Four and Four - Steps of Tomorrow

Capítulo 22 - Good Bye Anna...


(Trilha sonora: 30 Seconds to Mars - Kings and Queens clique aqui)

Pov Cebola

Eu nunca fiquei tão confuso nesse acampamento quanto estou agora!

E tudo isso porque os assistentes fizeram o maior drama, mas do nada aquela ruiva dos desafios passou por nós e eles se calaram, dizendo para esquecermos e que não era nada demais...

Até ai provavelmente, mesmo sendo uma opção mínima, a gente podia aceitar e esquecer o fato. Mas depois daquele dia eles não são mais os mesmos!

– Alice! Não é assim que se empunha uma espada! – gritava Mô.

– Eu... Sei... – aquela ruivinha JAMAIS aceitaria alguém dizer que ela errou e deixaria por isso mesmo! Ainda mais quando ela é quem sabe como fazer aquilo e está ensinando pra pessoa que contrariou ela!

– Ô sanguinária! – eu chamei. – Você quer mesmo continuar tentando?

– Eu não desisto fácil assim. – ela respondeu calma. CALMA!!!! Eu acabei de chamar ela de sanguinária e ela me respondeu CALMA!!!!

– O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI LIZANDRA???? – gritou Jack indignado.

– Nada. Eu estou bem. – a morena respondeu. E ela não corrigiu para Lili????

– Desde aquele dia que vocês foram sozinhos pro meio da floresta que não estão agindo bem! – exclamou Marvis.

– Você não consegue nem acertar esse alvo há 3 metros de distância Beatriz! – gritou Merida indignada.

– Tá muito longe... – argumentou Bia. E ela também não corrigiu pra Bia???

– Isso não é desculpa! – gritou Elsa indignada. – Você conseguiu acertar uma lâmina em uma fenda numa árvore há 10 metros de distância!

– Isso não é nada comparado ao que você fez! – gritou Flynn.

– CHEGA!! – gritou Karine estressada. – Você está tão desconcentrada que eu seria capaz de te jogar naquele lago e te afogar e você nem sentiria Manuella!

– Porque você faria isso? – ela questionou triste. TRISTE!!!!!

– Isso eu posso responder. – falei chamando a atenção de todos. – VOCÊS PIRARAM???? Temos desafio amanhã e vocês estão piores que nós!

– Não reclame! – exclamou Alice jogando a espada no chão brava.

– Eu reclamo sim! Temos que nos esforçar ao máximo porque não sabemos o que nos aguarda e pode ser algo que nos elimine!

– E sinto muito, mas já não temos um ponto pelo fato de termos assistentes e sofrermos perseguição por isso. – completou Peri.

– Isso é Bullyng com a gente! – exclamou Wil.

– Quer saber, pra mim chega! Não podemos fazer mais nada! Aquela ruiva já nos odeia mais do que tudo e se não descontar neles, vai descontar na gente! – gritou Leo revoltado.

– Eu prefiro que seja na gente! A culpa foi nossa! – falou Bia chateada.

– A culpa foi dela! Afinal é ela quem está formando toda essa... – a frase dele morreu.

– Essa o que? – perguntou Vanessa surgindo do nada no nosso meio.

– Nada! – respondeu Kaique bufando. – Sinto muito, mas por hoje é só isso gente.

– Vemos vocês amanhã no desafio. – completou Patrick e eles lentamente seguiram pela trilha.

– MAS O QUE ACONTECEU AQUI?????? – gritou Jack com as mãos para o alto.

–--------- no dia seguinte ----------

Ruídos atravessavam a porta grossa de madeira e chegavam à varanda do nosso chalé. Aquilo já era inconfundível! Nossas assistentes estavam chegando. Cascão fez alguns gestos com a mão e Soluço, Willbur e Jack seguiram para a porta, ficando ao lado do batente e esperamos, em silêncio, a chegada delas.

O barulho da maçaneta sendo girada nos chamou a atenção. A porta lentamente se abriu com um rangido e Jack Soluço e Willbur, pularam em cima da silhueta escura que ultrapassou o umbral.

– MASQUEQUÊISSO???? – gritou a pessoa no chão. E era uma voz masculina!

– Mas que tá ai? – perguntou Vi se aproximando da pessoa que estava sendo esmagada e segurada pelos meninos.

– Dá pra me soltar? – gritou Taylor.

– Mas o que você tá fazendo aqui? – perguntei confuso.

– Não estamos conseguindo encarar nossos grupos, então as meninas pediram pra gente vir buscar vocês. – ele explicou ainda no chão.

– Dá pra explicar o que está acontecendo? – perguntou Merida impaciente.

– Não.

– Então morra!!!

– Que violência! – exclamou Kaique dramático atravessando a porta.

– Chega de papo! Temos que ir. – avisou Leo entrando na varanda.

Os seguimos até o campo gramado, onde seria o desafio de hoje. O grupo 1 já estava lá junto com nossas assistentes.

– Entendam! – gritou Alice quase arrancando os cabelos.

– Não até vocês nos explicarem! – devolveu Anna, a ruiva.

– Mas que coisaaaaaaaaa! – reclamou Manu desesperada.

– Eles não são os únicos que querem entender o que deu em vocês. – falou Soluço quando nos aproximamos delas.

– Hummm... – pensou Bia. – Se a gente falar algo e vocês não gostarem, o que acontece?

– Nada.

