O dia seguinte ao evento onde Kate fora tomada como refém, ela foi trabalhar normalmente, pois, amanheceu com disposição para seguir fazendo justiça, apesar de ter passado por uma situação muito difícil que a fez reviver um ano de torturas e sofrimentos físicos e emocionais.

ANTES DE KATE SAIR PARA TRABALHAR...

— Amor, você leva o Flynn novamente para a creche? – Castle perguntou enquanto preparavam juntos o café da manhã.

— Levo, Rick.

— Hoje eu tenho que ficar em casa, esquecer do mundo e me concentrar somente no livro, porque preciso cumprir o prazo que Gina me deu.

— Fique tranquilo que eu deixo o Fynn na creche. – Kate olhou o marido e percebeu um olhar preocupado dele, então resolveu tranquiliza-lo – E pode ficar tranquilo também, amor, que eu não vou sair em campo para cumprir diligência. Nunca mais vou descumprir uma promessa.

Castle foi até a bancada da pia onde Kate estava e a abraçou, olhando-a nos olhos – Espero que sim, Sra. Castle. Portanto, isso que a senhora me falou lá no quarto mais cedo, de que está disposta a trabalhar e a seguir fazendo justiça, quero acreditar que seja somente atrás da sua mesa de trabalho, porque já chega de sustos, não é? – Ele deu um selinho na esposa – Deixe que os seus detetives façam estas atividades externas.

— Pode deixar, Sr. Castle. O susto de ontem serviu para eu me conscientizar que eu tenho que parar de ser teimosa... Eu tenho que lembrar também que eu não sou imortal... – mesmo tensa, ela percebeu que ele piscou o olho para ela, como se estivesse duvidando – Ah, Rick, pode acreditar... Antes tarde do que nunca, não é? Sabe aquela frase popular... Uns aprendem pelo amor e outros pela dor? – Castle assentiu, fazendo um gesto afirmativo com a cabeça – Pois, é, eu aprendi dos dois modos... A dor, Castle, foi o susto que eu passsei ontem, onde revivi os momentos terríveis de um ano do sequestro. E você, Rick, representa o amor... que, mesmo eu quebrando uma promessa, mesmo eu sendo inconsequente, mesmo eu tendo feito a maior burrice do mundo e colocando a minha vida e do bebê em risco, você, como sempre, se mostrou incrível! Apesar de muito chateado, você se conteve e não se exaltou comigo. Você foi tão amoroso comigo, tão parceiro, tão amigo e agiu como sempre, como um homem maravilhoso que você é. Não é à toa que eu te amo, Rick.

— Ah, Kate, eu te amo mais do que tudo. Você é a alegria dos meus dias, principalmente depois que me deu dois presentes... O Flynn e esta bebezinha que está aqui dentro – ele fez um leve carinho na barriga protuberante da esposa.

— Rick, acretite... Nosso amor é puro e verdadeiro e nossa família é o que há de mais importante na minha vida.

..... ..... ..... ..... .....

O dia no Distrito estava calmo quando, no final da manhã, Kate recebeu uma ligação telefônica de sua comadre.

Assim que conferiu o identificador de chamadas e viu de quem se tratava, Kate exibiu um sorriso ao atender – Oi, Lanie, estou com saudades de você.

— Oi, amiga! Está tudo tão tranquilo por aqui... Estou te telefonando para propor almoçarmos juntas hoje... Isso se você não tiver um compromisso oficial.

— Não, Lanie, não tenho almoço oficial agendado para hoje. Graças a Deus! E adorei a ideia de almoçarmos juntas! Então, que tal aproveitar essa calmaria e sairmos para almoçar mais cedo, tipo agora?

— Agora? Sério? – Lanie consultou o relógio de pulso – São onze horas, amiga.

— Sim, Lanie, mas até descermos e irmos ao restaurante, fazermos os pedidos, aí já serão onze e meia...

— Ok, garota. Então te encontro na porta do prédio e vamos no seu carro.

NO RESTAURANTE...

Assim que chegaram fizeram os pedidos, pois não poderiam demorar, mesmo não tendo caso de homicídio em curso.

— Amiga, fico feliz por você estar viva, viu, e com a saúde perfeita... – Lanie comentou.

— Hey, Lanie, que conversa é essa? Sinto que vou ser repreendida... Parece aquela Lanie que vivia me dando reprimendas...

— Mas eu ainda sou esta Lanie, Kate, e faço isso quando você precisa ouvir broncas.

— Quer dizer que a minha amiga me chama para dar bronca, usando a desculpa do convite para almoçar, é isso, Lanie? – Kate simulou estar chateada.

Lanie riu do modo como Kate falou – Não, Kate, óvbio que o convite é para almoçar. Mas como eu fiquei alegre com o desfecho do caso de ontem, eu toquei no assunto e, como sou sua amiga queria saber como você está se sentindo depois de tudo que passou e, como também sou muito curiosa, queria saber como foi que você resolveu as coisas com o seu Escritor. Sim, porque o Javi me disse que ele estava uma pilha de nervos e tremia de tensão, pois não podia fazer nada enquanto te via em poder do criminoso com uma arma apontada ora para sua cabeça e ora para a sua barriga. – Lanie concluiu cheia de carinho pela amiga.

— Ah, Lanie, o Rick é o amor da minha vida e cada dia que passa ele se mostra mais e mais apaixonado por mim. – Kate declarou amorosa – Mas, não vou negar, a situação foi tensa ontem lá em casa... Aliás, desde o momento em que ele apareceu lá no local, assim que o criminoso estava sendo preso...

(...)

A refeição foi servida para as duas amigas e enquanto almoçavam, elas conversavam sobre o fato e Kate narrou toda a conversa que tivera com o marido, desde que entraram no carro até como terminaram a noite assistindo um filme de comédia romântica, sem deixar de contar, também, o momento de tensão e amor na banheira, pulando os detalhes íntimos.

— Uauuww!! Até que valeu a pena ser tão irresponsável, viu, amiga? Fazer sexo assim, eihm...

— Lanie!

— Ah, amiga, eu também já fiz sexo com o meu Javi em um momento de muita briga e confesso que foi maravilhoso também! Você acredica que ele...

Kate a interrompeu – Hey, do mesmo modo que eu não entrei em detalhes, amiga, eu também não quero saber dos detalhes entre você e o Espo...

— Pois eu amo detalhes, Kate... Pode contar, por favor...

— Não! – Lanie fez uma careta divertida e Kate prosseguiu contando sobre sua situação – Lanie, o Castle já tinha me feito prometer que eu não deveria sair mais em campo. O Esposito e o Ryan também tantaram me impedir, mas, você me conhece, né, eu sou teimosa... Só que desta vez foi uma teimosa, beirando a irracionalidade. Eu fui muito irresponsável, viu, Lanie.., foi uma burrice muito grande, eu sei, mas graças a Deus que tudo terminou bem e agora aquela Kate teimosa não existe mais. Chega de teimosia. Antes, quando eu agia assim, era eu contra eu mesma, o que já era muito errado, eu sei... Mas só que eu não sou mais sozinha. Eu tenho um marido, um filho lindo e outro na barriga... Eu tenho uma família linda que eu amo, Lanie, e tenho que pensar que minha família precisa de mim do mesmo modo que eu preciso dela. – Kate concluiu.

