A taverna estava lotada, era feita de tijolos de pedra colados com argamassa, seu chão era feito de tabuas, o barman se encontrava no balcão servindo cerveja e vinho para seus fregueses com um sorriso no rosto, os lucros na alta temporada faziam com que qualquer taverneiro sorrisse atoa. A ladina havia sido avisada que havia mais alguém querendo o quarto que ela precisava, o barman a instruiu que resolvesse com o estranho. Caso este dilema estivesse acontecendo em Guilnéas, sua terra natal, o que mais pagasse pelo quarto ficaria com ele, já em Ventobravo era diferente, aquilo tinha que ser resolvido de uma forma pessoal, era costume haverem disputas na cidade, seja lá pelo que fossem.

A ladina caminhou emburrada até o anão que tomava calmamente uma caneca de cerveja, ele usava um colete de pele de urso pardo, calças de pano pretas e uma capa azul que escorria até a metade de suas costas.O cabelo ruivo do anão ia até os ombros, acompanhando uma clássica barba volumosa da mesma cor.

–Hey você, tem algo que devemos discutir. –Disse a ladina emburrada cruzando os braços perante o homem sentado.

–Tem é? –Disse o anão olhando de lado. –Sabe, sou do tipo que gosta de apresentações antes de discutir negócios.

O anão era um caçador de recompensas, ao contrario do que ele pensava, Caterina não pretendia contratar seus serviços, mas era formal em Ventobravo que as pessoas se apresentassem antes de discutir outros assuntos.

–Está bem, me chamo Caterina Stormcloak de Guilnéas.

–Hum... guilneana. Eu sou Barbaren Thundershout de Altaforja. –O anão gostava do que via, embora inexperiente aquela ladina parecia ter potencial. Barbaren era um mercenário, aceitava trabalhos envolvendo caça ou guerra, havia sido recusado pelo exercito de sua terra, agora viva vagando por outras cidades trabalhando como mercenário. Se aquela garota tivesse tanto potencial quanto parecia, poderia trabalhar com ele.

–Certo, olha aqui, o barman disse que você estava entre mim e o quarto que quero passar a noite. –Começou a garota.

–Sim, e pretendo ficar com ele.

–Olha você se importaria de dividir o quarto com meu amigo? É que eu não me sinto confortável dormindo perto de ninguém. –Disse ela tentando convencer o anão.

–Primeiro, foda-se o que você acha confortável. –Começou o anão, na medida em que ele sorria a garota ficava mais raivosa. –Segundo, não estou a fim de dormir ao lado do lobito ali. Terceiro, se você fosse bonita ou tivesse corpo talvez eu dividisse o quarto com você. Quarto.... –Antes que o anão continuasse a lista foi atingido por um soco da ladina, bem do nariz. O anão caiu do banco em que estava sentado e se sujou todo de cerveja durante a queda, ficou alguns segundos no chão olhando a ladina parada de pé ao seu lado. Toda a taverna riu com a cena.

–Vai deixar eu ficar com o quarto? –Disse a pequena garota de braços cruzados

–Isso não foi justo. –Disse o anão decepcionado.

–Vamos, eu te ajudo a levantar. –Disse a garota estendendo uma das mãos para que o anão levantasse.

Satisfeito, Barbaren segurou a mão de Caterina, cometendo um erro grave, ao segurar em sua pequena mão, viu um chute passar como um raio e o acertar no rosto ainda deitado, o impacto do chute causou grande dor e raiva. O anão fingiu estar desmaiado e Caterina acreditou, assim que a pequena humana se virou para falar com o barman, sentiu um braço passar por seu pescoço e encaixar um mata-leão. Caterina começou a perder a respiração, para seu azar, esvaziara os pulmões pouco antes do golpe, e agora desesperada procurava algo que pudesse livrá-la de seu agressor.

Seus amigos ficaram tentados em ajudá-la, tinham motivos para não o fazer, primeiro, porque sabiam que o anão não a mataria, segundo, ela tinha começado a briga. Ela começou a perder a consciência, enquanto ao fundo ouvia os clientes da taverna a aplaudir a luta já quase no fim, quando teve uma idéia. Esticou as mãos e puxou a barba do anão com toda força que tinha, o anão a soltou involuntariamente dando um grito de agonia, quanto maior a barba, mais ela dói ao ser puxada. Caterina se deixou cair no chão por um momento enquanto tentava freneticamente respirar. Barbaren cheio de raiva, disparou na direção da menina caída de barriga para cima, rapidamente ela levantou sem usar as mãos, sua flexibilidade natural e o treinamento de ladina a faziam ser muito ágil. Barbaren parou em frente a ela e deu um sorriso, estava certo que poderia vencê-la frente a frente, o que lhe perturbava era a ladina estar ali parada sem tentar correr, ele sabia que havia algo por trás de sua expressão indiferente, ou talvez fosse um blefe.

Assim que Barbaren se distraiu a ladina puxou um banco da taverna que estava a seu lado em um movimento de cima para baixo, o anão usou as duas mãos e segurou com facilidade o banco, por um momento, ele pensou ter vencido, ela permanecia agarrada ao banco, precisava apenas forçá-lo contra a jovem e....

