Estavam com a ideia de ficarem todos juntos, mas avistaram cachorros errantes ultrapassando os outros errantes. Eles eram bem piores dos cachorros que encontraram da última vez, dessa vez os cachorros eram maiores e com aparência mais forte. No momento em que os cachorros avançaram o medo tomou conta de Kátia e ela correu pra um dos corredores do lugar, desviando do curso que seu grupo tomava. Um dos cachorros a seguiu ganhando mais velocidade que os outros.

John correu atrás de Kátia e matou um o cachorro que a seguia com o gancho, mas quando se viraram pra voltar, mais sete cachorros estavam rosnando alguns metros de distância deles. Afinal, os cachorros sempre andavam em bandos.

Não havia mais nenhum cachorro onde Jake e os outros estavam correndo, mas, os errantes estavam se aproximando com passos rápidos, Emily preparou a besta e atirou em um deles, mas Annie gritou que não era possível matar todos eles antes que chegassem até nós, então se viraram e correram em direção ao corredor onde John correu, mas antes de chegarem lá perceberam que os errantes estavam perto demais do corredor tapando a entrada.

Se viraram pro corredor espelhado a aquele, porém ele também estava sendo coberto, então correram pras escadas rolantes.

Annie acabou tropeçando e caindo. Um dos errante a alcançou, Jake estava próximo a ela então desceu os três degraus da escada que tinha subido e bateu na cabeça do errante que tentava mordê-la.

Jake apoiou o braço dela nas costas e gritou pra que eles fossem à frente.

Emily sem pensar preparou uma flecha, mas sua irmã gritou com lágrima nos olhos.

–Alice, leve-a daqui.

Sem pensar duas vezes Alice pegou o pulso de Emily e correu, Caio as seguiu.

Annie tirou o braço das costas de Jake e preparou o arco, preparou uma flecha e atirou em um dos errantes.

Jake tirou um dos dois machados que carregava e o lançou-o fazendo girar até a lâmina perfurar a testa de outro errante.

– Sorte de principiante. - Resmungou Annie.

Jake sorriu e deu alguns passos pra frente, pegou o machado sujo e quando ia lança-lo novamente Annie pegou a mão dele

–Vamos logo!

Ele assentiu e andou com ela rapidamente até as escadas. Subiram até a metade da escada sem olhar pra trás, mas um dos errantes puxou Jake pelos cabelos pra baixo, quando ele estava caindo Annie segurou sua mão, teve que usar muita força pra firmar o pé no chão, e seu tornozelo doeu mais do que nunca.

Puxou-o gritando de dor, Jake estava com um machado na mão, quando restabeleceu equilíbrio, usou-o pra decepar o errante que havia puxado seus cabelos. Vários outros errantes tentava subir a escada, derrubando uns aos outros.

Jake e Annie se apressaram, mas o garoto percebeu que a Annie não conseguia mais andar devido à imensa dor, colocou-a no colo como um bebê. A loira tentou para-lo, mas ele já estava correndo pra longe dos errantes.

Quando estavam distantes o suficiente ele a soltou deixando-a cair no chão.

–Ai! – Ela disse enquanto levantava. – Porque me derrubou assim?

–Você é muito pesada. – Ele respondeu sorrindo.

Ela deu um sono na barriga dele ignorando a situação em que se encontravam.

–Eles deviam estar esperando aqui, aqui é longe o suficiente dos... - antes que Jake terminar-se de falar viu mais dos errantes correndo em direção a ele, se virou pra correr em direção oposta, mas os errantes que vieram da escada rolante corriam em direção a ele. Estavam cercados.

Jake perfurou a cabeça de um dos errantes e chutou outro, percebeu que abrira uma brecha então ele e Annie passaram ignorando os errantes das laterais.

Começaram a correr, olharam para os lados e em cada uma das passagens tinha pelo menos cinco errantes, além dos que tentavam persegui-los.

–Final de semana aqui é foda né? – Comentou Jake.

–Para de brincar seu idiota!

Os dois correram em frente passando pela praça de alimentação, procurando desesperadamente algum lugar para escapar.

–Ali! – Gritou a loira apontando para escada rolante.

–Isso vai dar em onde? – Jake perguntou correndo na direção da escada.

Annie balançou a cabeça negativamente e eles subiram a escada as pressas. O local era a bilheteria, estavam em um cinema. Jake olhou pra baixo e percebeu que vários errantes ainda tentavam acompanha-los e já estavam subindo as escadas.

Os dois corram para a direita, pulando um pequeno muro e entrando em uma das salas de cinema. O local era iluminado por luzes de emergência, o que facilitou muito as coisas. Fecharam a porta e ficaram pressionando-a com o corpo.

Jake olhou para Annie e sorriu sentindo uma gota de suor escorrer em seu rosto.

–Será que os outros estão bem? – Indagou a garota.

–Eles sabem se cuidar.

Antes que pudessem continuar a conversa ouviram alguém xingando de modo bastante conhecido. Annie mostrou um sorriso nervoso e Jake gargalhou.

–Aqui! – Ele gritou. – John aqui! - Porém o jovem não respondeu.

