Filho Da Guerra: Um caso De Andrey Z.
Capítulo 7 : Os segredos de uma vida.
As 12h00min chegaram à mansão Sunderland Dr. Donaldson, Andrey e o soldado e logo se encaminharam para a cozinha para falar com Patrícia Kilsko.
-- Desculpe chegar a essa hora Sra. Kilsko, mas precisamos esclarecer algumas coisas – Disse o médico.
-- Não há problema algum doutor, os senhores são bem vindos a qualquer hora – Respondeu Patrícia enxugando as mãos.
-- Primeiramente ficamos sabendo que o Conde tinha inúmeros problemas de saúde, a senhora confirma isso?
-- Oh sim é claro, por fora parecia bem, mas por dentro estava aos cacos.
-- Muito bem. A senhora notou que nesses últimos dias ele estava um pouco mal de saúde?
-- Sim, sim. Acho que estava com alguma virose, porque tinha dores de cabeça e náuseas. Isso era normal na idade dele, falo espelhando em mim mesma.
-- Fiquei sabendo que ele vivia a base de remédios, quem os levava para ele? – Perguntou Andrey.
-- Era Maria, ela comprava diretamente das mãos do Doutor Lidway e seguia a risca todos os horários ordenados pelo doutor.
-- Maria se encontra?
-- Não, hoje é o dia de folga dela, acho que foi visitar algum amigo aqui em Londres mesmo.
-- Tudo bem será que podemos ir até o quarto do Conde?
-- Mas é claro, só um momento para eu pegar a chave.
-- O Conde tinha filhos Sra. Kilsko?
-- Não que ele saiba – Respondeu Patrícia duramente, numa frieza atípica de sua natureza.
Entraram no quarto e viram um típico aposento inglês, com uma cama ao centro, uma poltrona de aproximadamente 200 anos, um tapete persa, alguns livros na prateleira, um guarda-roupa de madeira nobre e umas esculturas de ouro em cima da escrivaninha.
-- Desculpe Sra. Kilsko, mas se este é o quarto do Conde, aquele onde o corpo estava era?
-- Era o quarto das visitas honrosas. Ali dormiam os Presidentes, Chefes de Estado, Primeiros Ministros e todas as visitas ilustres que vinham à Inglaterra.
-- Tem uma ideia do que ele estava fazendo lá na noite do crime?
-- Não tenho ideia alguma, pode ser para qualquer fim.
-- Hum, interessante. O Conde não tinha nenhum parente vivo?Primos, irmãos, tias, nada?
-- Olhe Andrey que eu saiba não.
-- Nem ex-mulheres?
-- Poucas mulheres suportariam o que eu suportei.
-- Desculpe, mas o que a senhora suportou? Afinal você era apenas a cozinheira não era Sra. Kilsko?
-- Claro, claro, o que mais seria? Digo assim porque a muito trabalho para o finado e confesso não era fácil conviver com o homem.
-- A senhora nunca se casou ou teve filhos?
-- Prefiro não comentar sobre minha vida pessoal meu jovem, afinal não sou suspeita, sou?
-- Prefiro não comentar sobre suspeitos.
-- Perfeitamente, eu falo demais, perdão.
-- Por enquanto é só, mas quando ver Maria novamente pode me informar?Pois preciso falar com ela, coisas de rotina, tudo bem?
-- Claro, imediatamente o informarei. Agora os senhores não querem ficar para o almoço?
-- Obrigado, mas ficará para uma próxima, ah propósito eu notei que vocês têm um belo jardim, o jardineiro se encontra?Gostaria de pedir umas dicas sobre adubos, é que na minha casa algumas espécies de flores estão morrendo e não queria perdê-las.
-- Oh sim meu jovem, isso era uma exigência do Conde, ter um jardim impecável era a alma da mansão, uma das poucas coisas alegres que tínhamos por aqui. O jardineiro fica em uma casinha nos fundos, é só seguir reto nessa direção e o achará – Disse Patrícia apontando o caminho.
-- Muito obrigado Senhora Kilsko. Doutor Donaldson você e o soldado podem ir buscar o carro, eu não me demoro.
-- Tudo bem Andrey, vamos soldado – Respondeu Donaldson saindo logo em seguida com o soldado ao seu lado.
