissa.

– Vamos Brian, não fique pensando na morte da bezerra, temos que pegar o dinheiro. – Falou Jennifer que estava sentada ao meu lado no carro em que estávamos.

– Claro. – Murmurei para ela, que saiu do carro elegantemente, e eu continuei nele. Peguei meu celular e digitei rapidamente uma mensagem para Melissa, dizendo para ela me esperar no aeroporto da cidade, e comprar a próxima passagem de avião. Tudo sairia perfeitamente como no plano.

– Brian se você não quiser o dinheiro tudo bem, mas se quiser leva essa sua bunda gorda para dentro do banco. – Falou Jennifer que se abaixava para falar comigo na altura da janela do motorista.

Sai do carro trancando a porta, e caminhamos calmamente para dentro do banco, muitas pessoas entravam e saiam do lugar.

Havia uma fila enorme, mas Jennifer passou rapidamente, apenas dizendo seu sobrenome, que era muito conhecido por aqui.

O gerente do banco nos levou para uma sala separada das outras pessoas, ali era mais elegante, mais chique e refinado.

– Senhorita Hall, o quer? – Perguntou um velho já careca pela idade, que estava sentado atrás da mesa grande de mogno.

– Quero retirar o seguro de vida da minha filha. – Falou Jennifer com autoridade, não parecendo que acabou de perder a filha.

– Os documentos da certidão de óbito, e o contrato do seguro de vida esta com a senhora? – Perguntou o velho coçando a cabeça.

– Aqui está. – Falou Jennifer entregando um punhado de documentos.

– Posso ver aqui, que não encontraram o corpo, e nem faz um mês. Geralmente esses tipos de transações demoram a acontecer. – Falou o velho depois de analisar os documentos.

– Eu não me importo, quero o dinheiro para hoje, Ryan. – Jennifer pronunciou as palavras já se levantando, fazendo o velho, que agora eu sabia que se chamava Ryan, suar.

– Senhora Hall, tente entender que o procedimento padrão leva meses, para até comprovar se realmente a pessoa morreu. Principalmente no seu caso, que é uma grande quantia de dinheiro. Quatro milhões de dólares é muito dinheiro. – Falou Ryan também se levantando da cadeira em que estava sentado.

– Tenha um bom dia Ryan, meu marido entrará em contato com você, aposto que amanhã eu terei todo o dinheiro na minha conta. - Jennifer terminou de falar e se virou caminhando pela porta. Seria desse jeito? Todo o trabalho para fazer com que a Lola morresse, e depois deixar tudo acabar, sem ter o dinheiro?

– Espere Jennifer. – Gritou o homem, fazendo Jennifer parar, mas continuar de costas para mim e para Ryan, mas do meu ângulo pude ver um sorriso se formando, um sorriso de vitória. – Eu acho que poderei abrir uma exceção para os Halls, há muito tempo é cliente do nosso banco, de uma família boa, com honra. – Ryan falou, se levantando e indo até a porta, ele saiu e Jennifer voltou a se sentar na cadeira.

– O que foi isso? – Perguntei. – Está louca? Deixar assim tudo por um blefe? Podia ter dado errado!

– Nada iria dar errado, conheço Ryan há muito tempo, ele morre de medo do Alex, a família Hall tem influencia, sabia? – Jennifer terminou as palavras e Ryan entrou na sala, com uma mala preta de viagem, daquelas comuns, e estendeu para Jennifer, que fez um sinal para eu pegá-la. Seria mais fácil do que eu planejei. Ela estava facilitando, deixando com que eu ficasse com o dinheiro.

Saímos da sala rapidamente com o dinheiro, a quantidade de pessoas que estavam no banco agora era maior, eu apenas encarava a mala de dinheiro, era meu futuro, eu não acreditava, estava com quatro milhões na mão.

– Ai! – Gritou uma garota, quando sem querer esbarrei nela, ela estava no chão, junto com a sua bolsa e a minha, ela era familiar, mas seus cabelos ruivos, e olhos pretos, com muita maquiagem, eram totalmente desconhecidos.

