Fogo Celestial

A dimensão fadiga


***

Depois que Clary chegou no balcão abandonado em que suas poucas coisas estavam, ela não se permitiu descansar por mais cansada que estivesse, tinha muito o que fazer.

Agora ela possuía três dos sete livros, ela sabia que Sebastian havia conseguido dois, por isso ainda restam dois livros desaparecidos, dois livros que ela precisava conseguir antes que Sebastian o fizesse. Ele precisa dos sete livros para alcançar seu objetivo, o que quer dizer que quando o último dos livros for encontrado ou por ele ou por ela, ele terá de vir atrás dela pelos livros que ela possui, e é exatamente com isso que Clary esta contando. Que ele venha, ela pensou, esse é o momento que ela tanto espera.

Mas mesmo que ele não consiga fazer nada sem os livros que estão com ela, ela continuará indo atrás dos outros. Menos livros na mão de Sebastian significa menos poder para ele. E quanto antes esses livros forem descobertos, antes o encontro deles acontecerá.

Por isso Clary não está indo atrás de Sebastian a alguns meses. Desde que descobriu seu mais novo e diabólico plano para a “dominação do mundo” – ela realmente não era capaz de entender a mente dele com esses planos bizarros, parecia mais como os vilões das histórias em quadrinhos que Simon e Max tanto gostavam. Pensar em Max fez com que um nó se formasse em sua garganta e um nova onde de fúria, completamente dirigida a Sebastian surgiu. Ele tinha que parar. Bizarros ou não, seus planos sempre deixavam uma trilha de destruição e sofrimento.

Mas agora ela não estava atrás de Sebastian, porque ELE iria atrás dela. A cinco meses ela descobriu com um dos demônios aliados a Sebastian – nunca tenha demônios como aliados, eles não são confiáveis. Principalmente sob tortura. - que seu plano era conseguir os sete livros de Shain e realizar o ritual. Até então Clary acreditava que os livros de Shain eram somente um história, uma lenda – “Todas as histórias são verdadeiras” ela se lembrou de Jace dizendo isso a ela no que parecia ser em outra vida. Pesquisando mais a fundo ela descobriu que eles realmente existiam e justamente por representarem um perigo muito real, os sete livros foram espalhados pelo planeta, inclusive em outras dimensões.

E assim tem sido a rotina de seus últimos cinco meses, correndo pelo mundo em busca de livros que ela acreditava serem somente mito.

Quando ela conseguiu descobrir os planos de Sebastian ele já possuía dois dos sete livros e infelizmente possuía também o único artefato que indicava o local onde os livros estavam, ela teria roubado o artefato, não fosse o fato que ela simplesmente não podia encontrar Sebastian, por mais que procurasse por mais que tentasse e por mais que arrancasse informações de seus subordinados, ninguém nunca sabia onde ele estava. Ele se escondia como uma barata, em qualquer lugar sujo e imundo que ninguém podia encontar. E o artefato, - um cristal laminar que indicava a localização do próximo livro assim que um era encontrado – estava sempre com Sebastian.

E isso queria dizer que ele já sabia que Clary havia conseguido mais um livro e também sabia onde o próximo livro estava. Para Clary isso significava que ela tinha que sair atrás de alguns demônios mancomunados com Sebastian para conseguir descobrir para onde ir. Para sua sorte, desde que ela descobriu toda essa trama ela tem conseguido fazer isso muito bem, Sebastian tem de mandar alguém atrás do livro e assim a informação sempre vaza, e assim ela consegue chegar lá a tempo.

O que é estranho é que Clary chega ao livro minutos antes dos demônios de Sebastian ou mesmo minutos depois tendo assim que acabar com seus demônios antes de por as mãos no livro, sempre foi assim. Mas não dessa vez. Dessa vez Clary havia até mesmo se atrasado para conseguir pegar o livro, mas nem um sinal de Sebastian. E o que era mais estranho ainda? O bruxo em quem ela havia feito o a coisa do randorin, disse a ela que o ritual que estavam fazendo era para abrir um portal para uma outra dimensão, para que os demônios pudessem ir atrás do livro.