— Pelo menos você reconhece que foi irresponsável, amiga. Você sempre foi teimosa e sempre mergulhou de cabeça nos casos, arriscando a própria vida, mas agora, querida, como você mesma falou, você arriscou a vida do seu bebê também...

— A vida é feita de escolhas. Lanie, pelo meu bem e pelo bem da minha família eu tenho que repensar minhas próprias escolhas. Eu sei que eu fiz uma escolha infeliz. E o pior, é que, como um frágil muro de pedras de dominós, eu envolvi a todos com esta minha teimosia... E eu era a primeira pedrinha do dominó e fui empurrando a todos, um a um... O Esposito, por exemplo, se expôs ao tentar me salvar, pois, apesar de ser atirador de elite, ele poderia ter errado o tiro... Um simples vento mais forte poderia mudar o rumo do projétil e o tiro poderia ter me acertado e, ao invés de me salvar, ele poderia ter me matado... Na tensão do momento, ele fez esta escolha...

— Amiga, você falou tudo. O meu Javi falou isso mesmo... Sobre o vento... Ele chorou muito ontem lá em casa. Ele me disse que foi um dos momentos mais tensos da carreira dele na delegacia. Ele disse que se concentrou unicamente no tiro que ia dar, pois nada poderia chamar a atenção dele. Nem mesmo uma mosquinha... Ele prendeu a respiração na hora de atirar no criminoso e pediu a Deus para não errar e para você não se mecher, porque seria fatal.

— A primeira coisa que eu fiz quando cheguei ao distrito, Lanie, foi procurar o Espo e agradecer a ele por ter salvo a minha vida. Agradeci a ele ao Ryan, pois os dois são maravilhosos e eu os amo. Eles chamaram o Castle...

— Eu sei de tudo. – Lanie a interrompeu – Que tal mudarmos de assunto, eihm, amiga, e falarmos sobre os nossos filhos lindos e maravilhosos e também sobre esta coisinha linda que em breve estará nos seus braços...

— Lanie, você e o Javi não pensam em ter outro bebê?

— Ah, sim, Kate, na próxima encarnação.

As duas riram e continuavam conversavam sobre os filhos enquanto se deliciavam com a sobremesa.

..... ..... ..... ..... .....

O tempo passava e o amor, a verdade e a harmonia continuava sendo prioridade na família Castle.

— Mamãe, sua barriga está bem grandona! – Flynn comentou.

Já com três aninhos, Flynn brincava com a mãe sobre o tapete do quarto dele em uma bela manhã de quarta-feira.

Kate estava na quadragésima semana de gravidez e por ter acordado indisposta, achou mais prudente não ir trabalhar. Preferiu ficar em casa, em segurança, curtindo o Flynn.

Ajoelhado em frente à Kate, o garotinho tocava a barriga da mãe por cima da blusa – Você se lembra, querido, quem é que está aqui dentro da barriga da sua mamãe? – Kate questinou em tom animado.

— É a minha irmãzinha, né, mamãe? – O garoto acariciava a enorme barriga da mãe.

— É, meu amorzinho, é a sua irmãzinha.

O menino aplaudiu porque acertara.

A cada dia que passava ele demonstrava estar completamente adaptado, mais feliz e mais amoroso com todos.

— E como é o nome da sua irmãzinha, eihm, meu amor? Você se lembra?

— O nome da minha irmãzinha é Lizzie, mamãe...

O garoto estava ajoelhado diante de Kate e já acariciava a barriga volumosa dela quando se jogou sobre a mãe de um modo um pouco brusco, por conta da sua inocência, e isso causou uma certa preocupação em Kate já que acordara indisposta e com pontadas no pé da barriga. Mas ela não falou nada com o filho, muito menos o repreendeu ou o afastou, por receio de assustar o garoto, pois ele poderia interpretar de forma equivocada.

Neste momento tenso, Kate foi surpreendida por um abraço apertado do filho – Eu te amo, mamãe... Do tamanho do mundo! – O garoto, usou a perna de Kate como escada e apertou o pescoço de Kate em um abraço apertado e deu um beijo na face dela.

Aquele gesto a emocionou e seus olhos marejaram – Eu também te amo, meu lindo! Você é o meu príncipe e o grande amor da minha vida! – Kate o beijou pelo rosto todo e ele gargalhava de felicidade diante de tanto beijo recebido.

— Se eu sou o seu príncipe, mamãe, o papai é o que, eihm?

— Ah, filho, o seu pai é o Rei da minha vida e...

— E a Lizzie? – Ele interrompeu a mãe para continuar o questionamento.

— A Lizzie é a minha princesinha! – Kate respondeu sorridente.

— A Lizzie também pode ser a minha princesinha, mãe, e eu posso ser o príncipe dela?

— Claro que sim, meu amor! A Lizzie será a princesa desta casa. Do mesmo modo que você é o príncipe desta casa, é o meu príncipe, o príncipe do seu pai, da Lexi, do seu vô Jim e da sua vó Martha. E a Lizzie será a princesa de todos também.

Kate foi mais uma vez surpreendida quando o lindo menino, com a espontaneidade própria de qualquer criança inocente, levantou a blusa da mãe para tocar diretamente na pele da barriga e passou a dar um monte de beijos e a conversar com a bebê – Oi, Lizzie, eu sou o prínicipe e você é a princesa, viu? E eu te amo! Você também me ama? Eu vou querer brincar com você, viu? Eu vou deixar você brincar com meus brinquedos... Lizzie!? Lizzie!? Lizzie!? – Flynn olhou curioso para a mãe – Ela está dormindo agora, é mamãe?

— Meu amorzinho, eu e o seu pai já te dissemos que a Lizzie ainda não fala e...

— Ela é do tamanho do Lucca, é, mãe?

— A Lizzie ainda é ainda menor do que o Lucca, meu amor... Porque o Lucca já dorme no bercinho dele lá na casa da sua tia Alice e do seu tio Nick, enquanto a Lizzie ainda fica na barriga da mamãe.

— É eu vi... – o garoto ficou meditando – Eu vi o Lucca no berço... A tia Alice carrega o Lucca nos braços dela, igual ao tio Nick e você só carrega a Lizze dentro da sua barriga...

— Isso mesmo, filho... Eu carrego a Lizzie somene dentro da minha barriga e ela ainda não pode falar com a gente.

— Eu sei, mamãe, mas o papai disse que já que a Lizzie não fala, ela se mexe para conversar com a gente... E ela não está se mexendo... Será que ela está dormindo?

Ainda com a blusa levantada pelo filho, Kate desabotoou-a o suficiente para expor o ventre volumoso – Eu acho que sim, meu anjo. Acho que a sua irmãzinha está dormindo.

Justamente naquele momento, Lizzie se mexeu e tanto Kate quanto Flynn perceberam.

Kate já estava acostumada, mas o menino ficou muito animado – Mamãe, mamãe, mamãe! A Lizzie acordou! Eu vi. – Flynn pegava nos lugares onde a barriga de Kate estava se movimentando. Ele mantinha os olhos atentos.

— Eu acho que a Lizzie gostou de ouvir a sua voz, filho.

— É, mãe? Ela gosta de mim?

— Ah, sim, eu e seu pai já te dissemos isso... A sua irmãzinha te ama. Eu e o seu pai também te amamos, filho. A Alexis, o vovô Jim e a vovô Martha também amam você.

