Fever

Capitulo 2


Haruka

Ele dormiu quase imediatamente assim que se deitou. Toquei sua testa e percebi que ele estava realmente muito quente. Minha mão vai de sua testa até seus cabelos que eu tiro de seu rosto.

Yakumo-kun penso ainda bem que ele veio até aqui. Se não, com certeza ele estaria sozinho em seu quarto de clube e não se cuidaria de forma correta.

Realmente me surpreendeu bastante quando eu abri a porta e o encontrei. Pensei que com certeza seria algum vizinho, já que o interfone não tinha tocado. Com certeza o porteiro o reconheceu das inúmeras vezes que Yakumo me trouxe em casa.

A primeira coisa que me veio foi que eu estava totalmente sem maquiagem, com o cabelo desarrumado e roupas surrada, mas ele não pareceu prestar atenção.

Eu vou até a cozinha para encher uma tigela com água fria e pego um lenço. Volto par o quarto, sento na beira da cama, umedeço o lenço e seco o suor de sua testa. No mesmo momento em que eu o toco, ele abre os olhos e olha diretamente para mim. Eu olho para ele preocupada.

"Desculpe eu não queria te acordar." – eu digo olhando para ele. - "A sua febre está realmente muito alta. O pano vai ajudar”.

Eu coloco a mão em seu pescoço para medir sua temperatura e o sinto estremecer e se afastar de mim assustado. Sinto uma pontada de tristeza. Não é de se espantar que alguém que quase foi estrangulado pela própria mãe quando era apenas uma criança tivesse medo que o tocassem no pescoço.

Yakumo era uma pessoa machucada, eu sabia disso. Isso me dava apenas mais vontade de cuidar dele. Minha vontade era toma-lo em meus braços e dizer que está tudo bem.

Em vez disso me sentei em seu lado, olhei em seus olhos (era impossível para mim não pensar em quanto seus olhos eram lindos.) e toquei seu rosto com o maior carinho que pude.

"Desculpe, eu entendo." – eu sorri levemente para ele e torci para que ele não ouvisse a tristeza em minha voz. - "E espero que você também entenda que eu nunca vou te fazer nenhum mal."

Eu acariciei sua bochecha e ele fechou os olhos com uma expressão satisfeita. De repente ele pega minha mão e beija meus dedos. Eu o olho surpreendida. A febre está mesmo muito alta, já que ele não faria algo do tipo se tivesse completamente são.

"Você não precisa se desculpar." – ele diz com a voz baixa e entrelaça seus dedos nos meus. - "eu que sou quebrado".

Ele parece extremamente triste ao dizer isso. Eu olho novamente em seus olhos e aperto suavemente sua mão.

"Se você pensa assim, então basta que eu te concerte, não é?"- eu digo séria e ele apenas ri suavemente.

“Você tem feito um ótimo trabalho até agora” – ele olha para mim com um meio sorriso e leva meus dedos de volta para seu pescoço e me deixa tocá-lo levemente por um momento.

“Eu pretendo continuar fazendo” eu digo corada e ele sorri novamente.

De repente algo toma conta de mim e eu não posso me segurar. Eu me inclino e toco meus lábios nos seus. Dou apenas um leve selinho rapidamente e logo me afasto. Seus lábios são macios e quentes por conta da febre. Ele olha para mim corado e surpreso e eu me dou conta do que fiz e tento me afastar. Yakumo segura a minha mão e não me deixa ir.

“Acho que isso conta como se aproveitar de um incapaz” – ele diz com a sobrancelha erguida e eu só consigo fechar os olhos e virar o rosto que está mais vermelho que qualquer tomate.

“Eu sei que não deveria ter feito algo assim desta forma” – eu disse ainda sem o olhar – “apenas me solta por um momento!”.

“Olha para mim” – ele diz com uma voz tão imperativa que não consigo dizer não. Ele esta olhando firmemente para mim e então suspira. – “Eu acho que já passou da hora de conversarmos sobre isso”

“Sobre o que?” – eu apenas finjo que não sei do que ele está falando.

“Você sabe exatamente sobre o que” – ele diz sério. – “Sobre nós.”

“Eu não quero falar disso agora” eu digo desviando o olhar. Com sua mão livre ele segura meu queixo e me faz olhar para ele.

“Por que não agora?” – Ele diz olhando em meus olhos.

“Porque você está doente e não tenho certeza se vai se lembrar disso depois.”

Ele olha para mim por um momento e depois usa suas duas mãos para me trazer para perto e me puxa para baixo das cobertas ao seu lado. Ele vira de lado e ficamos cara a cara, quase encostando nossos narizes.

“Então fique aqui até eu melhorar” Ele diz e tenho certeza que estou corada até a ponta dos pés.

Ele me abraça pela cintura e me traz para perto até estarmos colados. Ele esconde seu rosto em meu pescoço e leva minhas mãos até seus cabelos.

