Enquanto isso, eu esperava papai e tia regina voltarem, meu passeio pelo reino não saia de minha cabeça e a demora deles não diminuía a minha inquietação, Miguel tentava me acalmar…

Charlotte andava de um lado para o outro em seu quarto sendo observada pelos olhos de Miguel, Dinah e Amélia.

— Charlotte, vai ficar tudo bem, o capitão e a Regina irão chegar logo. – Miguel se fez ouvir.

— Sim, claro que vão. – Charlotte replicou. – Eu só não aguento a demora…, afinal por que raios eles estão demorando tanto? Eles nunca demoram nas visitas à mamãe.

— Eles devem ter um motivo. – Miguel disse tentando esconder sua apreensão, não querendo influenciar mais ansiedade em Charlotte.

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Na floresta do reino dos cisnes…

Rumpelstiltskin solta uma risada, olhando em diversão e deboche para cada um deles.

— Eu não consigo acreditar que vocês realmente voltaram! – Rumple falou com uma animação evidente em seu tom.

— O que quer dizer com isso? – Killian questiona.

— Se você está aqui, então quer dizer… – Rumple lança um sorriso malvado para eles e completa. – Que a prole de vocês também está.

Killian fica sem reação.

— Vocês podem tentar e tentar, mas sempre acabam voltando para mim. – Rumple declarou com triunfo. – Cedo ou tarde.

Ele solta uma risadinha.

— Eu vou encontra-la capitão e a minha maldição irá se cumprir e você e nenhum outro encantado irá me impedir. – Rumple o provoca. – É só uma questão de tempo.

— Ora, seu… – Killian esbraveja e avança para ele com a espada em mãos, porém com um movimento de mão de Rumple, Killian voa longe.

— Vejo vocês no próximo aniversário da princesa. – Rumple se despede e com uma última risada ele some em uma nuvem cor de vinho.

— Você está bem, capitão? – Regina checa sem expor uma reação, Killian grunhe antes de responder.

— Estou.

— Ótimo. – Regina vira para o cisne Emma. – Emma, nos vemos amanhã.

E com um floreio das mãos, ela, Killian e Azul desaparecem em uma nuvem roxa.

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Na Jolly…

Charlotte ouve batidas na porta e deu permissão para a pessoa entrar.

— Lottie seu pai e Regina chegaram, eles querem que você vá encontra-los na cabine dele. – Smee a avisa, e mesmo estranhando, Charlotte concorda com um aceno de cabeça e Miguel se levanta junto com ela para irem até a sala de Killian, Smee porém segura o braço do garoto.

— Sinto muito, mas dessa vez apenas Charlotte. – Smee explica. Estranhei ainda mais aquilo…, o que será que ele queria falar comigo sem Miguel presente? Miguel olha para mim e dá de ombros.

— Ela vai me contar tudo depois mesmo. – Miguel resmunga voltando para o lado de Amelia que escondeu um riso.

— Ele tem razão. – Charlotte concorda antes de sair e se dirigir a sala ao lado de seu quarto. Ela bate na porta e escuta seu pai permitindo que ela entrasse. Ao entrar, ela vê seu pai e Regina ao lado de… uma fada?

Charlotte não tinha experiencia boa com fadas.

— O que essa coisa com asas está fazendo aqui?

A fada azul a olha estranho e Regina solta uma gargalhada com a fala da menina.

— Ela veio nos ajudar, querida. – Killian a responde com seriedade.

— Ajudar? Como podem confiar nela? – Charlotte se opõe. – Vocês demoraram tanto para isso?

— Você parece muito com a sua mãe, mas claramente tem as atitudes de um pirata mal educado igual seu pai. – Azul se pronuncia.

— Você conhece minha mãe? – Charlotte a questiona ainda com o pé atrás.

— Sim, eu…

— Lottie, essa é a fada azul. Azul, essa é Charlotte Jones. – Regina as apresenta escondendo um sorriso.

