Fora Da Realidade

Arquivo X: A rodovia


Resumo da história anterior:

- Crossover DW x Sweeney Todd: A TARDIS leva o Doutor e Rose para a Londres de Sweeney Todd, ambos ficam presos no musical. O Doutor percebe que aquela é uma realidade ficcional, lugar onde a TARDIS jamais os poderia levar. Conseguem sair de lá, mas a TARDIS parece já ter planos do próximo lugar onde eles devem estar...

oOoOo

Mississipi – Rodovia

06-10-1994 – 22h07

Escurecera rápido. O pequeno garotinho continuava a sua caminhada na beira da estrada. Parou por um instante e tirou sua pesada mochila das costas. Seu último pedaço de chocolate: o único alimento que levara consigo.

Deu sua faminta mordida, sem ter tempo para perceber o movimento das folhas na mata atrás de si.

Queria jantar, escovar os dentes e dormir. Mas, não levou em consideração que deixaria todas essas coisas para trás quando fugiu de casa.

Tinha cinco anos, repetia isso para si mesmo. Era grande o suficiente para cuidar de si mesmo!

—Ei garoto!

O rapazinho se virou. Havia um homem alto e muito velho – ao menos aos seus olhos. Ele trajava calças jeans e uma camisa xadrez. Se fosse mais velho, tomaria-o por um trabalhador do campo.

—Garoto, o que faz aqui?

—Eu não posso conversar com estranhos!

—Ei, mas eu não sou estranho! Além do mais, você parece perdido. Parece que precisa de ajuda. Você está com fome?

O menino abaixou o olhar.

—Me chamou Malcohn. Qual o seu nome?

—Philippe.

—Ok, eu moro logo mais, do outro lado da estrada. Vou dar algo para você comer e uma cama para você descansar. Que tal?

Philippe se sentia vencido. Sua fome era tanta que seus pensamentos pareciam bloqueados. Apanhou a mão do estranho, que era gentilmente ofertada à ele. Atravessaram a avenida, mas o velho parou no meio dela.

—Ei! Senhor Malcohn? —estranhou. Puxou-o para frente, mas o homem não se moveu, com a sua mão firmemente atada à do garoto.

Ainda distante, puderam ouvir o som do caminhão que se aproximava.

—Senhor Malcohn! Me deixe ir! —pediu ele, tentando se livrar daquela mão.

O caminhão vinha mais perto e a luz de seus faróis atingiu ambos. O pequeno Philippe pôde ver a expressão do idoso: dor, miséria e solidão. O homem piscou e das suas lágrimas escorreram sangue. Ele não podia se mover.

—ME SOLTE, POR FAVOR! ME SOLTE!

Permaneceu estático e o garotinho não foi capaz de se libertar de sua mão. O caminhoneiro buzinou e freou. Tentou desviar, mas o peso da sua carga não permitiu a ação rápida. Parou muito além do ponto onde os dos estavam.

O motorista desceu tremendo, esperando encontrar a frente do seu caminhão ensanguentada e o corpos das duas pessoas que vira segundos atrás. Desnorteado, encarou abismado o nada: o homem e o menino que certamente atropelara não estavam mais ali. Sumiram sem deixar vestígios de suas mortes.

.o.

Wachington D.C. – FBI

07-10-1994 – 8h43

Scully andou pelo corredor do sobsolo do Birô e suspirou, tentando ganhar uma boa dose de coragem para aquela manhã, quando percebeu que a luz da sala do seu parceiro estava apagada.

Ela sabia o que aquilo significava: os flashs tênues de luz azulada e o som característico do retroprojetor podiam ser percebidos pela porta entreaberta. Fez uma rápida careta. Só esperava que, daquela vez, não fosse nenhum alienígena.

Mal entrando na sala, ela colocou a cabeça para dentro e viu Mulder inclinado em uma cadeira, com os pés em cima da sua mesa:

-Bom dia, Scully!

Ela sorriu um pouco irônica e abaixou a cabeça, forçando-se a não olhar as fotos que eram ampliadas na parede:

-Mulder, por favor, me diz que não é um Chupa-Cabra.

