Four and Four - Steps of Tomorrow
Capítulo 12 - Começa o treinamento parte 1 - de 2
Pov Karine
Ficamos um tempo encarando ela incrédulos.
Como assim treinamento?
Acabamos de chegar! E ainda é segunda feira!!!!!! Ninguém tem coragem de fazer absolutamente nada na segunda feira!!!! E mesmo assim ela quer por a gente para treinar?!
Como assim?!
– Eu tô esperando, sabia? – Vanessa falou calma.
Porém continuamos imóveis.
– Vem cá... – chamou Vanessa e as nossas assistentes foram até ela. – Como vocês conseguiram acordar eles? – ouvi ela perguntar.
As meninas responderam... Porém baixo demais...
De repente...
– Fooooooooooooooooooooooooooooooooooon!
A buzina de novo?! Qual é???!!!!
– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! – gritamos nos assustando com o barulho.
Estávamos incrédulos, desligados... E sem esperar essa barulheira!!!!! Por isso gritamos!
Soluço se levantou, foi até Bia, que estava segurando a buzina que a Vanessa tinha acabado de passar para ela, pegou a buzina da sua mão e com raiva começou a falar:
– Sabe o que vou fazer com essa linda buzina?
– Sei... – suspirou Bia abrindo espaço para o lago.
– Que bom! – ele falou segurando a buzina na mão esquerda e a arremessando com força no lago.
Ao invés de cair na água ela bateu em uma pedra que tinha no meio do lago e se partiu.
Mais uma buzinada silenciosa e fim!
Adeus buzina!!!
Começamos a olhar incrédulos para Soluço que também não acreditava no que tinha acabado de acontecer... Até as assistentes e Vanessa estavam assim!
– Interessante... – falou Bia o encarando.
Continuamos abismados... Resumindo: Voltamos a ficar incrédulos e desligados.
– Vocês vão acordar desse transe ou preferem ser jogados na água de novo? – perguntou Anna.
– Não! – gritou Cascão chamando nossa atenção. – Nada de ser jogado no lago de novo!
– Beleza! Então... – Vanessa fez uma pausa ainda sorrindo. Então do nada sua expressão mudou para raiva e ela começou a gritar: – Andem logo! Levantem! Não vou tolerar alunos preguiçosos!
Nos levantamos num pulo e olhávamos assustados para ela.
– Agora vamos ao trabalho! – ela falou voltando a sorrir e com um semblante doce e infantil. – Formem duas linhas. Uma para as assistentes e outra para vocês!
Obedecemos e formamos as linhas, uma pessoa ao lado da outra.
Ela alternava o olhar entre a gente e nossas assistentes.
Por fim ela falou:
– Vocês tiveram alguma ideia? – perguntou Vanessa para nossas assistentes.
– Hummm... – elas começaram a pensar.
Não vai sair coisa boa disso...
– Elas dando sugestão? – perguntou Cebola. – Estamos mortos!
– Você acabou de me dar uma ideia! – gritou Alice.
– Sério? – ele perguntou assustado.
– Não... – respondeu desmanchando o sorriso e voltando a pensar.
Tenho que admitir que ouvi um suspiro de alívio vindo de Cebola.
– Que tal... – começou Bia sendo interrompida por Soluço.
– Não! – ele gritou. – Você vai acabar me matando com as suas ideias!
– Para de ser besta Soluço! – ela respondeu o encarando. – O que eu ia sugerir é apenas uma pequena lutinha para vermos quais são as habilidades de vocês!
Soluço a encarou pasmo.
– Você vai mesmo me matar... – ele sussurrou.
– Pode ser! – concordou Vanessa depois de pensar um pouco.
– O que? – gritou Cebola surpreso. – Como é que é o paranauê?!
Paranauê? O que é isso?
– Eu quase morri nas mãos da Alice! – ele continuou gritando indignado. – E agora vocês ainda querem que eu lute?!
Seguiu-se um pouco de silêncio. Vanessa assumiu uma cara séria e começou a encarar Alice.
– Isso é verdade Alice? – ela perguntou fria.
– É. – ela respondeu mantendo a pose de durona. – Ele mereceu! Então não me culpe!
Vanessa manteu o rosto sério. E do nada voltou a sorrir travessamente e falou:
– Então você vai lutar com ele!
– O que?! – gritou Cebola dando um passo a frente, surpreso.