– Não vê por onde anda? - Perguntou a garota rudemente, eu pensei em dizer que não, e que eu estava ocupado de mais, olhando o dinheiro em minhas mãos, mas procurei falar simplesmente:

– Desculpe.

– Anda Brian, estamos tempo de mais aqui. – Falou Jennifer entre dentes, a garota ruiva se levantou, pegou sua mala, e partiu. Eu fiz o mesmo.

– Espere aqui Jennifer, pegarei o carro. – Falei tentando me distanciar dela, mas em vão, ela segurou meu braço.

– Então me dê o dinheiro. – Ela resmungou apertando meu braço em que estava a mala. Ela era esperta.

– Ficara estranho você com uma mala na frente do banco, pode ser assaltada, e o que menos queremos é perder o dinheiro. – Sussurrei em seu ouvido, ela bufou e largou meu braço.

– Ande logo. - Ouvi-a dizer e assenti com a cabeça, enquanto corria para o carro, joguei a mala no banco de passageiros, e sentei no lado do motorista. Coloquei a chave, e rapidamente dei a partida, sai do lugar cantando pneu, atraindo atenção para mim, mas eu não fui embora, antes de dar um tchauzinho movendo as mãos, e mandado um beijo para Jennifer, que estava parada como uma estátua. Logo depois a ouvi gritando meu nome bem alto, mas era tarde de mais, tinha acabado de virar a esquina. Quem era o imbecil agora?

Pov. Jennifer

Ele era um imbecil, acha que podia me enganar, ninguém passa a perna em mim, eu sempre passo antes neles.

– Ele caiu direitinho. – Falou Caroline ao meu lado, que agora estava com uma peruca ruiva, de cabelos enrolados, lentes pretas, e com muita maquiagem, disfarçando os traços do seu rosto. – Foi fácil, fácil.

– Eu disse que ele era perfeito para o serviço, agora provavelmente está no primeiro avião para um país distante com Melissa, aquela mulher sem sal, mas devo admitir, estou impressionada com Brian, tentar me roubar... Tsc, tsc, não foi nada inteligente. – Falei para Caroline que me entregou a bolsa preta do dinheiro, a verdadeira.

– Eu sei, é ridículo. – Falou ela, me acompanhando até um carro preto.

– Ninguém me rouba, ninguém me passa para trás. – Falei com atitude, e autoridade, era verdade, eu sempre estava a dois passos antes de qualquer outra pessoa.

– Claro, vamos passar em casa, deixar Andrew na casa dele, e a Lola, bom você sabe, eliminar provas. – Falou Caroline batendo a porta do carro.

– Não, vamos deixar a Lola viva, junto com o garoto, claro, ambos sedados, para acordarem apenas quando estivermos em Paris.

– Você que sabe. – Murmurou Caroline, como se não estive interessada. Caroline era a única que tinha herdado alguma coisa de mim, herdado minha inteligência, beleza, e atitude, Lola só havia puxado o pai, um burro e idiota.

Pov. Lola

Se concentra Lola, vai ficar tudo bem, lembre-se, não pode haver falhas! Tinha que ser como Caroline mandou, sem falhas, sem falhas. - Eu repetia para mim mesma, mentalmente, enquanto fingia estar desacordada, no banco de trás do carro. - Lembre-se Lola, não mantenha os olhos fortemente fechados, apenas fechados, mamãe percebe rápido quando estão mentindo pra ela, por favor, seja apenas uma vez como ela, como eu. – Lembrei-me das palavras de Caroline, naquele mesmo dia, em que descobri que Brian era meu pai.

– Vamos Caroline, eu pego o garoto que é mais pesado, e você a Lola. – Ouvi minha mãe dizer, e a porta em que eu estava se abrindo, e braços me pegando, provavelmente os de Caroline. E rapidamente, os braços suaves de minha irmã foram trocados pelos lençóis macios de uma cama.

– Faça como combinamos, mas só aja quando eu te mandar a mensagem. – Caroline sussurrou em meu ouvido, mas continuei de olhos fechados, depois ouvi passos de salto alto batendo no chão, e a porta da frente se fechando.