-Ah! Então, você está levando em consideração a existência do Chupa-Cabra?

Ela entrou e fechou a porta, como se houvesse alguém naquele canto esquecido do Birô que pudesse ouvi-los.

-Hoje à tarde começam as minhas férias, Mulder.

Ele levantou:

-Ok, hoje à tarde. Mas, agora de manhã temos isso: -e apertou o botão para mudar a foto exibida. –O que você acha? –perguntou com um brilho de empolgação no olhar.

Ela suspirou e finalmente encarou a parede que tanto evitara. Num muxoxo, respondeu:

-É uma caixa azul.

-É um caixa azul?—repetiu Mulder, rindo pelo mau humor da parceira.

-Não sei Mulder! Uma caixa azul alienígena?—provocou ela cheia de ironia. Sinceramente esperava que, na véspera das suas férias, não tivesse que ir atrás de uma caixa azul. -É só uma caixa azul!

-Sim, e esta?—perguntou mudando a foto.

-Outra caixa azul.

-Essa?

-Outra.

-Essa?

-Outra!

-Essa?

-Você vai ficar me mostrando quantas vezes essa coisa?

-Estão em lugares diferentes. Mas, essa é uma típica cabine de emergência da década de sessenta, utilizada pela polícia britânica. Essas fotos foram tiradas em vários estados diferentes aqui, nos Estados Unidos. Você percebe?

-O que? Que elas deviam estar próximas a algum centro cultural ou coisa do tipo?

-Espere, você vai gostar disso. Deixei as três melhores para o final.

Mulder mudou a foto. Naquela, um homem com um sobretudo marrom saía da cabine. Scully encarou Mulder com uma expressão de "E daí?", enquanto ele rebatia com: "Viu só?". Mudou novamente a foto. Em outro cenário, a cabine era trancada pelo mesmo homem de cabelos castanho, uma moça loira ao seu lado podia ser notada, mas estava de costas.

-Ótimo, um turista. Que gosta de caixas azuis.

-Uma foto foi tirada no Texas. A outra no Mississipi.

-Um turista que gosta de caixas azuis—repetiu ela.

-Agora, a última.

-Está desfocada.

-Não está, veja só. Ela está desaparecendo!

-Desaparecendo?

-Encontrei vários relatos de pessoas que viram de fato a Caixa Azul. Todas elas disseram que ela apareceu um dia, e desapareceu do nada depois de algum tempo e este homem—disse, voltando para a foto em quem o Doutor aparece de frente. —foi descrito diversas vezes e... —ele interrompeu sua frase, ao perceber o olhar vago de Scully.

—Qual é o ponto, Mulder? O que você acha que essa Caixa é?

Ele cruzou e descruzou os braços, sem jeito. Respondeu:

—Uma nave espacial?

Ela arregalou os olhos e levantou as mãos como quem se rende:

—O caso é todo seu, vou começar minhas férias três horas mais cedo. Sabe por que?

—Por que? —perguntou, ainda com certo constrangimento.

—Porque eu sabia que você ia fazer isso. Arranjar qualquer coisa maluca que acabaria atrasando o meu descanso. E sabe quem mais sabia disso?

—...Quem?

—O diretor assistente Skinner.

—Skinner? Vocês andam conversando sobre mim? —estranhou.

—E ele disse que qualquer tentativa absurda sua me liberaria das minhas obrigações desta manhã. Então, na verdade, muito obrigada, estou saindo mais cedo—disse dando meia volta e abrindo a porta da sala.

—Ok, eu te ligo se precisar de alguma coisa...

—Não me ligue por causa de uma Caixa Azul estúpida! —vociferou ela.

Com um sorrisinho de incompreendido, rebateu:

—Boas férias, Scully...

Ela respondeu com o bater da porta.

.o.

—AAAAAAAAAAAAAAAAAAH—berraram ambos: o Doutor e Rose, quando a TARDIS simplesmente os cuspiu para fora.

—O QUE? —praguejou o Doutor se levantando.

