Brynden acompanhou a sobrinha-neta e via na face de Mynisa que era tarde demais para consertar qualquer coisa entre ela e Lysa.

Sua comitiva de soldados do Norte, das Terras Fluviais e até mesmo uma curandeira volantena também tinha a sensação de que iriam ver uma treta das grandes.

Sua sobrinha estúpida antagonizou continuamente a filha e agora Mynisa não tinha nenhum amor ou lealdade para a mãe.

Ele via na expressão decidida de Mynisa que Lysa estava perdida.

Ela parou em frente ao portão do castelo.

—Eu ordeno que abra e me leve até meu irmão.

—Minha senhora, eu...

—Você está se negando a ouvir minhas ordens?

—É que a Lady Lysa...

—Com licença... Olhe para mim. Quem eu sou?

—Lady Mynisa.

—Diga meu nome. Completo. -ela fala, friamente.

O homem gaguejou.

—Eu não ouvi direito. Diga. Meu. Nome.

—Mynisa Arryn.

—Ótimo. Mynisa Arryn filha de quem?

—Do nosso senhor.

—Ótimo. Portanto a filha de Jon Arryn está te ordenando. Você vai obedecer. Agora.

O olhar de Mynisa o fez encolher e obedecer prontamente.

Brynden estava satisfeito. Mynisa tinha a postura de uma rainha.

A medida que eles iam até Lysa e Robin em silêncio, a situação parecia mãos tensa.

Brynden não sabia como iria terminar.

Mas sabia que não iria terminar bem para a sobrinha.

Céus! Como Lysa chegou nesse ponto?

—Pronto. -diz Mya Stone, levando as mulas embora.

Mynisa entrou no castelo e todos desviavam do seu caminho, sentindo sua fúria silenciosa.

Lysa e Robin apareceram, chocados ao ver todos eles.

—O que vocês estão fazendo aqui. Quem te deu permissão?

—Eu me dei. -fala Mynisa, em desafio.

Ela se vira para Yohn Royce.

—Prepare os cavaleiros do Vale. Ordeno que se preparem para sair amanhã. Espero que o exército esteja em boa forma.

—Ei! Eu não permito! -grita Robin.

—Imediatamente, senhora.

Lysa e Robin ficam consternados.

—Royce, eu proíbo isso!

—E ela ordena. Eu tenho que obedecer, Lady Lysa.

Robin vai até Mynisa furioso e tenta acertar um soco nela.

Mynisa simplesmente o afasta o segurando pela cabeça enquanto seus braços não a alcançam.

—Eu sou o Lord do Vale! Eu! Você não manda aqui!

Mynisa se irritou e deu um tapa tão forte na cara de Robin que ele caiu no chão.

—Lord Yohn, esse moleque vai ficar trancado no quarto dele até eu mandar.

Os soldados levantam Robin e o levam.

—Parem! Vocês não podem! -grita Lysa.

Mynisa vai até a mulher mais velha e é a vez de Lysa levar um forte tapa no rosto que a joga longe.

—CALA A BOCA SUA TRUTA ESTRAGADA! VOCÊ NÃO MANDA AQUI! EU MANDO!

—EU SOU A ESPOSA DE JON ARRYN!

—E EU SOU A FILHA DE JON ARRYN!

Os guardas seguram Lysa.

—Você se esqueceu, mãe? Robin é menor de idade. Você só exerceria poder sobre ele e sobre o Vale se eu permitisse. Eu sou a irmã mais velha dele, uma Arryn de sangue legítimo. Você é a viúva, mas o poder legal é meu como sua parente Arryn mais velha. Você só teria poder se eu não existisse.

Lysa fica pálida.

—Você tentou nos abandonar a própria sorte. Sua própria família! Portanto eu te abandono também. Quando a guerra acabar, você estará expulsa do Vale e nunca mais poderá pisar nessas terras. Você transformou meu irmão em uma piada! Em todo lugar as pessoas riem dele, o acham até retardado chupando seus peitos nessa idade! Eu não sei se você será aceita em Correrio. Tio Edmure não está muito disposto a pensar em você fraternalmente e os nobres das Terras Fluviais não tem muita simpatia pela filha de seu senhor que deu às costas a família e a honra. Não sei para onde você vai. Mas aqui você não fica. Levem-na!

Mynisa não queria ouvir nada do que Lysa tinha a dizer. Suas ações foram o suficiente.

—Vossa Graça. -fala um nortenho, preocupado.

—Desembucha.

—Seu irmão. Está muito nervoso e tendo convulsões.

Mynisa correu até o quarto de Robin, desesperada.

—Robin! O que está acontecendo?

—Ele tomou o remédio? Ele fica assim quando não toma.

Alguém puxou um frasco de uma gaveta.

O cheiro impregnou o quarto.

—Oh! Por Triana!

Talisa Maegyr arrancou o frasco da mão de Mynisa e o cheirou.

—Isso é veneno! -ela proclama.

Mynisa arregala os olhos. Ela olha para o irmão se debatendo no chão.

—Veneno?

—Um veneno cruel, rainha Mynisa. Esse veneno mata os nervos. Dado em doses diluídas ele faz com que as pessoas tenham convulsões, comportamento volátil, dificuldades de concentração e pensamentos críticos, humores raivosos e desenvolvimento mental atrasado.

Lord Royce arregala os olhos, e tampa a boca para não deixar escapar um grito de horror.

—Ela dá isso a ele a anos!

Talisa o olha temerosa, deixando um esgar horrorizado escapar.

—Eu sinto muito. Dado por anos... Os nervos dele estão em processo de deterioração rápida. Lord Royce, ele está piorando?

Ele responde fazendo um sinal afirmativo na cabeça.

—Minha rainha... Você vai precisar ser forte... Seu irmão... Isso foi dado a ele por anos... Ele... Não acho que ele tenha muito tempo. Os nervos dele vão parar. Ele vai... Vai morrer de forma bem lenta.

Mynisa mal sente as lágrimas correrem pelo rosto.

Ela olha Robin se debatendo.

—Minha mãe... Minha mãe envenenou meu irmão? Minha mãe está matando meu irmão?

Brynden a puxa e a abraça, enquanto Robin é colocado na cama, ainda com fortes convulsões.

—Lysa, o que você fez?