O anão levou uma joelhada com força em seus genitais, por um momento a taverna ficou em silencio, após alguns segundos o anão caiu em posição fetal gritando de dor, aquilo havia sido golpe baixo, mas como em lutas de bar não há regras estava valendo, todos do bar riram por alguns segundos da figura baixa e robusta caída no chão da taverna, agonizando de dor por conta do golpe baixo que levara. A ladina olhou para o anão caído, cuspiu nele e em seguida foi até o taverneiro.

–A chave do quarto, por favor. –Disse ela jogando o dinheiro sobre o balcão.

O taverneiro apenas assentiu e entregou a chave, a ladina procurou a mesa onde estavam sentados seus amigos e se juntou a eles.

–Bela luta garota, você mostrou a eles que ninguém meche com guilneanas. –Disse Rhona com um sorriso, estendendo uma caneca de leite para que Caterina bebesse, aquilo era obviamente um gesto de aproximação por parte da guerreira, ela sabia que haviam tido uma discussão em Guilnéas, mas isso não era motivo para não serem amigas.

–Obrigado, acho bonito o que você está tentando fazer, mas não sou do tipo que tem amigos. –Disse a ladina dando um gole na caneca, aquele leite estava quente e espumante, depois da longa viagem de barco que tiveram nos últimos dias não havia bebida melhor para acompanhar a noite.

Aragornn e Tony estavam bebendo cerveja, a cerveja de Ventobravo era horrível, amarga demais e muito aguada.

–Então você vai finalmente nos contar sobre o druida? –Perguntou Tony, não havia simplesmente como se acostumar a sua nova aparência, era um worgen de pelo negro e orelhas pontudas, seus olhos eram alaranjados como fogo, sua voz estava muito mais grave.

–De que adianta falar sobre Winterstalker? Afinal ele está morto. –Disse Caterina tentando convencer seus colegas a não perguntarem mais.

–Como ele morreu? –Perguntou Aragornn.

–Bem. –A ladina fez uma pausa antes de continuar e percebeu que a atenção dos três estava voltada para ela. –Ele foi decapitado por uma abominação.

–Malditos sejam os renegados, juro que os farei pagar pelo que fizeram, não só a Cedrick, mas ao nosso reino e famílias. –Disse Tony batendo na mesa, sua mão de worgen acabou fazendo mais barulho que o desejado.

–Você passou um tempo com ele, não ficou triste dele ter morrido? –Perguntou Rhona.

–Ele morreu por que era idiota, estava convencido demais. –Disse a ladina com frieza.

A conversa foi interrompida quando a porta da taverna se abriu e um homem entrou, ele era alto, loiro, seus olhos brilhavam um fraco verde escuro, tinha orelhas pontudas, um elfo sangrento, carregava um estojo de couro, possivelmente havia um alaúde em seu interior.

O homem trocou algumas palavras com o taverneiro, em seguida sentou-se em uma cadeira de costas para a parede. Assim que tomou o alaúde em mãos começou a falar.

–Boa noite, damas, cavalheiros e worgen. –Disse o elfo com animação na voz, ao se referir a Tony durante o comprimento provocou risadas na taverna. –Sou o bardo Heliod e vim lhes trazer um pouco de musica, conheço muitas canções devido a ter viajado muito, então se me derem algum dinheiro posso tocar a musica que pedirem, o dono da taverna reservou um quarto para mim até a semana que vem.

Em seguida o elfo se sentou e começou a tocar uma musica sobre a polêmica cruzada escarlate.

´´Oh, Cruzado Escarlate,

O que você fez?

O juramento por ti feito

Foi agora quebrado.

Tudo está desfeito.

Os mortos-vivos vieram

Para destruir esta paz

Que nós tivemos por tanto tempo.

Aliado ou inimigo?

Só Deus sabe.

Aliado ou inimigo?

Só Deus sabe.

A fortaleza está de pé,,

E o exército renascido,

Obrigado a seguir a diante.

O que nos tornamos?

Você pode ser perdoado

Quando o túmulo frio chegar?

Ou você terá triunfado

Ou a cólera te consumirá?

Oh, Cruzado Escarlate,,

O que você fez?

O juramento por ti feito

Foi agora quebrado.

Tudo está desfeito,

Poeira ao vento,

Lançando nas trevas

A luz que tínhamos ganhado.

Aliado ou inimigo?

Só Deus sabe.

Aliado ou inimigo?

Só Deus sabe.

A fortaleza está de pé,,

E o exército renascido,

Obrigado a seguir a diante.

O que nos tornamos?

Você pode ser perdoado

Quando o túmulo frio chegar?

Ou você terá triunfado

Ou a cólera te consumirá?´´

Após cantar a canção do cruzado escarlate, o simpático bardo sorriu vendo as pessoas jogarem moedas em seu estojo de couro.

Por fim chegou a mesa dos quatro guilneanos, Rhona lhe jogou uma moeda, ele agradeceu com um sorriso, por fim virou-se para Caterina que estava seria.

–Não gostou da musica, guilneana? –Perguntou o elfo com ternura na voz.

