Quando fora acordado Gaius esquecera-se do seu sonho, mas agora lembrava-se perfeitamente. Sonhara como ela. Com aquela mesma mulher que estava agora á sua frente. Valiriana. Cabelos de prata, olhos lilases, vestida de vermelho. A sua mulher em vermelho. Há já vários dias que sonhava com aquela mesma mulher. Um sonho sempre igual. Estava de volta á antiga Valiria, com toda a sua majestade e ela caminhava por entre os escravos, trazia dois dragões presos por correntes e havia magia nela. As palavras ditas em alto-valiriano era como se letras de feitiços e tudo o que ela dizia era feito. Quando ela virava a cabeça para ver algo desconhecido e importante Gaius acordava.

- Ouviu algo do que eu disse? – Perguntou ela irritada.

- Não, desculpe, poderia repetir? – Tentou usar uma cortesia polida, mas estava enervado quem era ela?

- Como eu tinha dito, estou aqui para lhe propor uma… aliança. – Repetiu suavemente. As palavras tinham um ritmo estranho, quase que pareciam uma melodia. – Uma aliança entre as casas Saladino e a casa Maegyr. – Os lábios dela moviam-se de forma sensual. – A minha querida irmã, Alyriane com certeza gostaria de se casar com o seu filho. Alexandre. É esse o nome dele, correcto? – Os olhos lilases dela pareciam sorrir. – O que me diz Senhor? – O sorriso dela era doce como o Verão.

“Estou a ser enfeitiçado!” Compreendeu subitamente. “O sonho era uma mensagem! Um aviso!” Ela voltou a sorrir, mas desta vez Gaius não deixou que a magia dela sortisse efeito.

- Quem és tu? – Questionou rudemente.

- Então Meu Senhor, que má educação é essa? – Perguntou ela. Agora parecia haver uma aresta de ironia nas palavras dela. – O meu nome é Daenys Maegyr, Senhora da Antiga Valiria, descobridora da Valiria, Mãe de Bestas. Vós sabeis bem quem eu sou. Tenho tentado comunicar convosco. Possuis algo que eu quero. Na realidade são dois algos. – Havia uma certa fluência no discurso dela, mas só poderia estar louca. “Senhora da Valiria”. Só um louco diria uma coisa dessas. – Os seus amados filhos. Alexandre. E a outra. Vós sabeis de quem eu falo. Chamam-lhe Dragonbane. Porque haveríamos de nos tornar inimigos quando temos tudo para sermos aliados? – Ela parecia falar a verdade e além disso sabia da sua filha. – Juntos destruiríamos os Targaryen. Westeros está a ficar maduro. Os dragões estão fracos desde a morte do Rei, se bem que aquele tal Kádis era bem capaz de por ordem naquilo. Temos pouco tempo para agir.

Gaius olhou-a. De alguma forma ela tinha razão. Ele mesmo ouvira falar dos problemas que assolavam a família Targaryen. E o seu maior desejo não era faze-los sofrer? Talvez se fizesse a tal aliança com a Volantena poderia ter também o domínio de todo o mundo conhecido. Mas ele ainda tinha uma dúvida.

- Porque quereis eliminar os Targaryen? Eles não são também sangue Valiriano. – Perguntou.

No olhar de Daenys havia apenas puro ódio e desprezo.

- Os Targaryen traíram-nos! – Exclamou exaltada. – Sabiam da perdição que se seguiria e abandonaram-nos sem nada dizer! – Ela fechou os olhos e prendeu o ar, respirando lentamente. – Vai aceitar a proposta ou não?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.