Naquela terça-feira inaugurava-se a loja da Apple, onde tudo se podia transacionar. Os limites eram apenas a imaginação. Depois da confusão que se instalara após a morte do seu empresário, Brian Epstein, os Beatles queriam provar ao mundo, e a eles próprios, que podiam sobreviver – que iriam sobreviver.

John e George compareceram na inauguração com as respetivas esposas, Cynthia e Pattie. Paul estava de férias na Escócia e Ringo estava a rodar um filme em Itália. Não havia álcool na festa, apenas sumo de maçã – o símbolo da nova empresa.

George tinha um copo na mão e parecia ausente. John foi ter com ele.

— Tudo bem?

— Espero que sim…

— Não sejas assim.

— Eu sou como sou, Johnny.

— Estás zangado…

— Mas não é contigo! – corrigiu impaciente.

— Com quem, então?

John olhava-o por cima dos óculos. Usava-os agora todos os dias, mas ainda tentava acostumar-se ao acessório que lhe corrigia a falta de vista e por vezes olhava por cima das hastes.

George ensaiou um sorriso. Saiu-lhe torto, incerto.

Ele ainda não sabia se tudo aquilo seria uma boa ideia…

— Precisamos de amor, Lennon.

Os ombros de John relaxaram.

— Paz e amor, Harrison!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.