POV da Lydia

Era um novo dia. Fui para a escola com o Stiles, Allison, Mason e Kira. Os lobisomens decidiram ficar em casa, já que hoje teríamos a lua gigante. Talvez pudessem ser atingidos antes mesmo de seu ápice.

–Lembrem-se -Mason sussurrou -Depois da aula, iremos para casa da Allison.

–E depois disso, organizaremos os últimos detalhes. -Kira terminou a frase. Ontem fizemos os planejamentos para pôr em prática.

Estávamos indo para a sala de aula. Teríamos Espanhol, com o professor Roberto. Ele tinha um forte sotaque e era naturalizado argentino.

–Ér... oi, gente -Uma voz que reconheci facilmente emergiu. Minha espinha congelou e fiquei paralisada. Era Darren Horston.

–D-Darren? -Stiles exclamou, aflito -E aí, cara? Como vai?
Darren mantinha sua mão na nuca.

–Vou bem. Uh... soube ontem de algumas acusações minhas relacionadas ao Jeff. Como ele tá?

–Ele vai bem. Como soube das acusações? -O garoto olhou para o nada.

–Meu irmão me falou. Ele não veio pra cá porque está meio doente. Além do mais, eu realmente fui o último a falar com ele.

–E o que aconteceu? -Kira murmurou, mesmo sem conhecer o Horston muito bem.

–Eu não... lembro. -Fez uma pausa e suspirou -Acho que eu desmaiei e quando acordei, ele estava no chão, mas... -Darren iria continuar a explicação, mas acabou cambaleando.

–Whoa! -Allison disse - Você tá bem? -Ele se recompôs.

–C-claro! Só fiquei meio enjoado. Acontece às vezes.

–Então tá. -Um silêncio constrangedor reinou sobre o lugar. Todos nós decidimos ir para sala. Darren foi por último.

–A revolução colombiana foi... -O professor havia começado a aula, quando foi interrompido pela nossa chegada -Olha, quem temos aqui! Sentem-se logo. Sorte de vocês que o diretor Frank não está por aqui, senão estariam suspensos.

–Que audácia você tem, hein, Horston? -Ouvimos um dos amigos irritantes do Jeff, o Billy, falar. Ele se assemelhava a um fiel lacaio e o conhecia desde a terceira série -Tenho certeza que você machucou meu melhor amigo! E isso tem um preço muito caro -Falou, cerrando os punhos.

–Cala a boca, Billy! É injusto acusá-lo de coisas que não sabe se ele fez! -Stiles se levantou -Você não tem provas.

–Isso é algum tipo de brincadeira?-Billy Sanders riu -Essa aberração quase matou o Jeff! Quer mais provas do que isso?

–Calados! -O professor reprimiu -Não estamos em um tribunal.

–Se estivéssemos, eu exigiria a prisão desse idiota! -Billy provocou.

As aulas foram passando e Darren fingiu que nada havia acontecido. Muito sábio de sua parte. Os garotos normalmente iriam se matar.

***

–Anda, Darren! Confessa logo! -Ouvi gritos do corredor, enquanto conversava com Stiles, Kira, Mason e Allison. Corri para ver o que era.

–É, aberração! Fala que foi você logo! -Três garotos, amigos próximos de Jeff Peters começaram a agredir Darren.

–Por favor, parem de me chamar assim! -Se defendeu -Eu não fiz nada.

–Não minta pra nós! -As agressões pioravam. Via a hora Billy socar o garoto e este ir pra enfermaria.

–Eu não quero machucar vocês. Saiam daqui! -Rugiu

–Hahaha! Ouviram o que esse imbecil falou? Nem se preocupe, Horston. Nós é quem vamos te machucar.

Foi aí que aconteceu. Darren segurou a gola da camisa do líder do trio e o ergueu para o alto. Depois, o jogou para longe, o que fez com que o jogador batesse suas costas contra alguns armários que estavam a uns 4 metros.