— Minha filha…, – Killian se aproxima da filha e coloca as mãos em seus ombros. - Minha pequena pirata, nós temos que te contar o que descobrimos sobre a maldição que você divide com a sua mãe.

A partir dali Charlotte começa a prestar atenção, porque apesar da grande falta de confiança na fada não existia nada maior que a vontade de descobrir tudo que podia sobre essa droga de maldição para finalmente poder realmente conhecer e conviver com sua mãe… e não era sempre que seu pai se mostrava disposto a lhe contar algo.

Killian e Regina contam como quebrariam a maldição e o porquê que haviam trazido azul para ajuda-los, eles excluem apenas que haviam se encontrado com Rumple. Azul notou aquilo, mas não seria ela a contar para a menina.

No fim, Charlotte ficou nervosa, amor verdadeiro? Era daquele jeito que tudo se encerraria? Charlotte corou de vergonha e Regina ri com aquilo.

— Ora, vejam só! A pirata mais determinada de Jolly Roger corando de vergonha. – Ela comenta se divertindo.

— Ora me deixe em paz, Regina. – Charlotte retruca. – E como vocês vão fazer isso? Descobrir meu amor verdadeiro?

Fada azul se aproxima dela e toca seu ombro.

— É muito simples querida, nós apenas… – Ela mesma se interrompe, e olha confusa e curiosa para Charlotte.

— O que foi? – Charlotte não estava gostando daquele olhar.

— Você é uma multiamor. – Azul responde olhando ainda mais curiosa para Charlotte.

— Eu sou o que? – Charlotte diz confusa.

— Ela é o que? – Regina e Killian também perguntam em uníssono.

— Algumas pessoas vivem mais de uma vez…, outras vidas, outras épocas, outros mundos, as vezes acontece delas serem multiamor. – Azul tenta explicar.

— O que diabos é multiamor? – Killian pergunta ainda sem entender.

— Por vida, Charlotte teve um amor verdadeiro, nessa pode ser uma nova pessoa, ou a mesma de outra vida. – Azul tenta explicar.

Charlotte olhou incrédula para ela.

— Você está querendo me dizer que eu vivi várias vezes? – Charlotte questiona. – E tive vários amores verdadeiros? Como isso é possível?

— Não existe explicação, é uma coisa da vida. – Azul responde dando de ombros.

— “Uma coisa da vida”, quando ela começar a fazer sentido me chamem. – Charlotte tenta sair e azul rapidamente coloca a mão na cabeça de Charlotte e ela para.

— O que fez com ela? – Killian indaga alarmado.

— Vai ser difícil encontrar o verdadeiro amor da vida dela nessa vida, principalmente se ela ainda não o conhece, mas vamos dar um jeito. – Azul não o responde diretamente.

Ela faz um movimento com a mão e eles já não estavam mais na Jolly Roger.

— Onde estamos? – Regina pergunta olhando ao redor, estavam no que parecia uma clareira, estava de dia, o que também lhes informava que não estavam no reino dos cisnes.

— Nas lembranças antigas da primeira vida de Charlotte. - Azul responde.

— Onde está a minha filha? O que fez com ela? – Killian depois de olhar ao redor e perceber que a menina não estava ali.

— Não se preocupe, ela ainda está na Jolly Roger inconsciente, estamos na mente dela, nas lembranças mais profundas. – Azul explica mais afundo. – Vamos, me sigam, nós temos que achar ela.

Ela começa a caminhar por uma trilha e ainda desconfiados Killian e Regina a seguem, eles caminham durante um tempo até que avistam uma casa no meio daquela floresta.

Era simples e muito bonita, flores davam um ar de encanto e conforto para o lugar, a porta da frente se abriu e uma garotinha loira sai de dentro da casa, ela segurava uma boneca e havia sentado em frente à casa e começou a brincar com ela. Eles analisam a garotinha e Killian não demora para reconhece-la.

— Aquela é…? – Regina indaga.

— Charlotte. – Killian conclui.