Fruto Proibido
Acampando
No dia seguinte...
Pov's Dag
Eu já havia acordado e fiquei observando Seeylfe dormindo tranquila e serena.Dormimos abraçados na cama dela.
Foi então que ela apertou as pálpebras e abriu os olhos,sorrindo.
—Bom dia-cumprimentou ainda sonolenta.
—Bom dia-lhe dei um selinho-Vamos tomar café?
—Sim-concordou.
—Seeylfe?—gelei dos pés à cabeça.
Seeylfe me encarou apavorada.
—É minha mãe!-sussurrou assustada-Eles voltaram mais cedo!
—Pelos deuses,é hoje que eu morro!-afirmei aflito ficando de pé.
—Se esconde debaixo da cama!Rápido!-pediu.
Pov's Seeylfe
Assim que Dag entrou embaixo da cama,mamãe abriu a porta e fiz uma expressão de sono e surpresa.
—Mãe?-chamei confusa-Achei que vinha só segunda.
Eu merecia um Oscar!
—Sim,mas a reunião que seu pai ia ter foi cancelada e viemos mais cedo-explicou-Cadê o Soluço?
—Dormiu na casa da Astrid-estiquei os braços pra cima para me espreguiçar.
—E os empregados?-indagou.
Eita.
—Eu...quis dar um pouco de folga pra eles.Só isso-dei de ombros.
—Hum...-comentou-Tudo bem.Eu e seu pai estamos lhe esperando lá embaixo pra tomar café.
—Tá-assenti com a cabeça.
Dag saiu debaixo da cama e me encarou.
—Ainda bem que minhas coisas estão aqui,mas como vou sair sem ser visto?-perguntou preocupado.
Um sorriso maroto cresceu em meu rosto.
(...)
Minutos depois...
Eu havia feito uma corda com os meus lençóis e amarrei na sacada do meu quarto.
—É seguro?-perguntou Dag receoso analisando a altura.
—Sim-confirmei.
—Tudo bem-suspirou jogando a mochila e virou-se pra mim-Te vejo amanhã?
Sorri,assentindo e me aproximei,segurando seu rosto e o beijei.
O beijo durou apenas um pouco e em seguida nos afastamos.
Dag passou pelo corrimão da sacada e se pendurou na corda,começando a descer.
—Tem certeza que amarrou isso direito?-questionou enquanto descia.
—Claro que sim!-garanti.
Porém,quando chegou na metade do caminho,a corda arrebentou.
—AH!
—DAG!-me desesperei me apoiando na sacada.
Meu namorado estava largado no meio dos arbustos.
—Aí meu Thor!-exclamei assustada-Você está bem?
Ele gemeu.
—Pelo menos estou vivo-alertou com dificuldade.
(...)
No dia seguinte...
Pov's Dag
Antes de bater o sinal,eu entreguei as provas de recuperação.Não tinha reparado na expressão de Seeylfe,pois tinha que manter a discrição.
O sinal tocou e os alunos foram se retirando,deixando apenas eu,Seeylfe,Soluço e Astrid na sala.
Seeylfe gritou animada e correu até mim,me abraçando com força.
—Eu passei!-esbravejou feliz.
—Você mereceu-afirmei a encarando e lhe dando um selinho.
—Ei,a gente podia sair nesse fim de semana-sugeriu Soluço sorrindo-Nós quatro.
—Nós pensamos em acampar-acrescentou Astrid animada-Topam?
Assenti e minha namorada apenas deu de ombros.
(...)
No sábado...
Não foi preciso mentir para Stoico e Valka.Na verdade,eles deixaram justamente os filhos irem acampar porque teria um adulto com eles.
Tomara que eles ainda gostem de mim depois de descobrirem sobre mim e Seeylfe.ASSIM ESPERO ODIN!
Estávamos caminhando pela trilha,mas não muito longe dos nossos carros.Estavámos procurando o lago à pé.
Ouvi um estalo e estranhei,mas resolvi ignorar.
Outro estalo e em seguida mais outro.
Franzi a testa e parei de andar,me virando e vendo Seeylfe batendo no rosto,matando os mosquitos que lhe atacavam.
—Amor,você passou repelente?-perguntei preocupado.
Ela me encarou de olhos arregalados.
—Era pra trazer repelente?-murmurou assustada.
—É claro Seeylfe!-exclamou Astrid como se fosse óbvio-Estamos no meio da mata!
—Eu nunca acampei tá bom!?!-se defendeu-E geralmente quem via essas coisas pra mim era a minha mãe...
—"Lerda..."-cantarolou Soluço.
—Tu tá pedindo pra apanhar né idiota?-Seeylfe cerrou os dentes.
—Calma,sem estresse-pedi-Astrid,me dá o repelente.
(...)
Depois que passei repelente na Seeylfe,caminhamos mais um pouco e achamos o lago.Fomos pegar nossos carros e levamos para beira.
Tirei a canoa de cima do carro,enquanto Seeylfe observava temerosa.Iríamos pescar.
—É seguro?-perguntou receosa.