(...)

Continuaram conversando sobre o bebê e sobre todo o amor envolvendo a família até que Kate sentiu uma dor aguda e suou frio. Temendo assustar o Flynn, Kate disfarçou a dor. Ela se deitou no tapete e se apoiou nas almofadas e ficou a respirar fundo e tentando ao máximo não demonstrar seu desconforto para o filho.

Flynn, ativo como nunca, se afastou para brincar com seus brinquedos, e não parava de brincar e a todo momento vinha tocar na barriga da mãe e aproveitou para fazer da barriga e das pernas da mãe, uma pista para seus carrinhos coloridos.

Passado algum tempo, nova dor aguda e, apesar de ainda faltarem duas semanas para o parto, Kate não teve dúvida que eram contrações.

— Meu amor, pega o celular da mamãe, por favor. – Kate pediu ao filho, assim que a segunda contração cessou, apontando para o aparelho que se encontrava sobre a cama do garoto.

Kate ia passar mensagens via o WhatsApp, mas preferiu telefonar e falar pessoalmente com o marido. Não colocou o aparelho no modo viva-voz para não assustar o filho.

— Oi, amor! Ficou com saudades, foi? – Castle brincou.

— Foi... Aaai! – Kate gemeu baixinho para o filho não ouvir – Você me falou que iria à Editora para uma reunião... Você está aonde neste exato momento, Castle? Aaaii!

— Estou na tal reunião com a Gina e com a Paula para decidir sobre... – Castle interrompeu o que falava, pois notou que algo estava estranho com a esposa – Kate, estou notando sua voz um pouco tensa. Foi imaginação minha ou eu ouvi gemidos de dor? Tudo bem com você, amor?

Flynn brincava no outro lado do quarto e não ouvia a conversa da mãe.

— Amor, estou tendo contrações... Mas estou aqui em casa no quarto do Flynn... Aaaii! – Outra contração e nova pausa – Se eu o tivesse enviado para a creche eu iria para a maternidade agora...

— Nem pense nisso, amorzinho. – Ele a alertou de forma carinhosa.

— Gina, vamos interromper a reunião... a Kate está tendo contrações. – Kate ouviu a voz do marido falar com sua editora

— Ah, Rick, boa sorte para vocês! Que o bebê venha lindo, maravilhoso e cheio de saúde igual ao pai. – Kate ouviu com nitidez a voz estridente de Gina e ficou irritada, mas logo ouviu o marido responder um pouco abafado, talvez porque ele tivesse afastado o telefone da boca

— Ah, não, Gina, se a minha filha nascer com um décimo da beleza e da inteligência da mãe, ela vai ser a segunda mulher mais linda e mais inteligente do mundo... Porque a primeira, claro, é a Kate.

— E se eu estivesse com um décimo da dor que eu estou, eu iria aí agora e dava um tiro nesta mulher, Castle. – Kate estava irritada – Adoraria que o seu celular estivesse no modo viva-voz para esta vaca ouvir o que eu falei.

— Não, querida, não está no modo viva-voz. – Castle tentava acalmar a situação.

— Castle, cadê você que ainda não chegou! – Kate perguntou irritada ao ouvir os passos do marido ecoando no chão de mármore do local onde ele estava.

— Estou descendo as escadas correndo... – dava para ouvir os passos dele nos degraus da escada – Não aguentei esperar o elevador. Daqui a pouco eu chego e fique calma, amor.

Impaciente e irritada, Kate desligou o celular e a vontade era jogá-lo contra a parede, mas não faria isso, até porque, tinha que ter um telefone para fazer contato com o marido.

Ela detestava Gina e achou inadmissível e inoportuno aquele comentário dela. Pelo menos o Castle não se calara... ele reagira. Se ele não o tivesse feito... Melhor não pensar nesta hipótese – ela refletiu.

Kate passou a pensar somente em coisas boas e respirava fundo a fim de se acalmar. Aquele era um momento mágico e sua filha estava para nascer.

Depois de uma nova contração Kate telefonou para sua obstetra e narrou o que estava acontecendo e foi aconselhada a ficar tranquila, no entanto, pediu para que Kate fosse vê-la.

— Ah, Kate, antes que eu esqueça de te falar... – A obstetra salientou – Não vá para a minha clínica, porque hoje eu estou de plantão na maternidade. Venha até aqui e na recepção você avisa que veio para me ver... Eu vou avisar ao pessoal da recepção que estou te esperando. – A médica a alertou.

Sentindo-se mais tranquila com a informação da sua médica e aprovendo o intervalo das contrações, Kate telefonou para sua sogra e depois de resumir o que estava acontecendo, perguntou se ela tinha compromisso para aquela noite.

— Não, criança, eu não tenho compromisso, mas mesmo se tivesse, filha, eu cancelaria, pois vocês são a minha vida, ainda mais você assim, tendo contrações.

— Martha, o Rick está vindo me levar para ver a minha médica. Ela disse que a Lizzie não deve nascer hoje, mas mesmo assim ela quer me ver e fazer exames.

— Katherine, e o Flynn? Você me disse que não o mandou para a creche...

— Isso, Martha. Eu quero saber se você quer que a gente leve o Flynn para ficar com vocês ou você prefere ficar aqui no loft com ele...

— Querida, eu e seu pai vamos para a casa de vocês. Muito mais fácil para nós todos. Eu peço que você fique tranquila, meu amor.

— Obrigada, Martha, você é um amor! Então vamos esperar vocês.

— Eu vou agora sozinha e seu pai vai somente à noite porque ele tem várias audiências no Fórum. Daqui a pouco eu chego aí. Um beijo, querida.

A ligação foi desfeita.

— Meu amorzinho, venha assistir um filminho no quarto da mamãe porque eu preciso tomar banho. – Kate levou o Flynn porque não achava seguro deixa-lo sozinho no andar superior, já que ele era muito traquinas.

Aproveitando a ausência das contrações, Kate tomou um banho rápido para não deixar o filho sozinho por muito tempo, se arrumou com um lindo vestido verde no exato tom dos seus olhos e quando já estava terminando os últimos traços da maquiagem, ela ouviu a voz do marido conversando com o filho, mas logo ele foi ao encontro dela.

— Uaauuww!! Você está deslumbrante, Kate! – Castle parou ao lado dela no exato momento em que ela terminava de guardar o delineador preto na bolsinha de maquiagem. – Como estão as contrações, amor? Agora você está bem? O que a médica te disse? – Ele disparou nas perguntas, visivelmente preocupado com a saúde da esposa.

Kate contou a conversa que tivera com a médica, sem ocultar nenhum detelhe e também os planos para deixar o Flynn no loft com os avós.

Castle ficou satisfeito com todas as notícias.

— Não sei como eu suporto ver você trabalhando com aquela vaca há tanto tempo. – Kate desabafou.

— Uaaauuwww! – Castle assustou-se com o tom de raiva que Kate imprimiu na voz ao se referir à Gina. Óbvio que ele sabia que a “vaca” era a Gina – Meu amor, eu já te falei que eu só continuo na Editora dela porque ela é a melhor.

— Eu odeio aquela vadia e ela é pirracenta. Ela sabia que você estava conversando comigo e fez questão de falar alto para que eu pudesse ouví-la. E o pior é que ela sabe que eu estou perto da hora de parir e ainda fala aquilo.

