Capítulo 19 - Numbered Envelopes

(Trilha sonora: Linkin Park - Breaking the Habit clique aqui)

Pov Cebola

– Vocês não esqueceram o desafio! – gritou Anna satisfeita.

– E vão ser eliminados por...

– Se você terminar essa frase eu acabo com você! – Merida interrompeu Bia.

– Tá bom. Tá bom. – a loira concordou derrotada. – Vamos logo com isso.

Seguimos até o campo gramado. Recebemos alguns olhares ameaçadores pelo fato de termos nossas assistentes, mas ignoramos e seguimos firmes. Nos sentamos entre o grupo 2 e o 4, e agora estamos mesmo com nossa sentença de morte escrita, porque o grupo três já odiava a gente e com essa última história de assistentes, bom... Teremos problemas com eles!

E o grupo 4 também não está indo muito com a nossa cara.

– Vocês têm alguma rixa com algum dos grupos? – perguntou Lili.

– Só se passou 1 semana! – exclamou Alice. – Eles não podem ser tão desastrados assim!

– Na verdade o grupo 2 nos odeia. – afirmou Karine.

As meninas ficaram paralisadas nos encarando. Então do nada elas começaram a surtar e a gritar com a gente.

– Qual o problema de vocês? – gritou Anna segurando seus cabelos.

– Essa história de assistentes já não foi o suficiente? – Alice surtou.

– Vocês querem morrer? – gritou Bia exaltada.

– Sabe... – chamou Patrick. Todo o grupo 1 se sentou ao nosso lado, como uma companhia que não quer nos matar! – Se o plano de vocês era serem discretos. Acho bom, vocês reverem como estão pondo em prática.

– Descrição não é nosso forte... – afirmou Kaique.

– Mas elas estão piores que a gente! – exclamou Leo.

– Obrigada. – falou Bia irônica. – Como sempre, você ajudou muito.

– Como sempre, eu não ligo para a sua opinião Patricinha.

– CHEGA! – gritou Mônica. – Hoje não é dia de vocês se matarem, e sim de se unirem para manter a gente no acampamento por pelo menos mais 2 dias!

– Profundo... – falou Bryan com a mão no peito.

– Precisamos de mais discursos de incentivo, porque com esses assistentes tá difícil viu! – falei e todos começaram a rir enquanto nossos assistentes nos encaravam incrédulos.

– Campistas! – chamou a voz da ruiva que ninguém sabe o nome, interrompendo nossos risos. – Sejam bem vindos ao nosso mais novo desafio!

– Bem vindos? – perguntou Bia incrédula. – Porque seriamos bem vindos para o cenário do desastre?!

Leo tapou a boca dela enquanto falava:

– Você fala besteira demais. Quieta é melhor!

– Dessa vez teremos um desafio um pouco diferente. – continuou a ruiva. – Apenas 3 pessoas de cada grupo irão participar, e elas é que serão eliminadas, não o grupo todo.

– Alguém notou que o grupo 6 não tá aqui? – perguntou Manu.

– Não é hora pra isso! – exclamou Peri brava. – Temos um desafio pela frente!

– Será avaliada a inteligência, portanto escolham seus integrantes mais inteligentes. – explicou a ruiva. – Vocês têm 5 minutos.

Ela saiu do palco e os grupos começaram a se reunir para escolher quem iria.

– Quem vai ir, no grupo de vocês? – perguntou Lili.

– Algum voluntário? – perguntou Gui para o seu grupo. Nada.

– Ninguém quer se arriscar nas loucuras dessa criatura! – exclamou Bia.

– Olha a educação... – repreendeu Taylor.

– Quem é inteligente por aqui? – perguntou Violetta.

– Soluço. – respondeu Jack.

– Cebola. – falou Maga.

– Vi. – falou Wil.

– MC. – respondeu Peter.

– Elsa. – falou Kristoff.

– Andy. – falou Tinker.

– Ok. Vocês vão? – perguntou Manu.

– Sim. – afirmamos todos ao mesmo tempo.

– Contamos com vocês. – por fim falou Anna, a ruiva.

