Capitulo 31

POV' Percy Jackson

— O que quer, mãe? - falo assim que entro em seu quarto. Minha mãe está sentada na cama com o tipo de olhar que eu conheço desde muito mais novo. Sem precisar pensar muito sei que ela sabe mais do que me disse mais cedo.
— O que eu quero, Percy? Não acredito que está me perguntando isso, não basta eu ter recebido uma ligação desesperada de Quíron, falando de coisas como brigas e uma tal de detenção. Que história é essa, garoto? Desde quando você briga num lugar como Acampamento o Meio Sangue a ponto de Quíron ter que te dar uma detenção? Você pode até ser filho de Poseidon, mas isso não te dá o direito ou o dever de se comportar como um brutamontes. Espero que isso fique bem claro. Posso saber o que você tem a dizer sobre isso?
— Eu... - digo nervoso, não sei bem o que devo responder a ela, até onde Quíron contou.
— Você?- fala Sally com uma voz ameaçadora.
— Eu briguei com um filho de Ares. Foi isso!
— Essa garota está envolvida nisso, não está?
— Clarisse?- questiono como quem não quer nada.
— De quem mais eu estaria falando? - diz minha mãe mais uma vez séria demais para o meu gosto.
— Claro que não.
— Não? Tem certeza disso? Por que engraçado Quíron me disse que vocês dois quase mataram um garoto.
— Quíron te contou?
— Você é mesmo muito ingênuo. Pensou mesmo que eu não perguntaria nada a Quíron?- fala ela, com um tom de voz tão óbvio que eu não tenho coragem de questionar.
— Desculpa. Eu só não queria que você não gostasse dela.
— Quem é ela, Percy? - pergunta Sally com julgamento nos olhos. Sei bem o que minha mãe pensa e sinceramente não sei quem está certa a respeito: eu ou ela.
— Clarisse La Rue.
— Isso eu já sei. Quero dizer, quem é ela pra você?
— Pra mim? Como assim? - me faço de bobo, a verdade é que ainda não sei a resposta ou talvez só não queira saber.
— Não se finja de bobo sabe bem do que eu estou falando. O que houve com Annabeth?
— Nós terminamos.
— Graças aos Deuses!- diz minha mãe com um alívio nítido na voz. O que não compreendo, ela sempre pareceu gostar tanto de Annabeth.
— Oi?
— Desculpa, meu filho, mas aquela menina era insuportável. Sei que era sua namorada e por isso eu a tratava com o máximo de educação que eu conseguia, porém meu filho sempre achei que você poderia arranjar coisa melhor. Não aguentava mais ouvir falar de arquitetura de Olimpo.
— Não fala assim dela, mãe. Annabeth é uma boa garota.
— Não duvido disso, mas era muito chata. Espero que essa Clarisse não saia igual a ela.
— Clarisse não é minha namorada.
— Não? Então, o que ela é?
— Uma amiga, uma colega. Não sei exatamente.
— Pois eu sei.
— Pode parar.
— Não paro coisa nenhuma até porque você não me explicou ainda porque atacou o garoto do nada. Isso não é do seu feitio!
— Eu não o ataquei do nada. Ele e Clarisse estavam brigando e ele ia atacá-la pelas costas. Eu só a defendi.
— Eu acredito em você, mas uma coisa que eu não consigo parar de pensar é porque ela estava brigando com ele.
— É complexo, mãe. Aconteceram muitas coisas, Clarisse e Mark nunca tiveram uma boa relação, ele a atormentava todos os dias e em um belo dia ele passou dos limites.
— Tem como você ser mais vago?
— Desculpa, mãe, mas não sei se devo te contar tudo. Não quero constranger Clarisse.
— Tudo bem, mas só uma coisa.
— O quê?- pergunto já perto da porta.
— Você fica na sala e ela no quarto.
— Mas mãe...
— Mas nada, vocês não vão dividir o quarto.
— Eu e ela não temos nada.
— Isso não é uma discussão, Percy - saio do quarto um tanto envergonhado, não quero que minha mãe pense algo desse tipo sobre nós, porém aparentemente isso está fora da minha zona de controle. Sally está convencida que eu e Clarisse temos algo e eu não sei até que ponto isso é mentira.