— Preciso da sua ajuda. - Nora me encontrou no corredor da escola.
— Do que precisa?
— Scott. Ele vai tocar com a sua banda.
— Obrigada por ter guardado essa informação.
— Desculpe. Esqueci de falar.
— Deixa para lá. Do que precisa?
— Preciso encontra-lo e impedir que ele faça isso. Hank vai achar ele.
— Vou te ajudar, Nora.
Estávamos distraídas na aula quando a secretaria falou pelo interfone acima da professora.
— Miss Jarbowski? Perdoe a interrupção. Você poderia por favor enviar Nora Grey e Nicolle Crawford para o escritório de atendimento?
Nora me lançou um olhar e franzi a testa. Srta. Jarbowski balançou a mão na nossa direção.
— Peguem suas coisas, meninas. Não acho que vá acabar antes do sino tocar.
Peguei minha mochila e o livro e sai com Nora na minha cola.
— O que será que aconteceu? - Nora perguntou.
— Não fiz nada desta vez. - Murmurei.
No escritório Nora abriu a porta depois recuou batendo em mim e pisando no meu pé.
— Ai. - Resmunguei.
Vi pelos seus pensamentos que isso chamou a atenção de Hank que estava na sala. Ele levantou e veio até nós.
— O que é isso? - Nora perguntou.
— Aconteceu um acidente. - Ele respondeu. - Sua mãe caiu da escada. Ela estava de salto e perdeu o equilíbrio. Ela teve uma concussão.
— Quão séria é?
— Quando saí do hospital, eles não poderiam me dizer nada. Eu vim direto aqui para pegar vocês. Já falei com o secretário de atendimento. Vou levá-las para o hospital.
Hank segurou a porta para nós. Nós seguimos para a rua e segurei Nora pelo cotovelo para o caso dela desmaiar ou algo do tipo. Nora começou a chorar e Hank foi colocar a mão no ombro dela, mas desistiu.
Ela se abraçou a mim.
— Quero ligar para o hospital. - Nora falou. - Quero ver se eles têm uma atualização. - Hank fez uma careta.
— Nós estamos indo para lá agora. Em dez minutos, você pode conversar com seu médico em pessoa.
— Desculpe-me se estou um pouco preocupada, mas é da minha mãe que estamos falando.
Hank pegou o celular e entregou a Nora.
— Você pode me dizer se Blyte Grey foi internado hoje?
— Sim, temos uma Blyte Grey no registro.
— Quem está falando é sua filha. Você pode me dar uma atualização sobre o seu estado?
— Eu posso deixar uma mensagem para o seu médico para chamá-la.
— Obrigado. - Nora falou os números do seu celular.
— Alguma notícia? - Hank perguntou.
— Como você sabe que ela caiu da escada? Você viu a sua queda?
— Nós combinamos de nos encontrar para almoçar. Quando ela não atendeu a porta, eu entrei. Foi quando encontrei-a no fundo das escadas. - Ele afrouxou a gravata e enxugou o suor da testa. - Se alguma coisa acontecer com ela... Podemos ir?
Nós entramos no carro.
— Quero que vocês saibam que ela está nas melhores mãos. - Hank quebrou o silêncio. - Pedi que o Dr. Howlett supervisionasse seus cuidados. Dr. Howlett e eu éramos companheiros de quarto na Universidade do Maine, antes que ele passou por John Hopkins.
Estava distraída quando um carro se chocou contra o carro de Hank. O Land Cruise de Hank se inclinou para o lado ralando no corrimão da estrada.
— Eles estão tentando nos jogar para fora da estrada! - Hank gritou. - Coloquem seus cintos de segurança!
— Quem são eles? - Nora gritou.
Hank puxou o volante evitando outra batida e acelerou. Podia ver que eram 3 homens no carro que nos seguia.
— Pare o carro! - Nora gritou. - É uma armadilha. Coloque o carro em sentido inverso!
— Eles destruíram o meu carro!
Hank acelerou pela borda de um barranco.
— Cuidado! - Nora gritou.
Hank virou o volante e fui puxada para frente, minha cabeça atingiu a janela, minha visão ficou turva e perdi os sentidos por breve segundos.
— Nora! - Hank gritou. - Nicolle.
Me senti sendo carregada. Tentei me movimentar tentando lutar, mas eles esticaram meus membros. Sabia que se tentasse lutar teria algo machucado.
Senti a presença de Nora. O que era aquilo? Eles não eram homens do meu pai. Não podiam ser. Eles não fariam um ataque sabendo que estava dentro do carro.
Isso me deu força. A magia saiu das minhas mãos atingindo o cara que segurava as minhas mãos.
Meu corpo tombou em cima do dele e o cara que segurava as minhas pernas se desequilibrou caindo ao meu lado.
Soltei um pé e chutei ele na barriga depois girei meu corpo saindo de cima do outro. Um terceiro veio na minha direção e eu o atingi facilmente.
— É melhor não mexer comigo. - Resmunguei no auge do meu poder.
Eles saíram correndo e corri na direção de Nora que estava caída no chão.
Hank continuava gritando.
— Aqui! - Gritei para ele.
— Você pode me ouvir, Nora? Não tente se levantar. Fique de costas. Eu vou levar você ao hospital. - Hank chegou correndo.
Ele estava todo cortado. Nora apagou de volta.
Chamamos a ambulância e fomos para o hospital. Enquanto ganhava alguns pontos na testa levaram Nora para outra ala.
Dr. Howlett sorriu enquanto me avaliava.
— Fora o machucado na testa você está perfeita. Esta com dor?
— Nas costas e na cabeça.
— Vou pedir para darem ibuprofeno para você.
