Four and Four - Steps of Tomorrow

Capítulo 5 - A viagem parte 2 - de 2


Pov Merida

Como as coisas mudam...

Há duas semanas eu não fazia ideia de que poderia passar dois meses em um lugar que eu não fazia ideia de qual era. Mas aqui estou eu na escola me despedindo dos meus pais e dos meus irmãos sapecas.

– Não façam muita bagunça! – falei bagunçando o cabelo ruivo de cada um deles.

– Pra onde você esta indo Merida? – perguntou Harris curioso.

– Por que você vai embora? – perguntou Hubert fazendo os outros dois paralisarem de surpresa.

– Você vai embora? – perguntou Hamish. – Não vai Meri! – ele pediu segurando minha perna, logo os outros dois fizeram o mesmo e começaram a chorar.

– Eu... – sabia que ia começar a chorar naquele momento. Vê-los daquele jeito doía demais...

– Ela vai ficar bem! – disse alguém mexendo nos meus cabelos.

– Promete Soluço? – eles perguntaram se soltando de mim e indo até ele.

– Claro! – ele respondeu com um sorriso e com a maior sinceridade que ele conseguia achar. – Afinal ela é a Merida! – não tinha como negar que ele estava sendo sincero.

Um sorriso se formou na minha boca e tinha certeza que ele estava olhando para mim, mas eu estava olhando para os meus irmãos.

– Você cuida dela por nós? – eles perguntaram para Soluço.

Ele agachou ficando da altura deles e falou sério:

– Cuido! Eu prometo que cuido!

Meus irmãos se juntaram a ele num abraço coletivo. Soluço abriu os olhos e com a mão me chamou para o abraço. Não recusei a oferta e me agachei participando do abraço.

Meu pai e minha mãe se aproximaram e nos abraçaram. Senti mais duas pessoas virem e nos abraçarem de frente, abri os olhos e vi Jack e Rapunzel.

Não tenho noção de quanto tempo ficamos lá, naquele abraço, mas só sei que quando nos separamos todos já estavam se reunindo para entrar nos ônibus.

Nos separamos e cada um foi se despedir mais uma vez de sua família. Soluço de seu pai, Jack de seu avô, Rapunzel de seu pai e de sua mãe e eu de minha mãe, que me abraçou e me deu um beijo na testa, de meu pai, que me abraçou com a maior ternura do mundo e de meus irmãos que me abraçaram de novo e eu depositei um beijo na testa de cada um.

– Vamos? – Soluço chamou segurando meus ombros enquanto eu ainda estava agachada depois de terminar de me despedir dos meus irmãos.

– Vamos! – respondi me levantando.

Peguei minhas coisas e andamos juntos até Rapunzel e Jack que nos esperavam há alguns metros. Paramos nos viramos e nos despedimos pela última vez, antes da viagem, de nossos queridos parentes.

Andamos juntos em silêncio até a fila para entrar no último ônibus.

Guardamos nossas coisas no bagageiro e entramos.

– Que a aventura comesse! – gritou Jack assim que entramos no ônibus.

Que vergonha! É nisso que dá ser amiga de pessoas loucas Merida!

Só tinha duas pessoas além de nós no ônibus. Ainda bem!

Agora eu estou querendo matar o Jack por quase ter me feito passar essa vergonha!

– Vamos sentar povo! - disse Soluço se sentando na quarta poltrona do lado da janela.

– Nada disso! Eu fico na janela! – falei parando no corredor e encarando ele.

– Que problema que você arranjou hein cara! – falou Jack dando tapinhas na cabeça dele.

– Eu não sou um cachorrinho Jack! – reclamou Soluço segurando a mão do mesmo e se levantando.

– Mas ela tá te tratando como um! – ele revidou rindo.

– E você quer se atirado desse ônibus nesse exato momento? – perguntei fuzilando Jack com o olhar ajoelhada na poltrona do lado da janela.

– Não é pra tanto Meri! – falou despreocupado sentando na poltrona atrás de mim.

