Eu o matei... Matei o garoto do qual estive confiando desde que acordei naquela cama no hospital com amnésia. O nome dele era Ayato Cafeaulait, e de acordo com o que acabou de acontecer ele nunca me amou ou teve intenções boas comigo, estava sempre esperando uma boa oportunidade para me matar uma vez que não conseguiu aquele dia. Eu tinha duas opções, mata-lo ou deixar que ele me matasse; considerando as coisas que eu fiz com ele eu deveria ter morrido, mas me desculpe, não estou afim de morrer. Claro que depois que retomei meus estudos, e depois de um bom treino eu voltei para o time de futebol minha vida tem sido boa, sou popular e os meus colegas me adoram como sempre e como deveria ser. Hoje é o dia em que eu deixo o hospital, o dia em que me livrei da minha amnésia e de grande parte dos meus problemas, exceto que... quando eu estava saindo eu vi uma porta aberta no fim do corredor, o número do quarto era 37 e dentro dele estava alguém que eu jamais esperaria ver outra vez, Ayato. Ele estava cheio de bandagens pelo corpo, seu único olho não tinha brilho algum... até que... ele me notou ali no quarto.

–...? Quem... é você?

–Huh? Ayato?-Chamei-o e ele apenas sorriu, seu olho ainda sem brilho algum.

–Você sabe o meu nome. Heehee, você é um visitante? Isso é bom, porque você é o primeiro.

Como assim? Ninguém veio visita-lo? Mas, e os pais dele? parentes ou sei lá! Quem seria maluco o suficiente para abandona-lo com amnésia neste hospital?? ESPERA! Por que diabos eu me importo? Ele tentou me matar duas vezes e mentiu para mim.... Vamos dar o mesmo remédio eu acho! Vou mata-lo antes que recobre essas malditas memórias e venha atrás de mim.

–Sou seu namorado, Ayato!-Sorri enquanto dizia essa mentira.

–Namorado? W-waah!! E-eu tenho um namorado.... que vergonha!-Ele cobriu o rosto. Assim que levantou a cabeça, seu olho agora mostrava um novo brilho enquanto suas bochechas estavam coradas.-S-se você é mesmo meu namorado... quero que prove!

–Haha, não duvide de mim!-Eu disse entusiasmado e dei um beijo rápido nele.-Viu só?

–A-ah, idiota!-Ele disse corado me dando um tapa no braço.-Aqui não, você não pode...

Eu sorri de forma maliciosa e de leve derrubei ele na cama, coloquei meu rosto perto do dele e comecei a beija-lo, claro que eu nem sentei na cama direito pra não jogar meu peso em cima do corpo frágil e machucado dele. Ugh... Porque estou me sentindo assim? É tudo uma mentira mesmo, assim que tudo chegar ao vim vou mata-lo de qualquer jeito, não sei pra que que eu to fazendo essa cena toda. Quando notei vi que eu estava dando um beijo de língua em Ayato e me afastei na hora, e ele estava mais vermelho que tomate maduro se possível... Eita, nos planos era só selinho... mas agora que foi beijo francês nem diferença faz mais.

–Ops, desculpa amor!-Eu disse rindo da cara dele.

–...!! IDIOTA!-Ele berrou começando a chorar.-Pega leve comigo, eu não sei fazer essas coisas e... Para de colocar sua mão mais perto das minhas pernas, pervertido!

–Calma! Hahahaha, não sei porque a raivinha toda.

–V-você.....!! Er... qual seu nome mesmo?-Ele me perguntou e só ai que eu notei que esqueci de dizer meu nome pra ele.

–Kantarou... meu nome é Kantarou.-Eu disse.

Quatro dias se passaram, eu ia visitar e ficar com Ayato quase toda hora... era como se eu me sentisse na obrigação de agir como namorado dele ou algo de gênero, mas então, eu notei o que estava fazendo e no quinto dia eu tratei ele friamente... ignorando quando ele me chamava, respondendo de forma mal educada e tocando nele em lugares que não devia... isso se sentia bem por um lado... em alguns momentos eu tive vontade de derruba-lo na cama e retirar toda sua inocência! Mas mudei de ideia, porque se eu fizesse isso não ia mais resistir á ele. Hoje é o dia em que irei mata-lo mais uma vez, porem... ele era quem estava arrogante hoje, seu olho estava sem brilho mais uma vez e nada do que eu dissesse fazia ele mudar..........

Eu por fim resolvi comprar um refrigerante, porem quando eu estava lendo um do cartazes na parede Ayato chegou na minhas costas e me abraçou... E antes que eu pudesse reagir ele murmurou no meu ouvido com ódio e sede de vingança:

–Eu lembrei, finalmente me lembrei de tudo... Obrigado por ontem, aquelas coisas que você me fez ajudaram á refrescar a minha cabeça e ver o canalha que você realmente é! Hahaha, maaas vamos ver quem vai morrer primeiro, amor?

Antes de tudo, ele me deu um beijo na boca... Um beijo demorado, e quando separou ele me deu um tapa na minha bochecha esquerda; Dando uma última olhada para ele antes que saísse, eu vi que estava chorando... por minha culpa.

–Eu te amo, ahaha... Ahahahahahaha!!!

–Good end: I killed him