Four and Four - Steps of Tomorrow

Capítulo 26 - Prisão longe do nada...


Trilha sonora: VIXX - Error (https://www.youtube.com/watch?v=IF8kySIcWNw)

Pov Autora

As 15 pessoas encararam aquela estrutura de cimento.

Uma prisão. Era assim que suas mentes descreviam aquele lugar.

– Ai Meu Deus... – exclamou Mônica encarando aquilo.

Aquela estrutura gigante ficava em um vale. Um grande cubículo fechado, constituído de pedras gigantes em forma de paralelepípedos; tudo isso coberto com uma grossa camada de lodo. Algumas janelas de ferro aqui e ali e duas grandes portas em uma grade intimidadora. Era assim que a aquele lugar era.

– Minha irmã... – Elsa parou sua frase e engoliu em seco.

– Sim. – respondeu Leonardo com um semblante sério. Um "piiii" soou e o garoto de cabelos castanhos levantou seu celular e o encarou por alguns instantes. – Ela está exatamente aqui.

– Colocaram ela numa prisão? – a albina estava realmente em choque.

– Colocaram.

– Não acredito.

– Acredite.

– Como puderam fazer isso?

– Fazendo.

A albina se virou revoltada e deu um tapa na cara do seu assistente.

– Cala essa boca.

– Por que você fez isso sua louca? – ele murmurou com as mãos na bochecha.

– Silêncio gente. – pediu Willbur. – Com toda essa estrutura não podemos entrar todos nós lá.

– No máximo teríamos que ir 2 pessoas. – disse Alice.

– Então vou eu! – Lili se ofereceu. – Sou boa em me esconder e sumir.

– Eu vou com você. – falou Patrick se pondo ao seu lado.

– Nem pense nisso! – Elsa o empurrou. – Eu vou! Tenho que encontrar minha irmã.

– Mas e se eles te acharem?! – gritou Lili. – Ficou maluca?! Você não pode ir!

– Fala baixo! – Patrick a segurou pelos ombros.

– Não Elsa, – Taylor se aproximou segurando seus ombros. – deixe que eles façam isso, é mais seguro. Pode ser que eles consigam tirar sua irmã de lá, mas com você pode ser que não, porque aí seriam duas pessoas que não têm habilidades de se esconder.

– Não... Essa pode ser a última vez que vou ver minha irmã...

– Seja como for, aqueles dois doidos já te abandonaram aqui mesmo. – Merida começou a rir enquanto apontava para Lili e Patrick correndo até um dos lados do muro.

– O QUE?????????

– Vamos apenas esperar, Elsa. – Gui tenta segurar a garota enquanto ela insiste em dar cotoveladas e uma acaba acertando a cara dele. - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

– Se esse povo dessa prisão não nos achar e enforcar, garanto que vamos morrer nas mãos dessa albina. – comenta Cascão enquanto vê a cena de Elsa chutando Gui enquanto Leo e Taylor tentam tirar ela de lá, mas ela dá cotoveladas nos dois e as assistentes riem que nem duas hienas sob efeito de gás hilariante.

– É. – concorda Willbur. – Vamos morrer.

*¨*¨*¨*¨*

– Lizandra...

– Oi?

– Me sinto mal por ter abandonado a Elsa lá.

Patrick e Lili estavam em cima de uma árvore analisando a posição das câmeras para invadir o local.

– Por quê? – a garota com uma longa franja cobrindo seu olho o encarou franzindo o cenho.

– Porque é a irmã dela!

– Acredite. Foi melhor ela não vir. – a garota voltou novamente sua atenção para a câmera. – A câmera virou para o outro lado, vamos logo!

Ambos desceram da arvore com um pulo desde o galho em que estavam, rolando assim que tocaram o chão, então correram e escalaram a parede ao mesmo tempo, Lili com seu corpo mais leve chegou primeiro ao topo e começou a ficar preocupada que a câmera se voltasse para eles, ela sussurrava com os dentes cerrados para que o loiro se apressasse, mas ele ainda se encontrava na metade do muro.

Lili deu um pequeno impulso para frente, mas escorregou no lodo e caiu sobre Patrick que a segurou com uma mão e a empurrou de volta para o topo do muro, assim ela o puxou novamente, mas ambos escorregam e atravessam o muro caindo um em cima do outro.

– Essa foi por pouco hein? – o loiro ri saindo de cima da garota, mas hesita e encara seus olhos. A franja havia saído do lugar e ele pôde ver claramente a cicatriz que atravessava o olho da garota.

