Final Feliz?

Descoberta e Despedida


–“Te achei”- Kyoko parou em frente a porta que se lembrava, abrindo-a- “Cadê ele?”- vendo Saito terminando de se trocar- “Me desculpa, eu não queria te vê assim”- fechando os olhos- “Onde esta o ator que interpretou o Leo?”- se virando.

–“Ele foi embora”- abotoando a camisa, escondendo o abdome definido- “Os seguranças vieram busca-lo, nem pode se trocar”-rindo da reação de Kyoko-“Ei, já pode se virar ou se surpreendeu com o que viu?”

–“Me desculpe, não queria ter invadido”- desvirando com o rosto ainda vermelho -“Pelo menos ele se apresentou a você, falando o nome ou de onde veio?”-tentando se acalmar.

–“Acabamos de atuar e você está com o cabelo todo bagunçado por ter corrido”- se aproximou com uma escova na mão- “Vire-se e não é um pedido”- Kyoko se virou tendo o cabelo escovado.-“Ele se chama Kuon Hizuri, por que o interesse?”

–“Ele é parecido com uma pessoa que conheço”- juntando os pontos- “Espera, você falou Hizuri? Igual ao meu pai, Kuu Hizuri, será que é o filho dele que voltou para a casa?”- coçando a cabeça.

–“É ele mesmo, o fujão voltou para a casa”- a virou pelo os ombros, ajeitando a parte da frente do cabelo- “Quando perguntei se era filho do Kuu ele não negou e os seguranças disseram para ficar calado. Esse é o único jeito de te tocar, não é Kyoko-chan?”- terminando de escovar.

–“Devo ter me confundido e já falamos sobre isso Akira-kun”- tentou se afastar, mas foi pega pelos os pulsos antes- “Me solta, precisamos ir comemorar nossa filmagem”- andando para trás

–“E se eu te mostrar que posso ser um homem de verdade? Sem ser mulherengo, nesses dias que ensaiamos fizeram me sentir diferente em relação a você, pode me dar uma chance?”- olhando-a nos olhos.

–“Você quer ser aproximar do meu pai e não quero ter ninguém ao meu lado a não ser uma pessoa. Meu coração esta confuso Akira-kun, por favor, me solte e continuaremos ser amigos”- o olhando.

–“Não escutou, essa idiota”- um rapaz loiro com uma roupa extravagante, mas conhecido, surgiu na porta- “Solta ela agora, se não meus amigos te farão solta-la”- apontando para seus seguranças atrás dele

–“Shoutaro?”- Kyoko se assustou assim que foi soltada- “O que esse imbecil esta fazendo aqui?”- olhando para Saito- “E não preciso que me defenda, tenho tudo sobre meu controle, me dá licença”- andou para a porta, empurrando Shou que ficou em sua frente- “Depois conversamos Akira-kun”-indo para as escadas.

–“É serio isso?”- Shou deixou Saito com os seguranças, indo atrás de Kyoko-“Acabei de te salvar daquele babaca e você fala que conversará com ele depois?”- a alcançou, pegando-a pelo braço- “Quer falar comigo?”

–“Não tenho o que falar com você à muito tempo e não precisava ser salva”- soltando seu braço-“ O Akira-kun demostrou nos olhos dele o que estava sentindo”- balançando a cabeça- “Ele estava mais nervoso do que eu mas tenho certeza que você não entenderá, pois você só ama a si mesmo”-o encarou.

–“Mogami-chan aonde você foi?”-Mary tinha subido atrás dela-“O diretor quer falar com os atores e se apresentar” -notando a presença de Shou-“Então nosso cantor chegou, esta atrasado garoto”- sentindo o clima no ar-“Aconteceu alguma coisa que não saiba?”

–“A Mary-chan não sabe de tudo?”- Kyoko disse sem parar de encarar Shou-“Não estou me sentindo bem, me perdoe”- se afastando dos dois- “Amanhã não teremos uma reunião sobre o filme?”

–“O Jon quer se apresentar e conversar. Mas antes que me pergunte, o Shou fará a trilha do filme, entretanto de onde vocês se conhecem? “- perguntou, juntando as ideias-“Não me diga que ele?”

–“Que eu o que? Ainda estou aqui por sinal, parece que me esqueceram e quem é a senhora?”- falando impaciente

–“Sou dona da “Family J&J, que aceitou seu trabalho no filme de ultima hora, Mrs. Mary Jones, é um prazer”- se aproximou dele para dá dois beijos nas suas bochechas, acenando para Kyoko ir embora- “E senhora esta no céu”

Kyoko aproveitou a deixa, descendo as escadas para ir embora, porem assim que chegou ao ultimo degrau, encontrou a pessoa que queria vê.

