Povs Rapunzel

Acordei com o rancher da porta se abrindo. Levantei rapidamente para ver quem a abrira, era o que parecia - uma gaivota formada de luzes azuladas. Ao me perceber que a olhava ela se reverenciou a mim e voou pelo teto do quarto. Depois ela se desmanchou em vário floquinhos de neve.

– Feliz aniversário! Acorda dorminhoca... ah você já acordou! Jack entrou no quarto

– Jack foi você que a fez...

– Foi. Gostou? Esqueci de te perguntar ontem qual era o seu animal favorito então escolhi a gaivota.

– Fantástico sorri fraco

– Não! Nada de desanimo hoje, preparei um passeio inesquecível é bom abrir um sorriso decente eu não sei o que ele fez mas parece que foi um floquinho de alegria atingiu meu nariz e me senti mais alegre

– Está com fome? - ele soltou no criado mudo em frente a cama onde eu ainda estava, uma sacola com biscoitos de baunilha de bolinhas de chocolates.

– É pra mim? Como...?

– Para de perguntar como, só digo pela última vez que não sou ladrão. Coma logo moça que daqui a pouco começara seu o grande dia! - Jack saiu do quarto e eu comi rapidamente os biscoitos que me dera. Depois, saímos da casa e deixamos tudo conforme estava, inclusive a tranca que tinha que continuar secreta. Voamos até Corona aos risos porque Jack me contara o que ele achara das montanhas do Sul que para ele Pareciam o Breu tomando banho na cachoeira.

– Chegamos! Essa parte de Corona você não conhece. É perto do Palácio, é dali onde soltaram as milhares de lanternas. ele me apontou

– Me diga Jack, porque exatamente eles soltam essas lanternas todo ano na mesma data?

– Olha eu não sei detalhes mas parece que é por causa da princesa perdida.

– Princesa perdida?

– É, pelo o que não me falhe a memória, o Rei e a Rainha tiveram uma única filha que sumiu misteriosamente. Aí eles a homenageiam todo ano soltando as lanternas, e o engraçado é que você e ela nasceram na mesma data, bem eu acho que é isso. Olha ali, uma pintura da família real ele me levou até lá O Rei, a Rainha e a princesa que sumiu ainda bebe, é acho que é mais ou menos isso.

– Ela sumiu! Do nada? Sumiu! Como um bebe some sem ninguém ver?

– Ah sei lá! Não se preocupe com isso Rapunzel. Quer comer mais algo? Toma aqui o troco de ontem, compre umas rosquinhas, sei lá. Eu já volto - entrei em uma fila de uma venda de doces e fiquei observando a movimentação em torno da pintura

– Não Lara, essa flor é para a princesa perdida. uma menina falou para a irmã.

– O que vai querer moça? a atendente do venda me atendeu

– Dá para comprar um pacote grande de rosquinhas com isso- mostrei as moedas do troco

– Dá para comprar uns 3 pacotes!

– Então vou querer um pacote por favor - a moça me deu e eu fui andando até a pintura. A esperança é a última que morre, e sempre teremos a esperança que encontrarmos nosso raio de Sol. era o que dizia a legenda no pé da pintura

– Rapunzel - Jack se aproximou de mim então me virei pra ele - Seu cabelo está despencando, deixe eu...arrumá-lo - ele pegou uma florzinha e colocou para prender a mecha do meu cabelo, mesmo depois de prende-la ele continuou olhando pra mim por alguns segundos.

– Er...usa, pra não machucar seus pés.

– Isso são sandálias?

– Não, são como botinhas só que fininhas como meias de lã

– Como... quer dizer, obrigada Jack tratei de calçar as tais meias botas.

Dois músicos de rua começaram a tocar e puxaram minha atenção. Percebi a tristeza das pessoas que continuavam suas vidas diárias sem dar um sorriso sequer, a música não os contagiava nem um pouco.

– Gosta de dançar?

– Oi? Não, por que?

– Por que eu gosto - dei um pequeno sorriso travesso e fui para o meio da praça onde estávamos e comecei a dançar a música que tocavam.

– De repente veio uma vontade de dançar assim?

– Essas pessoas são muito tristes, acho que só precisam de um impulso lhe lancei um olhar como quem diz uma forcinha não doi né?

– Uh, saquei Jack - jogou seus vários floquinhos nas pessoas ao redor pra ver se melhorava os ares. Uma menina ficou me olhando dançar e a convidei para dançar também, ela puxou dois amiguinhos dela pra não bater a vergonha.

As outras crianças soltaram risadas e se sentiram contagiadas e seguiram o ritmo em palmas. Uma senhora se sentiu inspirada e foi lá também, ela puxou seu marido que a acompanhou. Dois jovens entusiasmados com o ritmo começaram a batucar nas mesas e cadeiras de um mercadinho. Aos poucos as pessoas se arriscavam pra ir lá dançar um pouco, as que só observaram acompanharam as batidas com palmas e sorrisos. Depois todos se formaram em uma roda muito divertida que era o mais louca possível. Finalmente a música parou tadinhos dos músicos né? então cumprimentei algumas pessoas e umas crianças me chamaram para colorir a praça:

– Ei moça, nos ajuda a dar vida a esse lugar? Aqui é muito sem graça

– Tem razão, eu topo! O que pretendem fazer?

– Uma flor lilás e rosa no centro em homenagem a princesa perdida

Passei a tarde pintando a praça que realmente ficou beeeem mais bonita e alegre! E o Jack... bem, eu... Cadê ele??

...