Mas o fato é que não havia como Sebastian saber a localização de outro livro, se ela ainda não havia pegado o livro do instituto, mas também ele mesmo poderia ter encontrado um livro e assim descoberto a localização do último livro não é? Se é assim, como ele teria encontrado este primeiro livro para começar?

Não fazia sentido algum. Mas ninguém era capaz de mentir em um interrogatório randorin, por isso Clary se arriscou a aprende-lo, então sim o bruxo disse a verdade. E considerando isso, Clary tinha de admitir que Sebastian estava agora com três livro e que a disputa estava pelo último livro a ser encontrado.

Ela provavelmente atrasou os planos de Sebastian, acabando com seu ritual, mas não duraria muito tempo então ela tinha de agir, e rápido.

O bruxo disse qual era a dimensão para onde ele estava abrindo o portal, a questão é que ela não podia fazer isso sozinha. Ela até conseguiria abrir o portal, como ela descobriu quando precisou abrir um para pegar o primeiro dos três livros que ela possui, mas precisava de um bruxo para mante-lo aberto para ela voltar, coisa que ela também descobriu com o primeiro livro, foi bastante duro e ela teve de contar com o destino para encontrar alguém deste lado que estivesse abrindo uma porta para aquele lado, que eram justamente os demônios de Sebastian, não importava para ela.

Quase que ela não volta para ir atrás dos outros livros, e ela não cometeria este erro novamente. Assim ela precisava de um bruxo, e um em quem ela pudesse confiar que não a trancaria do outro lado. Claramente Magnus Bane não era uma opção.

Mas haviam bruxos suficientes no mercado, e por um bom preço eles se tornavam seus melhores amigos e absolutamente confiáveis. Sim de fato.

***

Armados para enfrentar uma guerra, todos do instituto mais Magnus Bane estavam prontos para irem atras de Clary.

Os irmãos do silêncio voltaram para a cidade dos ossos, o irmão Zacharyah ainda não estava em sua melhor forma, suas runas o curavam ainda mais rápido do que qualquer iratze, mas ainda assim levara algum tempo para que ele se recupere totalmente. Convencer Jocelyn de que seria melhor ela não ir nesta busca por Clary foi mais complicado, foi necessário muita persuasão de Luke e uma certa interferência de Magnus. Mas na situação em que Jocelyn se encontra essa foi a melhor opção.

Depois que ficou decidido que todos iriam em busca de Clary, ninguém sabia por onde começar a procura-la, a não ser ficar esperando que ela aparecesse novamente, talvez atras de seres do submundo ou em rituais com demônios. Foi ai que Jace surpreendeu a todos, dizendo que “talvez” pudesse encontra-la. A maioria, incluindo Alec pensou que Jace talvez estivesse delirando, ele era bom, mas como no mundo ele iria conseguir encontrar alguém que conseguiu se esconder da própria clave por mais de oito meses? Foi a pergunta que Alec fez a si mesmo.

A resposta veio não muito tempo depois, e apesar de ser ainda mais chocante fez todo e completo sentido.

- Eu posso senti-la. De alguma maneira estamos conectados. Não posso dizer exatamente onde ela esta neste momento, mas eu posso tentar chegar até ela, quero dizer eu nunca tentei, talvez funcione.

E como não tinham opção, nem por onde começar a procurar foi o que fizeram. Todos deixaram Jace sozinho – ele não pediu isso, mas silenciosamente todos chegaram ao acordo de que seria melhor assim.

Quinze minutos depois Jace apareceu na sala de jantar, onde todos estavam a sua espera.

- Eu ainda não sei onde ela esta. Não esta funcionando dessa maneira, então eu vou sair. – Disse Jace franzindo o cenho como se estivesse sentindo dor.

- Mas para onde você vai? – Perguntou Maryse.

- Eu não sei. – E assim Jace saiu do instituto com todos ali, atras dele.

Depois de mais de uma hora vagando pelas ruas da cidade, a confiança já fragil de que Jace fosse capaz de encontrar Clary enfraqueceu ainda mais. Maryse decidiu ir até a cidade das cinzas ver se os irmãos já eram capazes de ajuda-los com a busca, enquanto os outros continuavam com a procura aparentemente improdutiva de Jace.

