Fucking Deads

Chega de ficar calado


Sala D 7ª série

–Alunos a aula já vai começar, sentem-se e abram na página 110, não esqueçam que na 2º guerra mundial Hitler queria se vingar dos países que humilharam a Alemanha. – Dizia a linda professora de História, Camile, uma mulher de um corpo lindo, loira de olhos azuis.

–Ainda sonho com o dia em que vou ver a professora de biquíni. – Dizia um dos garotos no fundo da sala, fazendo seu grupo de amigos concordarem.

A sala estava com poucas pessoas. Entre os alunos da sala Karine se destacava. Uma garota de baixa estatura, pálida de olhos castanhos, seus cabelos tinham um preto brilhante, com partes pintadas de vermelho forte. A delicada garota é bailarina, e diferente dos outros parecia estar prestando atenção na aula aos olhos da professora, mas estava ouvindo musica com um fone escondido pelo cabelo.

Durante a aula, ouve gritarias vindas do lado de fora fazendo a professora dizer várias coisas do tipo ''essas crianças gritam demais'', ''o intervalo só atrapalha as aulas''.

–Professora, posso mijar? - Disse um cara lá de trás.

–Pegue o cartão antes de sair, e não use esse tipo de linguagem casual comigo, mereço respeito. – Enquanto a professora dizia isso o garoto já estava saindo, quando ele abriu a porta uma aluna o derrubou, o garoto soltou um grito de susto e dor.

–Professora, evacuação imediatamente! – Uma jovem garota dizia isso, enquanto saía de cima do garoto. – A escola está sendo evacuada, algo está acontecendo! Rápido!

A professora escondeu um sorriso, enquanto todos começavam a rir e a aplaudir. Nem os alunos e nem ninguém levaram a pobre garota a sério. A garota se chama Alice, uma das estudantes da outra sala da 7ª serie, Alice possui os cabelos castanhos mais lindos do colégio, ondulados e macios, olhos pretos, e sempre andava com um colar de um trevo de quatro folhas.

–Nossa Alice, você está cada vez melhor no teatro, mas não devia ficar atrapalhando a minha aula com isso! Isso foi errado. – A professora começou a tagalerar como sempre fazia. A cada palavra Alice ficava mais irritada, a garota estava tensa, cansada e suada. Não queria de maneira alguma ouvir mais advertências vinda dos professores.

Rapidamente Alice estendeu a mão em direção à professora, fazendo-a parar de falar.

–Fique em silêncio. – A garota disse sem tirar os olhos da professora. – Karine!

A bailarina deu um salto da cadeira, assustada com o grito, ouve um breve momento de silêncio.

–Venha comigo, vamos sair daqui, antes que tudo piore.

Karine se levantou e correu até a amiga, Alice pegou o braço de Karine e disse:

–Antes de morrer lembre-se de confessar a todos que seus peitos são de silicone.

A professora arregalou os olhos, colocando uma das mãos em seus seios, não podia acreditar no que estava acontecendo. Todos ficaram com a mesma afeição que a professora e as duas amigas deixaram a sala sem olhar para trás.

Sala C 8ª série

–Professor faça algo!

–Calados! – O professor disse ainda sem mover um músculo.

Jake e Jorge levantaram rapidamente, Jorge olhou pela janela o segundo prédio. A situação estava mesmo um caos, alunos corriam desesperadamente pelos corredores, batendo nas portas fechadas e pedindo por socorro. No fim do corredor, onde batia sombra, era possível ver um amontoado de pessoas.

Era difícil diferenciar aquelas coisas dos outros alunos antes de as ver mordendo e rasgando as pessoas ainda vivas. Fome era predominante, fazendo os comerem rápido como se fossem perder a comida a qualquer momento.

Havia muito sangue no pátio e em muitas salas, era possível ver claramente: uma sala estudando, e ao lado uma sala onde todos se matavam. Pessoas gritando desesperadamente, quebrando, sujando os vidros da janela e as paredes.

–Jake, acho que vamos para casa mais cedo. – Disse o ruivo, dando um sorriso torto e mostrando sinais de que estava transpirando muito.

