Fuga | Drabble

dia 9 | Mas até quando?


No corredor, Edward observava o quadro dos mil rostos.

Isabella Marie?

— Nome de solteira.

— Que obra linda...

— Obrigada. Falta técnica. James deixou ficar pela minha memória afetiva, mas odeia.

— Tem muita personalidade, talvez seja por isso — Não consegui contradizê-lo. — Tem outros?

— Tinha, na casa dos meus pais. Sumiram.

— Podia pintar novos.

Ele amaciava o sofrimento. Ralentava o tempo em tardes solares.

Apesar disso, à noite, a porta da frente começava a bater um pouco mais forte. Um pressentimento atro atormentava-me.

Fiz-me diminuta, perfeita – corpo, lar. Não dei motivos a James. Por ora, apenas sua língua me feria.

Mas até quando?