–Nada mal. –Respondeu ela simplesmente.

–Vejo que gosta de rabiscar. –Disse o elfo apontando para o pedaço de papel e o lápis de carvão que a garota rabiscava na mesa, ela havia desenhado uma abominação. Ninguém havia percebido que ela estava desenhando, Caterina não estava realmente gostando da musica do bardo, havia achado jogados o lápis e o papel.

–Bem, sim mas....... você não devia voltar a tocar? –Perguntou a garota desejando que aquele bardo fosse embora.

–Me faça um retrato. –Disse o bardo jogando um punhado de moedas em cima da mesa.

A ladina pensou por um momento, mas aceitou, virou a folha e começou a desenhar o elfo enquanto este permanecia sentado a sua frente conversando com os outros três guilneanos, Heliod sabia como ter uma conversa agradável, depois de dez minutos ele e os três guilneanos estavam falando sobre tudo, comida, guerras, e o fato de que os guilneanos teriam que arranjar empregos logo.

A ladina não disse muito durante a conversa, estava concentrada em fazer o retrato, ela percebeu que havia algo de estranho no rosto do bardo, os traços de seu rosto eram incomuns.

–Terminei. –Disse a garota entregando o retrato.

–Percebeu algo de errado. –Perguntou o bardo.

–Sim, você não é um elfo sangrento, nem um humano. –Revelou Caterina.

–Exato, eu sou um hibrido dos dois. –Respondeu Heliod com um sorriso. –Você tem bons olhos, ladina.

O bardo tocou e a ladina tocaram por mais duas horas, tinha um piano na taverna, o qual o taverneiro teve prazer de emprestar a garota, os sons dos dois instrumentos e das duas vozes combinavam demais.

Todos estavam sentados em circulo, em volta da dupla, Tony estava embriagado, Rhona estava ao lado de Aragornn ambos sorrindo, e com canecas em mãos.

–Essa é a ultima musica da noite pessoal. –Disse o bardo em meio as palmas dos clientes da taverna.

Eles já haviam combinado a ultima musica, seria ´´ A historia de Arthas ´´.

–Essa musica costuma soar melhor em voz feminina, vem para mais perto, eu toco e você canta.-Disse Heliod gesticulando para que ela se sentasse a sua esquerda.

A garota veio sorrindo, estava animada, Caterina não era de demonstrar qualquer emoção, mas não podia negar alegria, todos gostavam de sua voz, o bardo lhe daria metade do dinheiro que ganharam e ela tinha certo prazer em cantar aquelas musicas.

A menina se sentou e anunciou a próxima.

–Essa musica é sobre o príncipe responsável pela queda de Lordaeron. –Disse a ladina e todos silenciaram as palmas para ouvir a canção. Esta canção tinha um ritmo mais lento e sonoro, diria até melancólico.

´´Arthas, famoso paladino,

Levante seu martelo de vergonha.

Traição de Arthas descoberta,

Deixado desonrado, difamado.

Armadura atada com sangue

Tentando recuperar seu nome.

Arthas, coração partido,

Deve revogar o seu poder.

Arthas cavaleiro da morte,

Ele perdeu o seu caminho

Arthas, raiva e mártir.

Em breve o mundo vai pagar. ´´

A voz da garota ecoou as ultimas notas na taverna, assim que a ultima nota se desfez no ar todos aplaudiram e jogaram dinheiro no estojo de couro.

–Você é boa. –Disse Heliod a entregando metade do dinheiro que a dupla ganhou, havia bastante dinheiro ali.

–Obrigado, você também não é nada mal. - Disse a ladina se dirigindo para o quarto que alugara.

Tony estava roncando na mesa da taverna, Aragornn passou e sacudiu o amigo.

–Vá para o seu quarto, homem. –Disse o paladino ajudando o amigo a se levantar.

Tony estava com os olhos avermelhados, tinha bebido para tentar esquecer sua nova aparência. O worgen cambaleou escadaria a cima para o segundo andar da taverna, onde ficavam os quartos.

–Vamos subir também? –Perguntou Rhona.

–Claro. –Disse Aragornn.

A dupla seguiu escada a cima, pararam no corredor cheio de portas onde ficavam os quartos e procuraram a porta numero quatro.

O quarto era bonito, havia uma cama de casal com um lençol vermelho, uma estante com alguns livros, uma escrivaninha com pena, tinta e papel, havia uma porta no quarto que ia dar em um tipo de banheiro, havia ali uma banheira e alguns sais de banho.

