John está com os olhos fechados, bem tranquilo, até que ele ouve suspiros. Ele abre os olhos, rapidamente, mas tudo que vê é um corredor escuro, as paredes são roxas e há alguns desenhos, a julgar pelo jeito e serem feitos de giz, são de crianças. O chão é um ladrilho preto e branco, era bem velho com manchas de gordura e ketchup.

Ele ouve os suspiros novamente e resolve seguir o som, que veio do fim do corredor, quanto mais avançava mais medo e angústia sentia, como se o que quer que estivesse lá não fosse nada bom. Ele vê uma porta aberta e resolve entrar, era muito escuro para se ver alguma coisa, mas algo iluminava parte do lugar. Eram 6 crianças que estavam olhando fixamente para ele, sem dizer nada.

Huh... Tudo bem com vocês? Precisam de ajuda? - Disse, enquanto se aproximava, temeroso. Mas não houve resposta.

Foi nesse momento que percebeu que elas eram transparentes como fantasmas. Elas apontaram para a parte mais escura do cômodo e ele olhou, tentando saber para o que apontavam. Algo estava lá e vinha se aproximando devagar.

Quem é você? - A figura continuava andando, até se revelar um coelho amarelo.

Era uma fantasia velha, cheia de rasgos, com alguém dentro. Não dava pra identificar a pessoa, era apenas um amontoado de carne ali dentro. Pelo jeito de andar, parecia sentir dor, mas mesmo assim, esbanjava um sorriso assustador.

Vá embora! Por favor! - Dizia, apavorado, enquanto se afastava.

Infelizmente, eu não posso fazer isso. Afinal...

O jogo apenas começou...

* * *

John acorda desesperado, caindo do sofá e batendo a cabeça no chão.

Ahh! O que diabos eu sonhei? - Ele levanta rapidamente, ao ver a hora. Ele tenta se lembrar do sonho que teve, mas não consegue. Apenas sabia que foi terrível.

23 horas?! Como eu dormi tanto assim?! - Ele se arruma rapidamente e come um sanduíche após terminar.

Ele sai e tranca a porta, temeroso. Tinha uma sensação de angústia no peito. Ainda tentava se lembrar do sonho, sem conseguir, ele vê alguém andando pela rua, sorrindo, mas não um sorriso qualquer, era um sorriso assustador. John apressou o passo, mas sentia que já tinha o visto em algim lugar, mesmo sem enxergá-lo direito. Ao chegar no prédio, entra correndo e acaba se esbarrando com Justin.

Ah, desculpe Justin.

Tudo bem. Eu também estava distraído. - Ele estava com uma caixa nos braços, ele estava sorrindo.

O que é isso?

São mais coisas que encontramos na pizzaria. Veja! São fitas cassetes legítimas da pizzaria! - Ele estava bem empolgado.

Uau! Encontrou mais alguma coisa? - O rosto de Justin fica sombrio.

Você vai ver... - Diz ele, misterioso. O relógio apita, indicando meia noite.

Bom... Está na hora de seu turno. Eu vou indo. - Ele voltou ao normal e deu tapinhas nas costas de John.

Ok... - John se dirige até sua sala. O telefone toca e ele atende, sem prestar muita atenção na voz. Mas ao ouvir uma frase, ele fica arrepiado e quase entra em pânico.

"Nós encontramos um. Um de verdade."

Não pode ser verdade! Acho que ele está brincando. - Ele tenta se acalmar, sem muito sucesso. Ele ouve o resto da mensagem, ainda em choque.

Se acalme, John! Concentre-se! - Ele olha as câmeras e em uma delas vê olhos esbugalhados olhando fixamente para a câmera, fazendo John dar um pulo.

Mas o quê?! O que é isso? - Ele manda um áudio para a região oposta ao escritório. Ele checa novamente e o ser está longe.

Isso é um animatronic mesmo! É um coelho amarelo? Nunca ouvi falar dele na pizzaria. Que estranho...

Já se passou uma hora e o coelho continua sem se aproximar muito do escritório. John está checando as câmeras quando vê algo se aproximando. O ser pula em cima dele, mas logo desaparece.

Isso foi uma alucinação? Parecia ser um coelho. Estava todo queimado e destruído. - O resto do turno passou tranquilo, tirando o coelho vagando pela prédio todo.

O relógio apita novamente, indicando 6 horas. Finalmente, hora de sair deste lugar, pensou.

Ele andou até a porta, se encontrando com Justin abrindo a porta.

Como foi a noite? Tranquila? - Por alguma razão que não soube explicar, ele não contou nada.

Sim, foi tudo tranquilo. - Ele forçou um sorriso.

Que bom. Mas é melhor tomar cuidado com coelhos, eles podem ser cruéis. - Sua expressão muda novamente e fica sombria.

Huh.... - Justin dá outro tapa em suas costas, gargalhando.

Eu estou brincando, jovem!

Ata. Haha... - Ele sentia que ele, de alguma forma, estava falando a verdade.

Então... Você deve estar cansado, vá pra casa. Eu irei cuidar de uns assuntos.

Certo. - Ele sai, se despedindo e caminha pela rua. Quando estava prestes a virar a rua para ir para casa, ouve uns gritos de um homem.

Escutem! Não vão até aquele prédio da antiga pizzaria! O dono, Justin, é perigoso! Por experiência própria. Aquele maldito! Acabou com a minha vida! Matou minha familia e me culpou! E agora, vou apodrecer na cadeia! - Ele estava algemado e muitos policiais tentavam contê-lo, até que tiverem de injetar um calmante nele, que desmaiou, após alguns minutos.

John volta a andar para casa, confuso. Não sabia se acreditava naquele homem que, aliás, estava sendo preso, não poderia confiar nele. Ele olha para o céu, a lua se despedindo e o sol entrando em cena, aquilo daria uma bela pintura. Ele vê um pequeno coelho andando pela calçada e tenta pegá-lo, mas ele o morde, rosna e sai pulando rapidamente. Fazendo John lembrar da frase de Justin.

Me pergunto se aquilo que ele disse se referia a coelhos como este... - Pensativo, ele continua andando.

Em algum lugar...

Estou vendo que este rapaz vai atrapalhar meus planos. Mas ele terá o que merece...

Continua...