Fighting for Love

O início da jornada


Os primeiros raios de sol invadiam a pequena casa improvisada de madeira, acertando em cheio o rosto do garoto que dormia perto a janela. Seus olhos abriram lentamente incomodados com a luz do sol, escondendo as suas pintas que possuía acima do olho. Jaebum mal dormirá naquela noite, estava ansioso e preocupado demais, todo aquele misto de sentimentos estava o deixando confuso. Passou a mão no rosto numa tentativa de espantar o sono e o cansaço, sentou em sua rede improvisada e notou que Pepi e Jae dormiam serenamente.

— não posso colocar vocês em perigo – falou baixinho para si mesmo. O maior medo de JB não era ser morto pelos guardas, era que esse destino acontecesse para um de seus amigos, os quais considerava irmãos. Os três cresceram juntos como irmãos de verdade, descobriram tudo juntos, aprenderam as coisas juntos. JB como mais velho sempre colocava Pepi e Jae na linha. Jae ... no fundo JB sabia que Pepi sabia se cuidar, mas Jae ainda é um crianção, sempre dependeu deles e JB não suportaria que nada acontecesse ao loiro.

Era isso, sua decisão estava tomada, ele partiria agora, deixaria seus amigos para trás para a segurança deles, por mais que isto lhe partisse o coração. Após encontrar seu pai, ele voltaria e levaria Pepi e Jae para a cidade. Certo do que estava fazendo, JB levanta de sua rede e pega a pequena bolsa de pano que organizou na noite passada, colocando em suas costas e sai da casinha de madeira se esforçando para não chorar e nem olhar para trás.

O sol ainda nascia por trás das montanhas e a aldeia estava calma, todos dormiam em suas casas, nem notariam sua saída.

— Aonde vai tão cedo, Jaebum? – Exceto por aquele velho. JB esqueceu que Byun também acordava com as galinhas, na verdade ele nem sabia se o senhor de cabelos grisalhos dormia, nunca o virá dormir em 13 anos.

Passado o susto, JB se vira e encara o velho Byun encostado em uma arvore próximo a ele. O velho estava com seus cabelos grisalhos como sempre bagunçados e seu bigode fino estava tão grande que fazia uma onda ao lado da boca. O que diria ao seu pai de criação? O melhor caminho seria contar a verdade de forma bem direta.

— estou pronto, Aboji – O garoto fala segurando firme o colar em seu pescoço e fechando os olhos, pois não teve coragem de encarar o mais velho – Eu sou muito grato por tudo que fez por mim, pelo Pepi e o Jae, mas eu preciso ir agora, encontrar minha família e entender meu passado, sei que posso conseguir. Por favor, cuide dos meus irmãos.

O velho Byun sabia que esse dia chegaria, nunca falou com Jaebum sobre isso, mas sabia que o garoto não tinha esquecido o dia que a mãe o deixou na aldeia. Por esta razão treinou JB para lutar, para ser forte e sabia que ele estava pronto. Byun estava orgulhoso do homem que Jaebum havia se tornado, estava feliz e tranquilo porque sabia que o garoto conseguiria, cumpriria sua missão e seu destino.

O velho Byun sabia quem era o pai de Jaebum, mas não contaria ao garoto. Este ela seu destino, ele deveria descobrir sozinho. Então sem nada dizer, o velho Byun foi até o mais novo e o abraçou, tão apertado que Jaebum ficou sem ar, porém retribuiu o abraço do mais velho, sentindo seu coração apertar.

— Eu sei que está pronto para isso, garoto! Tenho orgulho de você, do quanto ficou forte e nunca desistiu do seu destino. Tenha cuidado, não chame atenção e fique longe da Rainha viúva – ao dizer isso, o mais velho deu um ultimo aperto em JB e o soltou. Byun não pode negar que seu coração está triste, pois considerava o mais novo como seu filho.

Jaebum sorri com as palavras do pai e deixa uma lagrima rolar pelo seu rosto, com muito esforço se afasta de seu aboji e retorna ao seu caminho, o inicio da sua jornada em direção a sua família.

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2 horas depois

Pepi abre os olhos sonolentos devagar, sente todo seu corpo reclamar da forma desconfortável como dormia. Ao sentar naquela rede de palha improvisada, estica os braços se espreguiçando e sente todo seu corpo estralar. Olha em volta e percebe que Jae ainda dorme, sua franja loira cobre seus olhos e o mesmo roncava baixinho.

