Fix A Heart

Capítulo 4 - Foi embora?


P.O.V Demi


Assim que Justin saiu do quarto, fui até a minha mala e abri, ia começar a guardar as minhas coisas já, sei que depois eu ficaria com preguiça e ia enrolar. Abri a porta do closet, pegando alguns cabides que tinham ali para pendurar as minhas roupas. Mais ou menos uns 20 minutos depois já tinha arrumado a primeira mala. Peguei a segunda, coloquei em cima da cama e abri, guardando as coisas que estava nela. Assim que terminei, fui ver o banheiro, peguei a malinha em que trouxe minhas outras coisas e guardei lá também.

Logo depois deitei na cama, coloquei meus braços em cima dos meus olhos, tudo o que eu queria agora era dormir, eu amo dormir, se eu pudesse eu hibernava.

Acordei com meu celular tocando, ele estava ao meu lado na cama, o peguei para ver quem era, Maddie.


– Oi - minha voz estava sonolenta.

– Hey Dems, tava dormindo?

– Na verdade tava - ri.

– Ohh, desculpa te acordar.

– Tudo bem, como estão as coisas ai?

– Ta tudo bem, daqui a pouco o povo vem aqui em casa encher o saco. - nos rimos - Só vai falar você - sua voz estava em um tom tristonho.

– E você não sabe o tédio que esta isso aqui sem vocês - ela riu.

– Mas me conte, como a tal amiga de seu pai? Ela é legal?

– Ela legal sim, simpática também.

– Hum. E a cidade como é?

– Ainda não sei, não sai para ver.

– Ah claro! Foi direto dormir, né bicho preguiça? - agora comecei a rir alto.

– Sou mesmo, sua chata. - ouvi batidas na porta - Maddie, tenho que desligar, manda um beijo quando o povo chegar ai.

– Mando sim, tchau. - ela desligou.


Levantei, caminhando até a porta e abrindo a mesma. Dei que cara com meu pai.

– Ah, oi pai.

– Demi, desça para o jantar.

– Ahh, eu to sem fome e com sono. - o que era realmente verdade.

– Demi, por favor, vamos.

– É sério pai, eu quero dormir. - ele suspirou derrotado.

– Então, durma bem.- ele se aproximou e deu um beijo no topo da minha cabeça. Confesso que aquilo me surpreendeu, era muito difícil meu pai ser carinhoso.

Mas deixei esse detalhe pra lá, fui até o closet, que já tinha arrumado, pegando uma roupa qualquer e confortável para que eu possa dormir. Me troquei e me joguei em baixo das cobertas, me rendendo ao sono.


***


Abri meus olhos com dificuldade, passei a mão no criado mudo ao lado da cama procurando pelo meu celular, queria ver as horas, era cedo ainda, para acordar em um sábado, 10 horas da manhã. Mas mesmo assim me levantei, fui direto para o banheiro fazer minha higiene matinal e tomar um banho. Sai enrolada em uma toalha indo direto pegar a minha roupa, hoje parecia calor, já que mesmo com a cortina de meu quarto fechada via a claridade do sol, então peguei um shorts jeans com a tonalidade preta, uma camiseta simples cinza e meu velho all star, e claro não podia esquecer as minhas pulseiras.

Desci e a casa se encontrava em silêncio, até ouvir um barulho de algo caindo no chão. Fui na direção desse barulho que me levou até a cozinha. Lá encontrei Justin agachado pegando algo do chão.

– Er .. Bom dia. - disse, ele levantou a cabeça e me olhou

– Bom dia. - respondeu voltando a sua atenção para o que ele devia ter derrubado.

– Quer ajuda?

– Não, só quebrei um copo. - ele se levantou com alguns cacos na mão indo jogar na lixeira.

– Hum. - me sentei na mesa, que ainda estava posta. - Você sabe onde esta meu pai?

– Ele foi embora, minha mãe foi levar ele pro aeroporto. Já faz uns 15 minutos que saíram. - Como assim ele foi embora? Sem falar comigo? Senti meus transbordarem, não acreditava que ele me "largou" aqui e saiu sem se despedir, pois sei que não vou ver ele por um tempo, quando ainda estava em Nova Iorque e ele ia viajar já via ele poucas vezes, imagina agora. Agora sim, definitivamente, eu estava sozinha, completamente sozinha.

– Com licença. - me levantei da mesa indo correndo para o quarto.

No caminho já não consegui mais segurar as lágrimas. Tirei todas aquelas pulseiras, jogando-as em qualquer canto e peguei minha bolsa, procurando o tal objeto. Estava dentro de uma caixinha e corri para o banheiro. Meu rosto já estava todo molhado pelas lágrimas. Não enrolei simplesmente estiquei meu braço em cima da pia, peguei a lâmina e passei com força sobre meu pulso, aprofundando mais a cada corte. Então larguei o objeto em dentro da pia, que agora se encontrava vermelho. Abri a torneira, lavando meu braço, fazendo escorrer pela pia água com tonalidade vermelha. Não me dei ao trabalho de limpar as lágrimas, não conseguia parar de chorar. Sai dali e me deitei na cama, agarrei um travesseiro e me encolhi, deixando todas as lágrimas guardadas em mim escorrerem.



P.O.V Justin


Acho que talvez também reagiria dessa maneira ao saber que meu pai me deixasse em outra cidade com pessoas que eu não conheço, mas confesso que me assustei ao ver seus olhos marejados quando disse que seu pai tinha ido embora, devia ter falado que não sabia e deixado minha mãe contar. Agora não sabia se ia falar com ela ou deixava ela sozinha. E acabei optando pela segunda opção. Sei lá, talvez fosse o que eu ia querer, ficar sozinho, até porque sou péssimo em tentar consolar alguém.

Terminei de limpar a pequena bagunça do copo quebrado e me joguei no sofá, ligue a tv em qualquer canal, já que de manhã nunca passa nada de bom. Até que ouço passos vindos da escada, Demi estava com uma cara séria, mas dava para ver seus olhos vermelhos e seu rosto entregando que havia chorado bastante. Ela foi m direção a porta mas antes que saísse perguntei:

– Ei, aonde vai?

– Conhecer Atlanta. - deu de ombros.

– Sozinha? Ou já esteve aqui antes e sabe alguma coisa?

– Bom, meu pai me largou aqui sozinha, vou ter que me virar. - então ela saiu.

Ah maravilha, não podia deixar a menina sair por ai sem conhecer nada, se ela se perdesse e minha mãe chegasse em casa e me visse deitadão aqui sem fazer nada, ela me mataria. Não tinha escolha a não ser ir atrás dela.