Levantei da cama me sentando, e pude observar o Andrew deitado ao meu lado, na cama grande de casal, o chacoalhei, mas sem sucesso. Ele não acordou, na verdade ele mal se mexeu. Fui rapidamente para cozinha, peguei um copo grande d’água e andei novamente

para o quarto, onde Andrew estava dormindo feito um bebê, um bebê grande, alto e musculoso. Joguei a água no rosto de Andrew, que se mexeu rapidamente, e se sentou na cama.

– Sua mãe, ela me seqüestrou... – Resmungou Andrew para mim, alto como se estivesse com raiva.

– Eu não tenho culpa! – Falei olhando em seus olhos, e ele apenas olhava nos meus, mas desvio-os no estante depois - Agora vamos, temos que fazer uma coisa. – Falei enquanto Andrew fitava o vazio.

Pov. Jennifer

O aeroporto estava cheio, alguns aviões estavam atrasados, mas rapidamente, encaixei eu e Caroline para o próximo vôo a Paris. Havia dado tudo certo, não havia falhas ou brechas no plano em que foi realizado, claro que Lola e Andrew estavam vivos, mas não há provas, e é muito fácil sumir do mapa quando se tem dinheiro, principalmente quatro milhões.

– Mãe, vou ao banheiro, me espere tá? – Caroline me perguntou receosa, como se eu fosse deixá-la sozinha.

– Claro querida, não se preocupe. – Sorri e a vi partir em direção ao banheiro, algo estava estranho, não era apenas Caroline que estava estranha, mas simplesmente tudo fazia minha intuição me mandar sair fora desse lugar, expulsei o pensamento, faltavam poucos minutos, não perderia tudo por esperar dez minutos.

Fiquei observando o fluxo de pessoas no ambiente em que estava. ,eus olhos acompanhavam as pessoas sem necessariamente se prender em alguma, até que meus olhos sorrateiros, focaram alguém conhecido, seus cabelos pretos, como os meus, e os olhos azuis iguais aos de Brian me fitando friamente, um sorriso brincava e seus lábios, o vestido que usava era provavelmente de Caroline, era mais curto, preto e não fazia o estilo de Lola, ao seu lado o garoto que sempre me causou problema, Andrew. Não pude deixar de me lembrar quando era criança, eu arrastava Brian para todo lugar, igual a Lola faz com Andrew, pisquei meus olhos, e não havia mais ninguém naquele lugar que antes minha filha estava.

Meu celular tocou, e o olhei de quem vinha à chamada, e meu coração perdeu uma batida.

Era Brian.

Olhei para todos os lados a procura daquele imbecil que rapidamente foi se transformando em um vilão da novela das oito. Eu sabia que ele estava no aeroporto, eu fui imprudente, não acreditava que isso estava acontecendo, não poderia haver falhas! Rapidamente pude vê-lo. Estava como na última vez que o vi, ainda com a mesma roupa, o celular em sua mão mostrava que eu realmente estava perdida, ele acenava para mim mostrando o celular, mas não foi isso que me chamou atenção. Ele segurava o garoto irritante Andrew fortemente pelo braço, e esse se debatia tentando se soltar enquanto Melissa ao seu lado, com um sorriso sínico segurava Lola, do mesmo modo que Brian. Como ele estava aqui? Ele devia estar em um lugar muito longe daqui, mas isso era o de menos, o principal era como sair daqui, e resgatar Lola.

Corri em direção ao banheiro sem atender o celular, ou muito menos ver o que Brian e a nojenta da Melissa queriam, mas era óbvio eles queriam o dinheiro! Brian transformou o sonho em que eu estava em um pesadelo. Abri a porta do banheiro com agressividade chamando a atenção de quem estava no lugar, mas não me importei com isso, e sim com Caroline que não havia nem virado o rosto para me ver, ela sabia que era eu, aquele projeto de pessoa estava nisso, e estava sorrindo despreocupada lavando as mãos.