–---x----

Emily Caio e Alice correu sendo obrigados a deixar Annie e Jake sozinhos no momento em que se separaram. Alice segurava o pulso da pequena arqueira com força, puxando-a para correrem.

Emily finalmente consegue se soltar dela e se aproximou do pequeno muro de vidro avistando de longe sua irmã e Jake escapando, com um suspiro de alívio ela se virou.

Junto a Alice e Caio ela viu cerca de dez errantes subindo uma escada rolante com as cabeças voltadas para eles três, sem pensar duas vezes os três correm deixando o lugar.

Enquanto percorriam o shopping, viram a loja de roupas com a porta aberta então adentraram na loja. Como não havia energia não se preocuparam com qualquer alarme que pudesse ser acionado. Quando entraram Caio tropeçou em algumas roupas que estavam no chão, soltando um grunhido de dor que fez mover pelo menos sete cabeças dos errantes que haviam quase despistado.

Alice colocou a mão no rosto lamentando a ação dele e Emily preparou uma flecha o mais rápido que conseguiu, mas Alice colocou a mão sobre a arma a abaixando. Confusa Emily olhou para ela procurando algum motivo pra que não atirasse, mas percebeu que conversas só iria piorar tudo no momento e decidiu não atirar. Caio se levantou e correu abaixado em direção a um dos corredores da loja.

Alice e Emily o seguiram tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Caio se agachou atrás de um dos montes de roupas sobre cabides. Ofegante limpou o suor da testa e notou que Emily e Alice agacharam-se um pouco ao lado dele.

–Por que não me deixou atirar? – Sussurrou Emily com raiva.

–Já viu quantos deles estão lá fora? – Respondeu Alice impaciente.

–Kátia estava certa, devem ter nos seguido noite passada quando fugimos de carro pra cá. – Comentou Caio.

Emily inclinou-se um pouco para o lado, e com apenas um dos olhos conseguiu ver alguns pés vindo em direção a eles.

–Eles estão aqui. – Comentou Emily fazendo Caio preparar o taco de baseball. E Alice desembainhou a faca de caça.

–---x----

Depois que John e Kátia correram em um corredor desconhecido, todas as lojas estavam fechadas por lá, não havia banheiros e nem portas de emergência no local. Por sorte no final do corredor do shopping se encontrava uma porta de vidro.

John chocou o gancho com a porta fazendo-a quebrar em vários pedaços, protegeu seu rosto, mas parte de seu braço foi ferido, atravessou a porta e encontrou um lugar totalmente escuro.

–Mas que porra! - Pigarreou o loiro olhando pra Kátia.

A morena apalpou os bolsos sua mochila e tirou uma lanterna. Ligou o aparelho e bateu de leve fazendo a luz ficar mais forte. Pegou a única mão de John e começou a correr em direção ao escuro.

Havia uma escada pouco a frente, então eles subiram apressadamente.

–Não era melhor darmos a volta? – Ele perguntou de maneira paciente.

–E enfrentar aquilo? – Ela resmungou.

O loiro assentiu. Kátia soltou um grito de susto no momento em que virou a lanterna para uma das portas do corredor. De lá saiu Annie e Jake tapando os olhos por causa da luz.

–Pessoal – Disse Kátia com os olhos brilhando.

–Tira isso da minha cara. – Comentou a loira.

–Ei, ainda não estamos salvos. – John falou olhando para o breu.

Jake apertou o machado no momento em que ouviu cachorros latindo.

–Desligue isso. – Sussurrou.

Kátia entendeu a mensagem e desligou nervosa.

–Onde é a saída? – Perguntou Annie em um tom baixíssimo.

–Já sabem onde estamos. – Disse John. – Vamos voltar pra onde vocês estavam.

–Lá é má ideia só iriam nos cercar.

Os cachorros latiram em direção a eles e começaram e foi possível ouvir suas patas batendo na cerâmica que preenchia o corredor.

–Li... Liga de novo! – Gritou Jake nervoso.

Kátia pigarreou tentando fazer a lanterna funcionar, quando finalmente ligou viram uma das criaturas pulando em direção à luz. Ou seja, em direção a Kátia.

John agiu, chutando o animal pela lateral e fazendo-o cair em baixo de um dos orelhões do lugar. Jake pegou a lanterna e a jogou com força em direção ao animal.

Virou-se para correr e olhou para os seus amigos, todos eles entenderam a mensagem, correndo cegamente em direção ao escuro. No final do corredor, com as pupilas dilatadas pelo breu, conseguiram visualizar uma porta vermelha, imaginaram ser uma porta de emergência e a abriram.

O vento quente percorreu pelo rosto dos quatro, estavam no estacionamento do último andar do shopping. Aliviados, fecharam a porta.

–---x----

Caio se levantou e pegou um monte de roupa do chão no momento em que o errante começou a correr em direção a ele com um pequeno sorriso formado.

–Pensa rápido! – Ele gritou jogando as roupas no roso do errante risonho.

A criatura continuou correndo cegamente com as mãos agitadas e Caio bateu forte com o bastão de baseball na cabeça dele.

Alice soltou uma risada e tapou a boca no momento que viu Emily séria. Estreitou os olhos em direção à pequena e ela acabou sorrindo.