Os alunos começaram a correr para o canto das paredes, Jake andou em direção a porta, ficar ali não ajudaria em nada.

–Onde pensa que vai? – Disse o professor lambendo os lábios, ele estava diferente, de uma forma louca. Tremia os dedos, e agitava as mãos rapidamente como se tivesse calafrio. – Ninguém vai sair até minha aula acabar! – Ele gritou para todos.

As garotas gritaram de pavor, fechando os olhos, como se fosse um pesadelo que só queria que acabasse, alguns ficaram imóveis olhando ainda para a janela ensanguentada. Kátia, ainda perto da porta, olhou para John e sorriu.

–Eu cuido dele, te alcanço depois. Arrume algo útil para mata-los. – O sorriso não vacilava, mas havia suor no seu rosto. A garota possui cabelos castanho-escuro, com a nuca a mostra, seu cabelo era cumprido apenas na frente, um pouco antes do ombro. Jogadora de vôlei, e comprometida a John.

O loiro era robusto, alto, e estava no time de basquete. Seus olhos eram negros com um único brilho.

John parecia ter entendido, ele pensou na possibilidade de trocar de lugar com ela no plano, mas não havia tempo para pensar ou discutir sobre isso. Ele abriu a porta e no mesmo momento lembrou-se da criatura que comia o ombro do cara lá fora. Pulou para fora da sala, e fechou a porta do lado de fora. Correu até os armários que estavam do outro lado do corredor, fugindo da criatura mortal que o seguia correndo quase na mesma velocidade, o corredor por sorte parecia estava sem mais deles.

Na sala o professor ainda dominado pelo medo estava olhando a garota enquanto ela se aproximava de modo rápido em sua direção. Kátia de certo modo havia criado um brilho nos olhos, uma determinação diferente e ameaçadora para o professor. Todos acompanharam a cena sem piscar, a jovem fechou o punho apertando os dedos com força. Posicionou as mãos para trás e quando o professor ia se mover o acertou com rapidez no estômago. Ele cuspiu sangue e caiu no chão.

Kátia tinha aprendido grande parte da arte marcial com seu pai, até que ele faleceu. Ela ficou meses sem praticar, até que conheceu e começou a namorar John, os dois se encontravam e se divertiam lutando, mas Kátia era obviamente sempre acabava vencendo.

Todos ficaram boquiabertos com a situação, os alunos que estavam paralisados pelo medo tinham se juntado ao canto da sala com os outros. Alguns deles começaram a tentar ligar para os pais, outros choravam, Jorge e Jake olharam para o professor no chão imóvel.

–Ele apenas desmaiou. – Ela disse finalmente para os dois. – Vocês vão ficar chorando iguais os medíocres ali ao lado, ou vem comigo e John? - Ela disse alto suficiente para apenas os dois ouvirem.

–Vamos com você! – Disse Jorge sem pensar duas vezes.

Jake não disse nada, pensou na sua família, pensou em Annie que faltou a escola logo hoje.

–Vamos arrumar um lugar seguro antes que mais deles cheguem. – Disse Kátia massageando a mão.

No corredor John estava chegando perto dos armários, examinou o local enquanto corria da criatura que parecia não desistir da carne que caçava. Até que viu algo, embora a escola não investisse em esportes, alguns alunos gostavam de praticar baseball em intervalos ou hora de almoço, a quadra era velha e o clube de basquete que John fazia era fora do colégio.

Um taco de baseball perto dos armários, parecia brilhar de tão limpo. John abaixou-se ainda corredo e o pegou, se sentiu como se estivesse em uma das finais de baseball que via na televisão. Com o movimento perfeito, ele bateu na orelha do aluno, fazendo a cabeça ser empurrada ao armário com uma força incrível.

O corpo da criatura bateu no armário fazendo um barulho alto, e na segunda vez que bateu com o taco a cabeça foi totalmente esmagada.

John olhou para o taco sujo de carne e sangue e pensou ''o taco estava tão limpo''.