Forgotten

Welcome to family


POV Steve Rogers

Piso no acelerador fazendo o carro cantar pneu. 180km por hora e várias leis de transito

quebradas, mas é uma desobediência necessária. O carro preto na minha frente costura em meio

ao transito e eu faço o mesmo, seguindo-o de perto. Logo estamos lado a lado.

O motorista do carro faz um movimento com a mão indicando o caminho mais rápido e eu viro

a esquerda. Meu coração bate acelerado e assim que avisto o grande prédio cinza, sinto meu

coração vacilar. O carro preto faz uma curva fechada e entra numa rua estreita e deserta, indo

para os fundos do prédio. Entramos no mesmo pela entrada para funcionários, e subimos até o

primeiro andar, onde estaciono em uma vaga qualquer com uma freada brusca.

As portas do carro preto se abrem, de onde saem 3 pessoas. Todas me encaram.

— Até que você não dirige tão mal vovô! – Tony comenta desdenhoso.

— Tony! – Pepper repreende. – hoje, pelo menos hoje, você poderia deixar o Steve em paz?

— Claro querida. – Tony se aproxima se mim – é melhor irmos Cap. Sua maior e mais perigosa

missão está prestes a começar. – Tony me dá um tapa no ombro, solidário.

— Vamos? – Bruce e Pepper já estão caminhando para o elevador. Os seguimos de perto.

— Eu acho que vou vomitar. – comento e Pepper me encara surpresa.

— Achei que isso fosse o que você sempre quis.

— E é! – afirmo – mas eu achei que não fosse mais possível. Acho que no fundo já havia

descartado essa possibilidade. Você sabe que tudo estava contra nós.

— Mas agora está a favor. – fala doce.

As portas do elevador se abrem e saímos em um longo corredor completamente branco no qual

um homem de preto está andando de um lado para o outro.

— Clint? – chamo e ele me encara, levemente surpreso.

— Até que enfim você chegou! – exclama jogando as mãos para cima.

— Onde ela está? – pergunto, olhando através do vidro de uma porta dupla.

— Ainda está no quarto. Os médicos falaram de dilatação e outras coisas que não entendi muito

bem.

— Porque ela não me ligou? – pergunto levemente irritado. Não acreditava que ela havia omitido

aquilo de mim!

— Porque ela é a Natasha, cara! – responde naturalmente – ela fez questão de vir dirigindo!

Não consigo segurar um sorriso, afinal, isso é bem a cara dela. Sempre independente.

— Eu quero vê-la! – exclamo e passo pelas portas duplas, com os outros na minha cola.

— Hey! vocês não podem entrar aqui! – um enfermeiro avisa, nos barrando.

— Eu sou o pai! – informo, ignorando-o completamente.

— E eu o padrinho! – Clint se coloca ao meu lado.

— Eu sou o tio rico. – reviro os olhos diante da colocação do Tony.

— E eu o tio... inteligente? – Há uma troca de olhares entre Bruce e Tony.

— Todos nós somos... parentes da mãe e do bebê. – Pepper completa.

O enfermeiro continua nos encarando, a expressão séria, sem se deixar amedrontar pelos 4

homens ali.

— Vocês ai! – um homem alto, que parece ser o médico, nos chama – podem entrar! Mas sejam

rápidos, ela já vai ser levada para a sala de parto. – respiro fundo e passo pelo enfermeiro,

entrando no grande quarto branco.

Natasha estava deitada, usando aquelas roupas de hospital. O cabelo vermelho preso num rabo

de cabelo mal feito.

— Como você está? – pergunto me aproximando.

— Cansada, sentindo dor. – ela trinca os dentes como que reforçando – nervosa.

— Vai ficar tudo bem... – tento acalma-la. Ela concorda com a cabeça. – tenho certeza que isso

vai ser moleza pra você. – ela revira os olhos.

— Quem te contou? – pergunta ofegante.

— Tony. Porque você não me ligou? Você sabe o quanto eu quero estar aqui com você.

— Porque podia ser mais um alarme falso. – respira fundo – Deus, como isso dói! – completa

com um gemido.

