Beating Heart - Elsa

Depois do seu quinto grito, eu não me aguentei mais, me levantei da cama e corri até o quarto dele. Ele inventara a história para Anna, Kristoff e Olaf, que estava bem, e que apenas caíra quando ia atrás da sombra, depois sorriu de jeito levado e disse que precisava ir pro quarto.

Eu deixei, sem argumentar.

Empurrei a porta pesada e o encontrei parado em frente a janela, o casaco azul aberto, ele apertava a ferida com todas as suas forças, ele xingava alto enquanto pressionava aferida ainda aberta.

– JACK! - Grito sem me preocupar em acordar alguém. - Que merda você tá fazendo?!

Corro até ele e tento pará-lo, mas ele agarra meus pulsos e me põe contra a parede, seus olhos azuis gelados me encarando, ele guia minha mão até onde seu coração está, toco em seus músculos e sito meu rosto esquentar.

– Consegue sentir? - Ele pergunta, franzo a testa não entendendo sua pergunta. O que ele queria dizer? Se eu conseguia sentir as batidas de seu coração? - Elsa, consegue sentir meu coração batendo? - Ele pergunta.

– Sim... - Minha voz sai fina, limpo a garganta. - Sim.

Ele tira minha mão de seu peito com certa violência e me encara, seus olhos estão assustados, ao mesmo tempo que irritados e arregalados. Ele se afasta de mim, pegando o cajado e sobe no parapeito da janela com aquela agilidade aparente.

–Esse é o meu problema. - Ele diz olhando pra lua. - Ele não devia estar batendo... Tenho 318 anos Elsa, não devia estar vivo, meu coração não devia bater...

– Isso é ruim?

– Por enquanto não... - Ele diz. - Mas logo pode vir a se tornar um problema pra mim. - Sua expressão era séria, sem traços de brincadeira como mais cedo. - Eu preciso descobrir o que o Pitch fez, e descobrir uma maneira de tirar de mim.

Ele pula da janela voltando a agarra minhas mãos.

– Prometa que não vai se meter em encrencas, não estou com a mesma força pra te defender, vai ser mais difícil. - Ele diz.

Jack sabia que eu podia me virar sozinha, mas do jeito que ele falava, parecia realmente que eu iria me machucar. Respiro fundo e olho em seus olhos.

– Sei me cuidar... - um traço triste passa em seu olhar. - Mas tudo bem, tentarei ao máximo não me envolver em problemas.

Ele sorri.

– Eu vou ter problemas logo. Por isso prometa.

–Prometo...