Lili balançou a cabeça um tanto desnorteada e fitou os profundos olhos safira do garoto sobre a mesma. Eles esbanjavam um poço de incredulidade e confusão.

– O que é isso Lizandra? – seus olhos se arregalaram enquanto ele ajoelhava a puxando pelos ombros para ficarem cara a cara.

– Isso o que? – a garota de cabelos roxos se surpreendeu com a súbita ação dele.

– Essa cicatriz atravessando seu olho Lizandra!

Passos pesados foram ouvidos e os dois deixaram a questão de lado com o intuito de se esconderem. Cada um se afastou e foi para um lugar onde não pudessem ser vistos.

– Você tá bem Astrid? – perguntou uma voz feminina.

Seguiu-se um pouco de silêncio.

Alguns passos continuaram seguindo para cada vez mais próximo de onde Patrick estava. O loiro lutou contra seu próprio corpo para que nem mesmo sua respiração ou batimentos cardíacos o entregassem.

– Hum... – uma outra voz feminina apareceu. – Não Thalia... Eu apenas pensei ter ouvido algo.

– Esquece isso sua maluca! – a "Thalia" a chamou. – Estão nos esperando.

– Não quero ir ver aquele coroa... – "Astrid" suspirou.

– Aquele "coroa" pode nos dar a oportunidade que estamos esperando. Além disso a Evellyn mandou a gente ir.

– Olha a minha cara de quem é cachorrinho dela. – "Astrid" disse com desdem. – Aquela mulher tem muita pose. Só isso. Ela se acha demais, e eu sinceramente não vou com a cara dela.

– Cala a boca loira! Ela é a filha da Coin, então trate de ficar quieta e não trazer problemas pra mim!

Passos são ouvidos novamente, as duas garotas começam a se afastar.

– Se não o que? Vai me envenenar?

– E não vou gastar minha preciosa arma com você Astrid. – a outra garota respondeu rabugenta. – Tenho outros planos pra isso...

Então as vozes ficaram baixas e incompreensíveis enquanto o ritmo das passadas sugeriam uma corrida entre as duas.

– Vamos logo Lizandra. – chamou Patrick se pondo logo atras dela.

A morena assentiu e ambos seguiram em silêncio. Caminhavam rente à parede seguindo pela direção contraria à que as duas garotas seguiram, mas era realmente uma prisão! Não tinha janelas, falhas, portas, grades... Absolutamente nada.

Eles continuaram andando, mas o desanimo começou a tomar conta deles, quando finalmente viram uma porta com dois guardas tomando conta.

– E agora? – perguntou Patrick confuso.

– Vamos ver o que o brinquedinho da Bia vai fazer nesses dois. – um sorriso travesso brincava nos lábios da menina, enquanto ela pegava dois pequenos tubos e uma pequena caixinha em seu colete.

Ela abriu a caixinha e dentro dela havia inúmeros dardos, que ela tomou o cuidado de não tocar na ponta e entregou um para o loiro, então pegou outro para si e com os tubos os dois atiraram nos guardas, que só tiveram tempo de ficar assustados e começaram a ter pequenos espasmos até finalmente desmaiar.

– Uuuuuuuuuu. – Lili se voltou para o tubo. – Vou pegar mais brinquedinhos da Bia pra mim!

– Ela te deu isso? – perguntou Patrick enquanto seguiam até os caras e tiravam o uniforme deles.

– Claro que não.

– Mas então como que... Espera! – o loiro gritou e Lili parou de tirar o uniforme do guarda. – Eu tiro daqui pra frente, fica vigiando.

– Tá.

Depois que Patrick voltou com os uniformes e desapareceu com os dois corpos inconscientes, os dois vestiram a farda, usaram um cartão de acesso e entraram na prisão.

– Só não ache que se livrou da conversa sobre essa cicatriz Lizandra. – o loiro sussurrou em seu ouvido causando um arrepio na garota de cabelo roxo.

– Enquanto não passar a me chamar de Lili, nada feito. – ela falou rabugenta apressando o passo.

*¨*¨*¨*¨*

– Elsa, para de frescura agora! – Alice gritava segurando uma faca, enquanto Taylor fazia de tudo para impedi-la de enfiar a faca na albina.

– Licinha, se aqueta pelo amor de Deus! – gritou o moreno. – Todas as ruivas são malucas, é isso?

Alice soltou um grunhido e não hesitou em tentar cravar a faca no braço de Taylor.

– Ficou maluca?! – ele gritou se afastando bruscamente.