— Sério, Kate? – Castle a trouxe para um abraço revigorante e deu um selinho – Você vai entrar na sintonia negativa dela? Não acredito, amor. – Kate torceu a boca demonstrando que ele estava certo – Ela é uma mulher amarga, Kate. Só isso! Vamos nos concentrar em nós, nosso amor, nossa paixão, nosso romance, nossos filhos, nossa família linda que formamos.

Abraçada ao marido, Kate aceitou o sábio conselho dele – Ah, Rick! Eu te amo tanto!

— Eu também te amo, Kate e em breve teremos nos nossos braços mais um bebezinho lindo que fizemos com amor. É o que sabemos fazer de melhor. Amor! – Ele deu um selinho nela e um beijo no pescoço, logo abaixo da orelha esquerda da esposa. – E vamos mudar de assunto e de sintonia, meu amor, para a nossa Lizzie captar somente sentimentos benéficos, principalmente neste momento de contrações em que ela deve estar tensa...

Ambos ouviram o som de porta se abrindo e a voz melodiosa de Martha que cantarolava o nome do neto – Flyyyynn! A vovó chegoooou! – Ela era loucamente apaixonada pelo neto.

— Mamãe! Papai! Mamãe! Papai! A vovó chegou! Mamãe! – A linda voz do Flynn se fez ouvir. Ele adorava a vó e ficou em êxtase ao ouvir a voz dela.

Kate e Rick foram ver o filho e acharam lindo ele agir assim com a avó. Ele pulava de alegria e assim que Rick destrancou a porta do quarto, ele logo saiu em disparada a procura de Martha.

— Vovó! Vovó! Vovó! – Ele corria seguido dos pais e quando a vó e o neto se encontraram, a alegre senhora se agachou para carrega-lo e assim que o teve nos braços, ela o apertou forte e ele também apertava o pescoço dela, a ponto de quase sufoca-la, a sorte é que amor não mata, muito pelo contrário, amor é vida. Era uma cena linda de se ver.

Como de costume, ela o instigava a conversar e ele passou a contar as coisas da creche, das brincadeiras, dos filminhos que assistia e contou também a conversa que tivera logo cedo com Kate acerca da sua irmãzinha que ainda estava na barriga da mãe.

— Mamãe, eu e a Kate já vamos para o consultório da médica... – Castle avisou a Martha.

— Vão, crianças! Qualquer novidade, telefonem, ok? – Martha piscou o olho para o jovem casal e depositou um beijo na face de cada um. – Vão tranquilos porque estou aqui com este lindo príncipe.

Quando estavam próximos à porta da rua Martha os chamou – Richard, não estou vendo maletas para a Katherine e para a Lizzie.

— Ah, Martha, só vamos para uma consulta...

— Katherine, ouça a voz de uma senhora “que já assistiu mais da metade do filme”... Leve as duas malas, querida, pois algo me diz que ganharei uma netinha esta madrugada.

Kate enviou um olhar intenso para o marido – Pelo sim, pelo não, acho melhor fazer o que a sua mãe recomendou, amor. – A moça olhou com carinho intenso para a sogra – Faremos isso, Martha. Obrigada pela dica.

— Muito bem, Katherine. Obrigada por me ouvir, querida.

— Será mesmo necessário? – Castle ainda duvidava que o bebê nascesse naquela data – Estou achando exagero...

— Amor, melhor levar e não usar, do que não levar e ficar precisando... Certo? – Ele fez que “sim” com a cabeça – Ainda bem que as malas já estão prontas, Eu arrumei tudo na semana passada. Então, amor, vá lá no nosso closet e pegue-as. Você vai ver logo... A minha é de tamanho médio. A da nossa filhinha é uma cor de rosa, e tem também uma terceira, um pouco menor que a minha, só que nela só coloquei coisas de seu uso pessoal e roupas... Sim, porque você vai ficar comigo... – Kate indicou o local exato e ele foi pegar, voltando logo em seguida.

O casal se despediu da duplinha neto e avó e partiram.

..... ..... ..... ..... .....

No consultório, após um exame minucioso, a médica obstetra constatou que Kate iniciara o trabalho de parto e que seria imprudente Kate retornar para casa, determinando, assim, sua imediata internação naquela maternidade.

— Então... – completamente ansioso, Castle olhou para a esposa – Então a Lizzie vai nascer hoje?

— Não, Sr. Castle, a sua bebezinha não deve necessariamente nascer hoje. – A médica esclareceu – A bebê poderá nascer durante a madrugada, mas ela está bem e não está sentindo dor, os batimentos cardíacos estão perfeitos... Ela apenas quer sair e conhecer vocês... – a médica sorriu para os papais – Está tudo dentro do esperado e em breve o cheirinho fofo de um bebê vai perfumar a casa de vocês.

Imediatamente o Castle corrigiu seu próprio tom de voz amedrontado, passando a ficar entusiasmado, pois seu papel, como marido, era animar sua esposa – Mas como a gravidez foi perfeita, o parto vai ser maravilhoso, não é, Doutora? – Castle apertou firme a mão de Kate.

— Ah, sim, Sr. Castle. Pelo exame que fiz agora e pelo histórico da Kate, o parto tem tudo para ser maravilhoso.

Por mais que isso fosse previsível, aquela situação era tensa e Kate segurou forte a mão do marido aceitando seu apoio – Sim, Doutora. Sim. – Kate sorria feliz, mas por dentro estava assustada.

.... .... .... .... ....

Devidamente instalada na maternidade, Kate se sentia ótima e por volta das vinte e uma horas as contrações deram uma trégua.

Castle comunicou o fato para as enfermeiras, mas elas disseram que a paciente estava monitorada. Comunicaram ainda que tanto Kate quanto o bebê estavam bem e que o casal poderia ficar tranquilo.

Esta informação foi o bastante para Kate conseguir dormir, mas o mesmo não aconteceu com o Castle, pois ele estava assustadíssimo. Contudo, após algum tempo, percebendo que Kate estava realmente bem, ele relaxou, o sono e o cansaço lhe venceram e ele também dormiu, sendo despertado um pouco depois de uma hora da manhã com gemidos de dor de Kate.

— As contrações retornaram, Castle. – Suas feições eram de dor, mas era tudo dentro do esperado e que ela já conhecia.

Ela não gritava nem fazia barulho, apenas comprimia os lábios, fechava os olhos e apertava os lençóis nas mãos e os nós dos seus dedos ficavam brancos.

As contrações continuaram conforme previsto e as enfermeiras cronometravam, sob os olhares atentos e preocupados do Castle que também anotava mentalmente o tempo de cada uma delas até que faltando vinte minutos para às duas horas da manhã as contrações ficaram mais próximas.

Desde o início da gestação, Kate havia pedido parto natural e a médica achou ótima esta escolha.

A dilatação chegou no ponto desejado e chegara, enfim, o momento do parto e tudo acontecia conforme o esperado. Tudo corria bem. Toda a equipe de médicos e enfermeiros davam a assistência devida à parturiente, com seus equipamentos e medicamentos. O hospital era o melhor da cidade.

Castle não se afastava de Kate e ficou o tempo todo dando apoio e confortando a esposa dentro do possível e rezava para não falar nada errado, pois ela estava muito nervosa. Tudo que não queria era aborrecê-la.