Ao olhar para rede de Jaebum toma um susto ao perceber a mesma vazia. Pepi rapidamente levanta e procura pelo amigo na pequena casa, onde ele poderia estar? Tinham combinado de partir no final da tarde.

— Jaebum? JAEBUM? – Pepi grita pelo amigo e não recebe nenhuma resposta. Estava ficando nervoso, Jaebum iria embora sem eles? Então percebe que as coisas de Jaebum tinham sumido. Sim, Jaebum iria embora sem eles....

— JAE, JAE, JAE.... ACORDA – Pepi tenta acordar o loiro. O garoto de cabelos lisos estava meio perdido com o que acabará de constatar, seu amigo tinha ido embora. Mas isso não ficaria assim, ele encontraria JB.

O loiro resmunga ao sentir seu corpo ser balançado com força e abre os olhos, tira sua franja dos mesmos e percebe Pepi correndo de um lado para o outro, jogando suas coisas dentro de uma mochila de pano.

— O que aconteceu, Pepi? – Jae, ainda meio perdido pelo sono, pergunta.

— Jaebum foi embora sem a gente.

— O QUE? COMO ELE PODE FAZER ISSO?

Então rapidamente o loiro acorda e levanta de sua rede, também pegando suas coisas e colocando a mochila de pano improvisada nas costas. Ele não tinha muitas coisas mesmo.

— Vamos, temos que alcançá-lo – Pepi fala e logo começa a correr em direção à floresta, estava determinado a achar o amigo.

— Mas não sabemos quando ele saiu, já deve está bem longe – Jae fala tentando acompanhar o amigo. Estava preocupado com o seu Hyung, Jaebum conseguia ser muito inconsequente e pensava muito com o coração.

No fundo, Pepi e Jae também tinham esperança de encontrar pistas de seus passados na cidade. Jaebum não era o único que possuía um passado misterioso, ambos possuíam muita curiosidade sobre seus pais, seus nomes e família. Porém, também não poderiam deixar o mais velho sozinho, era uma missão arriscada.

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O sol já tinha nascido por completo e estava forte e brilhante iluminando tudo do céu, Jaebum esperava que aquele sol iluminasse seu caminho até a cidade. Ele estava nervoso e com medo do que encontraria pela frente, medo de não voltar a ver seu aboji, Pepi e Jae, medo de não conseguir e falhar com a sua mãe.

JB caminhava lentamente pela estrada de areia, já estava caminhando a duas horas, estava cansado. Da sua “pedra do rei” a cidade não parecia tão longe. Ele queria poder voar como os pássaros, tudo seria mais fácil.

No meio do caminho encontrou uma macieira e rapidamente pegou algumas maças, colocou uma na boca e guardou as outras na bolsa, pelo menos tinha alimento agora, estava faminto, tinha saindo de casa sem comer. Continuou seu caminho devagar, observando tudo a sua volta, as arvores gigantes que pareciam chegar ao céu, as plantas rasteiras, as flores coloridas e alguns animais que andavam por ali.

— JAEBUM – JB se assusta ao ouvir seu nome e principalmente ao reconhecer as vozes que o chamaram então se vira rapidamente dando de cara com Pepi e Jae correndo em sua direção. Não acreditava no que estava vendo.

— O que fazem aqui? Como me alcançaram? – o mais velho pergunta ainda meio em choque.

— Seu idiota como pôde ir embora sem a gente? Somos um trio esqueceu? – Pepi começa a reclamar com o amigo, ele estava cansado e ofegante, pois não parou de correr o caminho inteiro para encontrar JB. Tomado pela raiva, Pepi pula em cima de Jaebum fazendo os dois caírem no chão, e começa a bater no mais velho.

Jae fica só observando a cena, estava muito cansado para fazer alguma coisa, nem se quer conseguia separar os amigos, ou melhor, impedir Pepi de matar Jaebum. Então uma cena tira completamente a atenção do loiro de seus amigos. Um rapaz, mais ou menos da mesma idade dele estava caminhando na direção deles, seu semblante estava calmo e despreocupado, o garoto possuía cabelos castanhos com uma franja caindo nos olhos e seu rosto, assim como os traços eram finos, ele não parecia ser coreano, e o principal detalhe, o que chama ainda mais atenção... o desconhecido estava sem roupas, completamente pelado e descalço.

— Pessoal.... Hyungs... – Jae chama seus amigos, ele ainda estava meio chocado.

