Flor do deserto

Capítulo 1- Prólogo


Gritos. Tiros. Carl estava deitado quando o barulho intenso do lado de fora da casa começou. Não estava dormindo. Não conseguira dormir desde que fora resgatado; pois cada vez que adormecia, seus torturadores voltavam através de seus sonhos. Resolveu levantar-se de sua cama no chão, embora as dores limitassem seus momentos. Pegou um rifle que estava encostado atrás da porta, verificou se estava carregado, e então abriu a porta velha de madeira. A poeira tinha se levantando no pátio da pequena vila, o calor era sufocante e o sol dava seu brilho máximo. Os homens que o resgataram corriam em direção as tropas britânicas, que já desciam de seus carros atirando naqueles homens. Vários deles caíram ensanguentados, aos avanços da tropa. O sol raiava cada vez mais forte, e um grande clarão desceu sobre aquele pátio, como se o próprio sol caísse sobre a terra. Carl então acordou. Estava em sua cama, no seu pequeno apartamento em Londres. Suava frio pelas lembranças que novamente o assaltaram em seus sonhos. Cada uma delas lhe trazia uma intensa raiva e indignação. Seu ódio só fazia aumentar. Ele só queria uma chance para poder colocar toda a sua fúria para fora, e assim agradaria a Allah ao vinga-lo das maldades daquela nação. Mas algo o alegrava, sabia que teria a sua chance. Sim...o homem que batera em sua porta, o convidando para algo especial. Ele disse que tudo o que aconteceu com Carl tinha um propósito maior, e que ele poderia canalizar toda a sua ira para os objetivos certos. Carl riu ainda deitado em sua cama, imaginava as coisas que haveriam de ocorrer; quanto sangue rolaria e quanto prazer ele sentiria nisso. Carl aos poucos perdia a sanidade.