Frisk estava dormindo tranquilamente, até que de repente foi despertada por uma voz que estava chamando seu nome. Ela manteve seus olhos fechados, deu um resmungo e se revirou na cama, então a pessoa começou a balançá-la levemente.

─ Não mãe...só mais 5 minutos.... ─ Murmurou. A frase fez com que a pessoa começasse a rir.

─ Eu virei sua mãe agora? ─ Ao reconhecer a voz, Frisk abriu seus olhos rapidamente, em seguida se virou para encarar a pessoa, avistando Sans, que continuou rindo.

─ Ei, para de rir. ─ Ela jogou um travesseiro em Sans, que conseguiu segurá-lo antes que atingisse seu rosto.

─ Está cheia de energia hoje eim.

─ Por que me acordou tão cedo? ─ Disse enquanto coçava os olhos.

─ Caso tenha se esquecido, precisamos estar na escola dentro de... uma hora. ─ Falou enquanto verificava seu relógio de pulso.

─ Escola? O fim de semana já acabou?

─ Yep. ─ Sans a abraçou por trás e depositou um beijo no topo de sua cabeça. ─ Falando nisso, seus pais não vão ficar desconfiados por você ter passado o fim de semana todo fora?

─ Eu disse para eles que iria passar o fim de semana na casa da Chara, então ela me deu cobertura.

─ Bem, melhor irmos nos arrumar logo, ou então vamos nos atrasar. ─ Ele se levantou da cama enquanto Frisk se jogou contra o colchão e colocou o travesseiro sobre a sua cabeça, dando um grito abafado.

─ Eu não quero ir. ─ Ela sentiu braços a segurarem, então ela foi levantada da cama.

─ Já que você não quer se levantar então irei te carregar.

─ Você é um bobo. ─ Ela riu e em seguida deu um selinho em Sans.

[...]

Depois de se aprontarem, eles foram para a escola no carro de Sans. Quando já estavam consideravelmente perto de seu destino, Sans parou o carro para que Frisk descesse, pois os dois não poderiam ser vistos juntos. Ela seguiu o restante do caminho a pé, ao chegar em frente aos portões da escola, Frisk avistou Chara que a estava esperando com uma expressão nada contente.

─ Frisk Price, posso saber por que diabos me deixou esperando por uns 15 minutos? Poderia pelo menos ter me ligado para avisar que não iria vir comigo pra a escola.

─ Desculpa, é que eu tive um contratempo no banho.

─ Blah, me poupe dos detalhes. Vem, é melhor nós entrarmos logo. ─ As duas caminharam para dentro da escola, passaram pelos corredores e finalmente chegaram à sala de aula, onde estavam alguns alunos conversando. Elas se dirigiram até suas carteiras – Chara se sentava na cadeira a frente de Frisk –, se sentaram e guardaram seus materiais. ─ E então, como foi o fim de semana com o boy? ─ Disse Chara se sentando de frente para as costas da cadeira.

─ Foi incrível! A propósito, obrigado por ter me dado cobertura.

─ Sabe que sempre pode contar comigo, mas quando você irá me contar quem é o tal “galã misterioso”? Já faz quase dois meses que você ta saindo com esse cara e até agora não me deu sequer uma pista de quem é.

─ Por agora eu prefiro manter em segredo. ─ Frisk gostaria muito contar para Chara quem era a pessoa com quem estava saindo, pois ela era sua melhor amiga, se conheciam desde que usavam fraudas. Mas ela tinha que guardar segredo, havia prometido que guardaria.

─ Bom dia pessoal, sentem-se em suas cadeiras. ─ Todos pararam suas conversas e se viraram para frente onde se encontrava o professor. Alguns alunos deixaram escapar alguns murmúrios de desaprovação. ─ Que caras são essas? Tenho uma noticia que acho que vocês irão gostar. Como eu acordei com um ótimo humor, em vez de aula normal, irei passar um filme para vocês. ─ A classe toda vibrou em alegria, alguns até deram gritinhos, Sans riu da cena, então olhou para Frisk e piscou para ela.

[...]

A sirene tocou, anunciando o começo do recreio, os alunos começaram a sair com certa pressa, até que sobrou apenas Chara, Frisk e Sans na sala. Chara pegou seu almoço que estava guardado na carteira e se levantou.

─ Vem Frisk, vamos almoçar lá no pátio. ─ Frisk se levantou e as duas foram até a porta.

─ Garotas, esperem um pouco. ─ Sans disse indo em direção a Chara e Frisk.

─ Algo de errado professor?

─ Não é nada demais, eu só preciso falar com a Frisk sobre a prova dela. Tudo bem pra vocês se for agora?

─ Chara pode ir na frente, eu te encontro lá.

─ Tudo bem, com licença. ─ Chara saiu da sala deixando os dois sozinhos, então Sans fechou a porta.