–“Olá, minha filha”- abrindo os braços- “Parece que cheguei tarde”- abraçando-a- “Quer que te leve para seu apartamento?”

–“Eu preciso conversar com você, pai, se poderei te chamar assim quando te falar o que sei e vi.”- andando com ele para a entrada.

–“Já imagino o que quer conversar comigo”- segurando seu ombro- “Depois me explica porque está descalça”- notando seus pés.

–“Te explicarei tudo e o senhor também explicará o do por que sair correndo da empresa”- saíram da mansão, entrando no carro de Huu

***

–“Então o senhor soube que seu filho voltou para casa e foi correndo contar para sua esposa?”- eles já tinham chegado no apartamento de Kyoko, sentada no sofá.-“Poderia ter me dito antes que ele participaria do filme”

–“Também não sabia que ele participaria, aquele garoto não me conta nada à muito tempo. A gente se afastou quando ele foi embora”- colocando um cobertor nas costas dela- “Entrei no seu quarto para pegar isso, você não se importa, não é?”- sentando ao seu lado.

–“Não, o senhor é o meu pai”- se enrolando no cobertor- “Mas eu não entendo, por que depois de tanto tempo, seu filho volta e aceita atuar no mesmo filme que eu. É muita coincidência, não acha?”- abraçando suas pernas, colocadas em cima do sofá.

–“Terei que contar uma pequena historia para você”- tentando continuar a falar –“Eu e a Julie, ficamos muito felizes por nosso bebê ser um menino. Criamos ele com todo o amor possível, mas ter os pais famosos, não é tão fácil para uma criança, Kyoko-chan”- fazendo carinho em sua cabeça.

–“Imagino que ele sofreu muitas expectativas da imprensa para saber se ele seguiria os passos de você e sua esposa”- Kyoko pegou a mão dele.-“Pode continuar?”

–“Se comecei a contar, tenho que ir até o fim”- apertando sua mão-“Você esta certa, ele sofreu com isso e mais algumas coisas. Isso é outra historia o que quero dizer, é que eu e ele fomos próximos até seus 15 anos e foi nessa idade que começou a se importar de verdade com as comparações e assim meu filho se transformou em outra pessoa, metendo-se em encrencas e brigas”- Kuu fez um rosto de tristeza, como nunca tinha visto Kyoko

–“E o que o senhor fez a respeito?”- apertando mais a mão dele-“Quis o internar num internato no exterior? Ou não soube o que fazer?”

–“Eu nunca desistir do meu filho. Por causa do comportamento agressivo, contratei um guarda-costas e eles se tornaram grandes amigos, como se fossem irmãos, o Kuon via ele como um herói, mas...”-largou a mão de Kyoko, se levantando.

–“Pai, se o senhor não quiser contar o resto, posso entender”- ela se levantou- “Também sofri algumas coisas no meu passado e olha aonde cheguei? Se seu filho voltou, quer dizer que ele superou o passado”

–“Ele nunca vai superar, só vai aguentar”- batendo na parede- “Numa noite quando estavam voltando de uma festa, Kuon se meteu numa briga com um grupo barra pesada. Meu filho sempre foi bom de briga, mas ele nunca imaginaria que um dos homens estivesse armado e atirasse em sua direção”- nesse instante, Kyoko se aproximou por trás, abraçando-o- “Obrigado”- pô suas mãos nos braços de Kyoko-“Por sorte, o guarda-costas, se jogou em sua frente, entretanto foi fatal e meu filho viu a morte de seu melhor amigo.”

–“Chega, pai. Acho que já sei o que aconteceu e o senhor esta muito abalado.”- o guiando para o sofá- “Seu filho deve ter seguido seus passos até seus 15 anos, como teve muita comparação, mudou seu comportamento e quando viu...”- engoliu seco- “A morte de perto, decidiu sair do país e trilhar seus próprios passos, esquecendo do passado”- indo para a geladeira

–“Esta amadurecendo cada vez mais minha filha”- tirou o paletó e afrouxou a gravata que estava vestindo- “Só peço que tenha paciência com ele, não sei como a personalidade está”- deitando no sofá.

–“Vai ser um prazer trabalhar com seu, mas fui uma baka, ao confundir ele com outra pessoa”- dando-lhe um copo d’água e colocando o cobertor de seus ombros nele- “O senhor pode dormir aqui hoje se quiser, vou me trocar e podemos conversar mais”- ajeitando o cobertor.