–Divirta-se. – A jovem falou.

O sorriso de Emily cresceu e ela apoiou a besta em uma mesa mirando no primeiro alvo. Caio continuou batendo na cabeça das criaturas.

–Tem algo errado! – Ele comentou. – Não tinham tantos nos seguindo.

–É melhor saímos daqui. – Emily respondeu séria.

Uma onda de errantes parecia estar sendo atraídas, invadindo a loja em busca de carne viva.

–Porta dos fundos. – Sugeriu Alice.

–Não tem isso na loja! – Respondeu Caio acertando a cabeça de um dos errantes. Poças de sangue estavam sendo espalhadas pelo lugar sujando roupas e o chão.

Um deles se aproximou de Alice e ela fincou a faca no olho do errante, forçando a lâmina até ferir o cérebro.

–Vamos correr! - Os três gritaram juntos.

Caio foi pela direita da loja, atraindo grande parte das criaturas. Dessa vez saltou as pilhas de roupas espalhadas pelo chão. Emily aproveitou a chance e foi pelo meio. Alice a seguiu com sucesso.

Quando os três passaram pela última onda de errantes procuraram algum lugar salvo Emily se apoiou na grade próxima a uma escada rolante e olhou o primeiro andar.

Estava totalmente tomado pelas criaturas. Algumas tentavam subir a escada, outras batiam sua cabeça em algum lugar, e algumas gritavam de modo agudo. A vitrine das lojas estava manchada de sangue, lixeiras reviradas e bancos derrubados. A fonte de água que havia no primeiro andar ganhou uma coloração avermelhada.

Emily deu passos pra trás assustada e Alice pegou sua mão correndo pra longe do local. Caio as seguiu. Os errantes entortavam suas cabeças quando eles passavam por perto e começavam a caminhar na mesma direção.

–Emi! Aqui em cima! – Gritou Annie de algum lugar. Emily desesperadamente procurou pela voz, quando achou acenou para a irmã.

Annie e Caio estava gritando para que eles subissem, estava no térreo do prédio usado como estacionamento, acima da sala de cinemas. Era possível chegar lá pela escada rolante, então os três começaram a subi-las manualmente sem olhar para trás.

Foi realmente cansativo, Emily já estava implorando para que chegassem logo. Quando chegaram à última escada rolante estavam gritando por vivas.

Quando chegaram na metade da escada Emily sentiu algo puxando-a para trás, assustada perdeu o equilíbrio e caiu até o fim da escada. Caio e Alice que estavam na frente chegou ao fim, quando olharam para trás arregalaram os olhos.

Emily se levantou do chão e confusa olhou para trás vendo a garota. Uma errante, muito próxima da idade de Emily puxava sua camisa com força.

A errante tinha um olhar triste, uma mordida no pescoço. Atrás dela outros errantes vinham correndo.

Annie desesperadamente pegava uma flecha na aljava.

A errante colocou a mão no rosto de Emily, e deslizou a mão como se estivesse sentindo sua pele. Uma lágrima escorreu do rosto da pequena, antes que pudesse agir uma espécie de dardo pontudo perfurou a testa da errante.

Piper tinha aparecido, atrás de Annie.

–Desculpa a demora. – Ela comentou soltando um risinho.

–De onde diabos você surgiu?! – Perguntou Kátia.

–O estacionamento tem rampas.

Annie rapidamente acertou alguns errantes que tentava chegar a Emily com o seu arco. John desceu as escadas e segurou à pequena no colo, ela se debateu irritada, gritando para que a soltasse. John só a soltou quando estavam no estacionamento novamente. Kátia fechou a porta de vidro.

–Isso não é justo com ela! – Berrou Emily caindo no chão de joelhos. –Não é justo.

–Não é justo com ninguém pequena. – Jake falou colocando a mão na cabeça dela.

Emily levantou a cabeça e olhou pra Jake. Formando um sorriso.

–Vamos ter que nos mudar de novo? – Ela perguntou.

Caio ajeitou o boné, e percebeu que alguns do grupo sorriam. Sem jeito sorriu junto. Piper olhou confusa pra eles por um momento e gargalhou. Annie e Alice sorriram por último, de um modo discreto.

–Vamos ter que limpar esse lugar por semanas. – Ele disse destemido.

–Sim, sim amo limpar. – Emily respondeu animada.

–Quê? Desde quando? – Perguntou Annie gargalhando.

Jake pegou um machado e levantou animado, Annie levantou o arco hesitante.

Caio levantou o bastão de baseball, Kátia levantou uma de suas espadas, John levantou o gancho, Piper levantou um de seus dardos e Alice tirou de algum lugar de sua roupa sua chave de grifo levantando-a. Por último Emily levantou sua besta com as duas mãos animada.

O grupo de jovens realmente conseguiu limpar o lugar, se livrando de todos os errantes do local e transformando aquilo na casa deles.

O jovem Jake teve sua vida cotidiana tomada por um impasse, então ele simplesmente passou por cima.

A teoria de Pablo dizia que cada humano tem seu mundo, os outros são apenas zumbis.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.