Final Fantasy XV - Another Tale

Ano 756 da Era Moderna, 12 de Outubro - Parte 3


Não demorou mais de uma hora para encontrarmos mais um sobrevivente com dom da magia durante nossa ronda, por sorte ele estava caminhando em direção a Lestallum, que de acordo com Libertus, isso era bastante comum.

Já estava no começo da noite quando o Lâmina decidiu encerrar por hoje a ronda e ir para a Lestallum.

— “Nem adianta investigar muito a noite, a maioria das pessoas se escondem por conta dos demônios. – Disse olhando para mim – Mas fique atento, ainda temos alguns quilômetros até chegarmos lá.”

Estava preparado, ao meu possível, para me defender dos demônios, apesar de já ter visto um ou outro na fazenda a noite, sempre tinha uma parede de concreto entre eu e eles, algo que poderia mudar a partir de hoje. E bem... Mudou.

Eu já conseguia ver a luzes da cidade, ouvi Libertus suspirar de alívio, quando então o motorista parou o veículo repentinamente gritando “Demônios”. Libertus se levantou e olhou os demônios a frente.

– “Droga” – Ele pulou fora e foi em direção a eles, invocando duas adagas. – “Recrutas, vamos!”

Eu, o motorista e o outro rapaz saímos para lutar contra os demônios. Eles estavam em maiores números, e havia alguns tipos diferentes deles, uns eram gelatinosos, outros pareciam homens pequenos com um nariz bem avantajado, e outros que parecia esqueletos vivos.

Libertus e o motorista eram experientes, e estavam conseguindo tomar conta dos inimigos sem a ajudas dos “novatos”.

“Pegue” – falou o motorista, que arremessou uma espada e depois uma besta – “Não se preocupem eu tenho mais armas no meu arsenal”.

Entreolhei com o outro recruta e pegamos as armas, eu a espada e ele a besta.

Nunca em minha vida tive um treinamento de espadas ou adagas, porém, não sei se é por conta da benção do rei Tonitrus ou apenas o instinto de sobrevivência, lutava com uma certa facilidade, apesar de ser surpreendente o peso que essas armas têm, elas são bem mais pesadas do que parecem nos filmes e jogos.

Consegui matar alguns dos “narigudos” e dos esqueletos, mas as gelatinas eram bem difíceis, porque, bem, elas eram... gelatinosas. Ao atacar elas com arma apenas faziam elas absorverem o objeto para dentro delas. Precisei arrancar a arma do corpo de uma delas para que não absorvessem por completo e me deixassem desarmado. Libertus falou quase gritando que elas só morriam com magia, em sequência demonstrou fogo saindo de suas mãos.

– “Pense na magia enquanto estiver com um dos seus punhos fechado, quando abrir solte ela na direção do demônio!”

Uma das gelatinas estava se aproximando, fechei e ergui o meu punho esquerdo, pensei em uma magia, alguma que tirasse esse monstro perto de mim, quando abri minha mão em sua direção, soltei um pulso que chocou contra o demônio, desmantelando-o e o deixando atordoado.

– “Não é o ideal, mas com o tempo você vai melhorando” – comentou o Lâmina.

Depois de um pouco de prática, estava conseguindo abater qualquer monstro com apenas dois golpes mágicos. Estávamos conseguindo conter a situação, conforme avançávamos para a cidade.

— Isso é horrível, eles invadiram a entrada de Lestallum! – Disse o motorista.

Eu não acreditei, até o único bastião de Lucis estava caindo. Mas não seria hoje sua queda, não quando fiz uma promessa a um rei de proteger esse lugar.

Um buraco de gosma preta surgiu do chão, e para meus horrores surgiu uma mão gigante, que se apoio em chão sólido, o buraco aumentava conforme um ser gigante empunhando uma espada tão grande quanto ele saia de lá.

—Gigante de ferro! – Gritou Libertus entre xingamentos.

Isso me desesperou, se até horrorizava um Lâmina experiente como ele, queria dizer que não era brincadeira. O gigante girou a espada em nossa direção, que por sorte consegui pará-la com a barreira mágica, o que o deixou mais furioso. Os Lâminas fizeram o máximo para chamar a atenção do gigante enquanto eu e outro novato tomavamos conta de seu flanco e aproveitando possíveis fraquezas, o que era difícil, aquilo parecia ser de ferro maciço.

A luta parecia se alongar de uma forma insuportável, meus braços e pernas já estavam ardendo de exaustão, e o máximo que conseguimos foi fazer alguns arranhões em sua armadura. O monstro então, semelhante ao uso de nossa magia, fechou o punho e o abriu, só que diferente de nos empurrar, nos puxava em direção a ele como um imã. Corríamos contra a atração, mas cada vez estávamos mais próximo de sua mão mágica, era só uma questão de segundos para ficarmos bem perto do seu alcance.

Ele conseguiu me pegar e me levantou, aquela mão feita de ferro puro, pronto para esmagar, e foi o que fez. Sua mão começou a me apertar, não forte e nem tão fraco, aquele monstro queria me ver sofrer, ter uma morte lenta e inescapável. Eu imaginava que eles não eram diferentes que os animais, mas agora eu tinha a certeza de que eles pensavam e agiam com uma consciência de puro sadismo.

Algo chocou em suas costas, tirando sua atenção de mim, o gigante virou e vimos um homem, com uma Katana, estava bem vestido, mas parecia saber usar sua arma com bastante proficiência, tinha um olhar determinado e calculista, olhando para o gigante e depois para mim.

Ele guardou sua Katana na bainha, parecendo que ia sacar de novo. – “Está vendo o elmo dele?” – Disse o homem para mim – “A abertura leva ao interior dele. Jogue sua magia quando eu disser agora!”

—Iustitia! – Gritou Libertus ao jogar sua adaga para mim. Apenas acenando com sua cabeça. Aquele momento tive a ideia do que eu deveria fazer.

O grito de Libertus chamou a atenção do gigante, onde foi o momento em que o homem da Katana a tirou de sua bainha e um vento cortante atingiu o peitoral do gigante, ele me soltou para o ar, antes que eu caísse empunhei e soltei a magia de fogo, provinda da adaga mágica de Libertus. A bola de fogo caiu certeiro no buraco do elmo, resultando em uma explosão dentro do gigante. Joguei a adaga para me teletransportar longe de sua queda.

Finalmente, os demônios tinham sido expulsos.

— “Você poderia ter chegado mais cedo Cor.” – Reclamou Libertus para o homem misterioso.

— “Marechal Leonis” – Disse o senhor Cor, quero dizer, Marechal Leonis – “Os demônios fizeram o ataque surpresa quando mandei vários Lâminas para missões de reconhecimento de área e recrutamentos. Tivemos que evacuar todo mundo para interior da cidade. “

O Marechal parecia ser um homem na casa dos quarenta anos, e aparentemente, assim como qualquer Lâmina, usava roupas pretas.

Ele então olhou para mim – “Presumo que esses sejam os novos recrutas.” – Disse ele em um tom de indiferença, porém sério. Depois voltando sua atenção a Libertus. – “E onde está Jenica e Gutsco?”

— “Encontramos civis também, eu deixei Jenica e Gutsco com eles esperando, um próximo comboio para pegá-los e levá-los para cá. “

Cor mediu cada um de nós e depois virou-se e caminhou em direção a um amontoado de carros levantados, parecia ser uma espécie de barreira improvisada. Olhei para Libertus, que, sorrindo, me deu dois polegares para cima, mostrando que eu fui bem.

— Levantem o portão. – Disse o Marechal.