– Calma galera! – Rapunzel se manifestou. – Vamos começar essa viajem de um jeito mis interessante!

– Tem alguma sugestão madame? – perguntei.

– Tenho! – respondeu se levantando e pegando sua bagagem de mão.

Que não seja maquiagem! Que não seja maquiagem! Que não seja maquiagem!

Ufa! É só Uno!

– Tharam! – ela exclamou mostrando a caixinha do jogo.

– Já que a gente não tem uma opção melhor... – reclamou Jack.

– Não precisa jogar se não quiser Iceberg! – falou Soluço. E por sinal amei o apelido que ele deu pro Jack.

– Como assim Iceberg? – perguntou o “Iceberg” (kkkkkkkkk isso não tem preço!) arqueando uma sobrancelha.

– O cabelo branco! – explicou Rapunzel rindo.

E claro que se ela tá rindo eu estava também! Eu, Rapunzel e Soluço.

– Há é espinha de peixe falante?! – revidou Jack.

– O meu apelido supera esse! – disse Soluço rindo um pouco menos para que as palavras saíssem.

– Verdade Picolé! – falei me metendo na briga.

– Vai entrar nessa Tochinha? – ele tá me provocando?! Quem meche com fogo sai queimado...

– Agora a briga vai ser entre esses dois! – Soluço falou para Rapunzel.

– Que tal vocês decidirem isso... – Rapunzel jogou a caixinha que caiu deitada em cima do encosto da minha poltrona, que era a divisão entre eu e Jack. – Num jogo com isto...

A caixinha ficou lá, equilibrada... Não caiu! Como a Punzie fez isso?!

Ficamos Jack, Soluço e eu encarando surpresos a caixinha... O que eu tenho certeza que foi estranho... Mas o que a Punzie fez foi mais estranho ainda!

– Vamos! – respondemos eu e Jack ao mesmo tempo depois que saímos do choque.

Nesse mesmo momento uma mulher, que eu não prestei atenção em quem era, pediu para todos se sentarem para ela fazer a chamada.

Ela terminou a chamada e se sentou. Assim o ônibus começou a andar e Soluço sussurrou para mim:

– Nosso jogo de uno vai ter que esperar!

– Não vai não... – respondi sorrindo.

– Como não? – ele perguntou confuso.

– Observe...

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Todos já estavam dormindo...

Também saímos da escola ás 7 horas da noite e só chegaríamos ao acampamento ás 7 horas da manhã do dia seguinte...

Então todos desabaram!

– Soluço... – chamei sussurrando e cutucando ele.

Soluço acordou e se virou para o meu lado. Ele ainda estava sonolento e eu estava indo acordar os outros dois atrás da gente, mas antes que eu pudesse mover um músculo...

– É o amooooooor! – Jack começou a cantar baixinho me dando o maior susto. Eu ia gritar, mas Soluço tapou minha boca a tempo.

Jack começou a rir baixinho e Rapunzel acordou.

– O que houve gente? – ela perguntou.

– Pega o uno! – falei, ou melhor, exigi. – Jack sai daí! – Falei e o albino se levantou parando no corredor.

Eu e Soluço abaixamos o encosto de nossas poltronas até ficar de um jeito que as duas pessoas que estavam atrás de nós pudessem ver. Voltamos para os nossos lugares e nos sentamos.

Rapunzel tirou as cartas da caixa e começou a embaralhá-las. Ela distribuiu 7 para cada um e eu e Soluço estávamos praticamente deitados na poltrona. Mas estávamos tão deitados que tinha certeza que nem Jack nem Rapunzel viam as nossas cartas.

O monte ficava no descanso de braço da minha poltrona e da do Soluço.

Ficamos jogando à luz da lua, que já era o suficiente já que ela estava cheia essa noite... E linda, aliás...

Jogamos muito e ninguém ganhou (o +4 complicou o jogo sempre que alguém falava uno!). Perdi completamente a noção do tempo e só sei que todos nós acabamos dormindo no meio do jogo...