Nos levantamos e seguimos para uma porta que estava o lado do palco onde a ruiva apareceu. Por falar nela, ela acabou de aparecer de novo no palco.

– Campistas. Uma dica aos participantes: Peguem os envelopes da cor correspondente. Espero que estejam prontos. Porque o desafio começa em... 10 – a porta foi aberta e todos entramos. – 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1!

Começamos a correr por um corredor com luzes de neon embaixo do piso de vidro.

– O que ela quis dizer com: “Peguem os envelopes da cor correspondente.”? – perguntou Vi.

– Qual é a nossa “cor correspondente”? – perguntei fazendo sinal de aspas com os dedos.

– E eu que sei?! – exclamou a morena.

– O que é aquilo? – perguntou Soluço chamando nossa atenção.

Paramos de correr e andamos até uma cama de pétalas de rosas com um envelope branco ao contrário. Peguei-o e virei para a parte com a aba, estava lacrado e com o número 1 estampado em tinta preta, com uma letra delicada.

– O que isso quer dizer? – perguntou Vi.

– Pode ser do grupo 1... – pensou Soluço.

– Galera! – ouvimos a voz de Elsa e nos viramos, ela se aproximava com MC e Andy.

– O que foi? – perguntou Soluço.

– Achamos um envelope azul com o número 3 escrito. – ela respondeu parando ao nosso lado.

– E nós achamos isso. – falei entregando o envelope branco para eles.

– Acho que branco é a nossa cor correspondente. – falou MC.

– E a nossa azul. – afirmou Vi. – Onde está o envelope azul?

– Venham com a gente. – chamou Andy e saímos correndo.

Do nada Andy parou. O que deu nele?

– O que houve? – perguntou Soluço.

Andy apontou para cima e viramos nossos olhos para o teto. Tinha um envelope azul cercado por pétalas de rosas preso no teto por uma rede feita com linha de pesca.

– Como vamos pegar aquilo? – perguntei indignado.

– Sobe Vi. – falou Soluço com as costas abaixadas.

A morena sentou nos ombros dele e ele voltou a ficar ereto. Vi começou a se esticar, mas não estava conseguindo alcançar.

– Alguém ajuda aqui! – ela pediu.

Me apoiei no ombro de Soluço e ele reclamou:

– Dois no meu ombro é apelação!

– Desculpa cara! – falei e terminei de subir. Apoiei minhas mãos nos ombros de Vi e fiquei em pé. Depois de um pouco de esforço, finalmente peguei a rede.

– Peguei! – anunciei, mas senti meu corpo ser puxado para baixo pela gravidade.

Meus pés se desgrudaram dos ombros de Soluço e em um segundo senti cair numa rede de braços. Abri meus olhos e fitei Elsa, MC e Andy.

– Cuidado. – avisou Elsa.

– Tarde demais para isso. – afirmei me colocando de pé no chão.

As pétalas e o envelope azul estavam caídos no chão. Peguei o envelope enquanto Vi descia das costas de Soluço.

– E então? – perguntou a morena.

– Acho melhor não abrirmos... – falei fitando o número 3 escrito na frente do envelope.

– Então vamos nos apressar. – falou Soluço girando os ombros. Acho que eles estavam doendo...

– Vamos. – concordamos e voltamos à correr. Cada um olhava para uma direção: Eu para a esquerda, Vi para cima e Soluço para a direita.

Não achei nada e me virei para frente bem a tempo de ver um penhasco na nossa frente.

– Vi! – gritei puxando seu braço. Ela olhou para frente e também viu o penhasco, automaticamente ela puxou o pulso de Soluço.

Ele parou na borda da depressão.

– Essa foi por pouco. – ele suspirou aliviado.

– Como vamos atravessar isso? – perguntei. – Que desafio mais idiota!

Labaredas de fogo foram sopradas do fundo da depressão, nos assustando.

– Eles estão nos ouvindo? – perguntou MC.

– Parece que sim. – respondeu Andy.

– Que bom. – falei olhando para cima. – Porque esse é um desafio muito idiota, estão ouvindo?!