—Ela jogou a gente pra fora! Ela nunca fez isso antes! —reclamou Rose, um pouco confusa para se levantar no meio das plantas em que fora atirada.

O Doutor a puxou pelas mãos para fora daquelas plantas, ela continuou:

—Estamos numa mata. Pelo menos isso parece real...

—Não sei. A Londres em que estivemos também parecia real—ele voltou o seu olhar para a TARDIS e colocou os seus óculos: tentou abrir a sua porta. Girou a chave, mas nada. Estava trancada para eles. —O que há de errado com você? —perguntou ele para a nave, fazendo um leve carinho na madeira azul, com uma expressão mista de preocupação e estranhamento.

—Doutor, ouviu isso?

—Sim—respondeu, guardando os óculos. —Estamos perto de uma rodovia, provavelmente. Vamos lá! Vamos ver.

Eles não tiveram que correr muito para alcançar a rodovia. Pegando sua screwdriver, ele analisou o ar, e a borda da estrada.

—E então? —perguntou Rose, ansiosa.

—Não tenho muito certeza ainda— disse estreitando o olhar. Pegou um punhado de terra e cheirou. Sem chegar a nenhuma conclusão, lambeu a terra. —UGH! Eca! É terra, definitivamente. Urg! —e correu para o centro da estrada, apontando o screwdriver para baixo. Deitou de barriga para baixo e colocou o ouvido chão. Levantou logo em seguida. Rose o olhava um tanto assustada, esperando más notícias.

—Bem—começou se aproximando dela, ainda tentando tirar o gosto da terra com o verso da sua mão, —Bem, tem algum vestígio de atividade não humana no centro dessa estrada. Talvez por isso a TARDIS nos tenha trazido até aqui.

—Então isso é real! Voltamos para o mundo real! —concluiu ela expandindo seu sorriso.

Antes que ele frustrasse suas esperanças. Um carro que se aproximava parou próximo a eles. A ruiva dentro dele lançou um sorriso que só conseguia dar quando estava de férias, longe do Birô, longe de todas as loucuras que o seu parceiro podia querer enxergar.

—Ei, vocês dois. Precisam de ajuda?

O Doutor olhou Scully, absolutamente satisfeito por alguém ter aparecido naquele lugar:

—Estamos tentando pegar uma carona até a cidade próxima.

—Como vocês vieram parar aqui sem carro? Estamos há quilômetros de qualquer coisa! —perguntou a ruiva.

—Bem, — interferiu Rose. —Nós estávamos num ônibus de excursão e ele teve que parar. Nos afastamos do grupo por um tempo. Acabamos ficando pra trás.

Com uma expressão ingênua de desentendimento, as sobrancelhas da ruiva se arquearam:

—Porque vocês foram se afastar do grupo num lugar desses?

O Doutor olhou Rose com uma expressão no mínimo pasma. Ela tomou a mão dele e a balançou com uma expressão um tanto sem jeito para Scully:

—Bem...

No entendimento, uma de suas sobrancelhas se levantou e Scully lembrou-se de destravar as portas do carro:

—Não posso deixar vocês aqui no meio do nada.

Rose abriu a porta de trás e se acomodou no banco. O Doutor entrou após ligar discretamente sua screwdriver direcionada para o meio das árvores.

—Eu me chamo Dana.

—Rose.

—Doutor—respondeu um pouco distraído, olhando pela janela: raciocinava furiosamente tentando encontrar um motivo pela qual a TARDIS o teria levado àquele lugar.

—Que doutor?

Não era momento para aquilo, tinha que parecer normal. Rindo, tentou retificar:

—Desculpe, vivem me chamando assim. John, John Smith.

—Vocês são de onde? Londres?

—Eu sou! O sotaque entrega?

—Sim, eu percebi, e você?

—Gallif... Escócia—consertou. Piscou os olhos, parecia um pouco zonzo.

—Isso é meio diferente do que encontro geralmente. Estranho, você me parece familiar—disse olhando para o Doutor.

—Difícil, a não ser que você já tenha estado na Escócia.

A screwdriver apitou e o Doutor olhou rapidamente para a janela do carro. Observou as árvores. Voltou o seu olhar para o velocímetro.

