Capítulo 8 – Buracos

Parts & Service – 4 AM

Bonnie não sabia se estava em seus melhores dias. Seu corpo quase não podendo se mexer, um rosto e um braço arrancado, e tendo uma das orelhas quase se partindo naquele dia. Tentaria pedir ajuda à Foxy ou Freddy, mesmo que um ou outro não entendesse, tinha o outro para pedir ajuda, se nenhum os ajudasse, bem... Ficaria sem uma orelha. Ouviu barulhos do lado de fora, mas ignorou tudo, sabendo que deviria ser uma discussão entre os Toys.

Levantou-se com dificuldade, porém conseguindo vagamente se mover. Seus pés estalaram no chão, o metal colidindo com o concreto, fazendo um barulho que poderia ser irritante para qualquer humano. Mas Bonnie não era humano. Era um animatrônico velho, quebrado e esquecido. O coelho se moveu entre a Parts & Service, estranhando o desaparecimento dos outros Olds. Olhou em volta, sua mandíbula estalando e seu corpo quase quebrando. Procurando algum deles, qualquer que fosse e quase caiu num buraco aberto abaixo de seus pés. Bonnie, confuso não sabia se teria coragem de pular e quebrar todo o seu corpo já frágil.

Iria se virar, porém uma força estranha derrubou-o, seu corpo batendo no chão, partindo cada parte de seu frágil corpo, e, em consequência, desligou-se, sem antes ver o buraco acima dele se fechando.

Porão – 4 AM

Solte-me! – Minnie continuava gritando, se debatendo. Logo depois de alguns minutos sem nenhum avanço em suas tentativas, desistiu. – Para onde estão me levando?

Skar olhou por cima de seu ombro, ainda com os quatro braços de baixo desligados, para ver a situação de Minnie, ela estava inteira, por enquanto, com Bare agarrando-a e impedindo sua fuga. Estava desconfiado de Hunter, mas seguiu-o apenas para tomar conta de Minnie. Não sabia das intenções de Hunter e nem de Bare. Mas iria proteger, tanto ele como qualquer um que ele achasse digno.

Hunter parou e suspirou enquanto se virava para Minnie, Bare e Skar, sorrindo.

—Para um lugar em que podemos sair daqui.

—Ir para onde exatamente? – Surpreendentemente, tanto Minnie tanto Skar falaram ao mesmo tempo fazendo com que ambos se encarassem.

Hunter deu uma risada singela.

—Para lá em cima. Seja lá o que estiver acima de nossas cabeças. Seja algo que queremos ver, ou algo que não seja o que estamos pensando. Há algo lá encima. E vamos descobrir o que há lá.

Área Principal – 4 AM

Nenhum dos Toys conseguia controlar a situação. A quantidade de novos animatronics causavam uma barulheira tremenda no lugar e ninguém, nem por mais alto que gritavam, conseguiam chamar a atenção de todos. Um ou dois, mas parecia ser impossível chamar todos os Toys naquela sala.

Balloon Boy teve sua atenção roubada por uma mão robótica tocando seu ombro.

—Hã? – Sua pergunta que era mais um resmungo também chamou a atenção de Toy Bonnie que se virou para a gata que estava sorrindo, na frente de duas raposas.

—Olá. – Disse a gata.

—Olá, me chamo de Balloon Boy. – BB disse, sendo logo em seguida de Toy Bonnie:

—Eu sou Bonnie.

—Me chamo Âmber e esses são Rin e Len. São novos aqui. Acho que assim como eu e com todos os outros ali em baixo. – Apontou para os Toys abaixo do palco em que estavam, onde o palco era visivelmente maior de altura que o chão abaixo do Show Stage.

—Olá – Rin e Len disseram ao mesmo tempo, parecendo estar conectados mais logo Toy Bonnie percebera que fora apenas uma coincidência.

—Oi. – BB falou, enquanto seu olhar desviava-se para Âmber. – O que vocês querem?

A falação abaixo deles deixava a conversa muito difícil fazendo com que os cinco – Balloon Boy, Toy Bonnie, Âmber, Rin e Len – se esforçassem para ouvir um ao outro.

—Temos uma proposta para vocês – Rin começou, tendo sua frase completada por Len.

—Talvez vocês precisem de ajuda para dar harmonia para este caos. – Toy Bonnie olhou para os recém-chegados claramente hipnotizados com o lugar.

—Concordo. – Virou-se para eles – Mas como vão fazer isso?

—Deixe conosco.

Sala Secreta – 5 AM

Não havia palavras para descrever a situação de Lya naquele momento.

Sua preocupação constante com tudo de mais importante à sua volta custava sua calmaria. Ela era um robô. Claro, não deveria ter emoções, mas como sempre ouvira de Bonnie, ali era um lugar onde a realidade não tinha sentido. Lya olhou para o coelho desligado, não sabendo – ainda – como acorda-lo. Estava começando a perder as esperanças. Mas tinha que se manter firme. Um barulho chamou sua atenção, estranhamente do lado oposto da porta – onde ela tinha certeza não ter nada além de uma parede grossa.

Ao se aproximar viu uma rachadura no chão, Lya estranhou, nunca percebera aquilo antes? Por quê? O que havia além da rachadura. Provavelmente nada. Mas Lya mesmo assim agarrou o azulejo no chão, levantando-o, o que apenas aumentou a rachadura, em consequência, acabou por partir tanto o próprio azulejo, quanto o que ela estava apoiada. Seu corpo sofreu bastante com a queda. Fios se soltaram e parte de sua pelugem saiu de seu corpo, junto com um ou outro metal mudando de direção.

Lya levantou-se, lenta, mas se levantou. Olhou ao seu redor. Era apenas um longo corredor, que ia em direção, onde, acima dela, havia uma porta. Tentou subir, mas nada. Era distante demais para subir. E então ela só teve uma escolha. Seguir o arrepiante caminho.

Kid’s Cove – 5 AM

Mangle estava desligada, Menos a segunda cabeça.

Ela estava olhando de um lado para o outro enquanto tentava achar algo na escuridão total. Um par de luzes brancas, parecidas demais com olhos, apareceu nas sombras da Cova das Crianças.

—Olá.

—Olá. – Mangle respondeu a voz obscura que estava na parede. – O que houve?

—Talvez demore um pouco, Extra.

—O quê houve? – Questionou. Ouviu uma risada surgir.

—Talvez seja melhor perguntar à Puppet. Ou ao Freddy. São eles os pontos-chaves. — Disse a voz grossa. A escuridão não revela muito detalhes do ser. Mais Extra sabia que ele estava lá.

—Pontos-chaves do quê exatamente? – Extra questionou. Encarando o ser. Que logo riu.

—Da Guerra.

Continua...