– Com espadas! – ela completou aumentando seu sorriso.
– Hã?! – ele gritou incrédulo.
– Vamos ver... – Vanessa pensou um pouco encarando a gente e as assistentes. – Vamos separar em duplas. Alice e Cebola, Bia e Soluço, Lili e Jack, Anna e Rapunzel e Manu e Karine. Por enquanto só isso.
As assistentes deram um passo a frente. Os adversários delas fizeram o mesmo.
– Fiquem um ao lado do outro. – ela pediu.
Então ficou Soluço ao lado de Bia. Jack ao lado de Lili. Alice ao lado de Cebola. Anna ao lado da Rapunzel. E Manu ao meu lado.
– Vocês se enfrentaram nessa ordem, da esquerda para a direita. – explicou. – Hã... Bia você pode pegar nossos equipamentos?
Como assim equipamentos??????
– Claro. – ela assentiu e foi até o tronco de uma árvore caído no chão perto da queda d’ água pequena à esquerda.
Ela voltou com um embrulho nas mãos. Ele era preto e de um material bem resistente. Como se fosse para suportar cortes...
Ela colocou o embrulho no chão e o abriu revelando...
Duas espadas!!!!!!!
– Lâminas!!!!! Meus amores!!!!! – gritei recebendo olhares de confusão e estranheza vindos de todos. – Que foi? Eu gosto de lâminas!
– Que fofa! – exclamaram Lili, Alice e Bia em uníssono.
– Sério? – perguntou Manu me encarando como se dissesse: “Eu mereço outra louca por lâminas, né?”.
– Mas também amo ginástica! – falei com sinceridade.
– Que fofa! – exclamaram dessa vez Anna e Manu.
– Que bom que é minha pareia nessa lutinha! – falou Manu me abraçando como se eu fosse uma criança que foi bem em alguma coisa.
– Ok! Vamos começar! – chamou Vanessa. – Bia! Soluço! Venham pegar as espadas!
Os dois foram até o embrulho e cada um pegou uma espada.
Quer dizer... Quase que cada pegou sua espada...
Tenho que falar que meio... Que... Bem... O Soluço não estava conseguindo levantar sua espada...
Isso dá uma dózinha, sabe...
– Quer ajuda? – perguntou Bia.
– Não! – ele respondeu firme.
Ela o encarou mais um pouco indecisa e depois se afastou um pouco mais.
Finalmente ele conseguiu levantar a espada!
– Pronto? – perguntou Bia levantando sua espada na altura do pescoço.
– Sempre! – respondeu.
– Lembre-se qualquer coisa que faça eu irei analisar! Então se errar não tem problema! – ela reforçou.
– Por que está falando isso para mim? – perguntou desconfortável.
– Por que sou boazinha demais! – respondeu firmando o pé na grama.
– Então vai me dar um desconto? – ele perguntou esperançoso, colocando a espada na frente do seu corpo.
Ela deu uma risada leve e doce então voltou a encara-lo.
– É claro que não!
Então, com um movimento rápido ela investiu a espada na altura do ombro dele. Ele conseguiu interceptar o ataque. O som das duas lâminas se chocando chamou nossa atenção nos deixando apreensivos, mas logo em seguida ela retirou a lâmina e investiu de novo. Dessa vez ela só acertou a espada, que voou da mão dele parando no chão, há aproximadamente um metro deles.
– Nada mal... – ela falou apontando a lâmina para ele.
– Sei... – ele murmurou decepcionado.
– Mas ainda acho que essa foi a luta mais curta da minha vida! – exclamou cravando a espada no chão e se apoiando nela.
Essa menina tem força nas mãos?????
O Cebola falou que a Alice parece delicada e indefesa... Então essa nem se fala!
E ainda tem essa bondade dela! Ninguém que sabe lutar com espadas é tão bom assim!!!!!
– Ok. Próximo grupo! – anunciou Vanessa.
Jack e Lili se posicionaram. Lili pegou a espada que estava cravada no chão e a colocou em frente ao corpo. Jack pegou a espada caída no chão e a posicionou ao lado do seu corpo.
– Preparado? – perguntou Lili.
– Você também é boazinha? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha.
– Verdade, né? – ela pensou dando de ombros. – Eu posso atacar sem falar isso!
Ela começou a movimentar a lâmina, mas...