Novamente, estava em pé na estrada. Rose esperava uma resposta. Um carro que se aproximava parou próximo a eles. A ruiva dentro dele lançou um sorriso que só conseguia dar quando estava de férias, longe do Birô, longe de todas as loucuras que o seu parceiro podia querer enxergar.

—Ei, vocês dois. Precisam de ajuda?

O Doutor olhou Scully, surpreso. Lembrou-se do que disse da última vez:

—Estamos tentando pegar uma carona até a cidade próxima.

—Como vocês vieram parar aqui sem carro? Estamos há quilômetros de qualquer coisa! —perguntou a ruiva.

—Bem, — interferiu Rose. —Nós estávamos num ônibus de excursão e ele teve que parar. Nos afastamos do grupo por um tempo. Acabamos ficando pra trás.

Com uma expressão ingênua de desentendimento, as sobrancelhas da ruiva se arquearam:

—Porque vocês foram se afastar do grupo num lugar desses?

O Doutor olhou Rose sem grande surpresa e apanhou a sua mão antes que ela tivesse tempo de fazê-lo ela mesma. Ele a balançou com uma expressão um tanto sem jeito para Scully:

—Bem...

Rose o olhou espantada. Era exatamente o que tinha pensado em fazer!

No entendimento, uma de suas sobrancelhas se levantou e Scully lembrou-se de destravar as portas do carro:

—Não posso deixar vocês aqui no meio do nada.

Rose abriu a porta de trás e se acomodou no banco. O Doutor entrou após ligar discretamente sua screwdriver direcionada para o meio das árvores.

—Eu me chamo Dana.

—Rose.

—John, John Smith—disse, tirando o papel psíquico do bolso. Passou sua mão por de trás do banco, entregando-o à Rose, sem Scully perceber.

Ela abriu o papel: "Estamos presos num loop espaço-temporal. Você nãos se lembra da última vez?". Rose deu um jeito de devolver o papel. Ele leu, mas nada veio escrito. Não sabia se Rose recebera sua mensagem.

—Vocês são de onde? Londres?

—Eu sou! O sotaque entrega?

—Escócia—consertou. Piscou os olhos, sentiu-se zonzo novamente.

—Isso é meio diferente do que encontro geralmente. Estranho, você me parece familiar—disse olhando para o Doutor.

—Difícil, a não ser que você já tenha estado na Escócia.

A screwdriver apitou e o Doutor olhou rapidamente para a janela do carro. Observou as árvores. Voltou o seu olhar para o velocímetro.

Ele e Rose estavam novamente a pé, na estrada. Antes que o carro tivesse tempo de se aproximar, correu até Rose e analisou seus olhos com a screwdriver:

—Estamos presos num loop espaço-temporal. Quem quer que esteja causando ele é muito poderoso porque eu sou o único que sei disso.

—Como?

—Você devia se lembrar, Rose. Você é uma viajante do tempo. Alguém está bloqueando a sua psique. Talvez a minha também, em certo nível! Preciso ganhar tempo antes que o loop se reinicie.

Um carro que se aproximava parou próximo a eles. A ruiva dentro dele lançou um sorriso que só conseguia dar quando estava de férias, longe do Birô, longe de todas as loucuras que o seu parceiro podia querer enxergar.

—Ei, vocês dois. Precisam de ajuda?

O Doutor olhou Scully, absolutamente satisfeito por alguém ter aparecido naquele lugar:

—Estamos tentando pegar uma carona até a cidade próxima. Somos turistas, estávamos num ônibus de excursão, mas quando ele parou por um tempo nos afastamos do grupo e ficamos para trás—tentando ser natural, apesar de atirar todas aquelas informações diante de Scully, finalizou para dar senso à sua história: — Lua de Mel, sabe como é? Nos distraímos.

Rose o encarou, pasma.

No entendimento, uma de suas sobrancelhas se levantou e Scully lembrou-se de destravar as portas do carro:

—Não posso deixar vocês aqui no meio do nada.

