Forbidden Love

Capítulo 2 - O homem misterioso


Quando abri meus olhos havia um homem de cabelos castanhos parado na minha frente com uma katar em suas mãos. Ele estava com uma venda sob os olhos e com o rosto virado em minha direção. Nós sacerdotes sempre falamos que a morte não deve ser temida. É claro que ficar cara a cara com ela faz com que qualquer um mude seus princípios: Eu senti muito medo.

- Porque você me salvou?

- E quem disse que eu estava tentando te salvar?Senti um forte aperto no peito. Meus braços envolveram o pescoço do mercenário em um forte e desesperado abraço. As lágrimas teimaram em escorrer pelo meu rosto. Era impossível segurá-las.

- O que você..?!

- Eu estava com medo!

Eu gritava e chorava como uma criança, agarrada ao homem que acabara de salvar minha vida. Ele parecia incomodado com a situação mas após um longo suspiro pude sentir sua mão deslizando por entre os fios do meu cabelo. Talvez ele estivesse tentando me consolar.

- Eu vou te levar até a cidade, lá é seguro.

- N-não... Eu tenho que cumprir minha missão... Preciso chegar até a guilda dos mercenários - Eu disse entre os soluços do meu choro.

O mercenário ficou bastante confuso, com certeza achou que eu era louca. Me acalmei um pouco e expliquei para ele que estava fazendo a investigação de um caso a serviço da igreja de Prontera. Disse que fui enviada pelo bispo para encontrar algum mercenário especializado em veneno para anlisar um possível assassinato.

- Um caso de assassinato que fez a igreja se submeter a contratar os serviços de um mercenário - Ele riu irnonicamente - Essa pessoa que morreu deve ser muito importante para chegarem a esse ponto.

Os mercenários são muito mal vistos pela igreja e por quase toda a sociedade de Rune-Midgard. Eles são capazes de fazer qualquer coisa por dinheiro. Pelo menos foi isso que me ensinaram quando eu era noviça. De qualquer forma o bispo estava disposto a pagar uma boa quantia em zenys para que um mercenário fizesse a análise das marcas dos príncipes, não tenho nada a ver com isso.

- Vamos para a cidade.

- Mas eu já disse que preciso ir até a guida!

- Não precisa não. Eu sou especialista em veneno. Vamos logo, vou te proteger no caminho, afinal... Preciso de você viva para ganhar minha recompensa na igreja.

Realmente, dinheiro era tudo o que parecia importar para esses mercenários. O caminho até a cidade de Morroc era um pouco grande, mas confesso que aquele homem me transmitia muita segurança. Durante o caminho ele falava apenas quando necessário, admito ter gostado desse jeito caladão. Isso dava a ele um ar misterioso e intrigante que me chamava a atenção. No fundo eu queria saber mais sobre ele, mas sabia que qualquer tentativa de aproximação seria inútil.

Após a longa caminhada chegamos à Morroc. Paramos em um bar para recuperarmos nossas energias e em seguida fomos para Prontera, utilizando o serviço da corporação Kafra, e nos dirigimos para a Igreja.

- Padre Bamph, eu retornei de minha missão. Trouxe comigo uma pessoa especiaizada em veneno, acredito que ele poderá nos ajudar a descobrir se ocorreu ou não um assassinato.

- Muito bom Mei. Rapaz, qual o seu nome?

- O nome não é importante, estou aqui apenas para fazer a análise das marcas.

- Hunf... Não me surpreende que é um mercenário sujo e mau educado. Vamos logo para a sala onde estão os corpos dos príncipes.

Eu não acho que aquele homem fosse mau educado, com certeza ele tinha seus motivos para esconder sua identidade. Fomos guiados pelo padre Bamph para a sala do exorcismo. Chegando lá o mercenário analisou as três marcas e disse que realmente elas tinham características diferentes. Fiquei impressionada quando vi que ele abriu uma garrafa de poção verde e jogou a gema amarela dentro. A gema se dissolveu e formou uma solução diferente que ao ser despejada sob a marca do corpo do terceiro príncipe borbulhou intesnamente, até sumir. O mesmo aconteceu quando a solução entrou em contato com a pele do segundo príncipe, no entanto não teve nenhuma reação nas marcas do primogênito.

- Alguns venenos podem ser feitos para deixarem marcas específicas após a morte. É um tipo de veneno muito difícil de ser feito, provavelmente nem foi feito aqui nesse continente. De qualquer forma, as marcas sumiram, isso prova que a morte desses dois foi por assassinato.