Kate não gritava tampouco fazia escândalo, mas sentia dores.

A médica dava orientações para ela expulsar o bebê. Ela fazia força, mas estava difícil.

— Força, amor!... Ela já vai nascer... – ele beijava a testa da esposa e apertava com carinho a mão dela na tentativa de encorajá-la, enquanto ela suava e sofria. – Força!

— Castle! – Kate falou ríspida como marido – Você nunca mais vai encostar em mim, está entendendo? Nunca mais! Eu tinha esquecido completamente como isso dói. – Ela passou a gemer de dor, pois as contrações e todo o processo do parto natural chegaram a um ponto culminante e a dor estava intensa.

Castle não se incomodou com o modo como Kate falara com ele, pois tinha certeza que era por conta da dor e assim que passasse, tudo voltaria a ser com sempre foi, somente amor, felicidade e harmonia.

Por sorte, o sofrimento de Kate não perdurou, pois, exatamente às duas horas da manhã, Elizabeth Houghton Beckett Rodgers Castle chegou ao mundo com quarenta e nove centímetros e pesando três quilos e meio.

A médica levantou a bebezinha pelos pés e após um chorinho de praxe, uma rápida análise e cuidados rotineiros, colocou a garotinha sobre o colo de Kate e anuncia a chegada do bebê – Hey, mamãe e papai, vocês acabaram de ganhar uma linda menininha...

Kate lacrimejava – Ela é saudável, Doutora?

— Completamente saudável! Ela é perfeita!

O coração de Kate e Rick ficaram em festa, pois a filha deles nascera com saúde perfeita e era a coisinha mais linda do mundo.

— Oh, amor, veja como ela é linda! – Chorando de emoção, Kate falava toda amorosa com o marido, ou seja, com outro tom completamente diferente do que usara anteriormente.

— Ela é linda, Kate! Olha os dedinhos... – Castle chorava – Os pezinhos, o narizinho... Obrigada por ter me dado ela, meu amor!

— Obrigada a você também, amor! – Kate murmurou emocionada, enquanto acariciava a penugem que ornava a linda cabeça da filha.

Passados alguns segundos, uma enfermeira sorridente se aproximou de Kate e de Castle – Já viram a filhinha de vocês, agora a médica pediatra neonatal precisa continuar fazendo o restante dos procedimentos necessários indispensáveis. Mas saibam que são exames de praxe, nada fora do normal, até porque ela está maravilhosa. – Avisou a enfermeira.

No entanto, antes mesmo de retirar Lizzie dos braços da mãe, a enfermeira colocou no pulso direito da bebezinha uma pulseirinha de identificação onde constava o nome de Kate e o registro do prontuário médico.

Ao ver a cena, Kate demonstrou preocupação – Isso não vai machucar o bracinho da minha filha?

— Ah, não, Sra. Castle. – A enfermeira respondeu de imediato – É de um material delicado, veja.... – A moça passou a mão e Kate fez o mesmo e então ficou tranquila – Esta pulseira é idêntica à sua, Sra. Castle, inclusive a cor. Veja que ela tem as bordas e as extremidades arredondadas para oferecer maior segurança e comodidade tanto para o bebê quanto para a mamãe, só que na dela, além dos dados acerca do prontuário e do nome da senhora, constam também o dia e o horário do nascimento dela.

Kate sorriu em agradecimento pela explicação – É isso mesmo... Quando o meu primeiro filho nasceu também colocaram pulseirinha nele. Obrigada pela atenção, enfermeira.

— Ah, não tem do que. É um prazer explicar essas coisas. Bem, agora, vou levar esta mocinha para a médica fazer os exames de praxe. – A enfermeira comentou alegremente, retirando a bebê dos braços da mãe.

Todas as investigações médicas e os exames feitos pela pediatra neonatal foram um sucesso. Lizzie Castle era mesmo perfeita.

..... ..... ..... ..... .....

Como o parto foi excelente e sem complicações, Kate foi logo liberada pela equipe da obstetrícia e, em menos de uma hora ela estava novamente instalada de modo confortável no quarto e as Auxiliares a ajudaram no banho e depois a se arrumar.

O quarto era espaçoso, muito bem equipado e havia um amplo banheiro contíguo.

Apesar de cansada, Kate estava ansiosa para ver a filha, então, ao invés de se deitar, ela se encontrava recostada nos travesseiros da confortável cama hospitalar, cujo encosto ela pedira para o marido deixar elevado.

Kate reparou que o mobiliário era aparentemente novo, inclusive o bercinho próprio para recém-nascido ao lado da cama.

Castle ajeitou os lençóis sobre sua esposa, cobrindo-lhe até os quadris, fazendo-lhe um carinho doce no rosto – Amor, você é linda! Você está linda! Eu te amo e hoje você me fez o homem mais feliz do mundo. Nunca imaginei que seria tão incrível.

— Você não esteve no momento em que a Alexis nasceu? – Ela perguntou curiosa, já temendo a resposta.

— Ah... – ele se sentou na cama ao lado da esposa, pegou-lhe a mão direita e, olhando-a nos olhos, torceu a boca em sinal de chateação e tristeza – Sem querer fazer dramalhão, vou apenas resumir... A Meredith não permitiu que eu presenciasse o parto... Eu não vi a Alexis nascer. Eu só vi a minha filha quando a levaram para o berçário, então eu ficava com ela o tempo todo, inclusive era eu quem a amamentava com leite de doadoras.

— Meu Deus! A Meredith teve problemas no parto?

— Ah, não... É que a Meredith disse que não iria amamentar... Aquela mulher entende tudo de forma deturpada, Kate. Segundo ela, a amamentação estraga com a boa forma da mãe e que os seios caem... Ela é uma doida! A médica explicou tudo acerca dos mitos e verdades da amamentação, mas não teve jeito. Ela procurou na internet um medicamento para não ter leite... Ela é uma louca!!! Ela disse também que não queria choro de criança no pé do ouvido dela nem no hospital nem em casa. Então, a Alexis não mamou no peito nem foi para o quarto da Meredith porque ela não deixou.

— Ainda bem que você viu que a Meredith não prestava e se divorciou dela. Ainda bem também que você teve amor de sobra para criar a Alexis. – Kate enviou ao marido um olhara amoroso.

— Graças a Deus! Ainda bem também que eu te encontrei e você é completamente diferente dela em todos os sentidos. – Castle se debruçou sobre a esposa e deu um selinho nos lábios dela e outro na testa dela, em sinal de amor e carinho.

— Castle, cadê a nossa filha? Eu quero vê-la. A médica disse que está tudo bem com ela... Eu também estou bem... – Kate olhou para o bercinho vazio e se emocionou – A nossa Lizzie tem que ficar aqui no quarto, amor, eu quero ficar olhando para ela.

Castle afastou-se um pouco – Eu também quero ver a nossa filha. Eu vou procurar a Enfermeira Chefe do andar e perguntar quando a nossa Lizzie vai chegar.

— Alguém aqui está procurando uma princesa chamada Elizabeth Castle? – A porta do quarto foi delicadamente aberta por uma enfermeira sorridente que carregava um pacotinho de lençóis cor de rosa de onde se via apenas o rostinho de uma linda bebezinha.

— Oh, meu Deus!

— Ah, que sonho!

Kate e Castle ficaram muito felizes com a chegada da enfermeira que trazia a filha deles.

