Frozen Guardian
Sob o Capuz - Jack.
Estávamos novamente no trenó de Norte, mas eu sabia o que havia de diferente dessa vez, a mão de Elsa entrelaçada na minha, sua cabeça encostada em meu ombros, seus cabelos soltos e escondidos pelo capuz azul do meu moletom.
Eu não precisava ter olhos em todo lugar para saber que Norte estava sorrindo, o olhei e soltei o cajado, ajeitei Elsa no banco de forma que ela se deitasse confortavelmente no mesmo e me levantei indo até Norte.
–Devia perguntar o motivo desse sorrisinho?
Ele riu.
– Ora Jack, qualquer um veria de longe o que acontece aqui. - Ele tocou em meu peito com o indicador. - Esse coração que dispara toda vez que você olha pra ela, pensa que não dá pra perceber?
Não consegui esconder o sorriso que se abriu em meus lábios, ele riu novamente.
– Vá descansar Jack, teve muita adrenalina esses dias, precisa dormir.
No momento em que ele disse dormir senti meus olhos pesados e o corpo cansado, concordei e me sentei depositando a cabeça de Elsa em meu colo.
Adormeci tão rápido que não percebi.
~X~
Quando abri meus olhos novamente estava no meu quarto na oficina de Norte, Elsa estava deitada de costas pra mim, sua respiração calma seus cabelos soltos no travesseiro.
Sentei-me na cama e cocei minha cabeça, peguei meu cajado saindo do quarto.
~X~
Estava olhando o Trenó de Norte quando ouvi um barulho, o desembainhar de uma lâmina, meus sentidos apitaram e me virei colocando o cajado em minha frente no segundo que uma espada se chocou com ele.
Era o encapuzado, a pessoa que eu já vira tantas vezes junto de Pitch, mas nunca consegui descobrir quem era. Ele se afastou e me olhou, o olhei de volta e ele correu pras sombras.
Corri atrás. A pessoa tirou algo da capa e atirou na luminária, deixando tudo mais escuro, enquanto a seguia percebi o que fazia, ele acabava com a pouca luz existente ali.
Quando a luz tinha se extinguido, e nós dois estávamos mergulhados no mais puro breu, ouvi a voz da pessoa pela primeira vez.
–Peculiar como protege ela. - A voz era masculina, mas não era a de Pitch, era mais jovem, talvez em torno dos dezoito, dezenove anos. - Quer dizer... - ele deu um risinho. - ela sabe se proteger muito bem sozinha.
– Quem é você?!
Ouvi o barulho de seus passos na neve.
– Eu? Uma pessoa. Diferente de você, Elsa, ou... daquela coisa.
– Desculpa se não entendi, mas você acabou de me comparar com o Bicho Papão? - Falei indignado.
– Qual a diferença se eu comparar você com o Bicho Papão ou uma doninha? - Ele disse, sua voz se aproximando. - Pra mim nenhuma.
Seu ataque veio, e por pouco defendi.
– Acho que ainda não esclareceu minha pergunta. - Falei apontando meu cajado em sua direção. - Quem. É. Você. - Falo lentamente.
– Um conhecido de Elsa. Talvez um amigo da irmã dela, talvez um amigo dela, quem sabe um... ex-namorado.
Atirei e ouvi ele desviando, rindo.
– Tão ridículo. - falou com escárnio.
– Olha quem fala. - retruquei.
Mais um ataque, desviei, sua espada desferiu um arco e pulei pra trás, vi seu sorrisinho quando ele avançou com a espada, senti a lâmina me ferir e me joguei no chão. Quando atingi a neve, atirei em sua cabeça, atingi seu capuz e o mesmo caiu.
Era um jovem, mais alto que eu, e facilmente passaria por mais velho que eu, cabelos ruivos, seus olhos verdes. Ele me olhava com um sorriso maldoso.
– Oh meu Deus, ele arrancou meu capuz! - Falou com falsa preocupação. - O que será de mim... - Ele olhou meu cajado. - Você não é nada sem isso... - ele o chutou pra longe. - Sem isso, é só um menininho assustado.
– É ele pode ser só um menininho assustado sem o cajado. - Uma voz falou. - Mas... olha só que legal. Eu posso usar isso aqui também.
Uma rajada de gelo atingiu Hans e ele foi jogado pra longe.
Ouvi os passos calmos dela e ela parou ao meu lado, se inclinou sobre mim e estendeu a mão.
– Tudo bem?
Aceitei sua ajuda me levantando.
–Conhece ele?
Elsa o olhou rápido, ele se mexia um pouco.
– Um canalha... - falou. - um idiota, um filho da...
Segurei seus ombros.
–Ok, ok... não precisa sujar a boca. - falei.
Uma escuridão cobriu tudo e abracei Elsa, olhei o cajado em sua mão, e segurei. Quando seguramos o cajado juntos, como acontecera nas duas outras vezes, houve uma explosão de rajadas brancas e azuis.
A escuridão pareceu recuar, como um gato que recua quando se joga água nele, envolveu o menino e sumiu.
– O que diabos foi isso. - Elsa falou.
– Pitch, sem dúvidas.
Ficamos calados por um momento, engoli em seco.
– Elsa, quem era ele? - Perguntei nervoso.
Ela suspirou.
– Não tenho uma palavra exata pra ele, mas, penso nele como uma espécie de Ex da minha irmã. Ele tentou me matar, tentou matar ela, e roubar meu reino. - Ela bufou. - Só isso.
– E o nome dele...
– Hans... - Ela falou. - Príncipe Hans das Ilhas do Sul.
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