- Então eles realmente foram assassinados... Seus serviços não são mais necessários mercenário, pegue sua recompensa pelo seu serviço e saia logo daqui. A casa de Deus não tolera gente imunda de espírito.

Quando o mercenário saiu da sala outro padre que acompanhava o caso, o padre Biscuss, disse que desconfiava que alguém da Guilda dos Mercenários poderia ser o responsável pelo assassinato e disse que iria mandar um espião para investigar.

- Você não gostaria de fazer este trabalho Mei?

- Não padre Biscuss. Me perdoe, mas acredito que não sou a pessoa apropriada para esta missão.Isso foi o que eu disse aos padres, mas não foi por isso que eu recusei a proposta. A verdade é que eu não queria me envolver em uma investigação contra os mercenários, eu queria era me aproximar de um deles. Saí correndo de dentro da igreja para tentar alcançar o homem misterioso, mas quando cheguei ao lado de fora já não conseguia mais vê-lo. Confesso que fiquei um pouco frustrada. Provavelmente eu nunca mais iria encontrá-lo.

- Está procurando alguém?

Me assustei quando reconheci a voz que falava comigo. Era ele! Mas onde? Eu podia ouvir sua voz mas não conseguia vê-lo.

- Hahaha, os olhos nunca serão capazes de me encontrar, a não ser que eu queira.

Virei para trás e ele estava encostado na igreja, rindo de mim. Ele tinha tirado a venda e agora era possível ver seus olhos castanho escuros.

- Agora eu que fiquei curioso. Estava me procurando, Mei?

- É claro que não! - Cruzei os braços e olhei para o lado. Porque eu disse que não? Porque fiquei tão nervosa?! Isso não era do meu feitio, mas ele mexia tanto comigo que simplesmente aconteceu. Ele se aproximou de mim e virou meu rosto em sua direção, me fazendo olhar em seus olhos.

- Você é uma péssima mentirosa, sabia?

Eu não consegui responder. Senti meu coração disparar em meu peito e meu rosto queimar de tão corada que eu fiquei. Não estava com vergonha por ter mentido nem por ter sido pega na mentira, mas sim por ele estar me olhando tão fixamente e tão perto.

- Você é uma boa pessoa Mei, não deveria vir atrás de um cara como eu. Não vale a pena. - Ele tirou a mão de cima do meu rosto e se afastou de mim. Por impulso eu segurei seu braço.

- Você também é uma boa pessoa! Eu sei que é! Tem tantas coisas que eu quero saber sobre você...- Ele tentou conter o riso e colocou a mão na minha cabeça, fazendo cafuné.

- Tudo bem Mei, vou te contar o que você quiser saber. Só vou te pedir pra gente sair daqui, tem muita gente olhando e isso pode pegar mal pra você. Vamos para Morroc, me sinto mais a vontade por lá.

Pegamos o serviço de teletransporte e fomos até Morroc. Ele me levou para o bar secreto dos mercenários, que não era tão secreto assim, a única coisa é que eles barravam a entrada de gente estranha. No bar tinham apenas duas pessoas: O garçom e um homem bêbado deitado sob o balcão. Descemos para o subsolo do bar, que estava completamente vazio.

- Quer beber alguma coisa Mei?

- Não, eu não bebo.

- Eu imaginei, mas quis parecer educado. - Mais uma vez ele riu.

- Porque você ficou do lado de fora da Igreja depois que sua missão terminou?

- Quis ver se você ia correr atrás de mim.

- Porque?

- Porque pareceu divertido.

- Porque você pronuncia meu nome toda vez que fala comigo?

- Gosto do seu nome.

- Qual é o SEU nome?

O silêncio tomou conta do ambiente vazio. Ele olhou para o lado e jogou o corpo mais pra frente na cadeira, sentando de uma forma meio desleixada. Depois de uma longa pausa na nossa conversa ele me respondeu:

- Metsu.

- Metsu...

- Eu vou te falar mais uma vez: Não vale a pena se aproximar de gente como eu.

- Então o recado veio tarde demais senhor mercenário solitário.

Ele se levantou bruscamente, empurrando a cadeira para trás. Apoiou uma das mão sob a mesa e com a outra puxou meu rosto para bem perto do seu. Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir a sua respiração. Quando se olha diretamente nos olhos de Metsu fica-se perdida nele para sempre. Senti meu rosto corar mais uma vez.

- Por acaso você está apaixonada por mim?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.