“Eu gosto quando você toca meu cabelo” – ele diz com um suspiro alegre e eu coro ainda mais, se é possível.

Eu afundo meus dedos em seus cabelos bagunçados e o sinto sorrir em meu pescoço. Eu acabo sorrindo de volta.

“Deus, você parece uma criança!” – eu digo com um sorriso.

“Calada!” – ele diz rabugento. Depois olha de repente para meus olhos. “Você não deveria chamar homens para sua cama” – ele diz aborrecido.

“Não é como se e fizesse isso o tempo todo!” – eu respondo irritada – “Alias, você é o único que já esteve aqui.”

“Bom. Eu já imaginava isso. Você é uma boa garota” – Ele enterra seu rosto novamente em meu pescoço.

“Francamente, o que eu devo fazer com você?” – eu digo exasperada.

“Continuar me acalentando é uma boa ideia. “ – ele sugere. Eu sorrio e faço o que ele pede e continuo acalentando-o até ele dormir e eu acabar dormindo também.

xxx

Yakumo

Eu acordo quente e confortável. Sinto um cheiro bom e braços em volta de mim. Me sinto confuso por um momento e então me lembro. Deus, eu gemo internamente não fazia ideia que eu virava um pervertido quando estava com febre.

Não que ela fosse melhor que eu. Afinal ela me beijou. Foi um beijo leve, mas significativo. Como eu posso continuar ignorando o que sentimos um por outro depois disso?

Eu abro meus olhos e vejo o rosto de Haruka bem próximo de mim. Nós estamos totalmente agarrados embaixo das cobertas, nossas pernas entrelaçadas, meus braços em volta de sua cintura e suas mãos em meus cabelos. Eu gemo levemente ao lembrar que pedi que ela me acalentasse. O que há de errado comigo?

Ela abre os olhos e olha para mim, então cora espetacularmente. Ela tenta disfarçar.

“Ah, Yakumo-kun, se sente melhor?” – Ela toca minha testa para ver a temperatura. Eu sinto que ela não vai mais tocar meu pescoço sem permissão, então seguro sua mão e a guio até lá. Não há razão para teme-la. Sei disso agora.

Ela sorri para mim e me toca com tanta gentileza que uma parte de mim quer chorar. Outra parte bem grande de mim quer beijá-la e novamente me pergunto que merda há de errado comigo.

“Parece que sua febre já passou. Se sente melhor?” - Ela pergunta e eu aceno que sim com a cabeça.

“Isso significa que agora podemos conversar?” – não tenho certeza do porquê de eu fazer a pergunta. Provavelmente eu apenas cansei de mentir. A maior parte de mim já estava convencida de que eu merecia estar vivo e merecia ser feliz. Acho que ter certeza que ela me queria seria a confirmação.

“A gente realmente não tem o que conversar.” – ela diz e por um momento eu fico tenso, mas quando olho em seu rosto eu entendo. Ela está corada e constrangida, tem algumas lágrimas nos olhos e tenta desviar o olhar. “Eu acho que não podia ser mais clara. Eu não vou mais conseguir esconder isso, então se não for reciproco eu provavelmente nunca mais vou conseguir olhar para você, e...”

Eu a puxo para perto e devolvo seu beijo. Diferente dela eu não dou apenas um toque de lábios. Assim que meus lábios tocam a sua boca macia eu a beijo lentamente. Depois de um tempo peço passagem com minha língua e ela me permite, me beijando de volta. Suas mãos acariciam os cabelos de minha nuca e eu sorrio em sua boca. A sensação de sua boca na minha é maravilhosa. Saber que ela me corresponde é ainda melhor. Quando nos separamos estamos ofegantes e vejo que seus lábios estão vermelhos. Eu encosto minha testa na dela e olho em seus olhos.

“Então concordamos, não é? Chega de esconder”. – ela sorri tímida e confirma com a cabeça. Eu suspiro. “Você quer mesmo ficar comigo? Você sabe que eu...”

“Eu já disse que não me importo” – ela me interrompe. “Eu conheço você. Bastante, eu ouso dizer. E não me importo.” – Ela beija meu olho esquerdo com ternura. – “Você me concertou, agora apenas deixe que eu concerte você.”.

Eu sorrio e a beijo outra vez, longamente. Quando nos separamos eu digo:

“Ainda não amanheceu”

Ela olha para mim e concorda. Ela toca meu rosto e depois acaricia meus cabelos.

“Então vamos apenas dormir”

Ela fala e não posso concordar mais.

“Boa noite Yakumo” – ela diz gentilmente e não posso deixar de perceber que ela não usou o sufixo. Gosto disso. Ela é a ultima pessoa de quem eu quero qualquer formalidade.

“Boa noite Haruka” – eu respondo e sinto sua surpresa como aconteceu da outra única vez que chamei seu nome.

Eu abraço novamente e digo a mim mesmo que já tinha passado da hora.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.