– Pensei que tinha dito que todas as ruivas são malucas.

– Talvez seja verdade... – falou Kaique recebendo uma faca voadora em sua direção. – Desculpa, desculpa! Não quis ofender.

– Devia ter te acertado. – comentou Manu com um sorriso travesso.

– Ok. – Willbur se pronunciou novamente. – se vamos ficar aqui, devíamos pelo menos fazer silêncio, mas já vi que vocês são incapazes de fazer isso, então eu realmente sugiro que a gente saia daqui.

– E pra onde você espera que a gente vá? – perguntou Cascão que estava encostado em uma árvore. – Não podemos voltar para o acampamento, a ruiva maluca já deve ter pego os outros e já deve estar vindo atrás da gente.

– Não precisamos voltar, podemos continuar na floresta.

– Onde exatamente? Não podemos ficar desprotegidos. – falou Leo e todos o encararam com uma cara de "sério isso?". – Ué? Por que essa cara?

– A GENTE JÁ ESTÁ DESPROTEGIDO AQUI CABEÇÃO!!!! – gritou Merida.

– Sem brigas de novo gente. – Taylor chamou a atenção de todos. – Para onde iríamos Will?

– Que tal pra casa abandonada?

Todos se calaram por um momento encarando o jovem de topete e analisando a sugestão.

– É, pode ser uma boa ir pra lá. – Mônica deu de ombros.

– Eu vou ficar. – Elsa se pronunciou sentada de costas para todos encarando a estrutura no vale.

– Tu-tudo bem... Vamos gente? – perguntou Anna.

– Eu vou ficar com a albina. – Taylor se pronunciou se pondo ao lado de Elsa que o encarou surpresa e sussurrou um “obrigada” voltando a encarar a prisão logo em seguida.

– Tem certeza disso? – Alice andou até eles.

– Tenho Licinha... – então ele puxou ela que caiu com tudo no colo dele. – E você vai ficar comigo.

– Como é que é? – ela sussurrou incrédula com a cara enfiada no peito do moreno.

– Podem ir, não vamos discutir.

– Eu não garanto. – a ruiva sussurrou de novo com raiva.

– Pelo bem da Elsa Licinha... – ele pediu sussurrando em seu ouvido.

A ruiva levantou a cabeça e deu de cara com os profundos olhos castanhos de Taylor, ficando um pouco corada quando percebeu o púbico observando a cena.

– Não vamos brigar. – ela garantiu saindo de cima dele.

– Então tá... – falou Manu desconfiada. – Vamos gente.

Então o resto do grupo saiu pela floresta em direção à casa abandonada.

Quando já estavam há alguns metros de distância, Leo parou, o que acabou chamando a atenção de Bia que foi até ele.

– Você tá bem Lerdo?

– Isso não é hora pra apelidinhos loira. – ele a repreendeu sério.

– Ok ok... Desculpa. – ambos voltaram a andar em silêncio. – Mas posso saber o que houve com você?

– Como assim? – o moreno perguntou se virando pra ela confuso.

– Você parece um pouco preocupado.

Ele ficou em silêncio com a loira ao seu lado.

– Eu estou. – Leo soltou um suspiro cansado.

– Com o que? – Bia o encarou um pouco. Ele parecia um pouco mais suportável quando estava sério. Um pouco.

– Com o que a Alice e o Cascão disseram!

– Sobre o fato de a ruiva maluca fazer o que bem entende, mesmo que a diretora do acampamento seja a Vanessa?

– É-é... – Leo arregalou os olhos gaguejando surpreso. – Como sabia?

– Sou inteligente. – ela sorriu vitoriosa.

– Humm... – ele deu um sorriso de canto. – Vou considerar isso sobre você. Talvez não seja tão patricinha assim...

– Obrigada. – a loira fez uma reverência.

Leo pegou seu celular no bolso da calça.

– O que vai fazer Leo?

– Ligar pra Vanessa.

– Oi? – Bia ficou totalmente perdida.

– Esse celular faz e recebe chamadas de apenas uma pessoa... A Vanessa. E é hora de tirar essa história a limpo.

Bia o encarou enquanto ele fazia a chamada, Vanessa atendeu, mas a loira não conseguiu se concentrar na conversa. Um pequeno detalhe na roupa de Leo a deixou assustada. Seus olhos se arregalaram e suas pupilas dilataram, ela continuou andando no automático, mas sua cabeça estava bem distante daquela floresta... Ela sabia que antigos monstros do seu passado iriam voltar. A memória de uma antiga luta passou como um filme pela cabeça dela. E tudo por causa daquele detalhe. Tudo por causa de uma gravata vermelha.