– Está com o Brian não está? – Perguntei a ela já sabendo sua resposta. Ela não era boba, não era Brian, ou a Melissa, eles não teriam capacidade para tal coisa, mas ela sim, eu a criei, a ensinei tudo que sei, não era para menos, algo nela me chamava atenção. Era eu em miniatura, e eu nunca dividiria o dinheiro com ninguém, mas tudo que ela sabe fui eu que ensinei, mas ela não sabe tudo o que sei.

Pov. Caroline

Minha mãe realmente estava furiosa, era cômica a situação...

– Percebeu tarde de mais, não foi? – Perguntei a ela, que sorriu para mim, mas eu sabia que era para apenas para se parecer mais forte, e decidida.

– Nem tudo está pedido, eu sei onde está a mala com o dinheiro. – Falou ela, mas tenho certeza que era blefe, minha mãe fazia muito isso quando estava por baixo.

– Não sabe não, não vou cair em um simples blefe. – Falei decidida, e ela riu uma risada melodiosa e perfeita.

– Então vá ver se está com o dinheiro, e depois me responda. – Jennifer falou com a voz calma. Agora eu sabia que não era um blefe, ela estava calma de mais. Peguei meu celular e liguei para Brian.

– O dinheiro está seguro Brian? – Perguntei a ele, que estava falando com alguém e não me respondendo. Havia gritos de Lola, bem no fundo.

– Desculpe Caroline, está uma confusão aqui, essa garota não cala a boca.

– Não quero saber disso, apenas me responda, o dinheiro está seguro?

– Como assim, o dinheiro esta com você! – Brian falou do outro lado da linha. Eu não sabia como, mas minha mãe estava com o dinheiro.

– Mas podemos negociar, você solta os garotos e eu te dou o dinheiro. – Jennifer estava firme, falou com palavras simples o que estava em sua cabeça, mas eu sabia que ela tinha algo a mais, mas não havia alternativa.

– Me encontre em um galpão abandonado, ele é um pouco afastado da cidade, você sabe onde é. – Minha voz era firme e eu já tinha um plano, apenas precisava descobrir qual eram os dela.

Mais tarde...

Pov. Lola

Estava frio, e começou a chover, e com um fino e curto vestido preto de Caroline, não ajudava. Brian me manteve amarrada junto com Andrew, as cordas faziam pressão em meus pulsos, e estava desconfortável sentada no chão duro.

Já estava no começo da calda da noite, e a chuva começava a aumentar, fazendo com que trovoes no céu surgisse, trazendo a luz dos relâmpagos. Caroline havia se tornado algo horripilante, eu não imaginava que ela poderia virar o que estava na minha frente. Seu plano era simples, fazer com que Jennifer se desesperasse e saísse do aeroporto, onde eu Andrew estaríamos com a polícia, mas antes mesmo de dar alguns passos depois de Jennifer ter me visto, Brian nos agarrou. Era triste saber que isso era o plano de minha irmã desde o começo.

– Ela irá vir Caroline? – Brian perguntou para minha irmã, e eu ainda não conseguia acreditar no que Caroline estava fazendo, essa não era a garota dócil que sempre estava comigo. Eu não conhecia essa pessoa, nem com Jennifer eu tinha me decepcionado tanto quanto com ela.

– Claro que vem, Jennifer pode ser a maior vilã quando se trata de dinheiro, mas quando se trata de família, ela é bem séria. Daqui a pouco ela está ai. – Caroline disse para Brian.

– Está totalmente certa, mas tome cuidado porque você não é mais minha filha. – Jennifer disse entrando no galpão grande, praticamente vazio, apenas com Caroline, Brian, Melissa, Andrew, Jennifer, eu e vários galões de gasolina.

Jennifer segurava uma mala preta de viagem, provavelmente onde estava o dinheiro.

– Abra a mala, eu quero ver o dinheiro, nada de me enganar Jennifer. – As palavras de Caroline soaram frias e maldosas, um arrepio na espinha me percorreu, olhei para Andrew que estava com os olhos meio avermelhados.