Um “Clack” soou acima de nós e lâminas começaram a cortar o penhasco.

– É. – afirmou Andy cansado. – Eles estão nos ouvindo.

– E esse idiota também não ajuda! – gritou Elsa alterada.

– Quem? Eu? – perguntei apontando para mim mesmo.

– Quem mais seria? – ela gritou brava.

– Não é hora pra gente se matar. – interrompeu Soluço. – Estamos parecendo até nossos assistentes! Mas a diferença é que podem nos matar aqui dentro!

Do nada as labaredas de fogo ficaram quietas, as lâminas pararam e uma passagem começou a se elevar, era uma passarela onde apenas uma pessoa passava.

– Ok. Vamos! – chamou MC.

Começamos a anda em fila, mas quando já estávamos no meio da passarela outro “Clack” soou e as lâminas voltaram a se mover.

– COOORREEEEEE! – gritei e todos começamos a correr.

Então a fila parou e uma das lâminas estava se aproximando de mim, fechei meus olhos, mas então uma mão me puxou e pude sentir o vento da lâmina cortando o ar passar pelo meu braço.

Abri novamente os olhos e estávamos parados de novo outra lâmina se aproximava e no último momento Vi me puxou e ela passou reto.

Finamente desabamos todos no chão, já seguros e do outro lado do penhasco.

Estávamos ofegantes e eu um pouco trêmulo. Não reclamem! Duas lâminas quase acabaram de me cortar ao meio!

– O envelope! – gritou Soluço.

Levantamos nossas cabeças e demos de cara com mais camas de pétalas de rosas e envelopes.

Mas só tinham 6. Estamos atrasados!

– Vamos correr! – falou Vi pegando nosso envelope.

Continuamos correndo até darmos de cara com uma escada, que terminava em uma corda acima de um lago de areia.

– Porque eles colocaram essa corda sendo que podemos atravessar pela areia? – perguntou MC andando sobre a areia, então ela parou e se virou para nós. – Viram?

Vi soltou um grito esganiçado deixando a gente com o ouvido zumbindo.

– Quem mais tá com o ouvido zumbindo? – perguntei.

– Todo mundo. – respondeu Elsa batendo no seu ouvido.

– Ela... Ela... Ela...

Vi estava tentando gritar alguma coisa, mas não conseguia.

– ELA O QUE CRIATURA?! – gritou a albina sem paciência.

– ELA TÁ SE AFOGANDO!!!!

Viramos nossos rostos e só dava para ver o braço da MC, até o rosto dela já estava afundado!

– ALGUÉM AJUDA!!!!!! – gritou Elsa desesperada se jogando no chão.

Subi a escada e comecei a andar na corda bamba, cheguei até onde MC estava e me segurei com apenas uma mão na corda. Toquei a mão dela com meu pé e ela o segurou. Fiz impulso com o braço e segurei a corda com os dois, então fui novamente até a escada e sentei no parapeito, MC já estava totalmente fora da areia e começou a escalar meu pé. Segurei sua mão e a puxei para a escada.

Todos vieram correndo abraça-la.

– Achei! – a ruiva falou mostrando dois envelopes.

– Que bom amiga! – exclamou Elsa voltando a abraça-la.

– Vamos logo com isso antes que alguém se machu...

– Ora, ora... – alguém interrompeu Soluço. – Cadê a loirinha indefesa?

– Você?! – gritou Soluço incrédulo.

Era o grupo que atacou a gente no labirinto.

– Corre! – exclamou Elsa empurrando Soluço, que caiu no penhasco, mas quando olhamos para baixo ele havia se segurado na borda da escada.

– Parabéns albina. – falei irônico.

– Pelo menos eu estou ajudando! – ela exclamou em resposta.

– Se querem mesmo ajudar, atravessem essa corda! – gritou Soluço se segurando na corda com as mãos e as arrastando.

Começamos a tentar atravessar na corda bamba o que não seria tão difícil se não tivesse um bando de doidos na sua cola atirando lâminas em você!

– Falta pouco! – gritou Soluço já do outro lado.

A corda bambeou um pouco e olhamos para trás. Não dava para ver nada!