*¨*¨*¨*¨*

Patrick e Lizandra invadiram a sala de segurança e buscaram na lista a cela de Anna. Descobriram que ela estava na ala leste, na cela 304, então seguiram imediatamente para lá.

– Você pode me explicar o porquê de você ter essa cicatriz gigante no olho? – pediu Patrick um tanto incomodado com aquilo.

A garota o encarou como se faltasse algo na frase dele.

– O que foi?! Eu falei “por favor”!

– Falta algo. – ela falou se virando para frente de novo.

Então foi como se uma lâmpada se iluminasse na mente dele.

– Pode me explicar... Lili.

– Assim é bem melhor... – ela sorriu discretamente. – Como não temos tempo, vou encurtar a história. Eu e minha irmã fomos acampar, uma doida apareceu, matou minha irmã e me deixou com essa cicatriz, depois fugiu.

Patrick parou no meio do corredor em choque.

– O que pensa que está fazendo? – Lili se voltou para ele. – Temos que correr!

– Como você pode falar isso tão calmamente? – ele perguntou franzindo o cenho.

– Já me acostumei com essa história para ser sincera... – ela abaixou a cabeça com pesar.

Ele se aproximou dela e segurou seu queixo levantando seu rosto delicadamente.

– Olhe nos meus olhos e diga que superou isso.

Lizandra retira a mão de Patrick de seu queixo.

– Não temos tempo para isso Patrick! – ela fala ríspida desviando o olhar.

– Engraçadinha! – ele puxou seu braço. – Não vai escapar de mim de novo. Responda!

– Pa-Patrick... – Lizandra abaixa a cabeça, lágrimas começam a escorrer de seu rosto.

– Eu sabia... – ele puxou sua cabeça, forçando-a a encará-lo. – Você não superou isso. Não minta para mim, por mais que você não acredite, eu posso sim te ajudar! Confia em mim. Eu estou aqui, contigo.

Lizandra o encara com lágrimas em seus olhos e o abraça. Simplesmente aquela garota fria de antes parecia não ser mais a mesma – É difícil, por mais que eu tente superar, as imagens permanecem sempre vivas em minha mente.

Patrick a encara, realmente não parecia ser a Lizandra de sempre... Mas aquela de agora o encantava.

– Lizandra... – Ele coloca sua mão atrás da cabeça dela e a encara, chegando cada vez mais perto de seu rosto.

Lizandra o encara, simplesmente fecha seus olhos e sente o calor da face de Patrick perto da sua, ambas as respirações aceleradas se fundindo. O mesmo ar circulava entre eles, pouco a pouco eles tomavam um pouco um do outro até que já não fosse mais possível escapar.

Finalmente, um beijo acontece e em meio aquilo tudo ela sentiu seu coração palpitando mais rápido. Inacreditavelmente ela, pela primeira vez, admitiu o que realmente sentia por Patrick... Ela retribuiu com intensidade aquilo que provavelmente fosse uma luz no meio da escuridão.

De repente o loiro sente um grande impacto na nuca e imediatamente sentiu o mundo escurecer. Lizandra abriu os olhos e encarou o corpo pendente do garoto caindo sobre ela.

– Patrick?! – ela indaga confusa o segurando pelos braços, mas ele cai de cara no chão. Lizandra viu o sangre escorrendo pela nuca do garoto e seus olhos se arregalaram em surpresa.

– O que você fez?! – ouviu-se a voz de Anna no corredor.

Um pouco próximo de onde Lizandra estava, um garoto de cabelo moreno, olhos puxados como se fosse asiático e um topete, segurava uma raquete de tênis.

– Isso é sério?! – Lizandra pergunta desatando a rir. – Uma raquete de tênis?!

– Não gosto de coisas normais. – o garoto à sua frente deu de ombros. – Um tijolo seria muito fácil, pensei que uma raquete daria uma chance pra vocês revidarem, mas parece que superestimei vocês.

O garoto se zanga e tenta atacar a morena, mas ela toma a raquete dele dando uma chave de braço nele, logo em seguida.

– Nam... – ela diz um tanto provocativa. – Estou muito acima do que você pensa.

– Lizandra sai de cima dele! – Anna a puxa e ela liberta o moreno.

– Posso saber quem é esse retardado que quase matou o Patrick? – Lizandra pergunta encarando o garoto ainda sentado.

Ele lançou um sorriso conquistador e respondeu.

– Meu nome é Do Contra.