Rose abriu a porta de trás, mas o Doutor a puxou pela mão para que ela fosse no banco da frente. O Doutor entrou atrás após ligar discretamente sua screwdriver direcionada para o meio das árvores.

—Eu me chamo Dana.

—Rose—respondeu a garota, ainda pasma.

—Eu sou John. Sou escocês, aliás. Rose é londrina. Engraçada como é a vida, não? Porque não ouvimos música? Você anda sempre com esse rápido desligado?

Rose voltou o seu rosto para trás com um olhar repreensivo para o Doutor, parecia um lunático.

—Ah... claro... —disse Scully, um pouco surpresa. Ligou o rádio e a estação produzia mais chiado que música. Tentou vários canais, mas nenhum funcionava direito.

Mas, isso não pareceu frustrar o Doutor, que tirou um dispositivo parecido com um gps e começou a usá-lo junto com a screwdriver.

Rose deu um sorrisinho para Scully, para disfarçar naturalidade. Agora ela também parecia uma lunática.

A screwdriver apitou e o Doutor olhou rapidamente para a janela do carro. Observou as árvores. Voltou o seu olhar para o velocímetro. O tempo que, todas as vezes anteriores parecia andar mais devagar, agora retornara ao seu fluxo normal.

Rose gritou e Scully afundo o pé no freio: o carro ao lado, que nunca antes pudera ser percebido, chocou-se contra ao deles tirando o carro de Scully da estrada.

No estrondo da batida, os dois carros que deveriam ter se chocado desde o primeiro loop, pararam no meio da noite que se iniciou imediatamente, sem aguardar o pôr-do-sol.

—ROSE?

—Estou bem! —respondeu ela, olhando Scully.

—Tudo bem—murmurou Scully, tirando o cinto.

Todos saíram do carro. Scully correu para o outro carro parado no meio da estrada. Enquanto isso, Rose aproveitou:

—O que foi isso?

—Saímos do loop. Mas, estamos no mesmo local em que pegamos a carona. Eu marquei esse lugar, toda vez que passamos por ele, a screwdriver apitou para me avisar.

—Mulder! —ouviram o grito de Scully. Um homem de paletó e gravata saía do carro.

—Estou bem, estou bem—disse afastando as mãos da médica que ansiava por verificar o estado do seu parceiro. —O que diabos você está fazendo aqui?

—Eu te pergunto a mesma coisa! Eu te contei semana passada que vinha para a Califórnia.

—Califórnia? Mas, estamos no Mississipi.

—O que? —estranhou Mulder.

—Teletransporte? —perguntou, num cochicho, Rose para o Doutor.

—Rose...

—O que?

—Corra.

Ela olhou em volta, nada parecia errado.

—Por que?

—Não posso me mover—respondeu. —Eu... —mas, algo parecia bloquear sua dicção. Não conseguia se mover e agora não conseguia falar.

A garota apanhou a mão dele e o puxou, mas não conseguiu movê-lo. Por de trás de uma face sem expressões, que ela nunca antes viu nele, pôde perceber na intensidade do seu olhar: o pavor. Seus olhos gritavam para que ela corresse.

—Vou procurar ajuda! —disse ela, mas percebeu que a paralisia dele não permitia que soltasse a sua mão. Distante, na rodovia, vinha um caminhão à toda velocidade. Rose gritou para Mulder e Scully que tentavam entender como foram parar lá: —ME AJUDEM!

Os dois correram, mas se chocaram com algo no caminho, como se houvesse uma parede invisível. Desesperada, Rose olhou para o Doutor. Ele olhava estático para ela, com lágrimas de sangue escorrendo pelos seus olhos vermelhos, incapazes de piscar. Ela passou a mão no rosto dele, lutando para que o terror não fosse o último sentimento que experimentaria em vida. Ela queria mais para aquele momento. O caminhão estava muito próximo. Suas mãos estavam muito atadas. Ela o abraçou e disse próxima ao seu ouvido, sem sequer saber se ele ainda era capaz de ouvir:

—Tudo bem. Morrer do seu lado não é tão mau assim...

E o caminhão chocou-se com tudo o que encontrou pela frente.