- Muito bem, eu acho que isso não esta funcionando. – Disse Izzy. - Meus saltos já estão gastos de tanto andar, e ao que me parece nós estamos dando voltas a mais de dez minutos.

- Eu sei que nós estamos dando voltas, eu preciso de tempo. – Respondeu Jace sem olhar para Izzy.

- Tempo para que? – Ela quiz saber.

- Eu não sei ta legal. Eu disse que nunca tinha feito isso. Acho que eu não trabalho muito bem como um radar, o que é realmente espantoso, normalmente eu trabalho bem em tudo. Mas tem alguma coisa errada.

- Errada como? – Agora quem perguntou foi Simon que havia se juntado a eles pouco depois que deixaram o instituto.

- Não sei, não sei. Eu podia senti-la aqui.

- É, assim como você a sentiu na casa vazia daquele bruxo, ou nos três bares de seres do submundo para onde você nos levou. Jace, ou esse seu radar funciona com um atraso de tempo ou ele realmente não funciona droga nenhuma.

- Eu estou dizendo Izzy, eu a senti em cada um daqueles lugares e a senti neste parque também.

- Bom então ela esteve aqui e não esta mais, certo?! Vamos para o próximo lugar onde você a esta sentindo. – Afirmou Magnus, querendo um pouco de movimento.

- Isto é que esta errado. Eu não a sinto em mais lugar nenhum! – Disse Jace dando um giro de trezentos e sessenta graus, olhando para cada sombra das arvores no parque.

- Como assim? – Agora Magnus parecia interessado.

- Eu a senti aqui, mas agora, é estranho. É como se ela não estivesse mais aqui, mas também não esta em nenhum outro lugar, este ainda é o lugar onde eu a sinto mais fortemente.

- Foi mau Jace, mas eu acho que essa volta da Clary pirou você de vez. – Disse Alec com um tom preocupado na voz, com medo pela sanidade de seu parabaita.

- Ou talvez não. – Magnus disse, enigmático.

- Como assim? – Alec quis saber.

- Jace a sentiu na casa de um bruxo, que não estava lá, mas pelo o que descobrimos nos bares é bem conhecido por fazer qualquer tipo de trabalho pra quem pagar bem, e depois tem a questão de que o bruxo comprou sangue de fada e pó de carvalho branco nos bares onde ele passou, e agora estamos em um parque no meio da noite, com bastante sereno e Jace diz que sente Clary aqui, mas ela não esta aqui.

- Ok. Essa maluquice, eu não sei como, pode fazer todo o sentido pra você, mas pra mim ainda é só isso. MALUQUICE. Então quer fazer o favor de explicar. – Falou Isabelle, não gostando de ficar para trás na explicação.

- Eu tenho que dizer, estou com Izzy nessa. – Concordou Simon.

Magnus meio frustado jogou as mãos para cima como se desistindo de alguma coisa.

- Eu havia me esquecido o quanto é frustrante trabalhar com caçador de sombras quando se trata de magia.

- Bem é por isso que sempre procuramos um bruxo, quando a magia envolvida. – Retrucou Alec.

- UM bruxo não. Vocês sempre ME procuram quando se trata de magia.

- Isso por..

- Acho que estamos saindo do foco aqui. – Jace chamou a atenção novamente para a situação. – Se você sabe o que esta acontecendo então diga Magnus.

- É simples na verdade. Clary esta aqui. Só não esta exatamente no mesmo plano que nós.

- Isso não ajudou em nada. – Izzy já estava totalmente frustrada a esta altura.

- Um bruxo, sangue de fada, pó de carvalho branco sereno da noite, são ingredientes para um feitiço de abertura de um portal. Que alias, é o mesmo feitiço que o bruxo no parque da outra noite estava tentando fazer.

- Ainda não faz sentido. Eu sentiria Clary em outro lugar se ela tivesse atravessado um portal e além do mais ela com certeza é capaz de abrir um portal ela mesma.

- Faz sentido se o portal aberto for para outra dimensão. Ela esta aqui. Só que em outro plano, entendem agora? Eu sugiro que encontremos o bruxo. concordo com você Jace, ela deve ser capaz de abrir o portal sozinha, mas se ele é para outra dimensão ela deve precisar do bruxo para mante-lo aberto para ela. E deve ser exatamente isso o que ele deve estar fazendo agora.