Rhona e Aragornn sorriram ao perceber que o taverneiro havia lhes dado o melhor quarto possível. Os jovens retiraram as malhas que usavam, deixaram suas mochilas caírem para baixo da cama, Aragornn estava usando apenas sua roupa de baixo e se deitou exausto na cama, suas costas e peito estavam enfaixados em parte graças aos ferimentos na batalha de Guilnéas. O paladino fechou os olhos por alguns minutos que ele pensou serem segundos, sentiu Rhona deitar-se ao seu lado, e quando olhou para ela percebeu que estava usando uma camisa de algodão que estava na mochila do paladino e a roupa intima por baixo. Rhona abraçou o paladino e recostou a cabeça em seu peito, a garota cresceu com grande admiração pelo paladino em Guilnéas, desde mais novos eles se conheciam, os instrutores sempre viram grande futuro em Aragornn, agora se sentia bem e segura deitada ao lado do homem que tinha quase morrido na tentativa de salva-la, ou pior, tinha morrido e voltado. Os jovens permaneceram em silencio por alguns minutos, começou a fazer frio, então Aragornn puxou o cobertor vermelho por cima da garota e de si mesmo. Aquele calor humano era algo surpreendentemente bom, Aragornn parou para pensar e percebeu que sua vida estava ali agora, em Ventobravo, que ele e Rhona deveriam cuidar um do outro. No momento o paladino se sentia responsável, que havia muito em jogo.

–Aragornn...... –Começou a garota.

–Sim? –Disse o paladino olhando para ela, os loiros e longos cabelos da garota iluminavam o quarto, sua expressão estava com um sorriso incerto, como se um problema estivesse perto, mas não fosse para ela resolve-lo.

–Você acha que vamos sobreviver aqui em Ventobravo? –Perguntou Rhona.

–Claro, tudo que precisamos é de um trabalho.

–E você sabe onde conseguir um?

–Não, mas com certeza Carver e John sabem.

Os dois trocaram olhares, Rhona subiu um pouco na cama até ficar na mesma altura que Aragornn.

–Obrigado por ter me salvado. –Disse Rhona acariciando o rosto do paladino. –Você lutou bravamente.

–Por você eu lutaria de novo e morreria de novo se necessário, você é uma boa pessoa, e uma guilneana assim como eu, devemos ficar juntos se quisermos ter chances de viver. –Disse Aragornn enquanto acariciava os cabelos da garota.

Rhona se esticou sobre o paladino e deu-lhe um beijo meio envergonhado, ela esteve com vontade de fazer isso desde o que aconteceu na cabine do navio, agora corada de vergonha Rhona ficou em silencio por alguns segundos.

–Como foi a sensação de morrer? –Perguntou Rhona tentando mudar de assunto.

–Bem..... depois que o bruxo me acertou um ataque mortal, eu caí para trás sem forças para mexer meu corpo, senti sangue escorrer pela minha boca e fiquei ali imóvel por alguns segundos assistindo a tudo que acontecia, sem força para fazer nada enquanto minha visão escurecia e minha audição era abafada, e de repente, eu não estava mais ali. –Contou o paladino se lembrando com desgosto de como foi morrer. Rhona o encarava com pena e certo temor. –Mas depois eu acordei em um navio com a guilneana mais linda que já vi ,sentada ao meu lado.

Rhona sorriu ao ouvi-lo dizer essas palavras e o abraçou bem forte, os dois ficaram em silencio por mais alguns minutos e depois adormeceram.

Pela manhã Aragornn acordou, Rhona ainda estava dormindo, ele virou sobre a garota, beijou-a levemente nos lábios e tentou acordá-la.

–Bom dia Rhona, se você não levantar agora eu vou ter que te vestir e te carregar até la embaixo. –Disse Aragornn com um sorriso.

–Está bem, mas só para te fazer companhia. –Disse Rhona após bocejar.

Os dois se vestiram com roupas casuais e saíram juntos do quarto e desceram as escadas, viram em uma mesa Caterina e Heliod estavam tomando café da manhã, havia uma cesta de pães frescos e algumas frutas, os dois estavam tomando canecas de café quente, o cheiro do café quente se espalhava pela taverna, todas as portas e janelas estavam abertas para que a brisa da manhã entrasse, eram cerca de oito horas da manhã e tinham cerca de uma dúzia de pessoas na taverna. Aragornn e Rhona se sentaram com a ladina e o bardo, todos deram bom dia e se cumprimentavam.

–O que pretende fazer hoje Aragornn? –Perguntou Heliod.

–Eu e Rhona estamos atrás de trabalho, pensei em nos juntarmos a guarda. –Explicou Aragornn.

–Acho que não será possível, eles só aceitam gente que nasceu em Elwyn. –Disse o bardo desapontado.

–Presumo que possa nos dar alguma dica, certo Heliod? –Perguntou Rhona após tomar um longo gole de café.

–Ouvi rumores durante minha viagem pelo país de que a Ordem Templária anda recrutando gente em Ventobravo, eles têm uma base aqui e uma fortaleza fora da cidade.

–E o que esses templários são? –Perguntou Aragornn colocando a caneca vazia em cima da mesa.

–São uma divisão da Aliança, servem ao rei, mas tem autonomia. –Explicou Heliod. –Creio que venham a ter grande interesse em um paladino. Já consegue usar a luz sagrada?

–Eu consigo usar, mas não tenho controle sobre ela ainda. –Disse Aragornn. A luz sagrada era manipulada pelos paladinos, ao descobrirem como usá-la eles ganham um selo. O selo sagrado é dado aos paladinos que usam a luz para curar, o selo da proteção é dado aos que a usam como forma de proteção criando escudos e dispersando magias inimigas, o selo da retribuição é dado aos paladinos que usam a luz sagrada para atacar, exortar e banir demônios.