Minha mãe abriu a mala, e retirou um montinho de dinheiro, e depois mostrou a mala, com varias montinhos iguais a que estavam na sua mão.

– Passa a mala Jennifer. – Falou Caroline esticando sua mão, para que minha mãe entregasse a mala.

– Primeiro a Lola, do mesmo modo que você não confia em mim eu não confio em você. – A voz de minha mãe era forte, ríspida, em um tom de autoridade.

– Brian, a minha irmãzinha. – Murmurou Caroline sem tirar os olhos de Jennifer, ou de sua mala cheia de dinheiro. Brian andou na minha direção, e da do Andrew, desamarrou as cordas de nossas mãos e pés, mas as cordas foram apenas trocadas por suas mãos fortes como ferro. - O Andrew não, seu imbecil, só a garota. – Falou Caroline após ver o que Brian estava fazendo, ele contraiu pelo jeito com que foi repreendido, mas rapidamente consertou seu erro, jogando Andrew para os braços de Melissa, que o segurou fortemente, enquanto eu fui arrastada até ficar ao lado de Caroline.

O silencio era constrangedor, e a tensão estava no ar, tudo parecia um filme, ou um final de novela, mas era tudo real, era a minha vida, minha vida estava como uma aposta em um jogo. Não sabia se iria ganhar ou perder, mas estava apostado.

Jennifer jogou a mala perto do pé de minha irmã, e Caroline me empurrou para perto de Jennifer, cai de joelhos no chão de cimento puro, sem acabamento.

– Vamos, saia. – Jennifer gritou para mim, mas eu neguei com a cabeça.

– Não sem o Andrew. – Gritei para minha mãe, e recebi apenas um tapa em meu rosto, olhei em seus olhos, e não havia arrependimento, mas os meus estavam banhados a lágrimas.

– Não seja burra, e vá. – Ela gritou para mim, e eu como uma covarde obedeci, andando passos lentos até a saída, mas alguém bloqueou minha passagem.

– Você acha que ela vai sair assim, e ligar para a polícia? – Caroline gritou alto, fazendo eco no ambiente quase vazio.

– Ela não vai ligar para a polícia, fique tranqüila Caroline, você merece destino pior. – Minha mãe disse, mas Caroline não entrou na onda e riu.

– Não tenho muita certeza. – Caroline em meio as suas palavras fechou a mala, e a pegou colocando sobre os ombros. – Precisamos eliminar provas, não pode haver falhas. Esse não é o lema da sua vida.

As palavras de Caroline atraíram azar para todos eles, sirenes enlouquecidas de policiais em suas viaturas atingiram os meus ouvidos, e de todos ali, então o silencio reinou no lugar.

– Saiam todos com as mãos acima da cabeça. – Uma voz grossa e rouca, veio para o lugar pronunciando a frase abafada, mas provavelmente falava com um megafone.

– Acho que suas palavras se tornaram reais, Caroline. – Provocou Jennifer.

– Não, eu não vou para a prisão. - Então tudo aconteceu muito rápido. Em um minuto Caroline dizia as palavras, e em outra, pegava um fósforo o riscando na caixa, e deixando cair em uma trilha de gasolina, que percorria rapidamente um caminho para perto dos o restante dos galões com mais daquele conteúdo inflamável.

O fogo se alastrava para todo lado, andei rapidamente para saída, mas não antes de ver um pedaço do teto desabar, deixando minha mãe presa, do outro lado, fazendo com que Jennifer ficasse sem como ir para a saída do galpão. Parei e fiquei olhando para a cena, Apesar de tudo que ela fez, ainda era minha mãe, eu tentei voltar e ajudá-la, mas com todo o fogo era impossível, e em breve tudo ali iria explodir com a quantidade de gasolina que havia no local. Eu tossia pela fumaça que estava quase me impossibilitando de enxergar.

– Não seja tola menina, saia daqui. – Gritou minha mãe, mesmo receosa eu fiz o que ela mandou, corri e corri, mas o teto novamente desabou também me deixando presa.

