“Despertei na escuridão
Sem parar de pensar
Continua sua marca em meu travesseiro

Vejo seu rosto em frente a mim
Sinto que você ainda está aqui
Todo o meu corpo sente sua falta

Posso ver sua sombra na lua
Quando minha memória te ilumina”

4 meses haviam se passado,4 meses sem o seu olhar, sem seu sorriso, seu o seu cheiro. Sem o calor do seu corpo. Cada dia que se passava era como se ele morresse aos pouco sem ela. 4 meses haviam se passado e ela continuava lá do mesmo jeito apresentando apenas pequenas melhoras aos poucos.
Ele estava se dedicando ao máximo a vida de pai de gêmeos com a ajuda de Xaná e de sua mãe que estava se mostrando uma grande mãe estando ali do lado do filho, cuidando e lhes dando todo o amor que ele podia, como havia prometido a ela. Todos os dias ele se revezava em ao dia cuidar dos bebês e a noite ir dormir ao lado dela. A vida sem ela não tinha a menor importância para ele, porque ela era a sua vida. Ele podia dizer que ele não vivia mais e sim sobrevivia a cada dia que se passava sem ela.

“Já estão desgastadas
Todas as palavras
O que fica entre você e eu
Não alcança o coração

E desde o meu peito
Soa sua lembrança
Tudo o que foi dos dois
São ecos de amor”

Os bebês no geral eram bem calminhos. Martinha e Alfredinho eram a única alegria que ele tinha, porém todos os dias eles tinham crises de choro e ninguém consegui os acalmar, era como se eles sentissem a falta dela, na verdade eles sentiam mesmo. E Lucas podia perceber isso, porque ele sentia a mesma coisa.

“Estou perdendo a razão
Me fale em qualquer canção
Seu nome está em cada palavra

Está tão perto e tão longe
Me apego a apenas um reflexo
Te perdi”

Mas um dia daquela solidão, ele estava no quarto deles que aliás já não tinha mais nenhuma graça sem ela ali, em fim ele estava ali abraçada a uma blusa dela sentido seu cheiro que estava impregnado ali, todos os dias ele fazia isso para tentar ao menos sentir que ela estava ali, mas era inútil. Então os bebês começaram a chorar, ele sabia o que significava aquilo, a crise diária de choro iria começar, ele saiu tão apressado que se esqueceu de guardar a blusa dela. Assim que chegou no quarto ele pegou Alfredinho que era o mais manhoso, começou e lhe balançar sabendo que demoraria para que ele se acalmasse, mas para sua surpresa ele viu o filho ajeitar seu narizinho perto da blusa dela que estava em seu ombro, e ali sentido o cheiro da sua mãe ele se acalmou, assim que ele dormiu fez o mesmo com Martinha, que também assim como o irmão assim que sentiu o cheiro dela se acalmou. Então todos os dias eles levava algo dela para que os filhos sentissem ao menos um pouco que a mãe deles estava ali.
Lucas já não podia mais aguentar a dor de não tê-la, ele sabia que podia demorar muito para que ela voltasse, e ele tinha que ficar mais com os bebês, principalmente à noite, sendo assim ele decidiu que a visitaria apenas nos finais de semana, mesmo sabendo que ia lhe doer muito não vê-la todos os dias, mesmo que ela esteja dormindo.

“Já estão desgastadas
Todas as palavras
O que fica entre você e eu
Não alcança o coração

E desde meu peito
Soa sua lembrança
Tudo o que foi dos dois
São ecos de amor, oh, oh, oh
Ecos de amor, oh oh, oh

Soam mais e cada vez um pouco mais
Soam tanto e não posso me acostumar

Já estão desgastadas
Todas as palavras
O que fica entre você e eu
Não alcança o coração

E desde meu peito
Soa sua lembrança
Tudo o que foi dos dois
São ecos de amor
Ecos de amor, oh, oh, oh
Ecos de amor, oh, oh, oh
Ecos de amor, oh, oh, oh”

Decidido de que só poderia a visitar nos finais de semana, ele foi ao hospital para “conversar” com ele e lhe explicar o porquê disso, ele respirou fundo e entrou no quarto onde ela estava, lhe deu um beijo na testa como sempre fazia e começou a conversar com ela:
– Oi meu amor, que saudade de você – ele já estava chorando, por mais que tentasse ser forte ele não conseguia, não suportava mais vê-la naquele jeito – Os lekinhos agora decidiram só se acalmar sentindo seu cheiro acredita? Eles sentem a sua falta meu amore sinto sua falta! Volta logo – falava em meio as suas lágrimas e segurando a sua mão - Meu amor eu sinto muito, mas eu só vou poder vim lhe ver aos finais de semana, os lekinhos estão precisando de mim enquanto você descansa, eu estou cuidando deles como eu prometi para você, eles e você são a minha vida – ele se preparava para se “despedir” dela, então falou suas últimos palavras – Eu tenho que ir, volta logo pra mim meu amor, por favor, eu não sei por quanto tempo vou aguentar viver sem você – lhe depositou um beijo em seus lábios com os olhos fechados.
Mas quando ele abriu seu olhos viu que ela havia voltado, ela lhe olhava com os olhos confusos, porém era ela, sua Eduarda havia voltado para ele depois de tanto tempo.

Sua felicidade estava de volta!