— Quero ver Nora.
— Vou leva-la até ela. Não se preocupa.
Depois de ser medicada fui até o quarto de Nora que estava desacordada. Liguei para o meu pai.
— Você mandou atingirem o carro de Hank hoje?
— Não.
— Quem bom. Por que eu estava lá.
— O que? Você estava no carro de Hank?
— Ele veio nos buscar, Blyte sofreu um acidente na escada. Um carro bateu no de Hank no caminho para o hospital. Não se dizer sei eram Anjos caídos ou Nephilim. Eu sei que eles queriam Nora e eu.
— Você está bem?
— Levei alguns pontos na testa e estou com dor no corpo. Fora isso estou bem e com vontade de encontrar quem fez isso e matar.
— Pode deixar que eu mesmo vou encontra-los. Quantos eram? Que jeito eram?
— Eram 3. Minha cabeça está uma bagunça. Não lembro direito deles. Quando eu for ai conversamos melhor.
— Ok. Me ligue se precisar.
— Está bom. - Desliguei.
Nora acordou logo depois enquanto Dr. Howlett estava no quarto. Ele sorriu.
— Você teve um sucesso espantoso, mocinha. Abundância de contusões, mas nada está quebrado. Tinha pedido para as enfermeiras lhe darem ibuprofeno, e vou lhe dar uma receita antes que você vá. Você vai sentir dores por alguns dias. Considerando as circunstâncias, eu diria que você deve contar suas bênçãos.
— Hank? - Nora perguntou e o Dr. Howlett balançou a cabeça.
— Você vai odiar ouvir isso, mas ele saiu sem um arranhão. Não parece justo.
— Não. Ele estava cortado. Ele estava sangrando muito. - Nora falou.
— Você está enganada. Hank apareceu vestindo mais do seu sangue do que o seu próprio. Você tem o pior até agora.
— Mas eu o vi...
— Hank Millar está em ótima forma. E uma vez que seus pontos caírem para fora, você estará também. Tão logo as enfermeiras concluírem a verificação destas bandagens você poderá ir.
Nora me lançou um olhar.
— Isso vai ajudar. - Dr. Howlett deu uma injeção a ela.
— Mas eu acabei de recuperar a consciência. - Nora murmurou. - Como posso estar bem já? Eu não me sinto bem.
— Você vai ter uma recuperação mais rápida em casa. - Ele riu. - Aqui você vai ter enfermeiros apertando e cutucando-lhe toda a noite.
— Já é noite? Mas era apenas meio-dia. Antes de Hank entrar para a sala da saúde eu nem tinha almoçado.
— Tem sido um dia difícil - Dr. Howlett assentiu.
— Eu me sinto engraçada. - Nora falou colocando a mão na barriga.
— MRI confirmou que você não tem uma hemorragia interna. Acalme-se pelos próximos dias e você vai estar funcionando bem em pouco tempo. - Ele deu de ombros. - Mas não posso prometer se você vai se sentir bem em subir em outro carro tão cedo.
— E Hank com a minha mãe? Ela está bem? Posso vê-la? Será que ela sabe sobre o acidente de carro?
— Sua mãe está fazendo uma recuperação muito rápida. Ela ainda está na UTI e não pode receber visitas, mas deve ser movida para seu próprio quarto amanhã. Você pode voltar e vê-la depois. - Ele se inclinou para Nora. - Entre nós, se não fosse à burocracia eu deixava você esgueirar-se para vê-la agora. Ela teve uma concussão bastante desagradável e enquanto houve perda de memória em primeiro lugar, considerando sua condição quando Hank a trouxe eu acho que é seguro dizer que ela teve muita sorte. - Ele deu um tapinha no rosto de Nora. - A sorte deve executar na sua família.
— Sorte. - Nora repetiu.
Ele era louco.
Assim que ele nos deixou a sós eu fui até Nora.
— Liguei para o meu pai. Ele não teve nada a ver com isso. Tem alguma coisa rolando. Tyler acha que alguém está traindo o meu pai.
— Você tem ideia de quem seja? - Nora perguntou.
— Não. Nem tenho ido lá. - Coloquei a mão na cabeça. - Que dor na cabeça. Você lembra alguma coisa?
— Não.
— Eu não lembro direito deles. - Falei.
Dr. Howlett nos deu autorização para sair. Nora e eu fomos para o elevador para descer para o lobby.
— Vou ligar para Vee nos buscar. - Nora falou pegando o celular.
— Ok. - Falei.
Quando as portas se abriram fazendo Nora derrubar o celular no chão.
— Olá meninas. - Hank falou parando na nossa frente.
— Subindo? - Nora perguntou.
— Na verdade eu estava procurando por vocês.
— Eu estou com pressa. - Nora respondeu juntando seu celular.
— Achei que você poderia precisar de uma carona para casa. Eu pedi um dos meus meninos para trazer um carro alugado da concessionária.
— Obrigado, mas eu já liguei para um amigo.
— Pelo menos deixe-me leva-las até a porta.
— Eu preciso parar no banheiro antes. - Nora falou. - Por favor, não espere. Realmente eu estou bem. Tenho certeza que Marcie está ansiosa para vê-lo.
— Sua mãe quer que eu te leve para casa em segurança. - Nora ficou o encarando. - Sinto o cheiro de borracha queimada. Você está pensando muito sobre algo. - Ela continuou em silêncio. - O seu amigo concordou em buscá-la, Nora?
— Eu liguei para Vee, mas ela não atendeu.
— Estou feliz por lhe dar uma carona Nora. - Ela assentiu.
— Sim obrigado.
Fui obrigada a segui-los.