–O que foi isso? -Um deles murmurou, preocupado -Vamos embora daqui! Ele é mesmo uma aberração!

–Desculpe! Eu não quis... -Darren nem teve a chance de terminar a frase. Só fez olhar para suas mãos sem parar, como se não reconhecesse sua própria força -O que está acontecendo comigo?

O garoto olhou para os lados. Como não havia ninguém nos corredores, a não ser eu e meus quatro amigos, decidiu ignorar o ocorrido e foi embora.

–Vocês viram aquilo?! -Stiles sussurrou, tentando não chamar atenção.

–Temos que contar pro Scott -Falou Allison com os olhos arregalados.

***
POV do Isaac

–Calma! -Falei, tentando conter o nervosismo dos quatro humanos e da kitsune que chegaram da escola. Eles tinham passado a tarde por lá por causa de um trabalho estúpido do nosso professor -Vocês o viram mesmo atacando os outros caras?

–Sim! -Allison e Mason declararam.

–Temos um problema então. -Todos olharam para o alfa da alcateia. Tinha uma expressão confusa -Precisamos falar com o Darren agora.

–Mas como vamos fazer isso? Nem temos seu endereço -Lembrei.

–Esqueçam disso! Todos vocês. -Chris chanou a atenção -Isso é um assunto para outro dia. São quase 6 da noite. Daqui a poucos minutos, vocês irão se transformar. Não podem ficar aqui!

Chris tinha toda a razão. Se não fôssemos logo para o porão da escola, poderíamos nos transformar aqui e atacar a todos. Os olhos de Scott já estavam da cor do sangue e os do outro beta, assim como os meus -não tinha ainda visto, mas pude sentir -já ganharam a cor amarela. Os da Malia, como sempre, eram azuis.

–Vamos logo!

***

POV do Darren

–Já tá tudo pronto? -Evra perguntou, mais agitado que o normal. Ele estava sendo afetado pela lua, assim como eu, pela primeira vez.

–Sim -Confirmei -Estou com as cordas, pacotes de carne e sangue.

–Vamos para a escola, meninos. -Larten falou.

Chegamos no local. Estava completamente escuro e não havia ninguém nas ruas. Pedi para o Crepsley nos deixar por aqui e seguir para outro lugar. Ele assentiu.

–Onde vamos ficar? Estou me sentindo como se eu fosse ter mais um expurgo! -Falei, coçando o meu braço esquerdo e minha perna.

O expurgo era algo existente entre os vampiros. Quando acontecia, nós avançamos de idade em poucos minutos -É como a puberdade, só que muito mais rápida. Já tive dois, e foi muito desagradável.

Deixamos de conversa e entramos na escola. Não sabíamos ao certo o que fazer, mas Evra chamou minha atenção.

–Está sentindo esse cheiro? -Perguntou, cheirando cautelosamente o ar. Fiz o mesmo.

–Parece o mesmo cheiro do... Homem-Lobo. -Ele era uma atração do Circo dos Horrores e só tenho más lembranças da fera: Ele matara e comera meu amigo, Sam Crespo vivo. Lembro-me que neste dia fui forçado pelo Sr. Crepsley a beber o sangue do garoto. Não hesitei, infelizmente. Fora a primeira vez que bebi sangue humano, depois de tanto tempo recusando.

Entramos no lugar, nos direcionando ao velho porão. Tinha gente por lá, então decidimos andar vagarosamente, algo que não estava planejado.

–Scott, tudo pronto? -Ouvi uma voz que reconheci na hora. Era a Allison! Estava falando com o garoto por telefone.

–Sim, amor. Tudo está perfeito. Iremos nos transformar daqui à poucos minutos. Cuide dos outros por aí e tome cuidado. -Sussurrou. Foi aí que eu me toquei. Eles eram lobisomens!

–Espera, tô sentindo aquele cheiro de novo. -Scott Mccall falou.

O garoto seguiu nossa direção e então...