– Espera! – gritou Jack a fazendo parar o movimento.
– O que houve? – ela perguntou entediada, abaixando a espada.
– Vanessa... – ele chamou. – Eu quase morri afogado hoje... Então você pode me dar um desconto?
– Morreu afogado? – Vanessa repetiu confusa. – Como assim?
– Culpa da Bia aí! – ele respondeu.
Bia arregalou os olhos e abriu a boca, indignada. Do nada ela sumiu do lugar onde estava e parou ao lado de Lili pegando a espada da mão dela, golpeando em seguida a que estava na mão de Jack. A espada caiu e ela deu uma rasteira nele o fazendo ir ao encontro da grama. Então ela apontou a lâmina para a cara dele.
– Como assim culpa minha? – ela perguntou o encarando.
– Primeiro! Esse troço corta! – ele falou afastando a lâmina do seu rosto. – Segundo! Você quem colocou aquele líquido estranho nele que o fez ficar lerdo e quase se afogar!
– Primeiro! Ele não se afogou! Apenas flutuou para mais longe da gente! Segundo! – ela afastou a lâmina dele e entregou a espada para Lili. – Nada de desconto Lili...
Coitado! Vai morrer!
– Qual é Bia... – ele reclamou indo atrás dela.
– Sinto muito Jack, mas você está me provocando... – ela o repreendeu.
– Ela tem razão! – falou Vanessa chamando a sua atenção. – Não podemos dar desconto...
– Mas... – ele tentou discutir. – Lili... Não me mate!
– Que isso Jack! – ela falou voltando a se posicionar. – Está com medo de mim?
– É claro que não! – gritou. – O problema é que existe uma grande diferença entre ter medo e saber que vão te matar!
– Eu jamais te mataria! – ela exclamou. – Além disso, meu problema não é com você... – ela fez uma pausa. – É com o Cebolinha, ali!
Desviei meu olhar e vi Cebola engolindo em seco e dando alguns passos para trás.
Se ele pudesse teria dado mais passos, mas Alice o impediu segurando a gola da sua camisa.
– Então vamos logo com isso! – completou Lili sorrindo.
– Ok. – concordou Jack inseguro.
Assim que ele terminou a palavra Lili foi pra cima dele. Ele estava tão desprevenido que não teve tempo de fazer nada!
A espada da Lili acertou a espada dele que caiu no chão e em um piscar de olhos ele já estava no chão e a lâmina estava novamente na sua cara.
– De novo? – ele reclamou.
– Você disse que sua luta foi curta Bia? – ela perguntou sorrindo. – Então essa nem se fala, né?!
Ela começou a rir e entregou a espada para Alice. Então foi em direção a Bia e deu um “toca aqui” com ela.
Alice se dirigiu a área onde se estava lutando e se posicionou.
Cebola fez o mesmo e se posicionou com a espada junto ao corpo.
– Cebola! – chamou Alice.
– O que houve? – ele perguntou receoso.
– Cuidado! E é bom lutar direito. – ela avisou.
– Mas eu não sei lutar com espadas! – ele gritou.
– Então eu espero que você aprenda bem rápido! – ela falou firmando o pé na grama.
– Mas por que isso? – perguntou preocupado.
– Por que você me chamou de fraca e indefesa... – ela fez uma pausa. – E eu não tolero isso! – completou gritando e indo para cima dele.
Primeiro ela pulou levando a espada na altura da cabeça dele. Ele conseguiu desviar e ela parou agachada na grama. Rapidamente ela se virou e girou a perna ainda agachada tentando faze-lo cair. Porém ele pulou e a perna dela passou direto. Num segundo ela se levantou e chutou ele na altura do tórax. Ele caiu e ela investiu a espada contra ele, mas ele conseguiu apartar o ataque com a espada. Ela tirou a espada e ia atacar de novo, mas...
A lâmina se chocou com outra lâmina menor.
Uma faca!
– Já chega pupilo! – exclamou Lili.
A faca era a dela.
Alice se afastou e Cebola se levantou.
– Uma dica Cebola! – ela falou apontando a lâmina novamente para ele.
– O que? – ele perguntou se afastando.
– Se sairmos desse acampamento e você me ver na rua... Mude de calçada! Por que eu não vou esquecer que você me chamou de fraca! – gritou e pude ver seus olhos vermelhos...