–Não fique decepcionado, eles vão lhe ensinar. –Disse Heliod dando uns tapinhas no ombro do paladino.

–Por falar nisso algum de vocês viu Tony? –Perguntou Aragornn.

–Seu amigo saiu daqui num surto de raiva, foi para a praça da cidade gritando palavras de ódio e vingança aos renegados e brandindo uma espada enorme. –Contou Heliod.

–Droga Tony! Vou atrás dele agora mesmo. –Disse Aragornn, mas antes que pudesse se levantar sentiu a mão de Caterina o impedir.

–Acho melhor deixá-lo sozinho um pouco. –Disse a ladina e Heliod concordou.

–O que você pretende fazer hoje Caterina? –Perguntou Rhona.

–Vou ficar mais um pouco na taverna e depois vou dar uma volta na cidade e procurar o que fazer, quem sabe ouço uns rumores. –Explicou a ladina. –Quer vir comigo Heliod? Seria bom ter alguém para conversar.

–Infelizmente não posso, tenho que resolver alguns assuntos pendentes aqui na cidade, e infelizmente tenho que fazer isso sozinho. –Explicou o elfo.

O grupo conversou por mais alguns minutos, Aragornn e Rhona saíram primeiro, a dupla andou por Ventobravo atrás da sede templaria. Ventobravo era uma cidade cheia de vida, as ruas eram bem arborizadas e largas o suficiente para que não congestionassem, sempre havia gente conversando nas ruas, era sem duvidas um ótimo lugar para se viver. Após procurarem por cerca de meia hora a dupla encontrou finalmente o lugar, havia uma fila de jovens dando seus nomes a um homem em uma mesa e entrando, aquele era o alistamento para os templários, parecia simples. A dupla esperou até que chegassem sua vez.

–Bom dia, eu sou Randy, eu listo os recrutas, quero seu nome e terra natal. –Disse o homem com pena e papel na mesa.

–Aragornn Pendragon de Guilnéas.

–Rhona Crowley de Guilnéas.

–Guilneanos uh? Podem entrar.

A dupla entrou em na base, um oficial templário ordenou que todos os recrutas vestissem, os guerreiros com armaduras de malha e os arqueiros com armaduras de couro, foi dado a todos um tabardo branco com uma espada vermelha desenhada no peito.

O oficial subiu em uma elevação e começou a falar.

–Bom dia recrutas, eu sou o tenente Stanley, a partir de agora começa uma jornada para testar e condicionar vocês, vamos todos fazer uma viagem para A fortaleza Templaria, vão ter obstáculos durante o percurso, os que chegarem até lá inteiros serão aceitos na ordem, o resto será dispensado e terá permissão para tentar de novo ano que vem. –Assim que terminou de falar, o oficial subiu em um cavalo e fez sinal para que os recrutas marchassem com ele.

Rhona e Aragornn já tinham se vestido, eram no total trinta recrutas, assim que passaram pela porta foi lhes dado o direito de escolher o tipo de arma que preferissem. Aragornn escolheu o clássico espada e escudo, Rhona preferiu uma lança, os recrutas se armaram e foram divididos em três grupos de dez, cada um com uma braçadeira de cores diferentes, uma equipe com braçadeiras vermelhas, uma azul, e uma verde. Haviam três elmos,um para cada líder de grupo com as cores da equipe.

O oficial passou por Aragornn e lhe entregou o elmo da equipe vermelha, felizmente Rhona e ele estavam na mesma equipe, havia com eles três arqueiros, quatro guerreiros e um paladino. O outro paladino passou por Aragornn e lhe deu um empurrão, ele era loiro e um pouco mais alto que Aragornn.

–Me passe o elmo, guilneano, alguém da cidade deve liderar a equipe. –Disse o rapaz estendendo as mãos para que Aragornn lhe entregasse o elmo. O guilneano não se abalou e vestiu o elmo calmamente olhando pela fresta em forma de cruz do elmo.

O outro paladino se ardeu de raiva diante da indiferença do guilneano, esticou a mão para trás para ter força de acertar um soco no abdômen de Aragornn, o guilneano percebeu o movimento, segurou as mãos do rapaz e acertou-lhe uma cabeçada, o aço do elmo fez com que seu agressor caísse atordoado. Um dos guardas acertou as costas de Aragornn com o cabo da lança.

–Parem com essa palhaçada, principalmente você meu filho. –Disse o templário, ele parecia imparcial mesmo com o detalhe do garoto caído ser seu próprio filho, ele sabia fazer seu trabalho, não estava ali para representar papel de pai, mas sim de templário. –Se ser Stanley acha que ele deve liderar o grupo, que seja, faça seu papel e passe.

–Sim pai. -Disse o garoto se levantando. Aragornn estendeu a mão a ele para mostrar que o perdoava, o garoto apertou a mão do guilneano, ele estava com vontade de liderar, sempre foi muito orgulhoso, mas ao ver que esse gesto havia decepcionado seu amado pai ele decidiu tentar manter a linha. –Certo, vamos tentar não brigar, eu sou Bryan Silverblood.