– Aqui Lola. – Uma voz veio ao longe e reconheci ser Andrew, ele me puxou pela mão ate uma outra saída, mas uma silhueta passou por mim, e parei puxando também o vulto, seria minha mãe? Perguntei-me e logo depois vi Caroline entrando em um carro, e acelerando, arrancando porta a fora.

Tiros atingiam meus ouvidos, e sai rapidamente do galpão com Andrew me puxando. Pude visualizar apenas por breves segundos o carro onde Caroline estava, sendo perseguido pelas viaturas, antes de virar a esquina e sumir de vista.

Logo após o carro ter sumido, uma grande explosão se fez no local, me fazendo cair de joelhos chorando pela morte de minha mãe.

Pov. 3 pessoa

O carro de Caroline corria a quase oitenta milhas* por hora, os tiros dos policiais que a perseguiam tentavam a todo acertar seus pneus. Um tiro de sorte de algum policial ali acertou o pneu traseiro, fazendo o carro derrapar, e cair em um morro, dando cambalhotas, rolando ate chegar ao fim do local e explodir. Seria esse o fim de Caroline Hall?

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Pov. Lola

Tudo foi resolvido naquele trágico acidente que praticamente mudou minha vida.

Meu pai que só ficou sabendo há pouco tempo sobre tudo isso, veio morar em Nova York comigo. Andrew continua morando com o pai. Já a mãe dele, Melissa, morreu junto com Brian, que descobri ser meu verdadeiro pai, mas bom, eu realmente não fiquei triste com a morte dele, mal o conhecia! ACaroline morreu durante a perseguição, ela morreu na hora por um traumatismo craniano.

Meu estado de óbito foi mudado, agora novamente estou viva, claro que oficialmente. O dinheiro que estava com Caroline foi praticamente queimado, mas com algumas notas que sobraram, puderam analisar que eram falsas, minha mãe seria sempre a minha mãe.

Falando em Jennifer, apesar de não terem encontrado o corpo, seria impossível ficar viva depois daquela explosão, por isso, foi dada como morta. O enterro foi algo bem tumultuoso e virou noticia em todo o país, e até fora.

“A ex-mulher do grande empresário Alex Hall morreu, em uma explosão de um galpão abandonado, e a sua filha Caroline Hall também faleceu depois de uma perseguição perigosa com tiros, e por fim a filha considerada morta,está viva! foi um seqüestro da própria mãe, em um golpe perigoso para conseguir o dinheiro do seguro de vida de Lola Hall“.

Suspirei vendo a notícia no jornal, a qual um homem velho atrás do balcão do banco estava lendo-a. A fila do banco estava enorme, mas enfim consegui pegar o que minha mãe havia deixado para mim, quando pegou o dinheiro do seguro de vida.

Estava em uma sala separada das pessoas, a família Hall tinha influência, era o primeiro cliente do banco.

– Aqui está Lola. - Ryan me entregou um envelope branco com a caligrafia bonita de Jennifer, onde estava escrito meu nome.

“Querida filha:

Eu sei que nunca fui realmente a mãe ideal, e muito menos a mais carinhosa, mas não é por isso que não te amo. Você pode achar que eu sempre a quis morta, mas não acredite nisso, o plano sempre está sempre bem formulado, eu estou a dois passos a frente de qualquer outra pessoa, pois nunca há falhas comigo.

Eu sei bem que Brian é seu pai, mas não é pai, aquele que tem seu DNA, e sim aquele que conviveu, te criou e te amou, você é a princesa de Alex, então cuide bem dele, e não o deixe comer muita besteira, ou sal.

Nunca confie na Caroline, laços não são os de sangue e sim os de coração! Ela pode ser sua irmã, mas não pensara duas vezes antes de te trocar por uma boa quantia de dinheiro, mas lembre-se, é sempre bom ter um aliado por perto, e melhor ainda é ter o seu inimigo como companheiro. Caroline sempre some e apaga seus rastros, então não se engane se ela for considerada morta, assim como eu, já morri e renasci das cinzas muitas vezes, uma verdadeira Fênix, o que não é por menos já que é meu sobrenome de solteira, um sobrenome espanhol. E acharei uma honra se usar esse nome, já que realmente não é filha de Alex.