Sorri.
—Tão seguro quanto aquela corda de lençóis-brinquei-Aí!-reclamei quando ela deu um tapa na minha cabeça.
—PARA DE PALHAÇADA!-pediu irritada.
(...)
Ensinei Seeylfe a colocar a isca no anzol e ficamos esperando com nossas varas em mãos.
Virei meu rosto e sorri ao ver Soluço e Astrid sentados na beira do lago,abraçados.Eles se amavam tanto que era impossível não notar.
—Dag!-chamou Seeylfe assustada-Acho que peguei um peixe!
A linha da vara era puxada várias vezes.
—Eita,é mesmo!-comentei animado-Puxa!
Eu achei que ela fosse girar o gatilho da roda que prendia a corda,mas em vez disso,ela ficou de pé e ergueu a vara,se inclinando pra trás.
—NÃO SEEYLFE,ASSIM NÃO!SE NÃO VAMOS...AAAAHHH!-o barco virou com tudo.
Voltei a superfície e arfei,avistando Seeylfe se debatendo um pouco afastada de mim.
—EU NÃO SEI NADAR!EU NÃO SEI NADAR!-gritou desesperada.
—CALMA,EU TÔ INDO!-alertei começando a nadar até ela.
(...)
—Eu achei que seu pai tinha te ensinado a nadar-comentei.
—Eu nunca disse que tinha aprendido-rebateu minha namorada.
Soluço havia feito uma fogueira,Astrid arranjou um pouco de café em sua garrafa térmica e eu peguei cobertores.
Juntando tudo isso,Seeylfe toda molhada estava perto do fogo,com uma garrafa na mão,um cobertor nos ombros e a cara emburrada.Eu estava da mesma forma,mas não estava com raiva como ela estava.
—Amor...tudo bem-alertei-Foi a sua primeira vez.
—Se um dia você me chamar pra pescar outra vez,eu te jogo de comida para um urso.Tô avisando!-ameaçou irritada.
—Nossa,que ranzinza...-Astrid fez uma careta,enquanto Soluço assava um peixe que ele tinha pescado.
Seeylfe bufou e se levantou,largando a garrafa e o cobertor.
—Vou fazer xixi-resmungou já se afastando.
(...)
O peixe já havia assado e agora todos nós estávamos comendo.Seeylfe havia tirado o seu casaco roxo,ficando apenas com sua regata preta.
Ela comia,mas às vezes parava para se coçar.Eu não liguei muito,mas comecei a me preocupar quando sua pele começou a ficar empolada e vermelha.
—Seeylfe,o que houve com você?-perguntou Soluço preocupado.
—EU NÃO SEI!-disse aflita continuando a se coçar.
Franzi a testa.
—Seeylfe...onde você foi...você sabe-comentei.
—Num arbusto com folhas engraçadas e de cor verde claro,eu acho-respondeu ainda se coçando.
Arregalei os olhos assustado.
—Seeylfe...você fez xixi numa erva venenosa!-exclamei incrédulo.
Ela arregalou os olhos.
—VOCÊ TÁ DE BRINCADEIRA!?!-gritou irritada.
(...)
De noite...
Por sorte,Astrid tinha uma pomada para aliviar as coceiras de Seeylfe,mas a minha namorada ainda ficou com a pele vermelha e agora estava mais irritada do que antes.
Estávamos em volta da fogueira,assando marshmallows em galhos.
—Eu nunca acampei sabe?-comentou Seeylfe me fazendo encará-la-Mas a Astrid disse que você gostava e aí pensei:"Nossa!Vai ser tão legal acampar com meu namorado!".Adivinha o que eu acho agora?NÃO ACHO NADA LEGAL!
—Seeylfe...-alertei.
—Não,não fala nada!-pediu-Nada vai diminuir a minha raiva!
—Seu marshmallow tá queimando!-exclamei assustado.
Ela retirou do fogo,revelando o doce todo preto.
—QUE INFERNO!-berrou irritada jogando no chão e se levantou,se afastando.
—Seeylfe,espere!-chamei me levantando e a seguindo.
—Anote o que eu vou dizer!-disse se virando pra mim e apontando o dedo na minha cara-Eu nunca mais vou acampar na minha vida!NUNCA MAIS!
Ela virou-se e entrou na barraca.
Suspirei derrotado.
(...)
No dia seguinte...
Abri meus olhos lentamente e dei de cara com Seeylfe,ainda dormindo.
Me sentei sonolento e abri a barraca,me confundindo ao ver Soluço e Astrid em pé,completamente parados.
—O que estão fazendo?-perguntei.
—Shhhh!!!-pediu Astrid aflita.
—Não fale e não se mexa-alertou Soluço num sussurro.
Segui seu olhar e arregalei os olhos ao ver um gambá perto da fogueira.Essa não.
—O que estão fazendo?-questionou Seeylfe surgindo e saindo da barraca.
—NÃO SEEYLFE!-gritamos desesperados.
O gambá levantou a cauda e a desgraça veio em seguida.
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