— Ai meu Deus! Estou tão feliz Nat! – Pepper se aproxima e deposita um beijo na testa dela. –

seja forte querida! – Natasha tenta sorrir, mas acaba parecendo mais uma careta por causa da

dor.

— Hora da futura mamãe ir! – o médico anuncia, entrando com uma segunda maca e mais dois

enfermeiros.

Eles colocam Natasha na maca e começam a leva-la para a sala de partos.

— Alguém quer acompanha-la durante o parto? – o médico pergunta na porta, todos me encaram,

inclusive o médico.

— Pepper, você quer ir? – pergunto, o que pega todos de surpresa.

— Claro! Quer dizer, você tem certeza? Você é o pai e.... – balanço a cabeça.

— Tenho certeza! Acho que a Nat vai ficar mais calma com uma amiga que comigo ao seu lado.

— afirmo com um meio sorriso. Todos se entreolham e Pepper dá um sorriso, seguindo o médico

para fora da sala.

— Eu perdi alguma coisa? – Clint pergunta cético.

— Eu e a Nat discutimos sobre isso várias vezes. E ela me pediu que não assistisse o parto, que

ela ficaria mais nervosa e.... e eu também. – explico. Voltamos para o corredor e nos sentamos.

— Agora é esperar. – Bruce fala.

— Eu queria que a Pepper estivesse aqui. – Tony suspira.

POV Natasha Romanoff

— Força querida! – a voz de Pepper adentra meus ouvidos incentivando-me. Forço o tronco para

frente, enquanto solto grunhidos de dor. Sinto uma mão afastar o cabelo da minha testa suada.

— Vamos lá Natasha! Todos nós queremos conhecer o seu bebê! – o médico fala, de algum lugar

entre minhas pernas.

— E-estou tentando! – falo entredentes. – Ahhh! – solto um grito.

— Respira! – Pepper começa a respirar como um cachorrinho ofegante ao meu lado e eu tento

fazer o mesmo.

Há nove meses, eu estava participando ativamente de missões, levando tiros e socos, e tudo o

que fazia era desdenhar da dor sentida, agora desdenhar é a última coisa que consigo fazer.

— Nunca mais eu faço isso! Nunca mais! – choramingo em meio a um grito de dor, fazendo

Pepper rir. Aperto com mais força a mão dela e trinco os dentes reprimindo outro grito. Faço

tanta força que minhas pernas tremem, mas mesmo assim, nada do bebê sair. – Eu não aguento

mais! Vai demorar muito?

— Depende de você! Só mais um pouquinho... – só mais um pouquinho, só mais um pouquinho,

esse cara não sabe o que está fazendo! – estou vendo a cabeça! – anuncia – agora Natasha!

Traga seu bebê ao mundo!

Com esse incentivo reúno a pouca energia que ainda me resta e empurro, empurro, empurro.

O choro do meu filho preenche o lugar enquanto eu tento com muito esforço levantar o tronco

para vê-lo.

— É um menino! – o médico anuncia segurando meu filho como se fosse uma saco de batatas.

Os enfermeiros andam rapidamente pelo quarto e mesmo depois dele ter saído a dor persiste.

Meus olhos estão embaçados e não sei dizer se é de alegria ou dor.

— Eu quero vê-lo. Onde está? – pergunto ansiosa.

— Calma querida! Ele está sendo limpo... É tão grande! – Pepper fala completamente

emocionada. De alguma forma, eu só sentia que aquilo seria oficial quando conseguisse vê-lo.

Quando ele estivesse em meus braços.

— Parabéns mamãe! Hora de conhecer seu filho... – o médico se aproxima de mim, com um

embrulho nos braços.

Ele deposita o não tão pequeno embrulho nos meus braços e eu afasto o lençol para ver

melhor.

— Hey garotão... – murmuro. – é a mamãe. – minha voz soa chorosa.

Passo a mão o mais delicadamente que consigo sobre a face dele. Os grandes olhos verdes –

como os meus – me encaram obstinadamente.

— Ele tem bastante cabelo para um recém-nascido... – Pepper comenta ao meu lado.

Automaticamente minha mão voa para seus cabelos loiros. Pego nas suas mãozinhas, olho cada

detalhe visível. As mãos, o rosto, cabelo...

— Ele é perfeito... – anuncio orgulhosa.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.