dia 18 | Cidadão de bem

Não esperei acordada.

Pela manhã, James tomava suas pilulas e café à mesa como um cidadão de bem.

— Gostei das panquecas hoje — beijou minha cabeça. — Volto às nove. Se um tal de Laurent ligar, desligue imediatamente, entendeu?

— Por quê?

— É um doutorzinho. Perdeu pacientes pra mim, agora fica barrindo como doido.

Assisti seu carro sumir no horizonte de peito apertado, desconfiada. Curiosíssima. Aguardar pelo telefonema em casa, porém, enlouqueceria-me.

Das loucuras, decidi pela mais doce.

— Você voltou! — Edward abriu a porta, incrédulo como eu.

— Não conseguiria não voltar.

O batom vermelho que passei no trem lambuzou-se em dois segundos.