Magnus se encarregou de ser o radar da vez. Ele disse que seria capaz de detectar a energia do outro bruxo no parque, se ele a estivesse usando para manter o portal aberto. E ele estava certo. Não muito tempo depois Magnus os levou diretamente para onde o ritual havia sido realizado. Era bizarro ver a semelhança com o mesmo ritual que eles haviam interrompido apenas um dia atras.

Os runas desenhadas no chão formando um circulo eram as mesmas assim como o pó cinzento formando um triangulo dentro do circulo, a posição do bruxo no centro desse triangulo com a mão esquerda banhada em sangue de fada também era a mesma. A diferença estava que não havia nenhum demônio aqui - pelo menos não ainda - e que havia um halo de luz dourada azulada de um metro de altura e meio metro de largura, brilhando bem á frente do bruxo.

Com certeza era um portal. O bruxo tinha os olhos fechados, a mão direita levantada para o céu e a esquerda, ensanguentada, voltada para o portal. A cada cinco minutos ele murmurava algo ininteligível aquela distancia.

- E agora? – Perguntou Simon.

- Agora nós vamos até lá e descobrimos para onde vai este portal. – Respondeu Isabelle como se fosse óbvio.

- Primeiro, se você assustar o bruxo ele pode deixar o portal se fechar por acidente, prendendo Clary do outro lado. Segundo é bem possível que ele não saiba para que dimensão este portal leva – levando em consideração a confiança que Clary parece ter em todo mundo aposto que este é o caso – e assim ele não seria capaz de abrir o mesmo portal novamente.

Magnus calou a todos com esse comentário. Cada um parecia ter algo a dizer, mas nada que fizesse sentido.

- Então nós vamos fazer o que? Ficar parados aqui, esperando que ela volte, sem saber o que esta acontecendo. – Expressou Izzy.

- Isso. – Concordou Magnus. – Ouuuu eu posso abrir uma extensão do portal para que nós possamos atravesa-lo sem que o bruxo perceba. É claro que isso significa que teremos que voltar junto com Clary ou ficaremos presos lá.

Um longo silêncio veio a partir dai. Longo, longo silêncio. E então Jace disse para Magnus.

- E o que é que você esta esperando, um convite oficial?

- Nós devíamos avisar minha mãe primeiro. – Alertou Alec.

- Concordo. – Esse foi Simon.

- Tudo bem, mas nós não temos tempo para isso. Anda com isso Magnus. – Apresou Izzy.

Com toda certeza este não era um mundo de conto de fadas. Talvez Simon não imaginasse o inferno assim, mas seria uma ótima maneira de representa-lo.

Na verdade esta dimensão se parecia muito com a nossa, mas aqui tudo era cinza e sem vida. O lugar onde eles sairam depois de atravessar o portal, parecia uma floresta, ou alguma coisa que algum dia foi uma floresta, com um frio que queimava a pele, a frente deles estava um campo – um circulo irregular – onde a grama que deveria ser verde e macia não passava de pedaços de palha dura e sem cor. Ao redor deste campo haviam árvores, a esquerda somente os tocos das árvores cortadas, – não, cortadas não, quebradas nas bases por uma força bruta – os tocos eram irregulares e afiados e a direita árvores inteiras, mas sem nenhuma folha, eram somente galhos grossos e finos saindo da terra como uma garra que luta ferozmente para se agarar a alguma esperança do lado de fora. As raizes eram visiveis sobre a terra, e a terra tinha a cor vermelha mas a consistencia da areia.

Não havia movimento nenhum, nem mesmo do vento, nada se movia ali, até mesmo as nuvéns cinzas no céu cinza estavam paradas, estagnadas no mesmo lugar, sempre. Simon viu quando um arrepio passou pela pele de Izzy e se ele não fosse tão frio teria ido abraça-la para conforta-la. Porque este lugar era mesmo sombrio.

- Muito bem e agora, para onde nós vamos? Porque pelo o que eu entendi nós precisamos da Clary para sair daqui, e eu não a vejo em parte alguma.

