Fuga | Drabble
dia 20 | Seria nossa ruína
Cheguei carregando meu álibi, sacolas de mercado. James e um homem estavam numa diatribe murmurada na varanda.
Pararam imediatamente.
— Onde estava? — Inquiriu.
— Fazendo compras, eu—
— Está bem, vá logo, estou faminto.
Abaixei a cabeça, saindo. O olhar do homem gelou-me.
James botara no mundo mil crianças desde o início da carreira, conhecia o corpo das minhas vizinhas – algumas até sem luvas, certamente.
Sua aura impressionava, cativava. Ele era a perfeição das minhas fantasias tolas de menina interiorana.
Sempre fora querido pela comunidade. Visitas e telefonemas eram constantes, não preocupavam-me.
Mas esta, em especial, eu soube de pronto: seria nossa ruína.
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