Ela estava segurando lágrimas teimosas que queriam sair...
Ela voltou para a fila acompanhada por Lili que falava algo para acalma-la...
– Anna! Rapunzel! – chamou Vanessa nos trazendo de volta a realidade. Mas até sua voz estava trêmula... – Venham! Vocês são as próximas!
Elas foram até o meio do círculo que acabou se formando em volta e pegaram as espadas caídas no chão.
– Você não vai me matar, certo? – perguntou Rapunzel receosa.
– Nunca! – exclamou Anna chocada. – Nem elas matariam eles... – ela apontou para Bia, Lili e Alice. – Quer dizer... Pelo menos não a Bia...
Então ela voltou a se concentrar na luta.
– Preparada? – perguntou Anna.
– Pra ser sincera... Não! – ela respondeu levando a espada para perto da orelha.
– Então... Vamos lá! – ela exclamou movimentando a lâmina na altura do pescoço dela, porém ela apartou o ataque com a espada.
Rapunzel atacou com um movimento curvado na altura da barriga da outra, mas Anna se curvou para trás, formando uma “ponte” e fazendo a espada passar direto. Quando a espada passou Anna deu impulso e voltou a se levantar, levando consigo a espada, mas Rapunzel também estava executando um ataque e quando as duas espadas se encontraram, ricochetearam e caíram no chão.
As duas encararam instintivamente suas espadas, mas com um pensamento rápido, Anna encarou Rapunzel, que ainda estava olhando para a espada caída no chão, e literalmente, pulou em cima dela fazendo as duas caírem no chão.
Elas saíram rolando, uma puxando o cabelo da outra, mas no final Anna prendeu o braço no pescoço dela e ela ficou imóvel.
– Boa luta! – falou Anna saindo de cima dela e oferecendo ajuda.
– Igualmente! – afirmou Rapunzel aceitando a mão e se levantando.
Elas saíram e foram para uma parte do circulo.
– Manu! Karine! – chamou Vanessa. – Venham!
Seguimos até as espadas caídas no chão e as pegamos. Tomamos nossas posições e enquanto eu me concentrava e ao mesmo tempo sentia a espada para entender a melhor forma de manuseá-la, ouvi a voz de Manu.
– Como você é apaixonada por lâminas, deve saber usar uma coisa com uma...
– Para falar a verdade... Não! – respondi sendo sincera, afinal nunca tinha tocado em uma espada antes na minha vida! – E você?
– Aprendi algumas coisas com aqueles serezinhos... – falou com um movimento com a cabeça indicando a Bia, Lili e Alice.
– Então estou morta? – perguntei soltando uma mão da espada para analisar como a seguraria com apenas uma mão se eu precisasse.
– Não! – falou partindo para cima de mim.
Levei a outra mão para o cabo da espada e a levei para frente do meu corpo, onde ela se chocou com a da Manu e as lâminas se separaram com a força. Ela atacou de novo e eu interceptei, dessa vez as espadas não se separaram, mas as mantemos fixas forçando uma contra a outra. A minha espada escorregou para baixo levando também a espada da Manu.
Ela retirou a espada dela e atacou de novo. Só consegui interceptar o ataque quando ele já estava muito próximo ao meu rosto, então pude sentir a intensidade com que as lâminas se chocavam.
Afastei a lâmina do meu rosto e ataquei. Ela se defendeu e minha espada quase caiu das minhas mãos, mas como eu já tinha analisado como se segura apenas por uma mão consegui mantê-la sob meu controle.
Assim que pude sentir firmeza no cabo voltei a atacar, mas ela me deu uma rasteira e eu cai.
Não tive tempo de fazer nada. Num instante já pude ver o pé dela no meu pulso, me impedindo de usar a espada e a lâmina dela na minha cara.
Foi uma das experiências mais emocionantes que eu já tive na vida!
– Parabéns! – elogiou Manu. – Você já está no meu nível!
– Obrigada! – falei me levantando.
Seguimos para ficarmos ao lado de Anna e Punzie, então Vanessa começou a falar:
– Vamos ver o que suas instrutoras acharam... E aí vamos começar a por em prática nossos exercícios!
Ela deu um sorriso na palavra exercícios...
Não sei por que...
Mas acho que isso não vai ser coisa boa...
+++++++++++++++++++++++
Continua...
Fale com o autor