— Boa tarde! – A moça continuava gentil – Oi, papai, oi, mamãe! – A moça fez voz de bebê, mas, muito eduada, logo voltou a usar sua voz normal – Bem, eu sou a Chefe das Enfermeiras deste andar e eu sou a feliz portadora da notícia de que a princesinha Elizabeth nasceu com a saúde perfeita e não vai precisar ficar no Berçário. Ela está com a saúde nota dez e ficará aqui com a mamãe que também está com a saúde perfeita. – A moça olhou para o Castle – e com o papai.

— Que notícia maravilhosa, Enfermeira! – Castle anunciou.

— Bem, eu vim trazer a princesa Elizabeth e também vim dar todas as orientações necessárias de como cuidar desta mocinha. – Ela olhou para bebê – Mesmo que vocês já tenham outros filhos, a norma deste hospital é explicar tudo com detalhes...

— Já temos... – Kate tentou explicar, mas foi interrompida pelo marido.

— Já temos dois filhos, uma moça, que já é advogada e outro com três aninhos. – Castle completou.

— Ah, então já sabem tudo, mas tudo bem... Vou explicar mesmo assim, ok?...

(...)

A enfermeira detalhou os cuidados de como colocar o bebê para amamentar, os horários de intervalo, colocar para arrotar, como fazer a higiene do bebê, inclusive as precauções acerca do cordão umbilical e algumas outras precauções e ia mostrando passo a passo, às vezes, utilizando o bebê real como modelo. Lizzie era muito boazinha e não chorou nem reclamou – Entenderam?

— Ah, sim. Foi bom ouvir isso... Você explicou tudo direitinho. Obrigada – Kate agradeceu.

— Ah, não seja por isso. Que bom que vocês gostaram da explicação. Mas mesmo assim, o hospital presenteia todas as mamães com um lindo álbum para fotografias, sendo que as primeiras delas nós tiramos na sala de parto e já encartamos no álbum. – A enfermeira mostrou as primeiras fotografias da bebê. A primeira fotografia foi no momento em que a obstetra a segurava pelos tornozelos. A segunda, era a Kate ainda deitada com o Rick do lado e ao centro, sobre o peito dela, estava Lizzie, enrolada em uma mantinha, segundos após o parto. A terceira foto foi durante os exames tradicionais que a médica neonatal fazia. A quarta, foi tomando o primeiro banho ainda na sala do parto e a quinta, sendo preparada para conhecer os pais.

O sorriso de felicidade e emoção dos pais era algo marcante.

— Nossa Senhora! Que presente lindo! – Kate agradeceu emocionada.

— As primeiras folhas do álbum equivalem a um boletim do primeiro ano da filha de vocês. As primeiras informações nós já colocamos, como por exemplo, o peso e a altura ao nascimento e outros dados médicos. Mas deixamos o nome, filiação e árvore genealógica para vocês preencherem. E os demais dados vocês irão preenchendo com o passar dos dias, das semanas e dos meses até completar um ano. Em cada uma das folhas deste boletim ilustrativo, também tem todas estas orientações que eu falei assim que eu cheguei. Tudo ilustrado e explicado de forma lúdica. Bem, eu já vou, mas qualquer dúvida ou qualquer necessidade, não hesitem em nos chamar. É só apertar aquele botão que uma enfermeira vem atender vocês.

A moça partiu.

..... ..... ..... ..... .....

Após a saída da enfermeira, Castle segurava Lizzie nos braços enquanto Kate ajeitava o bercinho do hospital para receber a bebezinha.

Após acomodada no seu leito especial, demorou um pouco e ela fez um sonzinho de que ia chorar e logo Kate entendeu que ela estava com fome. Segundo a orientação da enfermeira, a mesma usada com o Flynn, Kate colocou Lizzie para mamar e a bebê depois de alguns segundos, não só aceitou o bico do seio, mas também conseguiu sugar o leite, a princípio fraca e inexperiente, mas depois, o instinto e a fome falaram mais alto e a garota se alimentou.

..... ..... ..... ..... .....

Martha e Jim foram conhecer a netinha no horário padrão de visitas do hospital e levaram Alexis e o pequeno Flynn com eles.

Os adultos ficaram encantados com a bebezinha e falavam coisas amorosas e muitos elogios.

Jim adorou a nova netinha e ficou encantado com sua beleza – Kate, ela é linda! Deus! Como ela se parece com você quando era uma bebezinha. Que amor!

Martha concordou com o marido – Ah, Katherine, ela é muito linda! Um amorzinho! Parece muito com você mesmo, querida.

— Papai, Kate... Meu Deus do céu! Que coisinha mais linda é essa minha irmãzinha! Estou apaixonada! – Alexis estava nas nuvens.

Já com o Flynn a coisa não fluiu assim tão fácil como Kate e Castle imaginavam. Além do “- Oi, Papai!”, “- Oi, mamãe!” e da troca de beijos e abraços no momento do reencontro, o garoto era só olhares atravessados para a irmãzinha.

Ele andava de um lado para o outro do quarto e olhava cada detalhe de tudo que encontrava e ficou muito tempo parado junto ao bercinho da bebê. Flynn parecia um fiscal de observação e não dava um sorriso sequer.

Nenhum dos adultos se pronunciou acerca do silêncio do garoto, mesmo porque Kate e Castle combinaram anteriormente que, por mais que, na teoria, ele tivesse sido preparado para a chegada da irmãzinha, a realidade talvez o atingisse de modo impactante.

Castle trocou olhares preocupados com a esposa acerca do Flynn e, fugindo do combinado ele sondou o filho – E aí, filhão! Gostou de conhecer sua irmãzinha?

Não se ouvia nem mesmo a respiração das pessoas do quarto, tanta era a ansiedade pela resposta do garoto que fez uma expressão de menosprezo ao olhar para a bebezinha – Hummmm! – Flynn fez um bico e torceu a boca – Ela é muito feia, muito pequena e nem abre os olhos... Só fica dormindo... Ela deve ser muito chatinha...

— Ah, meu querido... – Kate tentou explicar – É porque sua irmãzinha está com sono e está dormindo. Quando todo mundo dorme, os olhos ficam fechados mesmo.

Flynn continuou encostado ao lado do bercinho da bebê e, com testa franzida, ficou calado apreciando a irmã e pôs a mão no queixo, em sinal de observação.

Sentada e recostada nos travesseiros da sua cama, Kate piscou para o marido e sorriu para o filho – Hey, meu amorzinho, senta aqui com a mamãe, senta. Mamãe está com saudade de você e do seu abraço. – Kate olhou sedutoramente para o seu menininho.

Flynn abriu um sorriso e estendeu os bracinhos para a mãe e rapidamente o Castle o colocou sentado junto de Kate.

Assim que se viu sentado na cama junto da mãe, o menino foi sozinho para o colo dela, mas o Castle logo a acudiu, tirando o menino que estava sentado na barriga dela e, com jeitinho, o colocou do lado, segurando-o para que ele não retornasse ao colo da mãe. Mesmo assim ele se ajoelhou e encheu a mãe de beijos e abraços.

— Quanto beijo e quanto abraço gostoso, meu Deus! Que maravilha! Adoro seus beijos, meu príncipe. – Kate fez uma exagerada cara de contente e o menino adorou – Meu amorzinho, olhe novamente para sua irmãzinha, e veja como ela é linda. – Kate falou com o filho com muito carinho.