–Eu sou Aragornn Pendragon, gostei de seu espírito Bryan, apenas tente guardá-lo para os dias de viagem que vem pela frente. –Disse Aragornn dando tapinhas no ombro do rapaz mais alto.

–É que....... eu realmente queria liderar. –Disse o garoto decepcionado.

–Se o grupo não gostar de mim você pode ficar na liderança. –Disse Aragornn com um sorriso.

–Obrigado.

Os dois jovens seguiram juntos até onde os membros da equipe vermelha faziam um circulo para se conhecerem.

O primeiro que se apresentou foi Aragornn, seguido de Rhona e depois Bryan. O quarto membro se chamava Dean, era um garoto médio, cabelos ruivos. O quinto membro era uma elfa da noite chamada Brialla, ela era um arqueira, era a mais baixa do grupo, tinha cabelos azuis soltos, lisos e longos, sua pele extremamente lisa de uma agradável coloração lilás somada a olhos azuis claro quase cinzentos que tinham um brilho vivo, embora a ordem não tivesse muitos elfos da noite ela estava com um sorriso estampado, louca para partirem logo. Outros três membros eram irmãos, Anthony, Abner e Louis, Abner pessoalmente era gordo demais para estar ali, a armadura de malha ficou apertada nele, todos os irmãos carregavam espada-escudo. Havia uma garota morena de cabelos curtos carregando duas espadas, chamada Mary Battle-Born e por ultimo um rapaz negro usando um manto, seu cabelo era curto e liso, era um mago, este se chamava Joseph Calixto.

Após todos se apresentarem, Aragornn colocou-se de pé em cima de um caixote em frente a sua equipe e começou a falar.

–Equipe, nós não conhecemos uns aos outros, mas agora devemos conhecer, estamos juntos prestes a viajar para outra cidade, não brinquem de lobo solitário, ninguém aqui está sozinho, todos temos defeitos e qualidades, qualquer problema ou vontade de conversar venha e fale comigo, será uma honra nos liderar para a vitoria, que ao fim todos nós triunfemos e passemos, boa sorte a nós. –Assim que Aragornn terminou de falar desceu do caixote, Brialla veio o cumprimentar e disse:

–No meu país nós valorizamos varias coisas em um líder, já vi que você tem uma delas, a vontade e determinação de fazer, sem contar que você fala muito bem, estamos com você paladino. –Ao pronunciar as ultimas palavras a elfa tocou a ponta do nariz do paladino em um estranho gesto de boa sorte de seu país.

Os recrutas saíram pelo portão principal da cidade e foram guiados até uma trilha que se dividia em três. A ordem ali era para que as equipes se separassem, a equipe vermelha optou pelo caminho que pararia em um lago, eles foram guiados por Bryan, ele morou em VentoBravo a vida inteira, já tinha viajado muito por Elwyn, nunca neste espaço entre VentoBravo e Vilanorte, mas conhecia o mapa da área. Calixto andava com a cabeça levantada como se procurasse algo.

–Procuras algo, mago? –Perguntou Dean com deboche na voz.

–Dragões, procuro dragões, sempre vi dragões em minha terra natal. - Respondeu o mago sem perceber o tom irônico do jovem ruivo.

–De onde você veio? –Perguntou Louis.

–Dalaran, uma cidade de magos em Nortúndria, amo minha cidade. –Disse o mago com brilho nos olhos.

–Uma cidade de covardes! Que optaram por se esconder nas terras esquecidas do norte. –Disse uma voz ao fundo, era a voz de Bryan.

–Olhe como fala de minha terra! –Disse o mago ficando vermelho de raiva.

–Senão o que? Sua preciosa cidade voadora vai cair em cima de mim com todos os magos obesos e covardes que a habitam? –Disse Bryan em um tom intimidador aproximando seu rosto do mago, Mary e os irmãos riram do pobre mago intimidado.

–Você vai se arrepender porco de ventobr....... –Antes que o mago pudesse terminar a frase foi acertado por um soco cruzado do garoto maior, o magro jovem cambaleou e caiu com a força do soco, ele havia mordido a língua e estava ardendo em raiva. Algumas pessoas riram e viram o Dalarense começara formar fogo em suas mãos enquanto deitado, porem antes que pudesse fazer algo mais, sentiu a bota de couro de Bryan pisar em sua mão fazendo-o gritar de dor. Antes que Bryan pudesse continuar sentiu um soco lhe acertar o rosto fazendo-o sair de cima do indefeso mago. O líder do grupo após dar-lhe o golpe lançou um olha de advertência pelo visor do elmo.

–Pare Bryan, não quero ter que te machucar, mas se você se aproveitar de alguém indefeso de novo pretendo não apenas te esmurrar, mas também te denunciar para a ordem, nós paladinos nunca devemos ser desonrosos. –Disse o Paladino puxando o mago pela mão para que ele se levantasse.

–Obrigado capitão. –Disse o mago.

–Não sou capitão, apenas fui confiado a liderar o grupo. –Disse o paladino sorrindo.

–Então como devemos te chamar? –Perguntou Abner.

–Me chamem apenas de Aragornn por favor. –Disse o paladino fazendo sinal para que continuassem andando.