– Como eu queria que vocês tivessem dito: “Se é tão ruim assim, nós entendemos vocês. Esqueçam.” MAS NÃÃÃÃÃÃÃO!!!!

– Olha... Se é tão sério assim... – comecei.

– Ele vai falar! – comemorou Manu dando pulinhos de alegria.

– Deviam nos contar para podermos ajudar vocês. – completei com um sorriso travesso.

– Seu inútil! – gritou Alice pulando em cima de mim e tentando me enforcar.

– Campistas! – chamou a ruiva dos desafios. A ruiva estressada que ainda estava em cima de mim, gelou. Ficou paralisada encarando algum ponto vazio.

– E assistentes... – completou a ruiva no palco com voz de tédio.

– Ela tem algo contra nós? – perguntou Elsa.

– Não! É claro que não! – respondeu Patrick claramente nervoso. – De onde você tirou essa ideia.

– Hoje teremos mais um desafio. Mas será diferente. Ninguém que está fora da estrutura vai poder ver o que está acontecendo lá dentro, e dessa vez apenas uma pessoa de cada grupo poderá participar. – ela fez uma pausa. – Vocês têm um minuto.

Ficamos em silêncio. Não iriamos mais saber com as coisas iam rolar com eles lá dentro e depois do surto dos nossos assistentes, eu desconfio que eles têm a ver com essa mudança brusca!

– Bom... Eu vou. – falou Anna se levantando.

– Tem certeza? – perguntou Elsa segurando seu pulso.

– Eu sei me virar maninha. – ela falou sorrindo calma.

– Eu também vou. – anunciou Jack se pondo ao lado da ruiva.

– Cuidado. – pediu Bia. – Por favor.

– Ainda não sei o que deu em vocês, mas se algo der errado terão que nos contar o motivo. – falou Jack frio.

– Como se a gente fosse saber o motivo de tudo ter mudado! – reclamou Manu, sincera como sempre.

– Se querem a resposta dessa pergunta, eu falo! – exclamou Alice se levantando brava. – AQUELA CRIATURA TEM MINHOCA NA CABEÇA, É ISSO!!!!!

– Bom... Eu tenho que concordar... – admitiu Jack.

– Vão antes que a ruiva apareça de novo! – exclamou Punzie chamando nossa atenção.

– Até logo. – se despediu Anna indo em direção ao palco.

Tinha uma porta lá, e as pessoas passavam por ela desaparecendo do nosso campo de vista e deixando para trás medo e incerteza. Esses sentimentos acabaram se instalando na gente. Um silêncio gélido ficou entre nós, estávamos todos concentrados naquela porta escura, como se pudéssemos acabar vendo o que estava acontecendo através dela.

– Eu realmente espero que o motivo de vocês estarem estranhos não tenha a ver com essa mudança nos desafios. – avisou Elsa cabisbaixa.

– Nã-Não. Não tem nada a ver. – afirmou Lili preocupada com suas palavras.

– Saibam que minha irmã está lá! Correndo um risco! – ela se voltou para nossos assistentes com o olhar frio. – Espero que tenham pensado nisso quando decidiram esconder tudo isso da gente!

– É melhor vocês não saberem! – exclamou Anna nervosa.

– E é melhor minha irmã sair de lá! – a albina devolveu nervosa.

– Ela vai sair... Eu acredito nisso... – murmurou Bia cabisbaixa.

Voltamos a ficar em silêncio. Encarei novamente a porta negra no palco e a cada segundo o tempo parecia passar mais devagar. Eu comecei a suar frio e o simples fato da porta não abrir torva o tempo de espera ainda maior em minha mente. Sei que só haviam se passado 15 minutos, mas para mim tinham sido 150 anos!

A preocupação começava a invadir minha mente e eu me lembrava do grupo assassino que sempre nos atacava, o que eles estariam fazendo com eles agora?

Minha mente se preencheu de pavor quando a realidade me atingiu como um tiro no peito.

– Não foi uma boa ideia eles irem! – exclamei acordando todos do transe.

– Hã... Porque não? – perguntou Maga confusa.

– O grupo assassino! O Jack odeia eles e surta sempre que olha pra cara de algum. E a Anna não sabe de nada! – expus minha preocupação deixando todos paralisados e incrédulos.

– Essa não... – murmurou Elsa com o medo tomando sua mente.

– Sei que essa não é a melhor hora de falar isso, mas temos que ter calma! – falou Bia se levantando claramente nervosa.

– É. Quem sabe eles não saem de lá vivinhos da silva! – Leo tentou ajudar.

– O QUE ESTÁ SUGERINDO? QUE ELA PODE SAIR MORTA DE LÁ???? – gritou Elsa se levantando indignada.

– Gente! – a voz de Jack foi ouvida ao longe chamando nossa atenção.

– Você conseguiu! – gritaram nossas assistentes, Merida e Punzie correndo na direção dele.

– Es-Espera. – falou Elsa com a voz embargada. – Cadê a minha irmã?

Jack abriu a boca, tenso, mas foi interrompido pela voz da ruiva que subiu ao palco.

– A eliminada foi a garota do grupo 1!

Elsa encarava incrédula com a ruiva no palco que deixava escapar um sorriso de satisfação.

A albina desabou no chão sem conseguir acreditar no que ouviu. Lágrimas teimosas insistiam em cair enquanto eu tinha certeza que apenas uma frase martelava na cabeça dela:

– Eu sei me virar maninha.

Mas aquela ruivinha não iria mais voltar. E um vazio preenchia todos nós...