Capitulo 42

POV' Clarisse La Rue

No resto do dia Annabeth me explora o máximo que consegue, sou obrigada a carregar plantas, anotar as modificações para os projetos finais. O tempo se arrasta, a loira mal me dá tempo de respirar, quando eu penso que o trabalho finalmente terminou ela surge com uma nova tarefa.

Já passa das seis e aqui estou servindo néctar e ambrosia para Hermes, os dois conversam ativamente sobre amenidades, como se fossem velhos amigos que não se encontram a séculos, esquecendo-se da minha presença. Bato meus pés insistentemente, enquanto fuzilo a filha de Atena com meus olhos.

— Algum problema, La Rue? - Pergunta Annabeth com um sorriso zombeteiro na face. A filha de Atena sabe do que se trata, é óbvio a hipocrisia nos seus olhos claros.

— Sem querer incomodar, a senhora sabichona, mas se não há mais nada a ser feito. Acho que está na hora de eu ir embora.

— Quem determina a hora de ir embora é a senhorita Chase, não você!- Fala Hermes com um sorriso tão bobo no rosto, que eu suspeito de Annabeth como nunca.

— Como Hermes acabou de observar. Ainda é cedo, há muito que ser feito!

— Muito o quê?

— Esse Templo precisa ser limpo.

— Isso é trabalho pra no mínimo dez pessoas. O minimo que você poderia fazer era trazer Percy para me ajudar.

— Percy está ocupado em outras funções.

— Aumente meus dias trabalhando se quiser, mas eu estou indo embora agora.- Uma raiva me sobre a cabeça e eu simplesmente não consigo me controlar.

— Volte aqui, La Rue. Onde pensa que vai?!- O ódio em sua voz é nítido, porém isso serve para me irritar ainda mais.

— Pra casa do seu amado: Percy Jackson, e que uma coisa fique bem clara Sally nunca gostou de você. Ela mesma disse isso. - Saio da sala, já procurando Percy, dane-se quem está com ele. Nada me impedirá de sair dali, quando olho bem vejo o moreno bem a minha frente em um banco, por incrível que pareça sorrindo pra mim. Não foi dessa vez que o Ares o matou.

— Desde quando está aqui?- Pergunto curiosa.

— Há quase três horas. Acho que encarar Ares é melhor que encarar Annabeth.

— Nem fala dessa garota. Não sei como pode namorá-la, ela é intragável.- Percy dá um meio sorriso.

— Ela nem sempre foi assim.

— Não venha defendê-la comigo. Não vai funcionar.

— Tudo bem. Vamos? Ou quer ficar aqui no Olimpo a vida inteira?

— Que os Deuses me livrem!- Percy ri mais uma vez e nós dois pegamos o elevador, voltando a vida deixada de lado pela manhã.

De volta a cidade, agimos da mesma maneira da manhã como se tempo algum houvesse passado. Aqui somos um casal de novo, de mãos dadas nos pegamos um táxi e voltamos para casa do Percy que por incrível que pareça está vazia.

— Onde está sua mãe?

— O turno dela de hoje é das 22:00 as 06:00.

— Quer dizer que estamos sozinhos até esse horário?- Olho pra ele com uma mistura de malicia e surpresa.

— Por que? Está com medo? Posso te proteger se quiser. Não se esqueça que eu sou o herói do Olimpo.- Diz Jackson enquanto se aproxima de mim.

— Herói do Olimpo? Fale-me mais sobre isso.

— Bem, é chato. Não gosto de ficar falando sobre as minhas qualidades. Digamos que eu salvei o mundo de uma possível guerra.

— Guerra? Ninguém te ajudou não?

— Tinham mais alguns semideuses.- Fala ele com os lábios tão próximos dos meus que por um segundo eu penso em não interrompê-lo.

— Você é mesmo um idiota, Jackson! Sem mim aquele Drakon teria te matado.- Digo abrindo uma distância razoável entre nós dois.

— Você tem razão. Então, se é tão corajosa como diz, porque não deixa que eu te beije?

— Fique a vontade para fazer o que tiver vontade. Sou toda sua!- Digo sorrindo e Percy me beija.