– ELES ESTÃO CORTANDO A CORDA!!!! – gritou Andy.

A corda perdeu a força e se rompeu levando todos nós abaixo.

Senti uma mão me segurar e segurei a de Vi, que segurou a se MC e assim por diante. Soluço começou a nos puxar para cima, até que um feixe de luz cortou o ar e acertou o braço dele.

O moreno gemeu de dor e soltou um dos seus braços fazendo todos nós cairmos até nos estabilizarmos de novo.

– Desculpa! – o moreno gritou e voltou a nos puxar. Já no chão e seguros ele falou: – Vamos sair daqui!

Corremos mais um pouco até darmos de cara com várias telas, cada uma com um número.

Diferente do que pensávamos não tinha nenhum outro grupo lá! Fomos os primeiros a chegar!

Nos separamos do grupo 1 e fomos até o monitor com nosso número.

– Vamos abrir os envelopes! – falou Soluço.

Vi distribuiu um para cada um e todos abrimos ao mesmo tempo e lá dentro tinha...

Cartões????

– O que?! – perguntei com uma sobrancelha arqueada.

– Bem vindos campistas do grupo 3! – a ruiva apareceu na tela acima de nós. – Coloquem seus cartões e respondam as perguntas!

A tela voltou ao normal.

– COLOCAR OS CARTÕES AONDE CRIATURA??? – gritou Vi nervosa.

– Acho que aqui. – falou Soluço apontando para uma fenda escrito “cartões” em cima.

– Pode ser... – falou Vi dando de ombros.

A morena colocou seu cartão na fenda e segundos depois aparece uma pergunta no monitor:

“Qual é a matéria mais dura encontrada na natureza?”

– Diamante! – ela gritou segura.

– Negro. – completou Soluço.

A frase “Resposta correta” apareceu no monitor nos deixando paralisados.

– É por voz... – falou Soluço.

– Temos que ter cuidado. – afirmei colocando minha ficha.

Novamente apareceu uma pergunta no monitor:

“Qual a cor que é considerada a mistura de todas as cores?”

– Pre...

Tapei a boca da morena a tempo.

– Não é essa, criatura! – exclamei a soltando.

– Não? – ela falou confusa. – Até onde eu sei se misturarmos todas as cores dá...

– Eles vão usar isso contra a gente! – exclamou Soluço a interrompendo. – Não fala nada.

– A resposta é Branco. – falei cruzando os braços.

“Resposta correta”

Por fim Soluço colocou a sua ficha e a última pergunta apareceu:

“Um relógio que traz os ponteiros marcando 4h, estes mesmos ponteiros estão dispostos em qual ângulo ou grau?”

– E se eu tiver usando relógio digital? – Vi explodiu. – Como é que faz, hein?

– A gente acabou de ter a prova de que eles não estão indo com a nossa cara e você ainda dá esse piti?! – perguntei num sussurro.

– Só pra constar. – a morena se voltou para mim. – Você que chamou o desafio de idiota, então isso foi culpa sua!

– Obrigada. – falei irônico.

– 120! – Soluço gritou do nada.

– 120 o que criatura? – perguntou Vi confusa.

Ele apontou para o monitor e nos voltamos para ele onde estava escrito:

“Resposta correta”

O monitor desligou e porta se abriu num pequeno rangido. Saímos de volta para a luz do dia e minha visão ficou completamente branca até eu me acostumar de novo com tanta luz.

Todo mundo do nada pulou em cima da gente em um abraço coletivo.

– Parabéns! – gritou Bia.

– E aí povaréu! – gritou Andy e nos soltamos, abraçando eles.

– Campistas! – chamou a voz da ruiva. – Já temos nossos eliminados.

Nos encaramos confusos e do nada saímos correndo até a frente do palco onde em um telão tinha a imagem de 3 garotas que choravam trancadas dentro da estrutura.

– As 3 garotas do grupo 5. – completou a ruiva.

Fitamos chocados, as meninas em prantos. Tenho certeza que só uma pergunta pairava na mente de todos nós:

“Porque elas estão tão desesperadas?”