O carro do Nathan era super pequeno, sei lá por que. Mas era fofo. Ele é amarelo, o que confunde as pessoas, porque elas acham que é um táxi.

Durante o caminho, nós resolvemos fazer outro trajeto: fomos para uma lanchonete chamada Freck Burguer. No caminho, eu fiquei fuçando no iPod dele.

- Nossa! Você é praticamente minha alma gêmea musical! – eu disse.

- Sério? Você gosta de todas essas bandas aí? – ele perguntou.

- Lógico! Principalmente Boyz II Men! John Legend também...

E assim nós fomos conversando pelo caminho, sobre nossas músicas favoritas.

Chegando à lanchonete, nós pedimos umas batatas fritas. Eu ligava para o Nick a cada 20 minutos para saber de Mia estava bem.

- Porque você não para de ligar pra eles? Vai ficar tudo bem com a Mia! – Nathan dizia.

- Eu fico muito preocupada com ela! Não é a primeira vez que ela fica bêbada em uma festa, sabe? Ela é capaz de fazer loucuras... – eu disse.

- Loucuras? O que ela já fez?

- Bom, ela já pegou um ônibus pra Sydney, quase foi embora pelo país com um grupo de motoqueiros, já foi parar numa boate gay... Ela é capaz de tudo quando está bêbada...

Ele ficou impressionado com as histórias da Mia. Mas, quando nós estávamos nos divertindo pra caramba, Anna entrou na lanchonete, puxando um cara pelo braço.

- Então Gary, agora nós vamos fazer o que? Voltar pra aquela festa ou tentar achar a Fluphy? – ela dizia, enquanto esperava o troco dos chicletes que comprou.

- Não s... – o tal de Gary tentou dizer alguma coisa, mas foi interrompido pela Anna.

- Ok, vamos rodar por aí. – ela disse, puxando o Gary de novo.

Nathan olhou para mim e começou a rir. Era como se nós nos conhecêssemos há anos.

Depois que terminamos as batatas, fomos para o carrinho amarelo dele de novo. Tínhamos acabado de entrar, quando um casal bêbado bateu na janela dele dizendo:

- Esse táxi ta livre? Quero ir pra Avenida 2. – o homem disse e abriu a porta e entrou no carro.

Nathan tentou dizer que aquilo não é um táxi, mas no momento que ele se virou, viu que o casal estava se agarrando loucamente no banco de trás. Nossa, eu ri tanto daquela situação! Enfim, ele dirigiu até a Avenida 2, deixou o casal lá e ainda ganhou uma gorjeta: 8 dólares e 75 centavos. Nós rimos vendo o casal tentando se equilibrar pela rua.

No caminho, comecei a puxar papo.

- Então... Da onde você conhece a Anna?

- Bom... A Anna é a garota que eu mais amei na minha vida, sabe... Mas eu estou cansado de ser tão dependente dela. Eu só vim fazer esse show hoje porque os caras imploraram muito. – ele disse. – Então... O que você sabe dela?

- Eu sei que ela não é uma boa pessoa.

- Como assim? Vocês não são amigas?

- Ela é amiga da Mia, não minha amiga. Viu a diferença?

- Mas como você não pode gostar dela?

- Não gostando. Ela é uma garota horrível, mas é muito bonita.

- Não entendo como você pode pensar isso. O que ela fez pra você?

- E eu não entendo como você pode gostar dela, mesmo dizendo que ela te magoou, e que está cansado de depender dela.

- Cada um tem a sua opinião, Chloe.

- E essa é a minha.

Aproveitando que estávamos parados no farol, eu abri a porta de desci do carro. Não estava a fim de ficar com alguém que não enxerga o que está na cara.

- Aonde você vai? – ele pôs o corpo pra fora da janela e gritou isso pra mim.

- Vou pegar um táxi. – e fiquei acenando pros táxis que passavam pela rua.

Nathan entrou no carro e andou um pouco pra frente. Mas logo parou, e pelo que eu vi pelo vidro traseiro, ele estava falando no telefone. Ele desligou, saiu do carro e me cutucou.

- A Mia sumiu. – ele disse.

Pronto, agora sim eu estava super feliz.

- O que?????????? Como assim ela sumiu? – eu fiquei desesperada.

- Não sei, foram os caras que me ligaram agora. Vamos pra lá.

Nós entramos no carro (de novo) e fomos pra onde a van estava.

Chegando lá, Jerry estava desesperado.

- Eu não acredito que a gente a perdeu... – ele disse, quase chorando.

- Espera... Me conta o que aconteceu... – eu disse.

- Foi assim: Nós três paramos e fomos comprar alguma coisa pra gente comer aqui nesse supermercado, mas ninguém fez questão de ficar aqui olhando ela porque ela estava dormindo profundamente... Nós não demoramos mais que 10 minutos pra voltar pra cá, mas quando a gente chegou, a porta estava aberta e ela não estava dentro da van. – Timmy disse.

- Ok, então ela não deve estar longe. – Nathan disse.

- E se ela estiver indo pra rodoviária? Sabe se lá pra onde ela vai dessa vez! – eu disse.

- Como assim? – Jerry perguntou.

- Ela já pegou um ônibus pra Sydney enquanto estava bêbada... – Nathan concluiu.

Nós fomos correndo pra van e andamos todos os quarteirões perto do supermercado. Não achamos nada.

Tentei ligar pra ela umas 50 vezes, mas ela não atendeu em nenhuma das vezes. Resolvemos ir pra rodoviária. No caminho, ouvimos no rádio que a Fluphy talvez se apresentasse em uma casa de shows bem perto de onde a gente estava passando.

- Gente... Que tal a gente ir procurar a Fluphy? Ah, vamos, a Mia vai voltar pra casa! – Nick disse.

- DE JEITO NENHUM! Se amanhã a polícia me ligar falando que o corpo dela foi encontrado num acostamento, eu vou odiar a Fluphy pro resto da minha vida. A gente vai procurar a Mia. – eu disse.

- E tem outra: ela não deve ter saído da cidade, faz muito pouco tempo que ela sumiu. Depois que a gente achá-la, vai dar tempo de ir ver a Fluphy. – Nathan disse.

Fomos voando pra rodoviária. Chegando lá, procuramos a Mia por toda parte. Fui falar com uma mulher que estava na bilheteria.

- Oi, boa noite, você sabe me dizer se uma garota loira, dos cabelos curtos, com a maquiagem meio borrada e meio bêbada passou por aqui, ou comprou alguma passagem? – eu perguntei.

- Sim, ela veio aqui. – a mulher estava com uma voz de múmia.

- SÉRIO? PRA ONDE ELA FOI? ELA COMPROU ALGUMA COISA? – eu perguntei.

- Ela queria uma passagem pra Sydney, mas tinha só 2 dólares e não deu pra pagar.

- E você sabe pra que direção ela foi?

- Ela saiu pela saída da esquerda.

Saí correndo gritando os meninos pra gente ir procurá-la. Nunca fiquei tão estressada na minha vida.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.