I love you.

Essas palavras não saia de minha mente desde ele as proferiu.

Steven Hyde disse que me amava. A pessoa que menos demonstra emoção disse que ama.

Não soube como agir e acabei o expulsando do quarto de Donna, que com meu pai preso acabou se tornando também meu quarto.

Eu sou uma burra.

Esse sentimento que nutri por ele não é algo imaginário. Nem se compara com o que já senti por Michael.

Michael foi meu primeiro namorado e o amarei para sempre, mas me decepcionou demais para sermos mais do que amigos.

Steven também me decepcionou. Desconfiou de mim, disse que sou uma mentirosa quando o disse a verdade. Eu não tenho um caso com Michael e nunca mais terei. Ele é passado, mas no entanto, não deixo de preocupar, ele sempre esteve ali por mim e, apesar dos pesares, sempre estarei ali para ele, como uma amiga. Sempre. Até quando Fez resolver ter outro sonho erótico com Michael.

Fez bem que podia se assumir, todos sabíamos, principalmente de seus sentimentos sobre Michael. Uma vez ouvi Donna e Eric falarem que haviam ido visitar Fez em seu quarto e ouviu barulhos estranhos, todos sabem que Fez... Bem, Fez é estranho, então isso não era o problema, o problema foi sua mãe americana dizer que Cody também estava lá. Esperamos uma semana Fez falar algo sobre Cody e até quando o citamos, ele desconversava. Acho que ele tem medo, pois devia, a civilização está mudando pouco a pouco, mas sair dizendo que é gay ou que mora com alguém pode ser perigoso.

Ouvi batidas na porta, pedi para entrar. É Eric.

Nós tínhamos um trato de nos tratarmos bem só quando estivéssemos sozinhos, na frente das outras pessoas nos odiávamos.

— Burkhart... — Esfregou suas mãos e apertou os lábios como sempre fazia. — Eu falei com Hyde.

— E? — Perguntou tentando sem sucesso fingir que não me preocupei.

Queria dar o braço a torcer, eu deveria dar o braço a torcer, mas não dou.

— Jackie, ele sente muito.

Pela primeira vez Eric foi sério mas não pude aguentar.

— Ele sente muito? Sente muito? — Não percebi quando comecei a gritar. — Eric! Você sabe, pelo menos, pelo o que ele sente muito?

Hesitou.

— Bem... Não. Ele disse que você voltou com Kelso...

— Michael? Não Eric, ele te fez acreditar na sua versão. Ele me traiu com uma daquelas enfermeiras oferecidas.

— Sempre te traía sempre. — Apontou

— Mas isso era ele, Steven é diferente.

Ou pelo menos era, pensei.

— Então m conte sua versão.

— Bem, lembra-se de Fez tendo seu sonhos eróticos com Michael?

Apertou os lábios fechando os olhos e me apontou o dedo.

— Não... Me lembre disso. Nunca. Nunca.

— Ta Eric, você não quer lembrar, mas então — Continuei revirando os olhos. — Lembra-se que Michael quando soube ficou bem assustado?

— Assustado? Ele ficou desesperado. — Disse.

— Também. — Concordei. É difícil ter uma conversa com algum deles. — Naquele mesmo dia Steven me fez prometer que não ficaria no mesmo local que Michael, só que depois eu estava na sala de Donna e ele apareceu procurando por mim para conversar. Eu pedi para ele sair porque queria manter minha promessa a Michael. Mas ele estava assustado e não pude me conter, ele também é meu amigo. Só que de alguma forma Steven viu e interpretou errado. Quando Fez contou, ele me pediu desculpas e disse que transou com aquela enfermeira.

— Charlotte. — Interrompeu. — Ela é filha do Sr. James.

— Tanto faz. — O olhei irritada. — Eu o perdei, mas tenho medo Eric. Medo do que ele possa me causar emocionalmente.

— Olhe, Donna me mataria se eu a traísse.

— E você também não é louco. — O interrompi.

— Também. — Concordou — Mas Jackie, converse. Sério, converse e verá o que vai acontecer.

— Eric... Você é um ótimo amigo. — Disse sorrindo pegando em sua mão.

— Tenho meu momentos. — Se gabou e eu joguei meu travesseiro em sua cara.

Gargalhamos e continuamos a conversar até o fim da tarde quando Donna apareceu me expulsando do quarto.

Não iria ficar na sala sozinha, então decidi resolver isso e fui para o porão de Eric.

O encontrei sentado sozinho em sua cadeira. Sua barba estava crescendo novamente e consegui ver um certo charme ali.

Quando me viu pulou da cadeira me puxando para o sofá.

— Jackie! Antes de mais nada me deixe falar. — Esperei. — Eu sei que sou um idiota, não devia ter feito o que fez. Não devia ter desconfiado de você, mas o fez e mortalmente me arrependo. Eu juro, juro que vou deixar você falar, mas por favor me perdoa.

— Steven. — Olhei para baixo. — Michael foi meu primeiro namorado e amor, você sabe. Eu cresci com todos vocês, mas ele era o elo que me conectava a vocês. Eu achava que ele era meu príncipe. — Balancei os ombros sorrindo. — Sempre fazendo o que eu queria, cedendo a minha palavra, mas me traia. Eu aturei simplesmente porquê ele era o único que me dizia sim. E você... nunca me disse sim. Você sempre foi o especial. Eu posso ser uma vaca, porque eu sou, essa sou eu. — Apontei para mim — Mas não podemos continuar assim.

Balançou a cabeça.

— Tudo mudou, não é mesmo?

— Nem tudo. Continuo te amando como sempre, mas dessa vez eu me importo que você sinta o mesmo. Você sabe o que fazer.

Nos olhamos por longos minutos, até que Steven chegou mais perto e colocou uma mão em meu pescoço e a outra em meu rosto.

— Jacqueline Burkhart, você me perdoa e quer se casar comigo?

Nos meus sonhos esse momento seria glamoroso, com todos assistindo, mas acho que é assim é melhor.

— Sim.

Nos beijamos e paramos em seu quarto. Não sabia por onde nossas roupas se encontravam, nem se estavam inteiras. Me importo é que estou tendo a melhor noite de minha vida com a pessoa que amo.

Somos os maiores clichê, fogo e gelo, luz e escuridão, sim e não. Somos o oposto que finalmente fomos atraídos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.