─ Finalmente a sós. ─ Ele foi na direção de Frisk e a colocou contra a parede, lhe dando um beijo cheio de desejo. Ela entrelaçou seus braços no pescoço de Sans, já ele colocou as mãos nas coxas de Frisk e as subiu lentamente até chegar em suas nádegas, então ela retirou seus braços e rompeu o beijo. ─ Algum problema? ─ Disse um pouco ofegante.

─ É melhor não fazermos isso aqui, alguém pode nos ver.

─ Verdade, você tem razão. ─ Ele ficou com uma expressão pensativa no rosto e desviou o olhar para sua mesa, então começou a andar em direção a ela enquanto puxava Frisk pelo pulso. ─ Vá para debaixo da mesa.

─ Para que? ─ Ela o encarou confusa sem entender.

─ Você deixou meu amiguinho animado, agora vai ter que resolver isso. Então vá para debaixo da mesa. ─ Frisk foi até a mesa e se agachou, ficando de baixo dela, Sans puxou uma cadeira para perto da mesa, em seguida se sentou, olhando para baixo na direção de Frisk. ─ Já sabe o que fazer. ─ Com um pouco de receio, ela levou suas mãos até a calça de Sans e abriu o zíper, então aproximou seu rosto até o local. ─ Isso.... ─ Ele soltou alguns gemidos baixos enquanto segurava a cabeça de Frisk no lugar, eles ficaram assim por mais alguns minutos, até que o barulho da porta sendo aberta fez com que os dois congelassem no lugar.

─ Desculpe incomodar professor, mas você sabe onde a Frisk foi?

─ A F-Frisk? Não, não sei. Ela não me disse para onde ia. ─ Disse sorrindo nervosamente.

─ Tudo bem, obrigado mesmo assim. ─ Chara estava prestes a sair da sala, mas ela parou e se virou, encarando Sans por alguns segundos. ─ Professor, está tudo bem com o senhor? Você parece mais pálido que o normal.

─ Eu? To ótimo. Chara, não quero parecer rude, mas estou um pouco ocupado no momento, se importaria de me deixar sozinho?

─ Ah, tudo bem. ─ Ela saiu e fechou a porta atrás de si, Sans e Frisk soltaram um suspiro de alivio.

─ Essa foi por pouco....Ei, o que está esperando? Pode continuar. ─ Disse enquanto olhava para Frisk.

[...]

Frisk estava em um parque, sentada em um banco encarando o nada, ela deu uma rápida olhada em seu celular onde marcava 15h10min, suspirou ao ver que Sans estava atrasado. Depois de mais algum tempo de espera, Frisk teve seus olhos tapados, ao destapá-los ela olhou para trás e sorriu ao ver Sans.

─ Desculpe a demora, eu tive que resolver algumas coisas. ─ Disse enquanto se sentava ao lado de Frisk.

─ Tudo bem, o importante é que você está aqui. ─ Ela tentou beijá-lo, mas Sans a afastou. ─ Desculpe, eu esqueci.... Sem beijos em lugares públicos. ─ Falou desviando seu olhar para baixo, com certa melancolia em sua voz.

─ Ei não fique assim. ─ Ele afagou os cabelos de Frisk. ─ Temos um tempinho antes do filme começar, quer tomar um sorvete? ─ Ela assentiu com a cabeça e esboçou um sorriso. ─ Então espere aqui, volto em um minuto. ─ Sans se levantou e andou até o carrinho de sorvete, Frisk ficou o encarando durante todo o trajeto, ela ficou tão distraída que nem percebeu que outra pessoa havia sentado ao seu lado.

─ Olá? Tia, ta tudo bem com você? ─ A voz a despertou de seu “transe”, ela olhou para o lado direito do banco, onde estava sentada uma garotinha que usava um vestido rosa, a garota curiosamente se parecia muito com ela quando a mesma era criança.

─ Ah, olá. Eu estou bem sim.

─ Mesmo? É que você estava fazendo uma cara engraçada, a mesma cara que meu irmão faz quando vê a nossa vizinha. É mais ou menos assim. ─ A garotinha fez uma careta engraçada, Frisk acabou caindo na gargalhada com a cena. ─ Mamãe disse que era cara de apei...apa...apaixonado.

─ Sabe, quando eu tinha a sua idade eu era igualzinha a você.

─ Então quer dizer que quando eu crescer vou ficar tão bonita quanto você? ─ Disse com os olhinhos brilhando.

─ Vejo que fez uma nova amiga. ─ Disse Sans e logo em seguida se sentou do lado esquerdo de Frisk.

─ Tenho que voltar para o meu irmão. ─ A garotinha disse, mas antes de ir embora, ela ficou em pé no banco e cochichou no ouvido de Frisk. ─ Tenha cuidado com esse moço, ele tem cara de malvado. ─ Ela desceu do banco e caminhou em direção aos brinquedos do parque.

─ Ah, aqui está seu sorvete. ─ Falou enquanto entregava a Frisk um dos sorvetes que segurava. ─ Quem era a criança?

─ Não sei, ela só se sentou aqui e começamos a conversar.

─ E o que ela te disse?

─ Ah, nada demais. Ela só disse que me achou legal.