Após 5 minutos Andrey foi para frente da mansão e encontrando-se com Donaldson e o soldado que já o aguardava dentro do veículo seguiu rumo à mansão do Capitão Petrovisk. Após o almoço Andrey tomou um táxi para a embaixada Sueca.
-- Boa tarde senhor, você poderia me fornecer algumas informações sobre uma senhora? Sou detetive auxiliar da Scotland Yard e essas informações poderão resolver um caso – Disse Andrey ao atendente que o fitava atrás de um balcão.
-- Claro que sim, pode perguntar.
-- Gostaria de informações sobre uma senhora Sueca que veio para Londres em 1914, chama-se Patrícia Kilsko.
-- Só um momento que verificarei os arquivos.
Depois de longos 15 minutos de espera o homem voltou com alguns papéis nas mãos.
-- Olhe meu jovem, essa mulher nem sempre foi ela mesma.
-- Como? O senhor só pode estar brincando comigo.
-- Deixe-me explicar. Quando ela chegou se chamava Carlota Annemberg e em 1919 mudou seu nome para patrícia Kilsko.
-- Muito interessante, é só isso ou tem mais?
-- Quando veio também trouxe em seus braços um filho de quatro anos de idade.
-- Incrível! O senhor tem o nome dele ai na lista?
-- Deixe me dar uma olhada... Vamos ver... Achei!Alex Annemberg.
-- Sem sobrenome do pai?
-- Só consta o da mãe.
-- Perfeitamente, o senhor muito me ajudou – Disse Andrey apertando a mão do homem com muita vontade.
Saiu à calçada e acenou para um táxi que passava em baixa velocidade e indicou a embaixada Americana. Ao chegar lá esperou por insuportáveis 40 minutos, até ser atendido.
-- Ah como odeio esses Americanos, sempre tão egocêntricos e se achando melhor que todo o resto do mundo... – Pensava em voz alta Andrey.
-- Senhor em que posso ajuda-lo? Senhor, senhor!—Gritava um homem uniformizado sentado atrás de uma mesa.
-- Oh! É comigo? Perdão pensava em outras coisas, acabei me distraindo – Disse Andrey envergonhado.
-- O que deseja senhor?
-- Sou da polícia, estou em um grande caso e preciso de algumas informações. Pode começar por me dizer um pouco sobre Charles Cartwhite, imigrante Americano que veio para cá em 1929, acho que isso ajuda – Disse Andrey com as mãos sobre a mesa.
-- Já deu para ver que conhece mesmo o homem, só um momento que verei isto para você. Deixe-me ver... Carla, Carlos, Celine, Charles... É esse mesmo, Cartwhite Charles. Chegou aqui em 1929, veio de Chicago, mas é Sueco de Estocolmo.
-- Sueco?!Está bem, obrigado. Sabe-me dizer onde fica a embaixada Sul-Americana?
-- Sim, fica aqui mesmo no quarteirão de baixo, na Harsbor Setlivian, 848.
-- Tenha um bom dia e mantenha sigilo sobre o que comentamos, tudo bem? –Disse Andrey sorrindo a abrindo a porta que dava para a rua.
Como o próximo destino era a apenas uma quadra de onde estava foi caminhando até dar de frente com um a embaixada procurada.
-- ¿ Buenos dias señor, puedo ajudar-te? – Perguntou em bom espanhol uma simpática moça loira que mascava chiclete.
-- Pelo jeito, você deve falar minha língua. Então me diga em um bom inglês se nos seus registros de 1927 tem alguma coisa sobre Maria Sanchez.
-- Sim falo inglês e só um minuto que verei. A propósito quem é o senhor? – Respondeu à moça a mesma altura da pergunta.
-- Sou detetive e suas informações poderão ajudar a resolver um crime.
-- Sim senhor, é pra já. Maria Sanchez? Sim, veio da Argentina em 1927, nos últimos registros mencionava que trabalhava para o Conde Sunderland... – Parou de falar ao ser interrompida por Andrey.
-- Pode me dizer que ligação ela tem com a Suécia?
-- Já que comentou, os pais dela são Suecos.
-- Obrigado. A senhorita me ajudou muito – Disse Andrey indo embora.
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