— Ela é feinha mesmo, mamãe... E muito pequenininha. – O menino torceu a boca, com desdém, ao afirmar sem nenhuma intenção de ofender.

— Filho... – Kate falou carinhosa –, ela tinha que ser pequeninha, meu amor... Ela nasceu hoje, querido... Quando você nasceu, você também era assim, pequenininho. Você era uma delícia de bebezinho bem pequeno, do tamanho da sua irmãzinha.

— Sério!? – Ele fez uma engraçada expressão de surpresa igual ao pai.

— É, meu amor, quando nós chegarmos em casa eu vou te mostrar uma fotografia sua no dia em que você nasceu... Flynn, querido, sua irmãzinha tinha que nascer assim deste tamanho para caber dentro da barriga da mamãe... Lembra que você viu a barriga da mamãe bem grande?

Ele fez um movimento de forma afirmativa com a cabeça.

— Pois é, meu amor, a Lyzzie estava dentro da barriga... Você lembra que...

— Ah, mamãe... – Flynn a interrompeu sem maldade – Eu me lembro que hoje de manhã, lá em casa, ela se mexeu na sua barriga. – Ele estava feliz por se lembrar.

— Muito bem, filho, você se lembrou. – Kate comemorou e o menino se sentiu feliz

— E você parecia muito com ela, filho. – Castle completou, pois vira fotografias do filho que Kate lhe mostrara.

— Eu era tão feio assim!? – Ele arregalou os olhos e abriu a boca em sinal de que estava pasmo.

— Mas sua irmãzinha não é feia, meu amor. Ela é linda e você também era. – Kate afirmou.

— O papai disse que eu sou Bonitão, igual a ele, mamãe. – Flynn afirmou.

— Ah, tá! – Kate sorriu para o marido, para o pai, para a sogra e a enteada – É, filho, seu pai é Bonitão e você também é.

— Papai, um pouco de modéstia não faz mal a ninguém... – Alexis comentou e riu muito da cara de sapeca que o pai fez, em comparação com a expressão divertida que a avó e Kate fizeram.

Sentindo-se recriminado pela esposa, pela filha e pela mãe, mesmo que de forma divertida, Castle protestou – Ah, gente... Eu não vou mentir para o meu filho, não é?

— Mamãe, e a Lexis, eihm, quando ela saiu da sua barriga, ela também era pequenininha e feinha assim, era? – Flynn estava curioso.

Aquela pergunta deixou a todos sem palavras.

Como aquele não era o momento certo para dar grandes explicações, até porque o Flynn era muito pequeno para entender a situação, Kate se pronunciou de forma bem simples – Meu amor, quando a Lexis nasceu, ela era igualmente pequenininha e também era tão linda da mesma forma que você e a Lizzie.

Ao ouvir aquela explicação, Alexis se levantou e foi até Kate e a abraçou forte e deu um beijo bem amoroso na face dela – Eu te amo, viu, e saiba que eu me sentiria orgulhosa se isso que o Flynn falou fosse realidade, mesmo sabendo que você não tem idade para ser minha mãe biológica. Mas o que importa é que você mora no meu coração e o seu coração, Kate, tem espaço para mim, para o Flynn e para a Lizzie. – Alexis confessou emocionada, comovendo todos os presentes.

— Oh, querida, eu também te amo e o meu coração realmente cabem vocês três. – Kate confessou.

Naquele instante, Lizzie fez um pequeno ruído, sinalizando um chorinho que, ao que tudo indicava, deveria ser de fome.

O chorinho da bebezinha chamou a atenção de Flynn que arregalou os olhos – Hey, a Lizzie está chorando! – Ele ficou boquiaberto sem entender – Por que ela está chorando, eihm, mamãe?

— Meu amor, ela deve estar com fome.

— Se ela quiser, mãe, eu deixo ela comer do meu cereal, viu? – Ele olhou para Kate e depois para o bercinho – Você quer leite com cereais, Lizzie? – Flynn perguntou para a irmãzinha.

Todos riram felizes, principalmente porque o ciúme já estava diminuindo.

— Sua irmãzinha quer, sim, Flynn, obrigada... Mas como não trouxemos cereais, ela vai tomar leite puro. – Castle contornou a situação – Mas eu acho que ela ainda não gosta de cerais, filho...

— Mas é uma delícia, Lizzie. Experimente que você vai ver. – Flynn explicou para a bebê.

— Mas é que ela não tem dentes para mastigar os cereais, meu amor. – Alexis explicou.

— Ih, que chato isso... Além de pequena, feia e de ficar de olhos fechados e dormindo o tempo todo, ela ainda é banguela. – O menino fez cara de tédio.

Martha foi ao encontro da netinha no bercinho – Venha para a vovó, venha, Elizabeth. – Martha a pegou com todo o carinho do mundo e a entregou para sua nora – Toma este tesouro, Katherine. – Kate rapidamente afastou a parte frontal da sua camisola e encaixou a boquinha da bebê no bico do seu seio, sob o olhar atento do Flynn.

— Porque ela está mordendo o seu peito, mamãe?

Falando bem baixinho, quase sussurrando, para não assustar Lizzie, Kate explicou – É porque o peito da mamãe está cheio de leite para bebês.

— É gostoso?

— Bote o seu dedinho aqui no outro peito da mamãe... – o garoto colocou e Kate espremeu um pouquinho e molhou o dedo do menino e ele o colocou na boca e fez uma careta, sinal de que não tinha gostado.

— É horrível! – Flynn fez cara de nojo ao comentar e logo mudou de assunto — Mamãe, porque a vovó chamou a Lizzie de Elizabeth, eihm?

Percebendo que havia muito barulho no momento da amamentação, que interfere e muito este momento tão sublime, Castle retirou o filho da cama e o levou para o sofá – Vem filho que o papai explica isso para você. Bem, do mesmo modo que o nome da mamãe é Katherine, mas muitos a chamam carinhosamente de Kate; do mesmo modo que o meu nome é Richard e muitos me chamam de Rick; do mesmo modo muitos chamam a Alexis delicadamente de Lexis, a sua irmãzinha se chama Elizabeth, mas nós a chamamos carinhosamente de Lizzie. Entendeu, Flynn?

— Ah, sim, entendi.

..... ..... ..... ..... .....

Martha estava com o Flynn no colo e o enchia de carinho e beijos. Ela se encontrava sentada no sofá entre o marido e o filho.

Alexis estava ao lado de Kate e conversavam com ela baixinho sobre a bebezinha.

Terminado o horário da visita estipulado pelo hospital e ainda sentados no confortável sofá, os avós chamaram Alexis e Flynn e anunciaram que já iriam embora para casa.

— E o papai e a mamãe, eihm, vovó? – O Flynn perguntou confuso. O garoto olhou para o pai e para a mãe – Vamos, papai... Vamos, mamãe.

— Ah, meu amor, o seu papai e a sua mamãe não vão para casa conosco. – Martha explicou com carinho ao netinho, dando um monte de beijinhos no rosto do garoto.

E foi neste momento que Flynn começou a tremer o queixo, emocionado, e saiu do colo da avó e se jogou nos braços do pai. Ele não fez birra, ele apenas não estava acostumado a ficar sem os pais – Eu não quero ir, papai. Eu quero ficar com você e com a mamãe.