Com amor, mamãe!

P.S: Espere noticias minhas, por que cedo ou tarde eu renasço de minhas próprias cinzas e então virei te buscar.

Jennifer”

Lagrimas caíram dos meus olhos sem parar escorrendo pelo meu rosto, Jennifer seria sempre Jennifer, mas ela estava morta, não estava?

Sai da sala com o envelope em minhas mãos, olhando para o chão.

– Com licença. – Uma pessoa disse atrás de mim.

Era um cara com um sorriso lindo e amigável, ele aparentava ter apenas uns anos a mais que eu, era alto e loiro, seus olhos eram pretos brilhosos e intensos, tinha um corpo atlético, poderia notar-se seus músculos definidos. É, quem sabe o destino não me trás surpresas? Continuei encarando seus olhos, e meu celular tocou, o número era privado. Deixando o garoto esperando, atendi.

– Lola – Uma voz que eu conhecia bem soou do outro lado da linha, não era possível.

– Mãe?

Paris

3ª Pessoa:

– Eu reservei um quarto, é a cobertura. – A moça de longos cabelos loiros falou com um sotaque Alemão perfeito. Ela trajava uma roupa cara, com um casaco de pele em seus ombros, mas não possuía quase nenhuma mala, apenas uma pequena mala de viagem preta, bem comum.

– Desculpe senhora, mas como se atrasou um dia, a reserva foi cancelada. – A recepcionista falou para a moça, que a olhou com raiva.

– Não acredito, estava paga para um mês, não poderia esperar um dia? – A loira agora estava alterada, gritando com a mulher atrás do balcão, que possuía seus cabelos ruivos, e olhos azuis claros.

– A senhora pode ficar com outro quarto, e logo resolveremos seu problema, vou falar com o gerente.

– Certo. – Disse a loira assim que a ruiva passou uma chave a ela, de cabeça baixa ajeitando o vestido bonito de cetim que usava, a mulher de cabelos longos saiu andando, mas pela sua falta de atenção esbarrou em um homem alto, forte, de terno caro.

– Desculpe. – Ela disse com sua voz aveludada.

– Não há problema. – Ele falou sorrindo. – Charles Maclayne, dono desse hotel e muitos outros.

– Prazer Sr. Maclayne, sou Jennifer, Jennifer Fênix.

FIM

Agradeço a todos os comentários e recomendação:

Recomendações: AnaBeatrizSouza, Lonely Girl.

Comentários: laah2001, MrsHenderson, lgirlsclub, Letícia Fainello, CacáhTMJ, sayuri kokumai, Makenna,AnaBeatrizSouza, Sailor-Sun, Machadinho, Tamires, lurony-moon, Kah Kaulitz, Luana Nascimento, Sophie, Miillaa Clearwateer, Vaah, Song HaMi, YrisSG, Deza Black, Gaby_andre, gabiand, Bubi s.

Principalmente aqueles que acompanharam a história do começo ao fim, mas bom, já acabou, então, nós vemos na próxima.... e quem sabe com o Edu.... Da autora Cah ღ.

Foi muito praseroso estar aqui (a Lonely Girl vai entender kkkk), escrever com a Cah... e queria agradecer a todos que deixaram uma review, todos que votaram naquela época (não tão distante) da fic, todos que quiseram a continuação, que diziam que estavam se matando de curiosidade, enfim, TUDO!

E Annah, eu ia agradeçer no capítulo anterior, só que eu esqueci na hora ok? Não precisava jogar na cara! kkkkkkkkkkk, bubu.

Pra quem quiser saber (U.U), não vou dizer que não tenho planos pra outra fic.

Aliás tenho 3, uma fic normal (que eu ainda não pensei, e não escrevi), uma one-shot, (que eu pensei, mas não escrevi), e uma fic pervertida (que eu pensei, e escrevi U.U.), digam ai o tipo de fic que vocês querem!

Até a próxima fic!

Abraços! (Minha marca registrada, depois de "Amei o cap".)








Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.