Ao notar que os dois pararam de brigar e estavam olhando para ele, Jae apontou discretamente com a cabeça em direção ao moreno pelado desconhecido. Pepi e Jaebum, viraram o rosto na direção que Jae apontava e logo ficaram chocados com a cena, quem era aquele estranho?

— Bom dia, cavalheiros – o rapaz estranho cumprimenta os três garotos e dá um leve sorriso, fazendo uma pequena reverencia em forma de respeito. Em seguida segue seu caminho e se deita na sombra em baixo de uma arvore e coloca os braços atrás da cabeça, fechando os olhos em seguida, como se nada estivesse acontecendo.

Os três amigos ainda olhavam chocados para o moreno pelado que agora dormia em baixo da arvore. Porém, Pepi logo recupera o foco e dá mais uma tapa forte no braço de Jaebum, se levantando em seguida.

— Pra que tanta Raiva, Pepi? Eu só não queria colocar vocês em perigo! – Jaebum também levanta e solta um pequeno gemido pelas dores das tapas que o amigo lhe deu.

— Combinamos que faríamos isso juntos, Hyung! Nós somos grandinhos, sabemos nos cuidar – Jae fala, ele também estava com raiva do amigo.

— e você não é o único que possui um passado, Jaebum! Eu e o Jae também poderíamos descobrir algo na cidade – Pepi fala ainda irritado, massageando a mão que bateu em JB.

— Me Desculpe, eu estou tão focado em achar meu pai e minha irmã que estou disposto a assumir todos os ricos, e não queria que nada de ruim acontecesse com vocês dois, afinal subornar os guardas da rainha com ouro é um plano realmente perigoso – JB se desculpa, estava se sentindo mal por ter ido embora, ele não pensou que os amigos também queriam descobrir sobre seus passados.

Deitado em baixo da arvore, o moreno escutava toda conversa dos três amigos. Ele fingia está dormindo e sua mente pensava em varias possibilidades de se aproveitar daquelas informações. Ele precisava da ajuda daqueles três, eles pareciam ser corajosos e determinados. Como poderia se fazer útil? Útil ao ponto dos três protegerem ele? Então logo uma idéia lhe bateu em cheio. Ele podia não ser corajoso, mas era esperto e inteligente.

— Vocês querem entrar na cidade? – O estranho fala ainda de olhos fechados, atraindo a atenção dos três para si – Realmente, subornar os guardas da rainha não parece um plano muito bom, não vai dá certo.

- E o que você sugere? – Jaebum pergunta, ele é o primeiro se manifestar. Não acreditava que o estranho ouvirá toda a conversa.

— Posso fazer com que vocês entrem na cidade de forma segura, conheço uma forma e não tem guardas – o estranho volta a falar, abre os olhos e se senta encarando os três garotos parados em sua frente, estava contente por ter chamado a atenção para si.

— e o que você quer em troca? – Pepi pergunta com um sorriso debochado, obviamente aquele estranho não faria isso para apenas ajudar.

— Roupas e comida, apenas isso.

Os três amigos possuíam expressões desconfiadas no rosto, aquele estranho pelado surgiu do nada e agora estava oferecendo ajuda. Jae segura os braços de JB e Pepi e os puxa para longe, para poderem conversar sem que o moreno escutasse.

— como podemos confiar nele? – Jae pergunta sussurrando.

— não podemos, mas não temos escolha – JB responde, estava indeciso do que fazer, porém aquele desconhecido estava oferecendo algo mais seguro por tão pouco.

— e se ele só quiser pegar o ouro e sumir? – Pepi pergunta. Dos três ele parecia ser o mais desconfiado em relação ao moreno pelado.

— ele não pediu pelo ouro, pediu por roupas e comida, acho que se a intenção dele fosse o ouro, ele teria pedido – Jaebum responde, estava decidido a dá confiança ao moreno, pois era a opção mais segura no momento.

— então acho melhor aceitarmos – Jae fala por ultimo e encara o moreno desconhecido que estava encostado na arvore olhando as nuvens no céu.

Os três já decididos voltam a ficar em frente ao moreno que tinha se levantado ao ver o trio voltando. Estava ansioso, será que tinham decido aceitar?

— Tudo bem, aceitamos. Mas se você fizer algo suspeito eu acabo com você – Pepi fala sério e ameaçador.

— Calma amigo, só quero ajudar, conheço bem a cidade – moreno responde sorrindo aliviado, agora poderia voltar a cidade e pegar o que era seu, com a proteção dos três.

— Jae, dá sua calça extra pra ele – Jaebum fala, incomodado com a nudez do moreno em sua frente.

