POV Evaine:

Devo admitir, senti muito medo. Passei a noite acordada, com apenas o brilho da minha espada iluminando a escuridão do dormitório dos ladrões. Podia escutar os roncos dos meus amigos, e a taverna funcionando do outro lado da parede. Mas estava focada em outra coisa, naqueles olhos.
“ Me encontre perto de Riverwood” ele dissera, ele queria me encontrar, mas afinal, quem 'ele' era? Humano não era. Sei que era servo de Nocturnal e que por isso eu devia respeitá-lo. Não podia ignorar seu pedido, logo, levantei da cama e calcei minha bota. Eu temia por mim, mas não podia simplesmente não ir, eu sentia no fundo da minha alma que eu precisava vê-lo novamente.
Era noite, caminhei lentamente até a saída do dormitório para não acordar ninguém, subi as escadas e saí do foço, atrás do cemitério da cidade. Era madrugada e as únicas pessoas nas ruas eram guardas e mendigos, ambos ignoraram-me, pois temem a guilda.
Nos estábulos de Riften havia um cocheiro, paguei-o para me levar a Riverwood, e ao chegar lá já era manhã. Haviam duas crianças e um cachorro correndo pela única rua que cortava o vilarejo, uma velha senhora resmungando algo sobre dragões, um elfo, e mais algumas pessoas que estavam fazendo seu trabalho diário. Ao passar até a taverna, era alvo de olhares estranhos, mas como as minhas vestes cobriam todo o meu corpo, inclusive a minha face, não fui interrompida durante o trajeto, eles sabiam que eu não era uma pessoa para conversar.
Ao chegar na taverna, sentei-me num canto, comi algumas frutas e bebi um pouco da cerveja local. Novamente, sem ser interrompida. Fui até o balcão onde o dono do local se encontrava, paguei o meu alimento e perguntei:
— Alguém diferente passou por aqui hoje? - Referia-me ao homem que me chamara aqui.
—Hm... , não és a primeira estranha a passar por Riverwood hoje. Durante a madrugada um homem com vestes negras, veio ao meu estabelecimento... ahh... então é você hein?
—...... Para onde ele foi ?
—Não sei, não ligo, saia daqui sua ladra! Não destruam ou saqueiem minha cidade, eu sei quem vocês são e não os temo.

Ignorei-o e saí, admito o nervosismo, não sabia se o estranho queria minha cabeça ou queria me apresentar à minha patrona Nocturnal. Mas fui andando em direção às Pedras dos Guardiões.


—-- POV Darsan:

Eu precisava vê-la mais uma vez. Nocturnal podia ver tudo, mas ela confiava em mim, não iria me vigiar do Evergloam, logo, pedi permissão para vagabundear por Skyrim, e ela me autorizou.
Cheguei na pequena vila perto do ponto de encontro ainda durante a noite, não havia ninguém nas ruas e isso me confortou, a noite estava perfeita. Entro na hospedaria, também taverna, do vilarejo e sento-me perto da bancada, onde apenas o dono do estabelecimento estava, claramente com sono, enquanto alguns bebuns dormiam no chão.
— Qual a melhor bebida deste local?
O homem pegou uma caneca aparentemente suja e colocou uma cerveja de qualquer jeito.
— Hm.. creio que já beberam tudo, não é? - digo para o homem.
—Haha. É.beba, pague, e caia fora. Ninguém de bem anda pelas ruas a essa hora da madrugada!- Disse, grosseiramente.
—... mortais e sua educação exemplar...- bebo a cerveja num gole só, deixo o dinheiro na mesa e olho nos olhos do homem gordo e cansado. - Por acaso alguma dama adentrou este local recentemente?
—Ninguém que você conheça, com esse seu sotaque, você não é daqui. Agora, caia fora, e não arranje problemas
—Não, não. Procuro uma donzela daqui mesmo, ela reside em Riften e...-
—Então é uma ladra? Saia daqui agora, ou chamo os guardas.
—Poupe-me de suas ameaças, haha. - Eu poderia muito bem desintegrar esse mortal ignorante, mas preferi seguir ao ponto de encontro, quem sabe a moça já não estaria lá? De fato, era uma noite muito bela.
Sai da taverna e fui caminhando pela única rua da vila, a lua brilhava forte naquela noite, apenas cigarras e o rio faziam barulho, todos estavam em seus casebres dormindo. O clima realmente estava bom, eu reparo muito nisso, me faz me sentir mais humano.
Depois de alguns prazerosos minutos, cheguei no local do encontro. No horizonte, o primeiro raio de sol surgia.
Eu realmente esperava que ela viesse.

POV Evaine:

Vou caminhando pela vila, com o leve sol tocando a pouca pele que não se cobria pela minha manta. Minha mão carrega uma adaga, só por preucação.
Avisto um homem encapuzado exatamente no nosso ponto de encontro.
—Olá?
—Olá Evaine. Pensei que não iria vir.
—Eu não vinha. Mas...
—Mas está aqui!
—Estou..- O homem se aproximou, e pude finalmente ver seu rosto. Tinha cabelos bagunçados e castanhos, sua pele aparentava estar queimada pelo sol, mas era um homem novo, com a minha idade, e seus olhos.. o azul mais brilhante que eu já vira.
—Ei, você está me escutando?
Quando me dou conta, ele está estendendo a mão para mim, me olhando.
—Ah.. perdão. - Aperto sua mão, e era gelada.
—Haha, vou repetir então. Prazer Evaine, me chamo Darsan.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.