–“Não precisa, filha”- terminando a água-“Você já pode ir se trocar e dormir, depois quero saber o que aconteceu com a senhorita e por ultimo você está linda essa noite e com os cabelos longos”- colocando o copo na mesa de centro e fechando os olhos.

–“Isso é só um aplique”- mexendo no cabelo- “Que terei que ficar até o fim das filmagens, mas deixarei em paz”- indo para o quarto- “Boa noite”

–“Boa noite e eu que agradeço”- ele a viu fechando a porta do quarto e pegou o celular no seu bolso da calça, telefonando- “Já fiz minha parte, conte o resto para essa garota logo”- cochichando e desligando.

***

Kyoko entrando no seu quarto, foi até o armário pegar uma roupa para dormir, pensando ao abrir a porta:

*Ele e o filho devem ter sofrido muito nesses anos. Espero que tudo ocorra bem e eu imaginando que ele poderia ser o Corn, consequentemente o Tesugara-sempai, sonhei alto ao imaginar que ele largaria tudo para vir atrás da garota que fugiu dele, mas não tenho escolha, assinei aquele contrato e devo fazer tudo que a Mary-chan mandar. Essa historia me fez lembrar da minha mãe, arg , não vou pensar nisso agora, é passado e não quero saber dessa mulher, sou muito feliz sem ela por perto. O que será que acontecera amanha?*

Parando de pensar, se jogando na cama e se cobrindo com os lençóis.

***

–“Pai? Já acordou?”-Kyoko saiu do quarto ainda adormecida –“O que é isso?”- vendo a mesa posta com um bilhete- “Aproveite, Kuu”-sentando-se- “Pelo menos poderia ter ficado para tomarmos juntos”

Depois de 30 minutos, Kyoko estava lavando a ultima louça do café da manhã, quando escutou a porta batendo. Percebendo que ainda estava de camisola foi até o quarto, colocando um robe branco.

–“Olá Mogami-chan”- Mary entrou com um vestido preto justo-“Vim aqui avisar que não terá mais a reunião, decidimos dá um dia de folga para vocês. Poderá visitar a cidade se quiser”- sentando no sofá.

–“Mary-chan não veio aqui só para isso”- fechando a porta- “Você quer saber o que aconteceu ontem, com o Shoutaro.Ou você mandaria um empregado me avisar”

–“Conta logo, quem é ele? E qual a importância para você?”- fazendo um sinal para ela sentar.-“Não vou te deixar sair, até me contar”

–“Tenho certeza disso”- sentando-se-“Eu só quero vingança do Shoutaro, ele era o garoto por quem estava apaixonada, arg”- colocando o dedo na boca, como se fosse vomitar-“Mas ele me enganou e em vez de voltar para casa, decidir me tornar a melhor atriz para humilha-lo. Esse é o resumo da historia”

–“Me desculpe por tê-lo aceitado. E que precisávamos de um cantor para fazer a trilha sonora do filme e como não conseguimos achar, aceitamos o Shou de ultima hora”- vendo o cobertor dobrado no sofá-“Alguem dormiu aqui?”

–“O meu pai, ele me trouxe ontem e se sentiu cansado. Deixei que dormisse no sofá.”- lembrando da historia de ontem- “Ele pareceu angustiado e deitou no sofá, não pude negar.”

–“Você não me deve explicação sobre sua vida. Soube que vocês saíram juntos da mansão, já tinha imaginado isso, pois vi o Kuu saindo da empresa, mais cedo.”- levantando- “Tenho um pedido a fazer, Mogami-chan”

–“O que houve? Como posso ajuda-la Mary-chan?”-levantando-se-“Parece que vai me pedir algo que não gostarei, fale logo, por favor.”

–“O Lorenzo, me pediu que alguém te acompanhasse para conhecer a cidade e se divertir um pouco. O Saito saiu quando descobriu a folga, a Sylvia quis ir á biblioteca e quem sobrou fui eu”- indo até a geladeira, pegando um iogurte- “Vai se arrumar”

–“Tudo bem, só preciso de uns minutinhos e sairemos, mas não vá invadindo a geladeira dos outros”- olhando para o iogurte- “Você não liga para a opinião dos outros.”

–“Nem um pouco”- tomando o iogurte- “Vai logo, se não quer que eu te veja trocando de roupa?”

Sem responder, Kyoko foi para o quarto, escolhendo uma bermuda jeans azul e uma recata laranja para vestir e imaginando o que Mary estaria planejando.

***

Depois de passearem de carro pela a cidade, elas pararam para almoçar e em seguida foram assistir a uma peça de teatro. Saindo do teatro, Mary quis mostra-la o Central Park. Kyoko quis vê cada parte, olhando pessoas fazerem piqueniques, outras jogando e outras se beijando.