— Por que eu? – Jae pergunta contrariado.

— Porque a sua é a única que cabe nele – Pepi responde, encarando o estranho, notando que o mesmo era mais baixo que ele e seus amigos.

Contrariado o loiro tira sua calça, que estava mais para um pano rasgado, da bolsa e estende para o estranho. O moreno pega a peça rasgada e faz uma careta com o estado da roupa, mas veste, afinal não tinha muitas opções. A peça ficou meio grande, mas deu para ficar mais confortável.

— Vocês pretendem entrar na cidade vestidos assim? – o moreno fala apontando para si mesmo e depois para os outros – Vai chamar muita atenção e logo seriam descobertos, precisamos de roupas mais adequadas, os moradores da cidade se vestem de forma mais chique e extravagante.

— E como podemos conseguir essas roupas? – Jaebum pergunta olhando para suas vestes rasgadas.

— Eu conheço o lugar perfeito – o moreno responde com um sorriso no rosto.

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O Sol estava mais fraco no céu, já devia está no meio da tarde. Os animais mais menores e indefesos já estava se recolhendo em suas tocas e em cima das arvores. Os quatros rapazes andavam no meio das arvores em silencio.

Pepi encarava o moreno desconhecido, prestando atenção em todas as suas ações, ainda estava muito desconfiado. Jaebum e Jae pareciam mais tranqüilos na presença do estranho, mas também estavam preparados para qualquer ação inesperada.

— Você não disse seu nome – Jae resolve quebrar o silencio e fala chamando atenção do estranho.

— Verdade, acabei esquecendo. Meu nome é Jackson – o moreno responde encarando o loiro. Jackson estava curioso a respeito dele, nunca tinha encontrado ninguém com uma cor de cabelo tão estranha.

— Você não tem sobrenome, Jackson? – Pepi pergunta encarando o moreno mais baixo.

Jackson para do nada ao escutar a pergunta de Pepi, aquele conhecido sentimento de saudade e tristeza retorna dentro de si. Os três percebem que o moreno ficou para trás e param encarando o mais baixo.

— Não... Não tenho – Jackson responde a pergunta, meio perdido, mas logo volta ao normal e sorri – vamos, a aldeia e logo ali em frente.

Pepi acha estranha a reação de Jackson, mas nada fala e volta a caminhar atrás dos outros, porem não para de pensar no quanto esse moreno era estranho e misterioso, segredos demais é perigoso, algo que ele já não suportava mais em sua vida.

— Você não é coreano, né? De onde veio? Por que apareceu pelado? O que aconteceu? – Jae sempre curioso, voltou a perguntar.

— Eu não sou coreano, sou chinês.... e são muitas perguntas garoto do cabelo estranho – Jackson responde de forme simples e direta, não queria revelar para eles o que havia acontecido e o vicio que possuía, poderia ser deixado para trás - E por que vocês querem ir para a cidade? – Jackson volta a quebrar o silencio, e sorri ao ver a entrada da aldeia.

Os três amigos se olharam meio duvidosos, seria a melhor idéia contar ao moreno? Ele já deve ter escutado de qualquer jeito, só deve está querendo saber mais. Jae não pode evitar ficar incomodado com o apelido dado por Jackson, sempre sofreu por causa da sua cor de cabelo diferente.

— Vou procurar meu pai e minha irmã, é uma longa historia, mas toda a pista que tenho é este colar – Jaebum responde, segurando o colar em seu pescoço.

Jackson encara o colar no pescoço do mais alto e uma sensação familiar lhe vem à mente, aquele colar não lhe era estranho, já o virá antes, mas nada fala para não criar falsas expectativas.

Ao entraram na aldeia, o trio fica maravilhado com o local, não se parecia em nada com o lugar que moravam. As casas eram organizadas e bem feitas, as ruas limpas, as pessoas bem vestidas. Existiam diversas barracas pelas ruas, com moradores vendendo suas mercadorias, tinham de tudo um pouco, roupas, pães, frutas, peixes. Se ali era assim, a cidade deveria ser outro mundo.

— Bem que a nossa aldeia poderia ser assim, por que aqui é tão rico se eles são excluídos da cidade também? – Jae pergunta curioso, olhando tudo a sua volta.

— Porque Byun nunca quis fazer um acordo com a rainha, aqui é assim porque eles recebem benefícios da cidade – Jaebum responde, prestando atenção em tudo e guardando cada detalhe daquele lugar.