A floresta foi ficando mais aberta e o grupo acampou, no dia seguinte comeram e levantaram. O grupo conversava bastante e já estavam começando a se conhecer melhor, eles estavam relaxados quando passavam por um cânion entre duas paredes de pedra. De repente uma flecha rasgou o ar em direção a Rhona, mas sem querer acertou Louis, a flecha o atingiu no pescoço e o fez ficar ensangüentado.

–Tartaruga! –Ouviram Aragornn gritar, Rhona apanhou o escudo do rapaz morto, puxou o mago para perto de si e dos outros. Sem escudos suficientes para proteger a retaguarda os jovens colaram suas costas ao paredão de pedra, o cânion não era muito alto, devia ter no maximo cinco ou seis metros de altura. Aragornn percebeu que Brialla não havia se juntado a formação e lembrou que ela talvez desconhecesse essas táticas, ela estava mirando em um elfo de sangue que estava no alto do cânion com uma besta, era obvio que mesmo depois de ela atirar seria acertada pela seta. Rapidamente o paladino se atirou por cima da elfa com o escudo apontado para o inimigo, ouviu-se um grito de dor do elfo, pois a flecha de Brialla já tinha sido disparada. A seta disparada pela besta fez um baque alto ao se chocar com o escudo, o paladino agarrou a elfa pela gola e pensou por um minuto em correr para fora do cânion, mas viu que haviam três elfos de sangue vindo em direção a seu grupo. Um deles era alto e forte, carregava uma lança, o segundo carregava um cajado, o terceiro escudo e espada, mas parecia jovem demais para ser um soldado, era desajeitado e estava com medo. O elfo maior se pôs a frente com um sorriso maléfico no rosto.

–Pegamos vocês porcos da Aliança. –Disse ele se aproximando de Aragornn. –Você os lidera, o matarei eu mesmo.

Aragornn se levantou olhou para o elfo por alguns segundos pensando em tentar dialogar, mas percebeu que seria inútil.

O paladino bateu com a espada no escudo em um gesto de provocação. O elfo da noite sorriu diante do jovem e disparou em sua direção com a lança apontada para frente, neste mesmo momento o mago elfo começo a formar fogo em suas mãos e atirou contra o resto dos jovens, eles foram protegidos por uma barreira mágica de Calixto, mesmo assim o inimigo continuou atirando afim de enfraquecer a barreira. A lança pegou no centro do escudo, Aragornn o virou fazendo com que a lamina deslizasse para fora do aço, aproveitando o curto espaço ele perfurou o braço do elfo de sangue com a espada, o elfo gritou de dor e se afastou tentando tirar a espada enfiada em seu braço deixando a lança cair, o paladino aproveitou a chance e apanhou a lança, aproveitou a guarda baixa do elfo e perfurou seu peito com a lança. Após o elfo cair morto ouviu um grito.

–Irmão!!! –Gritava o jovem elfo se protegendo com um escudo logo atrás, haviam lagrimas em seus olhos e medo.

–Recomponha-se garoto, vamos vingar nosso irmão. –Disse o mago elfo furioso soltando uma seta de gelo que quebrou a barreira mágica e perfurou o coração de Calixto. O mago humano agarrava a seta de gelo tentando desesperadamente arrancá-la, lagrimas de dor e frustração de perder a vida saiam de seus olhos, ele tentou gritar, mas tudo que conseguiu foi soltar um gemido de agonia enquanto o sangue escorria de seu ferimento formando uma poça embaixo de si.

O mago de gelo preparava outra seta, os jovens tentaram fazer uma barreira de escudos, mas estava obvio que a seta atravessaria o escudo de bronze como se fosse feito de manteiga. Brialla apanhou rapidamente uma flecha e atirou na mão do elfo, que interrompeu o feitiço agarrando a mão machucada. A luta parecia estar a favor dos recrutas quando ouviram Antony gritar.

–Atrás de nós!

Do outro lado do cânion haviam dois elfos arqueiros, eles atiraram antes que Aragornn e Brialla pudessem virar, uma flecha acertou Aragornn no braço, felizmente a malha de ferro fez com que o ferimento fosse apenas superficial, já Brialla foi atingida profundamente na parte de trás da coxa. Aragornn se viu em um dilema e lembrou da situação em Guilnéas, desta vez, de um lado haviam elfos sangrentos com arcos prestes a atirar na elfa da noite caída aos seus pés e por um fim a vida dela. Do outro, o elfo mago preparava uma seta de gelo para atirar em Rhona e seus companheiros, mais uma vez teve que fazer uma escolha difícil.

Aragornn atirou-se sobre a arqueira caída protegendo a parte superior do corpo dos dois com o escudo e protegendo as pernas dela com as próprias. Ouviu baques de flechas em seu escudo, mas os cânion era estreito demais para os atiradores procurarem uma posição melhor para atirar no paladino. Rhona vendo que o mago preparava uma seta de gelo arremessou o escudo redondo que carregava, atingindo o tórax do mago fazendo ele se desequilibrar, em seguida disparou com a lança apontada para a frente e empalou o mago em sua corrida desabalada.