–“O que foi Mogami-chan?”- Mary tinha comprado picolé para as duas- “Seu rosto está ficando vermelho de novo.”- olhando para a mesma direção.

–“Como aquelas pessoas tem coragem de mostrar sua intimidade para todos a sua volta?”- olhando para seu picolé- “Elas não possuem vergonha?”

–“É normal as pessoas demostrarem que se amam e pode apostar que as pessoas não se importam, pois fazem o mesmo”- lambendo seu picolé- “Um dia será você que não aguentará e fará o mesmo”

–“Acho que ela não teria coragem”- Saito apareceu em frente a elas- “Mary poderia conversar com a Kyoko-chan?”-olhando para ela

–“Eu não vou sair daqui, só saio quando quero”- olhando para os rostos deles, notando o clima- “Vou dá algumas ligações, fiquem a vontade”- se afastando dos dois.

–“O que quer conversar, Akira-kun?”- tomando o picolé-“Se é sobre o outro dia, saiba que esqueci e esqueceremos tudo o que aconteceu”- tentando não olha-lo nos olhos- “Podemos fazer assim?”

–“Podemos caminhar?”-andando para Kyoko segui-lo-“Não podemos fazer desse jeito, por que não esquecerei de ontem e peço desculpa por ter te segurado daquele jeito.”- olhando para o chão.

–“Você não me machucou e se olhar para trás perceberá que meus pulsos não estão marcados”- parando e esperando ele virar.-“Olhe para cá e seremos amigos a partir de agora. Nos cinco dias que ensaiamos, demostrou que pode ser um grande amigo.”

–“Obrigado”- virando para vê-la- “Mas depois que terminar as filmagens das cenas importantes do Bruno e da Liz. Pedir a Mary e o Lorenzo para sair do filme”- se aproximando dela- “Não quero só ser seu amigo, Kyoko-chan”

–“Já falei que meu coração esta confuso, Akira-kun, mas desistirá do filme, por causa disso? E as possibilidades que o trabalho pode te abrir?”- deixando que ele faça um carinho em seu cabelo- “Fique com a gente.”

–“Os cincos dias que a gente passou foram ótimos, tinha a rotina e não tínhamos muito tempo, mas não podemos mandar no coração”- tendo coragem de tocar no rosto de Kyoko- “Os dois conseguiram um trabalho para mim no Canadá, assim que terminar as cenas, partirei”

–“Tenho a impressão que seu personagem seria importante para a historia, você não pensa nas consequências e seu nome na abertura do filme, Akira-kun deve ficar”- corando pelo toque em seu rosto

–“Você fica linda envergonhada”- olhando-a nos olhos –“Não fique preocupada, o filme no Canadá é muito bom e prometo que manterei contato se quiser falar comigo?”

–“Pode me ligar”- tocou na mão dele- “Mas ainda acho que deveria ficar até o final do filme. Você foi obrigado à sair? Se sim, me diz quem foi e resolveremos, não quero que sua imagem seja prejudicada por ontem”

–“Não fui obrigado por ninguém. Possuo minhas regras próprias e tenho certeza que não me controlarei se filmar com você, Kyoko-chan”- abaixando a mão

–“Como assim não se controlará? Por acaso terá alguma cena no filme que você poderia se descontrolar?”- não soltando a mão dele.

–“Pare de chutar certo”- apertando sua mão-“A Mary vai me matar, mas terá algumas cenas de beijos no filme e poderá ter outro tipo de cena, se eles quiseram incrementar o filme”- notando seu rosto de preocupada.

–“Eu terei que aceitar o trabalho, afinal eu assinei o contrato e vim para cá amadurecer minhas técnicas de atuação, mas queria que você ficasse”- ficando em silencio por um tempo-“Sai..to-kun”- gaguejando.

–“Não precisa me chamar assim”- notando seu esforço -“ Isso ainda não é uma despedida, filmaremos as cenas, as tornando as melhores do filme e isso é uma promessa, Kyoko-chan”- estendendo o dedinho da mão

–“Então faremos assim, Akira-kun”- apertando os dedinhos como uma promessa- “Que tal irmos comer alguma coisa? Almocei com a Mary-chan, mas já são umas quatro e pouco e estou com fome”- pegando o celular da bolsa rosa que trouxe- “Mandarei uma mensagem para a Mary-chan”

–“Se não for um esforço para você”- vendo-a mandar a mensagem- “Então ligarei para a Sylvia, avisando para onde vamos. Tenho um lugar ótimo”- pegando seu celular também.

Continua...