— Hey, filho! – Castle tentou reverter o quadro, animando o garoto – Você vai para casa com a sua vó para tomar conta dela e da Lexi, garotão!

— Não precisa, papai, o meu vô toma conta da minha vó e da Lexi e eu fico aqui com você e com a mamãe e com essa menininha feia. – Ele já chorava, agarrado ao pescoço do pai.

— Mas você adora a sua avó, o seu avô e a Lexi, meu filho. – Castle continuava tentando remediar a situação.

— Mas porque vocês não vão para casa também, eihm? – Flynn folgou um pouco o abraço e olhou para o pai e para a mãe, aguardando uma resposta.

Cauteloso, Castle tentava encontrar as palavras certas - Meu amorzinho, é porque a sua mamãe está tomando remédio do hospital e também porque temos que ficar aqui por causa da sua irmãzinha que é muito pequenininha e só pode ir para casa amanhã.

— Vocês vão embora, é? Vocês não gostam mais de mim e agora só gostam desta bebezinha feia, sem dente e que só fica dormindo – ele chorava com sentimento e até soluçava – Deixa essa menina feia aqui e vamos comigo para casa.

Concluída a amamentação, Kate passou Lizzie para os braços de Alexis que cuidava da bebezinha e dos detalhes próprios pós amamentação.

Com cuidado, Kate desceu da cama e se sentou no sofá ao lado do marido. Assim que a Kate se sentou do lado deles, o menino se jogou para o colo da mãe e continuou chorando – Mamãe, eu quero dormir com você. Eu não quero que você fique com essa bebê feia. Você tem que ficar comigo e você pode tomar o remédio lá em casa. Eu não quero que vocês vão embora.

Aquela cena estava acabando com o coração de Kate e de Castle, mas ambos se controlavam para não chorar..

Kate pegou com carinho o rostinho do filho, passou os dedos para secar as lágrimas que continuavam caindo daqueles olhos azuis – Meu príncipe! A mamãe e o papai não vão embora. Nós te amamos muito e você faz parte da nossa vida, meu amor. Eu e o seu pai não podemos ir para casa com você hoje, porque eu e a Lizzie temos que tomar remédio que não tem lá em casa. O remédio é para eu ficar forte e só tem aqui no hospital e o papai vai ficar aqui comigo porque o papai é que toma conta da mamãe. E amanhã, meu amorzinho, eu e a sua irmãzinha já estaremos fortes e poderemos dormir na nossa casa com o seu pai e com você.

— Mas eu posso ficar aqui também para tomar conta de você, mamãe.

— Mas meu amor, se você ficar aqui, quem é que vai tomar conta da Lexi, eihm?

— O meu vô! – Flynn tinha resposta para tudo.

— Não, meu príncipe, o seu vô vai tomar conta da sua vó e você toma conta da Lexi, porque você é muito forte e já está crescendo e daqui uns dias vai ficar grandão igual ao seu pai. A Alexis adora quando você cuida dela.

Flynn olhou na direção da Alexis e ficou meio pensativo – Você adora que eu cuide de você, é Lexi? – Ele já estava quase sem chorar e estava se sentindo mais fortalecido.

Alexis pôs a Lizzie no bercinho dando graças a Deus que ela não acordou naquele momento, muito menos com o barulho do choro do Flynn.

A ruiva se afastou do bercinho e foi até o irmão – Claro que eu adoro quando você cuida de mim, meu amorzinho! Você é o príncipe lá de casa e eu te amo e adoro quando você fica comigo assistindo filminhos de desenho animado. Só você sabe fazer isso comigo. E a gente pode ficar lá na sala fazendo isso, que tal, eihm? A gente faz pipoca e depois vamos assistir desenhos.

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— E você pode fazer brigadeiro de colher também, Lexi? Pipoca e brigadeiro?

Kate fez uma cara de desagrado, porque seria muito doce e ele era muito pequeno..., mas naquelas circunstâncias valia tudo. Abriria uma exceção. Sem que o filho percebesse, ela olhou para a enteada e deu a permissão e a garota entendeu.

— Claro, meu amor! Mas é só hoje, está certo? Hoje comeremos brigadeiro de colher e assistiremos muitos filminhos de desenho animado comendo pipoca. – Alexis tentava animar o irmãozinho e conseguiu, pois, ele deu um riso de felicidade.

O Flynn já não chorava – Então eu vou tomar conta da Lexi, viu, mamãe? E vou comer muito brigadeiro de colher, vamos assistir filminhos e comer pipoca. – Ele deu um abraço apertado na mãe e no pai e estes o apertaram nos braços e o encheram de beijos.

— Te amo, filho! – Kate declarou toda derretida, fazendo um esforço muito grande para não chorar.

Com o mesmo esforço da esposa, Castle se despediu do filho – O papai também te ama, filhão!

Assim que todos saíram, Castle abraçou a esposa que começara a chorar

— Hey, Kate! Não fique assim, meu amor.

— Mas esta é a primeira vez que eu vou dormir longe dele desde que nos reencontramos, amor. Será que ele pensa que nós o abandonamos?

— Nem pense nisso, amor... Nós explicamos tudo a ele, dentro do que ele está apto para processar na mente de três aninhos. Ele entendeu que nós o amamos e que amanhã estaremos juntos novamente.

Kate se abrigava no abraço amoroso do marido – É verdade, amor. Você está certo. É que eu estou sensível.

— Você é humana, meu amor. Hoje foi um dia de múltiplas emoções para nós dois... Para a nossa família, mas para você foi mais intenso, porque hoje de manhã você estava grávida, passou por um parto natural, sentiu muitas dores e agora, o bebê que estava na sua barriga está ali, no bercinho. Muitas mudanças e para completar, o nosso filhinho não vai dormir conosco. Mas sabemos que ele estará muito bem assistido com pessoas que o amam muito... Os avós e a irmã mais velha que já é uma mulher com idade de ser mãe dele.

— Você é um amor, Rick, e eu te amo! – Ela já não chorava.

— Eu sei que sou um amor... – ele riu e a fez rir, pois este sempre fora o seu objetivo – Mas é porque eu te amo.

— Amor, eu vou telefonar para a Alexis... Vou pedir para ela botar o Flynn para dormir com ela no quarto dela e vou dizer ainda para ela que quando ele estiver dormindo completamente, ela coloque fralda descartável nele, porque a psicóloga dele disse que se ele sentir ciúmes da Lizzie, é capaz de ele ficar assustado e fazer xixi à noite. Você lembra que ela nos falou isso? Tanto que eu comprei um pacote de fraldas extragrande para ele. E a cena de ciúmes que ele fez aqui, amor, foi de cortar meu coração.

— O meu também, Kate. Então, você liga para a Alexis ou quer que eu fale com ela?

— Eu telefono. – Kate anunciou.

Kate telefonou para a enteada e conversou abertamente com a ruivinha que aceitou de imediato a proposta. Ela disse que iria distraí-lo o bastante e quanto à fralda, tudo também ficou acertado.

Assim que a ligação se desfez, ela pediu ao marido para pegar a filha porque iria amamenta-la e assim ele fez, só que antes de amamentá-la a enfermeira chegou ao quarto e se ofereceu para fotografar o casal segurando a bebezinha.

Continua...