Como é bom respirar novos ares, fugir da guerra e da destruição, daquilo que chamam de “pacificação do mundo”. Ah os homens sempre pela paz através da guerra, controverso, mas correto - Pensava o jovem que descia do Expresso Moscou-Londres.

– Ora!Ora!Se não é o filho do general Zyrmytrov! - Disse um homem de baixa estatura, meio curvo e com sérios problemas de calvície

– Sim é você, Andrey Zyrmytrov Defhargié - Continuou.

– Sempre formal Capitão Petrovisk; ao longo de toda a vida ouvi belas histórias sobre o senhor, é um prazer poder te conhecer – Disse o agora sorridente rapaz reconhecendo o veterano a sua frente.

– O que é isso, só uns títulos aqui e meia dúzia de medalhas ali. Olhando por esse ponto realmente fui um grande militar, falo isso com propriedade, não preciso ser modesto.

– Concordo, um homem deve mostrar o que conquistou, mesmo que seja pouco.

– Mas paremos com esse papo, assim como recomendou seu pai acharei um bom lugar para ficar em quanto à guerra não acaba.

– Nem me fale em guerra, o avanço dos Nazistas me preocupa, papai está em Moscou, mas logo partirá para a Sibéria pra comandar um batalhão especial do Exército Vermelho que está findando um treinamento, como o senhor bem sabe são coisas de guerra, simplesmente coisas da maldita guerra.

– Por falar em família como vai sua mãe? Na carta de seu pai não havia nada sobre ela.

– Que Deus a tenha em bom lugar. Por sorte ela se foi antes de estourar a guerra. Melhor assim, não gostaria de vê-la sofrer por mais uma batalha sem fim – Disse Andrey com os olhos molhados de lágrimas.

– Meus pêsames, realmente é uma grande perda. Emylly era uma linda mulher, uma legitima francesa de alma russa – Proclamou o Capitão como se estivesse em um discurso.

– Capitão o carro chegou, podemos ir – Disse um soldado que acabara de chegar correndo.

– Sim John, obrigado. Enfim poderá descansar jovem Andrey, vamos?

– É tudo que eu mais quero depois dessa longa viagem Capitão, vamos, por favor.