Fuga | Drabble

dia 26 | Saudades, docinho...


O desespero tomou conta dos dias.

Fomos à Tucson ver a casa vendida como paraíso; Inóspita. Decadente. Reclusa.

Minha pergunta simples ficou sem resposta: o que está acontecendo?

Ele sabia que eu sabia.

Na aula de terça, Edward implorou: “Meus pais estão em Chicago, pegamos um trem na madrugada. Vamos!”.

Sentia-me rasgada ao meio. Não haveria saída pacífica.

Suando como maloio, James chegou numa madrugada. Abraçou-me por trás, a mão sob minha saia.

— Saudades, docinho...

Engoli o fel. O vômito.

Agradar para barganhar seria meu último recurso. Último sacrifício.

Deixei.

Sob minhas pálpebras, eram as mãos do meu pianista.