O velho Byun nunca quis fazer acordos com a cidade, pois assim teria um dever para com a rainha, uma pessoa que ele realmente odiava. Queria manter seus meninos o mais longe possível dela.

Jackson leva o trio na barraca de um conhecido que vendia roupas e comida, logo o senhor de idade veste os quatro de maneira adequada. Jaebum aproveita para comprar comida e paga o morador com uma pedrinha de outro.

— Uaaau, olha essas roupas – Jae falou animado olhando para si mesmo, seu kimono verde com branco sem nenhum rasgão, estava perfeito.

Os outros riram com a reação do loiro, parecia que nunca virá uma roupa descente na vida, o que não era nenhuma mentira. A vida na aldeia foi boa, mas foi uma vida simples sem luxos. Jaebum usava um kimono vermelho, Pepi um azul e Jackson um preto.

— Vamos, temos um caminho longo até a cidade e o melhor será entrarmos à noite – Jackson falou chamando a atenção do trio. Ele estava ansioso para voltar à cidade e finalmente recuperar o que é seu.

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A noite chegará e o céu estava coberto de estrelas, a lua estava cheia iluminando o caminho. A floresta estava escura, um pouco assustadora. Os quatro rapazes seguiam em silencio, o único som que se escutava era o canto das corujas e alguns insetos na floresta. Jaebum, Pepi e Jae estavam nervosos, ansiosos e com medo. Jackson já sabia o que iria encontrar pela frente, mas percebia o nervosismo do trio.

— Chegamos – Jackson sussurra, quebrando o silencio e para em frente ao muro de pedra um pouco alto.

Os três amigos encaram o muro, procuram por soldados e nada encontram, Jackson estava falando a verdade afinal. Pepi estava mais aliviado, mas ainda não confiava no moreno. Jaebum rapidamente tira uma corda que por sorte lembrou-se de colocar na sacola e a joga, prendendo numa pedra em cima do muro, puxando em seguida para ver se ficou firme.

— Eu vou primeiro e puxo vocês – Jackson se manifesta, se for primeiro pode ser que ganhe a confiança mais fácil.

Os outros concordam balançando a cabeça e Jackson segura à corda, começa a escalar com um pouco de dificuldade, no fundo ele estava tremendo de medo de cair, infelizmente era covarde demais. Ao chegar em cima ele olha em volta a procura de algum guarda e por sorte não encontra nada, então faz sinal para o próximo subir.

Pepi resolve subir antes de Jae e Jaebum, pois não confiava no moreno e temia que fosse uma armadilha, então segura a corda e escala rapidamente, graças ao trabalho pesado na aldeia, tinha braços fortes. Ao chega em cima, Pepi se assusta com o que ver, não eram guardas, mas era uma cena assustadora.

Jaebum logo sobe também e faz sinal para Jae subir. Fica observando o loiro subir, por medo deste cair e estende o braço para ajudar o mesmo. Jae rapidamente agarra a mão do Hyung e passa com facilidade pelo muro. Jaebum ao se virar arregala os olhos e coloca rapidamente a mão na boca do loiro, conhecendo Jae, este seria capaz de gritar denunciando todo mundo.

Dito e feito, Jae ao ver a cena solta um grito abafado pela mão de JB. Existiam diversas espadas fincadas no chão com cabeças decapitadas enfiadas nelas. Era um cena terrível. Jae sentiu suas pernas tremerem, o povo daquela cidade era cruel, a rainha era cruel.

— bom, eu disse que era um local sem guardas, mas eu não disse que era uma visão agradável. A rainha gosta de contar vantagem e expõe os inimigos desta forma, também é uma forma de espantar os invasores, como nós – Jackson explica ao notar o olhar assustado dos três garotos.

— Essa mulher não bate bem da cabeça – Jae fala ainda assustado e esconde o rosto no pescoço de Jaebum, que abraça o amigo de forma protetora.

— Vamos, temos que nos esconder, os guardas costumam fazer rondas à noite, tenho um lugar para ficarmos em segurança. Descansamos hoje e amanhã começamos a procurar sua família, Jaebum – Jackson fala e começa a andar em direção a uma escada que dava para uma estrada cheia de ladrilhos.

Jaebum e Jae logo seguem o mais baixo sem pestanejar. Pepi não entedia como os amigos podiam confiar tão fácil em alguém, principalmente no chinês, só ele achava estranho a forma como o moreno apareceu? Enfim, ele não tinha muita escolha, estava cansado e com frio, não reclamaria de um lugar para passar à noite.