- Calma Isabelle nós vamos encontra-la. Jace, você pode senti-la agora? – Magnus parecia o menos impresionado com a paisagem, mas levando em consideração que o pai dele é um demônio, talvez ele já tenha visto lugares piores.

- Posso. Mas esta muito fraco.

- Isso quer dizer o que? Que ela esta muito longe?

- Eu acho que não Izzy.

- Então o que?

- Acho que ela esta fraca.

- Clary? Você acha que alguma coisa aconteceu com ela? Mas que diabos, afinal de contas o que ela veio fazer aqui?

-É o que nós estamos tentando descobrir. Para que lado Jace. – Alec foi quem finalmente os colocou em movimento.

Jace os levou para o meio das árvores mortas, e conforme eles andavam um sabor de terra seca grudava-se na garganta de cada um, trazendo junto um canssaço grande demais para o pouco que eles haviam andado.

- Mas o que é isso? – Perguntou Alec, para ninguém em particular.

- É uma dimensão falsa. – Respondeu Magnus – A maioria das coisas que você ve não será realmente o que você ve, mas isso não quer dizer que tudo será assim. Nosso caminho, apesar de parecer pequeno já nos fez andar mais do que nós percebemos.

- E por que Simon não parece cansado e Jace parece ainda mais exausto do que qualquer um de nós?

- Eu sou um vampiro, eu não me canso. - Disse Simon.

Jace teve de se escorar em uma árvore.

- Clary esta perto. Mas tem alguma coisa errada.

- Ahh, o que esta errado agora? Tirando toda esta dimensão. – Quis saber Izzy fazendo um movimento com o braço para abranger todo o espaço ao seu redor.

- Eu não sei o que é, mas eu a sinto ainda mais fraca agora.

- Então como você sabe que ela esta perto?

- Eu não sei. Eu só sei.

- Ok. Eu vou verificar mais a frente, se achar alguma coisa eu aviso.

- Brilhante dedução vampiro.

- Se você tiver uma ideia melhor, este seria um bom momento para apresenta-la bruxo.

- Não, não. Vai lá, procurar alguma coisa, eu vou me sentar aqui e esperar.

Assim Simon deixou os outros descansando e seguiu uma vibração que ele estava sentindo. Como um arrepio em sua pele, havia muito tempo que ele não sentia nada assim, e apesar de Magnus ter dito que ali as coisas poderiam não ser o que pareciam ele se sentiu impelido em descobrir o que era este arrepio.

Caminhando o que ele achou um longo tempo, Simon descobriu uma outro campo, muito parecido com o campo onde eles sairam, mas neste haviam coisas se movendo com certeza.

Haviam fogueiras espalhadas pelo campo e demônios em todos os cantos, criaturas terriveis, com diferentes tipos de garras e olhos e dentes e pele e cores. De joelhos mais a esquerda no campo Simon viu Clary, ela estava com as mãos amaradas e tinha o que parecia um punhal cravado entre suas costelas, ela sangrava muito disso Simon tinha certeza, ele podia sentir o cheiro do sangue dela e agora ele sabia que essa era a vibração que ele estava sentindo.

Ele já havia sentido o cheiro do sengue de Clary antes, e ele tinha certeza nunca cheirou assim. Ele mal conseguiu se segurar para não ir até lá e beber todo aquele sangue que ele via e sentia saindo dela. Era uma coisa incrivel, nenhum sangue nunca cheirou assim para Simon. Era um mistura de tudo o que é bom. Mas principalmente, era quente, muito quente, quente como o sol. Agora Simon podia sair ao sol, mas ele não sentia seu calor, tudo era sempre frio. Mas o sangue de Clary era quente, não como os outros, ele não sabia explicar a não ser dizendo que era como o fogo.

Por isso ele precisou de toda a sua força de vontade e todo o seu tempo de auto controle, para ficar onde estava, e mover seu olhar do sangue de Clary. E ainda bem que ele fez isso. Porque o que ele viu depois disso, fez com que toda a sua fome pelo sangue de Clary, ou até mesmo qualquer outro sangue, desaparecesse. E ele voltou literalmente correndo para avisar aos outros.