–Flanqueiem eles! –Gritou Aragornn vendo que seu escudo já não agüentaria mais projeteis.

Dean correu em direção a um dos atiradores e o atropelou com o escudo, fazendo com que largasse o arco e caísse atordoado. Abner e Mary correram em ziguezague até o segundo atirador que errou dois tiros até ter seu abdômen perfurado por uma das laminas de Mary.

Antony e Bryan viram que seu líder precisava de amparo, correram para ajudá-lo formando uma defesa em volta dele e da elfa caída em seus braços com os escudos.

Assim que a batalha terminou Aragornn soltou seu escudo, apanhou a arqueira em seus braços e se levantou.

–Bryan, recolha minhas armas, não devemos ficar nem mais um segundo neste cânion maldito, já perdemos duas pessoas nesse lugar maldito. –Gritou o paladino para que todos se reagrupassem e saíssem do cânion o mais rápido possível. Brialla estava em seus braços rangendo os dentes de dor, já havia arrancado a flecha, mas o ferimento ainda sangrava.

–O que fazemos com esse palhaço aqui amigo. –Disse Rhona trazendo o jovem elfo de sangue desarmado e puxado pela gola, havia uma expressão de terror no rosto do elfo.

–Leve ele conosco por enquanto, depois decidimos o que fazer com ele, temos que ir. –Disse o paladino. Aragornn colocou a arqueira no chão e usou a braçadeira vermelha que usava para estancar o sangramento. –Você vai viver garota, agüente firme!

A elfa gemia de dor, suas reclamações e gemidos eram poucos, sinal de que ela enfrentava o ferimento com bravura, Rhona sentiu uma pontada de ciúmes ao ver o paladino carregando a elfa em seus braços, ´´ ele mal pode ver uma donzela ferida que já fica todo cuidadoso ´´ pensou a guilneana.

O grupo andou para fora do cânion e foi parar novamente na floresta, podiam ver ao fundo o tal lago que tinham ouvido falar.

Mais ao lado havia uma espécie de fenda, já estava anoitecendo, a melhor chance seria passar a noite ali.

Caterina estava, na taverna tentando tomar animo para sair, na noite passada havia ganhado dinheiro com o bardo, mas estava longe poder ser como ele, ela tocava bem, mas não tinha criatividade suficiente para compor musicas.

Seus pensamentos foram interrompidos quando a porta se abriu, ela viu Barbaren entrar acompanhado de um homem gordo e bigodudo e dois guarda-costas. Era o comerciante a quem seu pai havia lhe prometido.

–Ali está ela patrão, como prometido. –Disse o anão apontando para a garota.

–Obrigado, aqui está o resto do seu pagamento. –Disse o homem lhe entregando um saco de moedas. –Venha comigo minha prometida, vou levá-la para casa.

–Minha família está morta, eu não sou mais obrigada a casar com você. –Disse ladina olhando em volta procurando uma saída. O homem passou de um sorriso para uma cara aborrecida.

–Você vem comigo querendo ou não, Barbaren pegue ela! –Após dizer as ultimas palavras Caterina saiu correndo em disparada para o andar superior e ouviu o rifle do anão disparar e acertar sua perna de raspão, a ladina subiu as escadarias da taverna e saltou pela janela. Tarde demais ela percebeu que os guarda-costas do comerciante estavam a sua espera. Ela estava sem saída, os guarda-costas vinham seguidos atrás pelo anão e o mercador.

–Venha comigo antes que eu tenha que fazer uma desgraça. –Disse o homem sorrindo.

O homem bigodudo arregalou os olhos e foi visto uma lamina abrir seu peito e depois o gordo homem caiu no chão fazendo com que todos olhassem em sua direção. Atrás dele, havia um homem usando uma armadura negra com detalhes dourados, de um aço fino e ornado, as luvas tinham garras, usava uma mascara que lembrava um lobo, uma energia verde saia dos olhos de seu capacete, ele era alto e carregava uma grande foice que embora parecesse pesada ele segurava como se fosse um brinquedo.

O anão olhou para a figura que agora estava atrás dele apavorado, tentou virar e atirar, mas o guerreiro misterioso cortou seu rifle com um golpe na vertical. O anão olhou horrorizado ao ver metade do cano de sua arma ser cortado como se fosse papel.

–Fuja anão. –Disse uma voz grave vindo de dentro da armadura.

O anão não pensou duas vezes na oportunidade e disparou pelas ruas da cidade. Um dos guarda-costas se juntou a ele e correu, o outro vendo seu senhor morto colocou o escudo na frente de seu peito, e correu para combater a figura inabalável. O guerreiro misterioso girou a foice com as duas mãos e acertou um golpe de lado que atravessou o escudo e perfurou as costelas do guarda-costas, o homem gritou de agonia, mas o ser misterioso apenas o empurrou para fora de sua lamina e andou até a ladina.

–Eu salvei tua vida, te fiz um favor, agora quero que me ajude em minha caçada, estive te observando Caterina. –Disse o homem parado diante dela segurando a enorme foice. –Eu sou Beowulf.

Caterina sentia certo medo e estranha admiração por aquele ser, mas a pergunta era o que ele poderia querer dela.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.